  
                  
                  
                POESIA EM  
                 
                 
                CARTÃO POSTAL 
                 
                 
                ANTIGO 
                  
                  
                  Coleção Antonio Miranda 
                  
                  
                A poesia brasileira do início do século 20 era um produto  de consumo freqüente nas livrarias, nas revistas literárias e como livro  tipográfico, assim também nas tertúlias e saraus que animavam os salões das  sociedades culturais e artísticas, nas academias de letras e mansões da afluente  burguesia nacional. Com direito a sessões declamatórias e, para testar sua  popularidade, também fez parte do boom da cartofilia (que surgiu na Belle Époque e chegou até à década de 30).  
                  
                A presente matéria revela peças raras, mesmo em coleções  de grandes colecionadores (cartofilistas) do país. Todos estes postais já  completaram mais de um século(*), atestados pelas datas das dedicatórias e dos  carimbos dos correios, confirmando sua preciosidade. 
                  
                Aqui estão exemplos desses cartões, com efígies e  vinhetas, estampando sonetos e outros poemas românticos e parnasianos do século  19 e início do século 20 em voga por aqueles tempos, de alguns dos nossos mais  renomados vates do século 19 e início do século seguinte, enquanto que outros  já mergulhados no esquecimento.  Todos  aqui imortalizados pela mídia do cartão postal. Com destaque para o notável  poeta e escritor maranhense Artur de Azevedo, com extraordinários autógrafos em  bico de pena! Os caçadores de autógrafos da época — muitas vezes jovens  leitoras — assediaram os autores nas confeitarias e salões de festa. 
                  
                  
                  
                Todos estes cartões foram editados pela Officina Polytechnegraphica  de M. OROZCO & C, estabelecida na legendária e (então) elegante Rua da  Quitanda, 38, na Capital Federal. Pelas normas postais vigentes então, o  reverso estava reservado exclusivamente para o endereço do destinatário e à  selagem, obrigando o remetente a escrever suas mensagens no espaço exíguo do  anverso, não raras vezes sobre a imagem do cartão.  
                  
                
                  
                Cabe ressaltar que era tolerada a prática de colar o selo  no frontispício do “Bilhete Postal”, para compor assim uma peça de inegável  valor filatélico. 
                  
                Optamos por conservar a ortografia da época na reprodução  dos textos que aparecem nos cartões postais. No caso dos autores, mantivemos a  grafia dos nomes conforme a ortografia antiga mas, para facilitar sua  identificação, também em versão moderna.  
                  
                Os poemas revelam a forma enviesada do fraseio, a  linguagem empolada e rebuscada e o gosto por temas como o amor, estrela, flor e  o apelo à religiosidade. O cartão postal é um documento histórico, datado,  marcado pelas técnicas e valores culturais de seu tempo. 
                  
                  
                *Considerando a data de impressão, conforme a lei de  direito autoral em vigor, já está liberada a reprodução dos cartões e dos  textos. As imagens desta coleção podem ser reproduzidas em outros sítios e em  livros, desde que reconhecendo a procedência: Coleção Antonio Miranda  
                  
                  
                Vejam os cartões postais com os poemas acessando cada uma das páginas dos poetas:   
                  
                
                
                 |