Fonte: http://www.ubebr.com.br/
GILBERTO MENDONÇA TELES
Um dos primeiríssimos nomes da poesia de Goiás. Há tempos tento comunicar-me com ele, além das leituras de sua fértil poesia... Ambos temos residência temporária em Pirenópolis, mas a sorte ainda não nos colocou um diante do outro. Certamente já cruzamos pelas ruas empedradas da mágica cidade colonial de Goiás que nós tanto amamos...
Gilberto é um grande poeta, um grande ensaísta. Hoje começo com uns poucos de seus versos, da obra notável que é Plural de nuvens (Rio de Janeiro: José Olympio Editora, 1990). Em outra oportunidade, depois de um encontro que vai acontecer em algum momento, publicaremos outros poemas e a foto do autor... Antonio Miranda
Convidado oficial da I Bienal Internacional de Poesia de Brasília, participa da antologia POEMÁRIO da I BIP.
Livro sobre a obra de Gilberto Mendonça Teles:
Veja também: GILBERTO MENDONÇA TELES - EN ITALIANO / EN FRANÇAIS
See also: POEMS IN ENGLISH
CONCRETISMO É NEOCONCRETISMO
O POETA DA LINGUAGEM – GILBERTO MENDONÇA TELES – por ELIANE VASCONCELLOS
O VISUAL DA ESCRITA – por Gilberto Mendonça Teles – ENSAIOS
POESIA VISUAL DE Gilberto Mendonça Teles
. A POESIA PARA OS POETAS – sobre a poesia de OSWALD DE ANDRADE fragmento de ensaio de GILBERTO MENDONÇA TELES - ENSAIOS
Veja também: AS VOZES UNIVERSAIS DE SCHMIDT – por Gilberto Mendonça Teles
Veja também: O PRIMEIRO POETA GOIANO, por Gilberto Mendonça Teles
Veja também: QUERO QUE A ESTROFE SAIA SEM UM DEFEITO, por José Fernandes [sobre a poesia inicial de Gilberto Mendonça Teles]
O PLURIDIMENSIONALISMO E O HERMETISMO METAFÓRICO [ e a poesia de Gilberto Mendonça Teles ] , por Carmelita de Melo Rossi
RAÍCES EUROPEAS DEL "PAU-BRASIL" Y DE LA "ANTROPOFAGIA" por Gilberto Mendonça Teles - ENSAIOS
Veja também: > UMA VOZ UNIVERSAL DA POESIA – AUGUSTO FREDERICO SCHMIDT – por GILBERTO MENDONÇA TELES - ENSAIO
. ALGUMAS DEFINIÇÕES DE POESIA - da Antiguidade à Idade Média –algumas contemporâneas, compiladas por GILBERTO MENDONÇA TELLES
TELES, Gilberto Mendonça. À Véspera do Espanto. Rio de Janeiro: Editora Batel, 2023. 104 p. 14 x 21 cm. ISBN 978-85-7174-079-3
Ex. bibl. de Antonio Miranda
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Antonio Miranda
Estimado Antonio Miranda
que seria de mim, dos meus
versos, se da minha varanda
não visse a tua mão de Zeus
no Planalto Central, no Terra
brasilis, no livro brilhante
que de maneira nova encerra
a história do Brasil, e se durante?
Que seria sem esse espaço
quase sem fim da internet?
— Deste homem sem força e cangaço
de um Saci que não pinta o sete?
Rio, 12 de junho de 2021
Vislumbre
Quando a Ninfa se despiu no frio do outono
o espaço e o tempo estremeceram radiantes
e se uniram num só corpo — o ser do ser
no serenado azul da essência imprevisível.
As pontas do píncaros tremeram reticentes,
os pelos negros das nuvens se eriçaram desejosos
e o ventre límpido refletiu na vertical
a obscura fenda eufórica da vida.
Que língua será capaz de se calar, calando
e estremecendo lépida entre as lindes da fala
e o gozo luxurioso da Beleza de longe
tranquilamente contemplada?
Rio, 2 de julho de 2021
4. O AZUL DE DENTRO
Concentrada em si mesma e quase triste,
extravasava a luz da face curva,
enquanto repentino dos cabelos
descia alegremente outra linhagem
em caracóis e círculos, no espanto
da que se reencontra linda noutra face
além das formas escondidas, máscaras,
como se esfinge e graça — o azul de dentro,
a madrugada sem espaço e tempo.
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Foto: https://blog.sensix.ag
Flor do Cerrado
Bom-dia, Flor do Cerrado,
flor de si mesma, bom-dia
flor do pequi, calistênia,
canela de ema, bom-dia,
chuveirinho, caliandra
e meu pau-terra, bom-dia.
Flor do -mato, cerratense
que na minha alma se abra!
Só não sei qual o motivo
desta tristeza tão braba.
Você quer um passarinho?
uma dúzia de mangaba?
Então queira o meu carinho
que nunca, nunca se acaba.
CELEBRANDO OS 90 ANOS
DO POETA GILBERTO MENDONÇA TELES
TELES, Gilberto Mendonça. Alvorada. Goiânia: Editora IFG;Rio Branco: Ed. IFAC, 2021. (Coleção Artífices). 144 p. ilus. ISBN 978-85-670220-61-1 ISBN (e-book) 978-85-67022-51-2
Ex. bibl. Antonio Miranda
Dedicatória de Gilberto Mendonça Teles
no exemplar do livro enviado pelo correio:
Ao Antônio Miranda esta 5ª. edição do meu
primeiro livro na Vida. Gilberto M. Tels. Rio, 1.10.22
Não tentes nunca contemplar a vida
Com os olhos da razão em predomínio.
Antes, adoça um pouco o raciocínio,
Porque a realidade é bem dolorida.
A DOR DO MUNDO
A dor do mundo
tirou o mar que me levava,
tirou o ar que me embriagava,
eu chorei dia e noite,
eu chorei noite e dia:
os sobressaltos da minha alma
doíam mais que os sobressaltos
da minha vida.
A noite se fez escura,
os dias mais ainda...
eu sofria, eu sofria
e tudo recomeçava bruto
na emenda das horas que se seguiam.
A dor do mundo
tirou-me quase tudo,
a força, o viço,
só me deixou,
intrigantemente,
a coragem,
esta coragem desmedida
de apostar na vida.
A LÍNGUA
Esta língua é como um elástico
que espicharam pelo mundo.
No início der tensa,
de tão clássica.
Com o tempo, se foi amaciando,
foi-se tornando romântica,
incorporando os termos nativos
e amolecendo nas folhas de bananeira
as expressões mais sisudas.
Um elástico que já não se pode
mais trocar, de tão gasto,
nem se arrebenta mais, de tão forte.
Um elástico assim como é a vida
que nunca volta ao ponto de partida.
Foto: Flamboyants da Avenida Goiás Norte
https://br.images.search.yahoo.com/search/images
FLAMBOYANTS
Eu não contei ainda os flamboyants floridos,
Alegres, majestosos, multicores,
que, ao vir da primavera, embevecidos,
Polícromos, sensuais, adornam-se de flores.
E, enfileirados, vão, floridos e felizes,
Balouçando a ramagem espontânea,
Como saudando, a rir, em rútilos matizes,
As avenidas de Goiânia.
E nas quentes manhãs de setembro e de outubro,
Quando o vento lhes beija as franças, no alto,
Sussurram, musicais, despetalando o rubro
Véu de flores vermelhas pelo asfalto.
Uma a uma, gozando os afagos eólios,
Oscila, e treme, e cai serenamente.
Em breve, o asfalto está como manchando de óleos,
—Atapetado aprimoradamente.
..........................................................................
Mas eu vos canto agora, ó flamboyants floridos!
Pois vejo que os meus sonhos e ilusões
São como as flores tuas — coloridos,
Vão murchando, e caindo, ao vir das estações.
Capa do convite para a cerimônia de outorga do título de DOUTOR HONORIS CAUSA
a Gilberto Mendonça Teles pela PUC- GOIÁS no dia 27\09\2014.
TEXTOS EM PORTUGUÊS - TEXTOS EN ESPAÑOL
TELES, Gilberto Mendonça. Sonetos do Azul sem Tempo. Poemas escritos entre 1962 e 1964. Rio de Janeiro: Batel, 2021. 104 p. 14 x 21 cm. ISBN 978-65-87133-57-7 Ex. bibl. Antonio Miranda
Gilberto no Retrato a óleo por Marcelo Baptista,
Montevideu, Uruguai, 1987:
Fragmento do prefácio de Tristão de Athayde:
“Os seus sonetos do Azul sem Tempo, de 1964, marcam, aparentemente, uma mudança de rumos em sua poética. Até então domina a emoção lírica, em poema de alta beleza apaixonada, em que o eco da poética camoniana, e até mesmo bilaqueana, em “Dístico”, de Fábula de Fogo (1958-1961), em versos dignos de ficar, como o soneto XXIII, que passo a citar:
Não morrerás em mim. Não morrerás
assim como uma sombra na distância,
o vento no horizonte e nas manhãs
a alegria mais pura que inventamos.
Serás presente em tudo e viverás
o segredo de todos os momentos.
Todas as coisas gritarão teu nome
e o silêncio mais puro, o mais sutil,
aquele que mais dói e acende as noites,
e o ser profundamente intranqüiliza,
este restituirá o movimento,
a eternidade viva de teus passos
e a certeza mais limpa de que nunca
tu morrerás em mim. Não morrerás.
***
III
Restrinjo o toque de silêncio e fujo
pelo campo interdito, sob a dádiva
das estrelas perdidas no repuxo
invertido das lendas do luar.
Quem sustenta este espaço que aprofunda
a inquietação do mundo nos meus braços?
Que descobriu sentido na pronúncia
da palavra maior que nos enlaça
e nos dissolve nesse sol noturno,
que nos queima e reduz, desencarnados?
O frêmito das horas com seu fuso
desenrola a manhã, como um boato,
uma chama invisível, mas indócil
nos seus diques de sonho e concessão.
IX
Não se remove a pedra em tempo hábil
para sentir-se a tarde imensa e limpa,
placidamente aberta sobre os ares
de rubras latitudes indistintas.
Há sempre um girassol transfigurado,
uma surpresa subornada as nuvens
e essas cavilações em cujas asas
se prolonga a incerteza dos crepúsculos.
Tudo se atira contra nós, isentos,
conformados de angústias e desengano.
Nada sabemos de nós mesmos, sempre
nos perdemos na noite, convertidos
no desafogo de chorar, gritando
a extrema solidão de nosso exílio.
TELES, Gilberto Mendonça. ESTRÊLA D´ALVA. POEMAS. Goiânia: Editora Brasil Central Ltda, 1956. 78 p. 13 x 17,5 cm.
Ex. bibl. Antonio Miranda
ASPIRAÇÃO
Anseio pela perfeição suprema
Das ideias grandiosas que imagino
Nos acordes maviosos de um violino
Ou nas estrofes suaves de um poema.
Na cadência da vida encontro um hino
De glória e de louvor à Luz estrema,
Que coroa com um rútilo diadema
A harmonia do sonho cristalino.
No culto da alegria contagiante,
Que o sentimento encontra a cada instante
Na aparência feliz da natureza.
Seguindo o sol do Ideal e as normas da Arte,
Procuro descobrir por toda parte
Um raio indefinível de Beleza.
EM CUMARI
Em Cumari, escorrendo suavemente pela
Boca de ouro da esférula solar,
Cai lentamente (e eu me embriago ao vê-la)
A tristíssima luz crepuscular.
Soluça ao longe um sino. E, a soluçar,
Desce a tristeza. Para recebê-la,
Vem, com um doce e feminino olhar,
Os trêmulos olhares de uma estrela.
Anda um gemido triste no ar enxuto.
Será talvez um sabiá que escuto
E em que, cismando o pensamento encerro?
E, enquanto o céu nos horizontes arde,
Rasga o silêncio do cair da tarde.
O grito gutural do trem-de-ferro.
N A D A
Para a contemplação radiosa do universo,
Subo na branca luz dos luares de alabastro,
E, na auréola do sol da fantasia imerso,
Instalo-me no sólio esplêndido de um astro.
Como estrela, a cair, deixo nos céus o rastro
De meu sonho a brilhar num luzeiro disperso;
E, do alto, como um Deus, majestoso, desnastro
Pelo espaço o fulgor das tranças do meu verso.
A sós com a imensidade etérea e luminosa,
Vendo girar milhões e milhões de outros mundos
Ao som da Grande Valsa eterna e silenciosa,
Tenho, por um momento, a sensação do nada,
E assisto, na carreira ignota dos segundos,
Ao trágico final da terra desolada.
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BRITO, Elizabeth Caldeira, org. Sublimes linguagens. Goiânia, GO: Kelps, 2015. 244 p. 21,5x32 cm. Capa e sobrecapa. Projeto gráfico e capa: Victor Marques. ISBN 978-85-400-1248-6 BRITO, Elizabeth Caldeira, org. Sublimes linguagens. Goiânia, GO: Kelps, 2015. 244 p. 21,5x32 cm. Capa e sobrecapa. Projeto gráfico e capa: Victor Marques. ISBN 978-85-400-1248-6
Ex. bibl. Antonio Miranda
G O I Á S
Só te vejo Goiás, quando me afasto
e, nas pontas dos pés, meio de banda,
jogo o perfil do tempo sobre o rastro
desse quarto-minguante na varanda.
De perto, não vejo nem sou visto.
O amor tem desses casos de cegueira,
quanto mais perto mais se torna misto,
ou e pó de caruncho na madeira.
De perto, as coisas vivem pelo ofício
do cotidiano — existem de passagem,
são formas de rotina, desperdício,
cintilações por fora da linguagem.
De longe, não, nem tudo está perdido.
Há contornos e sombras pelo teto.
E cada coisa encontra o seu sentido
na colcha de retalhos do alfabeto.
E, quanto mais te busco e mais me esforço,
de longe é que te vejo, em filigrana,
no clichê de algum livro ou no remorso
de uma extinta pureza drumondiana.
Só te vejo , Goiás, quando carrego
as tintas no teu mapa e, como um Jó,
um tanto encabulado e meio cego,
vou-me jogando em verso, em nome, em GO.
MULHER DO CERRADO
Pegou a palavra e lhe puxou o cabelo
antes de sair correndo a contrapelo.
Elogiou a moda do cabelo solto
com as altas ondas do seu mar revolto.
Admirou-lhe a franja da vogal na testa
e entrou logo pelas trilhas da floresta:
muitas consoantes fricativas, hábeis,
escondiam todas as pronúncias lábeis.
O gesto da cabeça abria o seu coque
sem que exigisse um tom, um retoque,
nem imaginasse no cabelo curto
algum carinho pressentido a furto.
Deixou-me ficar ali sem esperança
desnastrando os fios dourados da trança
até perder o calor dos sentidos
e ficar amarrado aos cabelos compridos.
Foi aí que se viu o filão de prata
na terra morena, bilabial, na cara
de ouro e diamante, no desejo mudo
de ver a beleza ali antes de tudo.
No seu corpo se abria a flor do cerrado
presa no cabelo agora perfumado.
*
VEJA e LEIA outros poetas de GOIÁS em nosso Portal:
http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/goias/goias.html
Página publicada em junho de 2021
XI COLETÂNEA SÉCULO XXI Homenagem ao escritor Gilberto Mendonça Teles nos seus 90 anos. Editor Jean Carlos Gomes. Textos sobre o autor por Anderson Braga Horta, Irany Innocente Telles, Euripedes Leôncio Carneiro, Maria de Fátima Gonçalves Lima, Flávia Souza Lima, Luiz Otávio Oliani, Ricardo Viana Lima, Vicente Melo, Raquel Naveira, Jean Carlos Gomes, Reynaldo Valinho Alvarez, Rosemary Ferreira de Souza, Rosimeire Soares. Tanussi Cardoso, Vicente Melo, Antonio Miranda, Olga Savary e Alexei Bueno. Volta Redonda, RJ: Gráfica Drumond, 2021. 138 p.
POEMAS INÉDITOS
(2014-2020)
CONCLUSÃO
Deus lhe deu a oportunidade de atravessar
as comportas do tempo e seus agentes
(doença, hospital e alguns minutos do além),
mesmo assim descobriu, meio intranquilo,
que a vida continuava na linha da ternura
desenhada no sem fim do horizonte.
E viu, claramente visto, o não do impossível
na possível convivência — a mão que prepara
o remédio, o café da manhã, o almoço, o lanche,
as palavras afetuosas trocadas no silêncio,
a forma de espantar o ruído entre neblinas
no espírito quase visível do momento.
E viu a vida contínua na música dos filhos,
no gosto pelos livros que ela escolhe para ficar
até o último instante e sua alcova rediviva.
ESPERANÇA
Ainda espero, espero mais ainda,
mais além do silêncio provisório,
onde uma voz extinta se articula
e não consegue me dizer mais nada.
Tudo rolou na tarde, sem auxílio
de sinais, surdo e mudo como um tempo
sem dia e calendário — voz exígua
que se articula sem dizer mais nada.
O que se espera agora, na ternura,
no jeito de viver, na curva ainda?
Talvez espere... e espero ainda
a voz que existe sem dizer mais nada.
VIAGEM PELO CORPO DE CALÍOPE
Tudo começou com um beijo na mão
e um forte bater de coração.
Depois, no abraço, no ombro, na nuca
na testa e, em progressão,
um beijo no fruto maduro da boca.
— Pára aí — você diz, amedrontada
e eu não pude fazer mais nada.
Mas eu sei que o bem que não se alcança
vai ficando de vez e amadurece
no desejo maior, como se fosse
um novo fruto cada vez mais doce.
Um dia você mesma me dirá:
— "Desce naus". "Mais ainda". "Estou carente."
E a minha mão esquerda, de repente,
navegando no mar, buscando a ilha,
mergulha na maré da maravilha.
HORAS DO DIA
Bom-dia — lá vem a moça
para o meu computador:
— Você é a peça de louça
guardada com muito amor.
Boa-tarde — sol de dentro,
sol de fora, plena luz:
— Em você encontro o centro
da vida que me conduz.
Boa-noite — luz de Sírius
no cão menor, que sou eu:
— Aí vão rosas e lírios
por tudo que Deus me deu.
À Gilberto Mendonça Teles
Poema de ANGELA GUERRA – RJ
Alma de poeta, crítico aguçado
exímio ensaísta, professor amado
um galanteador, comme il faut
sorriso maroto, de garoto travesso
Vida ao avesso, em 2020
Um acinte do destino, com muito tino
Diante do impasse, qual fênix nascente
Regozijam-se os amigos
Este poema a ele dirijo, relembrando um jantar
Que prazer sentar-me à sua frente
e de conversa sorver goles de sapiência
do Príncipe dos Poetas de Goiás
Prêmio Machado de Assis
da Academia Brasileira de Letras!
Tanto livros publicados
entre ensaios e poesia
Tantos prêmios recebidos
tantos cargos ocupados
no Brasil e exterior —
homenagem mais que merecida
aqui nesta antologia!
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O PRISMA DE MUITAS CORES. Poesia de Amor portuguesa e brasileira. Organização Victor Oliveira Mateus. Prefácio Antônio Carlos Cortes. Capa Julio Cunha. Fafe: Amarante: Labirinto, 2010 207 p. Ex. bibl. Antonio Miranda
Tatilismo
Estou mesmo contíguo.
Temo e próximo,
tateio a densidade das paredes,
toco a força do barro e, digital,
vou apalpando o limo, o lodo, o gesso,
o que se faz de seda — o signo alado
que ainda move o céu quase intangível
na sua consistência.
Algumas vezes,
tomo a forma de chuva: é quando sinto
o visco, o peso, o comichão da terra,
quando inteiro me planto, agarranhando
os pêlos da raiz e me aderindo
à substancia da imagem que te grava
no carbono da noite.
Unida ao gesto,
a mão que te copia e te faz cócegas
disfarça o movimento e te assinala,
te despe e te inicia o sentido
do mais puro e compacto — o da matéria:
mármore, cobre, zinco, essas linguagens
granuladas nos poros e nas fibras
indóceis da manhã.
Eu sempre tive
olhos nas pontas líricas dos dedos.
Sou dátilos, troqueus e muitos iambos
para escandir um dia os teus veludos
e por dentro alisar o teu mais íntimo
refugio de silêncio.
Pele a pele,
conservo o teu desejo.
Palmo a palmo,
manuseio teu ritmo, e no alvoroço,
viajamos na sombra o nosso impulso.
O amor vai-se fazendo corpo a corpo
na espessura da vida.
DE AMAR A AMOR. Org. Jorge Solé e Carlos Nejar. Vitória, ES: Fundação Ceciliano Abel de Almeida, 1992. 73 p. ilus. 15x21 cm. Ilustrações de Jorge Solé. Inclui poemas de Carlos Nejar, Gilberto Mendonça Telles, Lêdo Ivo, Marcus Accioly, Marien Calixto, Olga Savary, Oscar Gama Filho, Paulo Roberto do Carmo, Roberto Almada.
Ex. bibl. Antonio Miranda
SÁFICA
Sou aquele que te escutou e te viu
para ciúmes de Safo cuja voz
tinha a forma triste de uma alma talvez
trêmula demais.
Sou igual aos deuses, maior até: sou
que te lê nas dobras da língua, no som
deste carme feito para Lésbia, ao sol
deste amor tão só.
Sou também aquele que pôs nos braços
de Lídia ao mais vívido amor, aquele
que esqueceu a túnica belicosa
no auge da paixão.
E sou agora o signo desse cisne
cuja plumagem lírica sustenta
a vastidão do tempo.
Queira Apolo
dourar meu canto para além de mim.
(& cone de sombras, 1986)
POEMA ESDRÚXULO
Não quero mais saber de amor platônico
nem de amor pretônico ou postônico.
Prefiro o amor tônico
com acento de intensidade
na idade e na medida
como um elixir de longa vida.
Mas não quero também um amor crônico
que não ata nem desata
e maltrata
e esfola
quando não faz da tripa coração
ou corda de viola
ou violão.
Quero ante um amor amazônico
capaz de me dar a filha da rainha Luiza
um amor biônico
capaz de milhões de peripécias
um amor suspersônico
capaz de vencer as barreira dos ais
e não terminar nunca
nunca mais.
Um amor que seja daltônico
para confundir paixão e esperança
e trafegar livremente
na mudança da gente.
Que seja mnemônico
para guardar no coração e no ouvido
o acontecer acontecido.
E que seja lacônico
para dizer apenas veni vidi vici
ou qualquer outra tolice
em língua viva
em alfabeto rúnico.
Um amor irônico
e único.
(Plural de nuvens, 1990)
PESCARIA
Minha vara de pescar espanhola
não é bem uma vara de pescar espanhola,
quando muito alguma brasileira,
meio arisca,
vem nadando, nadando e morde a isca.
É uma vara moderna, e telescópica:
capaz de ver a constelação dos Peixes,
a de Orion (que nunca se banha no mar)
e a da Virgem, que no banho se refresca
para a aventura da pesca.
À noite a minha vara cresce, cresce, cresce,
atravessa a Extremadura, Portugal, todo o oceano,
e vai pesca na 5ª. Avenida
uma sereia distraída.
Mas o grande problema,
o que me está enfernizando,
o que me abrasa,
não é fazer da vara algum poema
e sim como levar de contrabando
um rabo de sereia para casa.
Madri, 29.11.91
O FILTRO
Gota a gota de bebo, e te articulo
como um fonema raro, mas sem língua:
um jeito no pescoço, mágoa e míngua,
forma de amor crescendo no casulo.
Gota a gota me perco, e é quase nulo
o temo do prazer: o meu cachimbo,
a rima recortada – nuvem, íngua,
o câncer de algum signo que acumulo.
Gota a gota, porém, tudo o que é lindo
deixa apenas memória, deixa o espaço
que não te prende nunca, nem te esgota.
Gota a gota de aceno, e vou saindo
de dentro de teu nome: levo um traço
uma coisa qualquer na mão canhota.
(Plural de nuvens, 1984)
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TELLES, Gilberto Mendonça, organização, introdução e notas. Defesa da poesia. Da Antiguidade à Idade Média. Brasília, DF: Senado Federal, Conselho Editorial, 2017. 384 p. (Edições do Senado Federal, vol. 241) 16x23 cm ISBN 978—85-7018-831-1 Ex. bibl. Antonio Miranda
DANTE ALIGHIERI
Traduções de Cristiano Martins.
CANTO XXIV, versos 46-51
“Eis, bradou-me o mestre, ergue-te e vem!
Adormecido à maciez da pluma
Jamais conquistará a fama alguém;
O que é rotina em glória se acostuma
não deixará de si na Terra traço
mais que a fumaça no ar e na água a espuma.
Suplanta, com denodo, o teu cansaço,
pela força interior, que na batalha
ao examine herói sustenta o braço.
Mais alta, à frente, fica outra muralha;
Não nos basta esta aqui ter escalado.
Avante, pois: que a minha voz te vai guiar.
CANTO XXIV, do Purgatório, versos 49-62
Pois acaso não és o que a rigor
se dedicou à nova rima, entoando
— Damas que tendes a intuição do amor?
“Decerto”, respondi-lhe, “sou, e quando
o amor me inspira, tudo, exatamente,
transcrevo que em minha alma vai ditando.”
Falou-me: “Irmão, já vejo claramente
o que o Guittone e a mim nos impedia,
como ao Notário, o acesso à flama ardente.
Vejo que em vós a pena obedecia,
dócil e atenta, ao íntimo ditado,
o que, entretanto, a nossa não fazia.
Quem quer que o estude a fundo, separado
nisto achará do vosso o nosso estilo.”
E, satisfeito, se quedou calado.
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TELES, Gilberto Mendonça. Caixa de fósforo II. Dedicatórias em Versos. Poemas circunstanciais. /De 1964-2019/ Organização,Montagem e Editoria Jean Carlos Gomes. Volta Redonda, RJ: Gráfica Drummond, 2019. 86p. 15 x 21 cm. Capa: Eduardo Ávila. Ex. bibl. Antonio Miranda
METAPOESIA DE GILBERTO MENDONÇA TELES:
AS FACES DO POEMA
Da sintaxe visível à invisível
a enunciação se faz e se desfaz:
dois planos se entreabrem, dissipando-se
à espera de um leitor que não se basta.
No verão a raiz oculta o verbo
que inventa no cerrado o seu discurso:
e o que se fala cala-se no trânsito
à espera de um sinal talvez escuso.
O mais são flores: arte e manha — o poema
& a poesia do amor nas coisas findas:
uma jarra na mesa com seu bulbo
à espera da emoção, e mais ainda.
Nas faces e interfaces de outros signos
as vanguardas propagam as semi-ópticas,
ao passo que Sereno bem tranquilo
celebra o rimai das coisas órficas.
Rio de Janeiro, dezembro de 2018
MELOPEIA
Demorou a perceber que o poema
é feito de sons — a música da língua
aciona o intervalo da linguagem
que põe em jogo os seus acentos átonos
que mobilizam os tónicos os ictos os silábicos
que se juntam às rimas e às figuras sonoras
que repetem o silêncio do ritmo e do grande
e puro sentido da harmonia do concerto
da sinfonia que a flauta o violão a harpa-eólia
escalam na cromática dos números impossíveis.
O diapasão do sustenido e do bequadro trememfusam o solfejo do melífluo exalta o allegro o scherzo o pizzicato, a melodia no seu gran finale.
E assim conclui que o poema é uma forma de ver e ao mesmo tempo de ouvir o mais puro sentido — tato olfato e o gosto de falar e beijar a beleza do teu rosto.
Teresópolis, 2016
TELES, Gilberto Mendonça. O terra a terra da linguagem - seis livros de poesia. Rio de Janeiro, RJ: Editora Batel, 2017. 640 p. 15,5x23 cm. ilus. foto. Capa: Julio Lapene.
Inclui os livros: Saciologia goiana (1982), Plural de nuvens (1986), Cone de Sombras (1995), Álibis (2000), Linear G (2010), Brumas do silêncio (2013), e sete poemas de Improvisuais (2012) e alguma crítica sobre as obras e autor. Ex. bibl. Antonio Miranda.
INTRÓITO
Entre a língua e a linguagem
a concisão do estilo
o vigor da palavra
com sua força e timbre.
Na clareza da letra
o natural anúncio
de um caminho sem beira
no seu espaço obscuro.
Não apenas o terra
a terra— o plano, o liso,
o invisível da régua
no sol da superfície;
nem o escrito no quadro-
negro ou verde do tempo,
o resumido e exato
em explícito exemplo;
mas no magro da elipse,
na cócega da língua,
o que sempre se disse
e se repete ainda.
“Percebe-se que O terra a terra da linguagem continua o sentido de Hora aberta, saindo de dentro dele assim como a nova fruta de dentro da mesma árvore, o novo de dentro do velho, o moderno saindo da tradição que se deixa reinventar. Pode-se também perceber no título a montagem de o terra (masculino) como uma espécie emotiva de fio terra que elimina os excessos artísticos; a terra como o fascínio feminino da terra natal; enquanto o sistagma resultante das duas palavras — o terra a terra — quer mesmo significar “sem elevação ou grandeza, rasteiramente”, forma figurada de algum a imagem de modéstia e disfemismo na linguagem.” GILBERTO MENDONÇA TELES, na “NOTA DO AUTOR”.
IMPROVISO
Encontro aqui, nesta vereda,
um fiapo de seda.
Como está neste e noutro nível
é matéria invisível
que só pode ser refletida
pelo espelho da vida,
onde a imagem, fazendo ioga,
me contempla e interroga:
Quem o deixou? quem o perdeu?
Foi ela ou fui eu?
Quem o perdeu? quem o deixou?
o amor que se acabou?
Guardo de cor outro fiapo
neste poema de trapo.
De
Gilberto Mendonça Teles
Linear G. Poemas 2002 – 2009
São Paulo: Hedra, 2010. 149 p.
ISBN 978-85-7715-194-3
Um novo livro de Gilberto Mendonça Telles é sempre um acontecimento literário. Com o propósito de celebrar e divulgar, nos limites estreitos de nossa lei do direito autoral (que está para ser reformada e tomara que adote o sentido do “fair use” para os efeitos da educação e da cultura, quando sem fins lucrativos), segue um dos poemas do livro:
PAIXÃO
— Quanto dura uma paixão?
Uma paixão não dura nada, apenas
a eternidade simples de um sorriso
que, por ser belo, e possuir antenas
capta constantemente o paraíso.
Uma paixão é sempre um peixe grande,
uma alegria que se torna amarga
quando se perde a noite e, na manhã
de sol, se perde o anzol na linha larga.
Nem adianta, aí, mudar de isca,
cevar o poço e procurar no fundo:
o peixe da paixão é sombra arisca
na melhor pescaria deste mundo.
Ela não dura muito e, por ser peixe,
não dura na emoção, não dura nada:
se se perde no fundo, é sempre um feixe
de luz
— alguma escama nacarada,
caco de vidro, areia no sol quente
que cintila e se apaga, de repente.
***************************************************************************************
PLURAL DE NUVENS
Se há um plural de nuvens e se há sombras
projetadas no texto das cavernas,
por que não mergulhar, tentar nas ondas
a refração dos peixes e das pedras?
Há sempre alguma névoa, um lado obscuro
que atravessa o poema. Há sempre um saldo
de formas laterais, um como escudo
que não resiste muito a teu assalto.
Se alguma luz na contraluz se esbate,
se há curso dos dias sole e vento,
talvez na foz do rio outra cidade
venha no teu olhar amanhecendo.
Importa é ler de perto a cavidade
das nuvens e espiar os seus não-ditos:
o mais são armas para teu combate,
falsos alarmes para os teus sentidos.
DECLINAÇÃO
O mar não me levou:
o meus cuidados
(o que era ruim /o que era bom demais)
ficaram por aí, pelos cerrados,
à sombra dos paus-terras de Goiás.
O mar não me lavou:
meu corpo todo
tem as marcas da terra – o sol, o chão,
os cheiros doces dos quintais, do lodo,
e a febre do meu T nesta sezão.
Eu sou quem sou. Não me mudei. Mudou-me
uma parte da vida, mas foi sem:
não me levou nem me lavou,
livrou-me
da danação de todo mal, amém.
(Se houver louvor aqui, se alguma luva,
qualquer pessoa a pode usar por mim:
a minha história é como um guarda-chuva
que a gente esquece,
quando chega ao fim.)
CHÁ DAS CINCO
para Jorge Amado
Chá de poejo para o teu desejo
chá de alfavaca já que a carne é fraca
chá de poaia e rabo de saia
chá de erva-cidreira se ela for solteira
chá de beldroega se ela foge ou nega
chá de panela para as coisas dela
chá de alecrim se ela for ruim
chá de losna se ela late ou rosna
chá de abacate se ela rosna ou late
chá de sabugueiro para ser ligeiro
chá funcho quando houver caruncho
chá de trepadeira para a noite inteira
chá de boldo se ela pedir soldo
chá de confrei se ela for de lei
chá de macela se não for donzela
chá de alho para um ato falho
chá de bico quando houve fuxico
chá de sumiço quando houver enguiço
chá de estrada se ela for casada
chá de marmelo quando houver duelo
chá de douradinha se ela for gordinha
chá de fedegoso pra mijar gostoso
chá de cadeira para a vez primeira
chá de jalapa quando for no tapa
chá de catuaba quando não se acaba
chá de jurema se exigir poema
chá de hortelã e até amanhã
chá de erva-doce e acabou-se
(pelo sim pelo não
chá de barbatimão)
ANÚNCIO
1
Troco urgentemente uma secretária
eletrônica, 22ov, bastante conservada
(motivo mudança de amor e domicílio),
por uma secretária invisível,
dessas que fazem desaparecer
tudo de repente:
colóquio de alquimistas
congressos de bruxas
reuniões de catedráticos
e até o I simpósio
de mulheres jubilosas.
Que seja loirena e diligente,
que seja meiga, sobretudo quando visível.
Que não se esqueça dos pequenos aniversários
(uma semana disso, um mês daquilo)
e os saiba comemorar condignamente
nalgum lugar secreto:
ilha ou limbo
beira de mar
quarto de hotel
fumaça de cachimbo.
Que seja também multilíngüe
para entender-me em todos os sentidos.
E que não perca nunca o seu charme
para me seduzir ou raptar-me
nas horas mais incríveis de solidão.
(Cartas para esta redação.)
2
Preciso urgentemente encontrar
minha secretária invisível
que se perdeu sexta-feira
em reuniões e telefonemas
e me deixou a ver navios.
Melhor: um submarino atômico
que entrou pelo rio e bombardeou
toda a cidade, virando-a
pelo avesso, como um absurdo
e até remoto cataclismo.
(Gratifica-se bem quem der notícia
a esta redação. Ou à polícia.)
ELIPSE
Vim descobrir o que ficou de elipse
e precisão,
o que se fez sucinto e reticente,
o inacabado do cabo Não.
Vim recolher esta úmida sintaxe
que foi além
e não poupou a rigidez da língua
que ficou sem.
E vim, não para ver, deixar a meio
fala e raiz:
vim extrair de ti a própria essência
do que não fiz. |
Encontro de Antonio Miranda e Gilberto Mendonça Telles em Goiânia, 13 de junho de 2017, no I Colóquio de Poesia Goiana, na Universidade Federal de Goiás. Na mesa, uma exposição de livros do poeta goiano Gilberto Mendonça Teles.
Antonio Miranda e Gilberto Mendonça Teles no 1° festival de Poesia de Goyaz
fotos: Juvenildo Barbosa Moreira
|
De
ARTE DE ARMAR
Rio de Janeiro: Imago Editora, 1977
RECEITA
Tome a palavra suja,
"cabeluda" e com c'aspas,
essa que tem açúcar
no sangue, e sobretaxa.
Tome a que, sendo escrava
da tribo e do tributo,
mostra no corpo as marcas
de lacre, logro e lucro.
Pode ser a de baixo
calão, a manteúda,
como opção, como cágado,
essa que se disputa
nas feiras, que é falada,
que é falida e que gruda,
tome a palavra chata,
tome a palavra chula
e bote tudo às claras
e gema e até misture
coisas de corpo e alma,
de vida e de cultura
e leve ao forno e passe
a forma na gordura,
depois coma e disfarce
os bigodes da gula.
ANULAÇÃO
Ocupar o espaço
contido na sombra,
ser o pó do espesso,
o vão da penumbra,
o dó sem começo,
o nó sem vislumbre,
o invisível traço
do não-ser: escombro.
Ser zero, ou nem isso:
letra morta, timbre
do vazio no osso.
Ser aquém do nome
— o só do soluço
de coisa nenhuma.
De
Gilberto Mendonça Teles
FALAVRA
Antologia poética
Seleção e Organização do Autor
Apresentação de Arnaldo Saraiva
FALAVRA
ai une maladie: jevois le langage.J´
ROLAND BARTHES
I
Ainda sei da fala e dei da lavra
e sei das pedras nas palavras ásperas.
E sei que o leito da linguagem leixa
pedregulhos na letra.
É como o logro
da poeira na louça ou como o liso
nos baldios do livro.
Ainda sei da língua e sei da linha
do luxo e suas luvas, amaciando
os calos e os dedais.
E sei da fala
e do ato de lavrá-las na falavra.
II
Divido a minha dívida nas letras
dos mais diversos câmbios de expressão.
No espaço um tanto ambíguo do meu giro
se cruzam e se ofertam capitais
dicções, contradições e perdigotos.
Há lucros e aluguéis na agiotagem
das comissões sem câmera e sem nada.
Há moras e demoras no recinto
mais amplo da linguagem.
(Cada gesto
continua medroso, nomeando
os contornos das coisas que se deixam
recortar no prazer de sua essência
e miragem.)
Agora sei do timbre e sei da cãibra,
sei dos ritmos impostos, sei das taxas
e dos juros pesados de infl®ações.
Alguém rescinde agora o seu contrato
e vai amortizando a derradeira
epifania do universo.
|
TELES, Gilberto Mendonça. Pássaro de pedra. 5ª. edição. (Coleção Clássicos Goianos) Goiânia: Pronto Editora Gráfica, 2012. 96 p. 15x21 cm. ilus. ISBN 978-85-400-0677-5 “Prêmio Álvares de Azevedo da Academia Paulista de Letras”. Col. A.M.
ESTRANHO
Em qualquer tempo,
o corpo agitava um gesto trémulo
na eventualidade das manhãs.
A face adivinhava o segredo do acaso
e se refletia lúcida
no espelho da tarde interminável.
Sem que soubesse o limite da vida
uma árvore floriu na sua eternidade
e seu olhar pousou na beleza das coisas.
Nos olhos
leva agora a esquiva sombra das imagens
do pássaro sem rumo.
Limpa de mágoa,
a noite se concentra no silêncio
e apenas uma estrela
desliza suavemente na memória.
ETERNIDADE
Mesmo de longe, alcanças
a sombra que percorre
o limite impreciso
onde termina o mundo
e principia o instante
das coisas inestáveis.
Mas sempre a estrela,
branca
e longe,
sob o céu,
o mesmo céu contínuo
e surdo, acompanhando
a agitação dos homens.
TELES, Gilberto Mendonça. Saciologia goiana. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira; Brasília: Instituto Nacional do Livro – INL, 1982. 153 p. (Coleção Poesia Hoje, v. 53) 14x21 cm. “ Gilberto Mendonça Telles “ Ex. bibl. Antonio Miranda “
LIÇÃO DE MÚSICA
Primeiro, aquele olhar de amor, os sons
se desdobrando na imaginação.
As chaves de metal abrindo mundos
no branco da paleta
e o veludo da noite modulando
a forma negro-azul da clarineta.
Depois, o sopro, o pretendido encanto,
a sensibilidade nada artística
do dente cariado
e a tristeza de ver o conteúdo
da glória de ser músico
para sempre adiado.
EPITÁFIO
— Ele não foi inteligente:
foi apenas muito esforçado.
— Ele não teve o senso da medida:
teve apenas oportunidades.
— Ele não teve profundidade filosófica:
teve apenas facilidades retóricas.
— Ele não teve nenhum reconhecimento:
teve apenas alguns amigos
e muita sorte.
— Requescat in pace
(Requeste-o e passe).
TELES, Gilberto Mendonça. Caixa de Fósforos. Dedicatórias em versos – poemas circunstanciais 1955-1999. São Paulo: Editora Giordano, 1999. 110 p. 12x18 cm. Col. A.M.
SACIOLOGIA GOIANA, 1982.
[ MÁRIO DA SILVA BRITO ]
Quem parte do minuto,
da linha do infinito
procurando o absoluto?
— Mário da Silva Brito.
Quem tem salvo-conduto
para furar o escrito
na cinza do charuto?
— Mário da Silva Brito.
Quem conhece o reduto
não da história, do mito,
e vai além do produto?
— Mário da Silva Brito.
No mais, no anacoluto
resta o breve delito
de enquadrar no estatuto
— Mário da Silva Brito.
[DARCY FRANÇA DENÓFRIO ]
Para Darcy e seu plural de nuvens,
para Darcy e seu cordel diário,
para Darcy no seu abril de julho,
no azul do céu do seu aniversário.
Rio, 21-7-90
TELES, Gilberto Mendonça. Hora aberta. Poemas reunidos. 4ª. ed. Organização Eliane Vasconcellos. Petrópolis: Vozes, 2002. 1113 p. 14,5X21,5 cm. capa dura. ISBN 85-326-2755-2 Inclui poemas de livros anteriores e um inédito: “Arabiscos”. Inclui também o estudo “A casa de vidro da linguagem”, por Ángel Marcos de Dios, e no Apêndice estão a Cronologia do autor, Iconografia, Fortuna crítica, Bibliografia de e sobre o autor e um Índice dos títulos e primeiros versos da antologia. Col. A.M.
HORA ABERTA
Á LiNHA DA ViDA
A que, vísível, se interrompe
na palma da mão, decisiva:
a ultrapassagem do horizonte
pelo lado avesso da escrita.
Á LINHA DO UNIVERSO
A que, invisível, se deleita
no olho sensual da fechadura:
a letra (aleph) eseupentelho
no espaco-tempo que se enruga.
E, anjo ou demônio, pinta o sete
mas tão relativo e medroso
que o som azul logo se perde
na linha de fundo do esboço.
ARABISCOS
Vai do lugar ao não-lugar
a refração que há neste afresco:
a linha indócil como o infarto
nas turvas ondas do arabesco.
Antes o espaço se faz hirto
no azul da concha do molusco
para o rabisco perseguir
o bruxuleio, o lusco-fusco.
Sol de formas a descoberto
que às vezes levamos conosco,
dele não nos resta sequer
o arranhol de um vidro fosco.
Nem a ocasião de um leve furo
(a malagueta no seu frasco)
disfarça o tom de calembour
na face neutra do fiasco.
No vário ritmo só a cor
disfarça o além do gesto arisco:
o mais é sombra, o corpo a corpo
no arabesco do arabisco.
TELES, Gilberto Mendonça. Alvorada. Goiânia: Asa Editora Gráfica Ltda, s.d. 109 p. 13,5x18,5 cm. Inclui, ao final, uma “fortuna crítica”. Edição fac-similar. “ Gilberto Mendonça Telles “ Ex. bibl. Antonio Miranda “
flamboyants
Eu não cantei ainda os flamboyants floridos,
Alegres, majestosos, multicores,
Que, ao vir da primavera, embevecidos,
Policromos, sensuais, adornam-se de flores.
E, enfileirados, vão, floridos e felizes,
Balouçando a ramagem espontânea,
Como saudando, a rir, em rútilos matizes,
As amplas avenidas de Goiânia.
E nas quentes manhas de setembro c. de outubro,
Quando o vento lhes beija as franças, no alto,
Sussurram, musicais, despetalando o rubro
Véu de flores vermelhas pelo asfalto.
Uma a uma, gozando os afagos eóleos,
Oscilai e treme, e cai serenamente.
Em breve, o asfalto está como manchado de óleos,
—Atapetado aprimoradamente.
......................................................................
Mas eu vos canto agora, ó flamboyants floridos!
Pois vejo que os meus sonhos e ilusões
São como as flores tuas - coloridos,
Vão murchando, e caindo, ao vir das estações.
TELES, Gilberto Mendonça. Plural de nuvens. Rio de Janeiro: José Olympio Editora, 1990. V94 p. 14x21 cm. Bibliografia de e sobre o autor. Capa: Joatan Souza da Silva. ISBN 85-03-00331-7 Gilberto Mendonça Teles “ Ex. bibl. Antonio Miranda
TELES, Gilberto Mendonça. Plural de nuvens. Porto, Portugal: Gota de água. 1984. 110 p. 14x20 cm. Contracapa com apresentação de Tristão de Athayde, texto extraído do Jornal do Brasil, 22-6-78. “ Gilberto Mendonça Teles “ Ex. bibl. Antonio Miranda.
HISTÓRIA
Toda história tem seu texto,
tem seu pretexto e pronúncia.
Tem seu remorso, seu sexto
sentido de arte e denúncia.
Tem um sujeito que a escolhe,
que se encolhe e se confunde:
um lugar que sempre a tolhe,
qui tollis peccata mundi.
Tem sua forma em processo,
tem seu recesso e cansaço,
e tem seu topo de excesso
no ponto extremo do escasso.
Tem sua língua felpuda,
a voz aguda e afetada.
E tem a essência que muda
e permanece, calada.
Toda história tem seu preço,
tem seu começo e seu dito.
É só virar apelo avesso,
ler o que está subscrito.
TELES, Gilberto Mendonça. No escuro da pronúncia. Goiânia, GO: Instituto Centro-Brasileiro de Cultura, 2009. 66 p. 14x21 cm. O livro está revestido por um envelope (capa dura) contendo um CD com a gravação da voz do poeta lendo 55 poemas, feita em 2008. Patrocínio da Agência Goiana de Cultura/ Governo do Estado de Goiás. “ Gilberto Mendonça Teles “ Ex. bibl. Antonio Miranda.
A DURAÇÃO
Durar é madurar uma forma
de vida inconclusa no ventre
da fruta: é a fruta roída
por si mesma,
constante.
O duro somente dura
seu minério e ferrugem:
no êxito de ser se esteriliza
todo sinal de permanência.
Todo corpo se limita
no seu círculo de lendas
e toda sombra apenas resiste
à travessia da memória.
É pela duração das coisas
que o tempo mais se desvia
para dentro do nome:
só o nome se transmite
e se enlaça,
durante.
TELES, Gilberto Mendonça. Poemas reunidos. Prefácio de Emanuel de Moraes. Rio de Janeiro, RJ: Livraria José Olympio Editora; Brasília, DF: Instituto Nacional do Livro – INL, 1978. 307 p. cm. Frontispício: bico de pena de Amaury Menezes [retrato]. Capa: Eugênio Hirsch. “ Gilberto Mendonça Teles “ Ex. bibl. Antonio Miranda
HORA ABERTA
Sou pontual assim como quem joga
uma pedra no mar.
Assim como quem bate na janela
e espera no jardim o acontecer.
Sou pontual assim como quem lança
uma canção no rosto desdobrado
de quem chega.
No mais, sou pontual na complacência
de um deus oculto que boceja
na hora aberta a sussurros e prodígios
da vida acontecendo.
E que não basta.
O SINAL
Unidas às palavras, as coisas
nos agridem pelo seu lado neutro
e se ocultam sob formas espessas
reunidas no oco da noite.
Por impreciso, cada gesto se repete
e se adensa, concreto. Cada sopro
divulga na planície seus volumes
de nada. E cada timbre enuncia
um esmeril no lingote da fala.
Ambíguo e transparente, o sinal
emerge da raiz e se crava nos lábios,
conciso: prego nas quinas do tempo
ou refração no verde da piscina
onde a luz se distrai,
porosa e livre.
TELES, Gilberto Mendonça. & Cone de sombras. São Paulo, SP: Massao Ohno Editor, 1995. 141 p. cm. Capa: Escrita, gravura de Selma Dalfre.“ Gilberto Mendonça Teles “ Ex. bibl. Antonio Miranda
EXERCÍCIO PARA MÃO ESQUERDA
Para Iva Moreinos
Um dia descobri que a mão esquerda
era mais emotiva e mais ausente:
dedilhava por dentro o que era perda
e sondava por fora o inexistente.
E descobriu que quanto mais isento
o acorde se tornava, e delicado,
tanto mais se ordenava o movimento
da música de fundo no teclado.
E viu-se de repente entretecido
no mais difícil, no desvão do espaço,
quando as notas colhiam se sentido
nas formas invisíveis do compasso.
Sentiu-se solidário na partida
e chorou solitário na aventura,
como se em cada coisa a própria vida
se lhe escapasse numa partitura.
E foi aí que se sentiu restrito,
que se fez de silêncio e de resvalo:
a mão esquerda desdobrava o mito
e dedilhava as sombras do intervalo.
TELES, Gilberto Mendonça. Nominais. Poemas. Guarapari, ES: Nejarim, 1993. 117 p. cm. “ Gilberto Mendonça Teles “ Ex. bibl. Antonio Miranda
SINTAGMAS
Língua de boi
língua de vaca
língua de todos
os animais.
Língua de sogra
língua de sabre
língua de sobra
língua de mais.
Língua de menos
língua de palmo
língua de extremos
universais
Língua de ouro
língua de prata
língua de forças
eventuais.
Língua de trapos
línguas de tropos
língua de loucos
originais.
Língua de igreja
língua do língua
língua de trava
língua geral.
Língua do tempo
língua do exílio
língua do exemplo
língua da vida
Língua do poema
duro como íngua
que só lateja
enquanto míngua
na fala e lambe
a língua oca
que pende
langue
do céu da boca.
TELES, Gilberto Mendonça. Hora Aberta. Rio de Janeiro: José Olimpio Editora; Pró-Memória-INL, 1986. 589 p. “Gilberto Mendonça Telles “ Ex. bibl. Antonio Miranda
ENTRE O SER E O NOME
Não há poesia fora do nome e do ser
que o condensa e contorna silencioso.
Até o timbre de uma sílaba me excita
à sensação da trajetória interior.
Há memórias noturnas que comandam
a dádiva das coisas. Há sortilégios
esvoaçantes e horas que acumulam
o inteiro lusco-fusco da linguagem.
E aí tudo é possível. E se entrelaçam
o gesto de conter-se e o trasladar-se
para além da paisagem, no castelo
em que te faz rainha, em que te deixas
penetrar como um signo e seu desígnio.
sua lição de força e majestade,
ressonâncias de flautas nos cabelos,
perfume violentrando a sombra do papel.
TELES, Gilberto Mendonça. Teologia de bolso. Seleção e posfácio de José Fernandes. 2ª edição aumentada. Goiânia, Editoral Kelps. Editora UCG, 2009. 142 p. 15x21 cm.
PITORESCO
A Dulce
Pitoresco é tudo isso:
o ribeirão Suçuapara banhando os quintais
o cheiro do São José nas macegas das várzeas
o rumor dos buritis seguindo o curso d'água
o nome da cidade escandindo os horizontes
e o alfabeto das borboletas inventando
uma escrita de amor no pé de jabuticaba.
Bem perto, os cavalos pastavam
alguns segundos da eternidade.
Mas os olhos azuis da prima
continuam nesta rima.
DE BICO
Para Milda e Telles
Por sorte ou por azar
é minha vez de jogar:
Preparo o taco, negaceio.
e canto o jogo num segundo:
— Bola 7 na caçapa do meio.
— Bola 5 na caçapa do fundo.
Sou o artista que lança o verossímil
da jogada mais rara e mais difícil.
Mas quanto mais entusiasmado fico
mais me vejo na arapuca
de uma sinuca
de bico.
TUDO de e sobre Gilberto Mendonça Teles está neste volume de 811 páginas, contendo seus poemas, teses, textos críticos e também a vasta “fortuna crítica” sobre o autor. Lógico, “tudo” até 2007, celebrando os 50 anos de sua produção literária, mas ele continua ativo e sempre atualizado:
TELES, Gilberto Mendonça. A Plumagem dos nomes: Gilberto 50 anos de literatura / Eliane Vasconcellos, org. Goiânia: Kelps, 2007. 812 p. ilus. p&b capa dura sobrecapa
“ Gilberto Mendonça Teles “ Ex. bibl. Antonio Miranda
O Prof. Dr. José Fernandes, da Universidade Federal de Goiás, é autor de vários livros sobre o poeta, sendo este um dos últimos:
[ TELES, Gilberto Mendonça ] FERNANDES, José. O Selo do poeta. Rio de Janeiro: Edições Galo Branco, 2005. 351 p.
“ Gilberto Mendonça Teles “ Ex. bibl. Antonio Miranda
SISTEROLLI, Maria Luzia dos Santos. Da Lira ao Ludus: travessia: leitura da poética de Gilberto Mendonça Teles. São Paulo: Ammablume, 1998. 230 p. ISBN 85-85596-98-8 10,5X18 cm. Ex. bibl. Antonio Miranda
GILBERTO: 40 ANOS DE POESIA. Org. Joaquim Francisco Coelho et. al. Rio de Janeiro: Edições Galo Branco, 1999. 24l8 p. 14x21 cm. Exposição e Seminário sobre a obra de Gilberto Mendonça Teles realizados pelo Centro Acadêmico do Departamento de Letras da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, em dezembro de 1995. Ex. bibl. Antonio Miranda
DENÓFRIO, Darcy França. O Redemoinho do lírico. Estudos sobre a poesia de Gilberto Mendonça Teles. Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 2005. ISBN 85-326.3174-6 Ex. bibl. Antonio Miranda
DENÓFRIO, Darcy França. Poesia contemporânea – G.M.T. – o regresso às origens. Prefácio de José Fernandes. Porto Alegre: Acadêmica, 1987. 96 p. 11x20,5 cm. Capa: Maurício. “ Gilberto Mendonça Teles “ Ex. bibl. Antonio Miranda
DIAS, Valdeides Cabral de Araújo. O corpo erótico na poesia de Gilberto Mendonça Teles. Rio de Janeiro: Edições Galo Branco, 2009. 108 p. 14x21 cm. ISBN 978-85-7749-058-5 Ex. bibl. Antonio Miranda
XAVIER, Therezinha Mucci, org. Fortuna crítica de Saciologia goiana. Rio de Janeiro: Edições Galo Branco, 2011. 168 p. (Coleção “Ensaio” volume 150 14x21 cm. ISBN 978-85-7749-110-0 “ Gilberto Mendonça Teles “ Ex. bibl. Antonio Miranda
DIAS, Valdeides Cabral de Araújo. O retórico silêncio. Natal, RN: EDUFRN, 2013. 132 p. 15x22 cm. ISBN 978-85-425-0065-3 Pesquisa acadêmica (dissertação de mestrado) sobre a obra do poeta goiano Gilberto Mendonça Teles. Ex. bibl. Antonio Miranda
NÚBILE, Marília. A Carnavalização da poesia (Estudo da poesia de Gilberto Mendonça Teles). São Gonçalo, RJ: Universo – Universidade Salgado de Olivieira, 1998. 140 p. 14x20 cm. “Prêmio”José Décio Filho”, da União Brasileira de Escritores, Seção de Goiás, em 1993”. Ex. bibl. Antonio Miranda
Imagem extraída de
DIAS-PINO, Wlademir. A lisa escolha do carinho (Rio de Janeiro: Edição Europa, s.d.
20,5x20,5 cm. 33 f. ilustradas (Coleção Enciclopédia Visual). Inclui versos de poetas brasileiros
TEXTOS EN ESPAÑOL
TELES, Gilberto Mendonça. La palabra perdida. Selección y traducción de Gaston Figueira. Montevideo: Barreiro y Ramos S.A., 1967. 96 p. (Colección Equinoccio) 11,5x18 cm. N. 06 452
CANCIÓN DE DIFUNTOS
No seremos inútiles.
Un día
conduciremos lenguas de fuego
y por las calles yermas, en los árboles
y muros impedidos de carteles,
dejaremos grabado otro mensaje
que nunca osamos descifrar.
No seremos inútiles.
Un gesto
conducirá millares de criaturas
a la tierra de nadie, prometida.
Los hombres, de rodillas, inventarán
posibles pastorales para el campo
naciendo como dádiva futura
de la mañana ahora irreverente.
No seremos inútiles.
Seremos
así como pasaran nuestros padres:
manos abiertas, a pedir, mas dando;
ojos cerrados, a llorar, mas riendo.
Y dejaremos sueños y simientes
y un canto de alegría en los diarios.
SONETOS DEL INCONTENTADO
I
No conozco tu nombre. Sé que existes
fuera de mí, en algún lugar extraño,
donde no llegan los clamores tristes
de quien perdió en el tiempo su rebano.
Te presiento en el ritmo de la vida,
te veo en el abismo de mi duelo.
Mas la luz del amor no fue extinguida
en el diluvio en que perdí mi anhelo.
Y vives en las tardes, tras los montes,
incendiando los ríos de horizontes
y ampliando frustración en frustración.
Sólo yo y el amor te conocemos
en esta larga angustia, en los extremos
de la espera sin viento y dirección.
LOS ARROZALES
Los arrozales gritan sus instantes
de pájaros
y ondulan
el oro vivo de sus racimos.
¿Tienen alma los arrozales
o habitan en el paisaje
cual un viento bien manso,
o perro ovejero
esciente de su olfato
y ondulación?
¿Son plantas o son piedras en el terreno?
¿Son gestos de quien manda o provisorias
manos desprendiéndose?
¿Qué saben del silencio de los que mueren
y de la lengua de los huérfanos,
tan secreta y seca?
¿Acaso se molestan en enmohecerse
en las trojes o perderse como restos
de familias hacendadas?
Los arrozales son cuerpos de niño
creciendo.
Tienen espinas y huesos
y cabellos en el viento.
Y sobre todo
tienen la belleza viva de sus racimos
y el tiempo que promete sus instantes
de pájaro.
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TELES, Gilberto Mendonça. Aprendizagem de um romântico inveterado. Goiânia:
Editora Kelps, Editora PUC Goiás, 2011. “ Gilberto Mendonça Teles “ Ex. bibl. Antonio Miranda
EXERCÍCIO
Yo me acuerdo de ti cuando los vientos
moven sus alas, como el ave ai cielo,
me ensenândo con músico consuelo
a descarte en todos los momentos.
Y cuando, ante mis ojos sonolientos,
abre Ia soledad su blanco velo,
yo te miro lucir, alma de hielo,
entre Ias nóches de mis pensamientos.
Te siento junto a mi, junto a mi vida,
cantando una cancion enternecida,
hablándome de amor com tal carino,
que olvido mis pesares y mi pecho
transfórmase en sonrisa y, satisfecho,
juega feliz como se fuera un nino.
CAMPINAS, 7.4.1954.
Salomão Sousa, Goiandira Ortiz de Camargo , Gilberto Mendonça Teles e Antonio Miranda no evento I Colóquio de Poesia Goiana, Junho de 2017.
BIBLIOGRAFIA DE
GILBERTO MENDONÇA TELES
TELES, Gilberto Mendonça. Ágora – De pensamento e arte. s.l.: 2009. 30 p. Folheto
feito em impresso digital , relativa a evento na Casa de Cultura Laura Alvim, Rio de
Janeiro, em 19 de março de 2009, contendo um texto de Ricardo (“A escrita poética
de Gilberto Mendonça Teles”), organizador, a “Bibliografia de GMT” e uma seleção de
poemas do autor. Edição restrita, limitada. N. 06 416
TELES, Gilberto Mendonça. Os Álibis do Amor: A tradução de alguns poemas de
Gilberto Mendonça Teles. Edição bilíngue Português-Inglês. Organização e
tradução de William Valentine Redmond. The Alibis of Love: the translation of some
poems …Bilingual edition Portugues – English. Organização e tradução de William
Valentine Redmond. Juiz de Fora, MG: Editar Editora Associada Ltda, 2017. 260 p.
15x22 cm. ISBN 978-85-7851-163-0 N. 09 3396
TELES, Gilberto Mendonça. Alvorada. Goiânia: Asa Editora Gráfica Ltda, s.d. 109 p.
Edição fac-similar. N. 02 873
TELES, Gilberto Mendonça. Alvorada. Goiânia: Editora IFG;Rio Branco: Ed. IFAC, 2021.
(Coleção Artífices). 144 p. ilus. ISBN 978-85-670220-61-1 ISBN (e-book) 978-85-67022-51-2
TELES, Gilberto Mendonça. Amor e Poesia. Antologia Poética. Ver: Poemas
reunidos..
TELES, Gilberto Mendonça. Aprendizagem de um romântico inveterado. Goiânia:
Editora Kelps, Editora PUC Goiás, 2011. N. 03 315
TELES, Gilberto Mendonça. Arte de Armar. 2ª. Edição. Rio de Janeiro: Imago Editora,
1977. 91 p. (Série Poesia Imago. Direção Jaime Salomão). Posfácio: “Anotações
sobre A arte de Armar, por Jayme Paviani. N. 08 396
TELES, Gilberto Mendonça. Caixa de Fósforos. Dedicatórias em versos – poemas
circunstanciais 1955-1999. São Paulo: Editora Giordano, 1999. 110 p. 12x18 cm.
N. 06 414
TELES, Gilberto Mendonça. Caixa de fósforo II. Dedicatórias em Versos. Poemas
circunstanciais. /De 1964-2019/ Organização,Montagem e Editoria Jean Carlos
Gomes. Volta Redonda, RJ: Gráfica Drummond, 2019. 86p. 15 x 21 cm. Capa:
Eduardo Ávila. N. 09 864
TELES, Gilberto Mendonça. Camões e a poesia brasileira. 2ª ed. São Paulo: Quíron;
Brasília: INL, 1976. 315 p. 13x22,5 cm. Inclui bibliografia. N. 04 546
TELES, Gilberto Mendonça. 50 Poemas escolhidos pelo autor. Rio de Janeiro: Edições
Galo Branco, 115 p. autografado. N. 02 874
TELES, Gilberto Mendonça. Contramargem – II. Estudos de Literatura. Goiânia: Edit.
da UCG, 2009. 532 p. ilus. N. 02 920
TELES, Gilberto Mendonça. Discursos paralelos: a crítica dos prefácios. Goiânia:
Instituto Brasil de Cultura, 2010. 708 p. N. 02 858
TELES, Gilberto Mendonça. Drummond - a estilística da repetição. Prefácio do Prof. Otho
Moacyr Garcia. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1970. 209 p. N. 04 547
TELES, Gilberto Mendonça. & Cone de sombras. São Paulo, SP: Massao Ohno Editor, 1995.
141 p. cm. Capa: Escrita, gravura de Selma Dalfre. N. 08 410
TELLES, Gilberto Mendonça, organização, introdução e notas. Defesa da poesia. Da
Antiguidade à Idade Média. Brasília, DF: Senado Federal, Conselho Editorial,
2017. 384 p. (Edições do Senado Federal, vol. 241) 16x23 cm
ISBN 978—85-7018-831-1 N. 09 470
TELES, Gilberto Mendonça. ESTRÊLA D´ALVA. POEMAS. Goiânia: Editora Brasil Central Ltda, 1956. 78 p. 13 x 17,5 cm.
TELES, Gilberto Mendonça. Estudos de Poesia brasileira. Coimbra: Livraria Almeida,
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TELES, Gilberto Mendonça. Estudos goianos II: A crítica e o princípio do prazer.
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TELES, Gilberto Mendonça. Hora Aberta. Rio de Janeiro: José Olimpio Editora; Pró- Memória-INL, 1986. 589 p. Autografo p/autor. R$ 27, N. 00 078
TELES, Gilberto Mendonça. Hora aberta. Poemas reunidos. 4ª. ed. Organização Eliane
Vasconcellos. Petrópolis: Vozes, 2003. 1113 p. 14,5X21,5 cm. capa dura. ISBN
85-326-2755-2 N. 06 415
TELES, Gilberto Mendonça. & Cone de Sombras. São Paulo: Massao Ohno, 1995. 141 p. R$ 8,60 N. 00 814
TELES, Gilberto Mendonça. Improvisuais. Goiânia: PUC=GO, 2012. 150 p. ilus.
(Coleção Goiana em Prosa e Verso) 22x20 cm. Capa dura. ISBN 978-85-8106-
286-0 Capa: Laerte de Araújo Pereira. Projeto editorial: Vinicius Duque Estrada
Vargas, Pedro Breda. N. 06 197
TELES, Giberto Mendonça. Improvisuais: poemas visuais. Goiania, PUC-GO; Kelps2012. 150 p. ilus. col. (Coleção Goiana em Prosa e Versos) ISSN 978-85-8106-286-0 CDU 821-134-3(81)-1. No. 10 121
TELES, Gilberto Mendonça. Linear G. Poemas 2002 – 2009. São Paulo: Hedra, 2010.
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TELES, Gilberto Mendonça. Lirismo rural. O Sereno do Cerrado. Rural lyricism. Our
Sereno from Cerrado. Tradução e notas Carol Piva. Translated from the
Portuguese and with note by Carol Piva. Rio de Janeiro: Batel, 2017. 216 p.
12,5 x 19,5 cm. Capa Mariana BarbosaISBN 978-85-99508-88-6 N. 09 441
TELES, Gilberto Mendonça. Lugares imaginários. Antologia poética bilíngue. Seleção e
prefácio Petar Petrov. [Sofia: 2005] 174 p. Texto em português e búlgaro. N. 02 881
TELES, Gilberto Mendonça. Os melhores poemas de Gilberto Mendonça Teles. Seleção
de Luiz Busatto. 3ª edição. São Paulo, SP: Global Editora, 2001, 189 p. (Os
melhores poemas, 27. Direção Edla van Steen) cm. ISBN 978-85-260-0326-7
N. 08 408
TELES, Gilberto Mendonça. No Escuro da pronúncia. Goiânia: Instituto Centro Brasilieiro de Cultura/Casa Brasil, 2009. 65 p. Inclui livro & CD com voz do autor. R$13,50
N. 01 468
TELES, Gilberto Mendonça. Nominais. Poemas. Guarapari, ES: Nejarim, 1933. 120 p.
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TELES, Gilberto Mendonça. La palabra perdida. Selección y traducción de Gaston
Figueira. Montevideo: Barreiro y Ramos S.A., 1967. 96 p. (Colección Equinoccio)
11,5x18 cm. N. 06 452
TELES, Gilberto Mendonça. Pássaro de pedra. 5ª. edição. (Coleção Clássicos Goianos)
Goiânia: Pronto Editora Gráfica, 2012. 96 p. 15x21 cm. ilus. ISBN 978-85-400-
0677-5 “Prêmio Ávares de Azevedo da Academia Paulista de Letras”. N.06 453
TELES, Gilberto Mendonça. A Plumagem dos nomes: Gilberto 50 anos de literatura /
Eliane Vasconcellos, org. Goiânia: Kelps, 2007. 812 p. ilus. p&b capa dura
sobrecapa N. 02 886
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1990. V94 p. 14x21 cm. Bibliografia de e sobre o autor. Capa: Joatan Souza da
Silva. ISBN 85-03-00331-7 N. 08 415
TELES, Gilberto Mendonça. Plural de nuvens. Porto, Portugal: Gota de água.
1984. 110 p. 14x20 cm. Contracapa com apresentação de Tristão de
Athayde, texto extraído do Jornal do Brasil, 22-6-78. N. 08 407
TELES, Gilberto Mendonça. Plurale di nuvole. Antologia poetica a cura di Giovanni
Ricciardi. Traduzione e note Carmen Pugliuca. Plural de nuvens. Antologia
poética. Napoli: Liguori, 2006. 25 p. 11X19 CM. ISBN 88-207-3934-8 N. 06 422
TELES, Gilberto Mendonça. Poemas reunidos. Prefácio de Emanuel de Moraes. Rio de
Janeiro, RJ: Livraria José Olympio Editora; Brasília, DF: Instituto Nacional do Livro –
INL, 1978. 307 p. cm. Frontispício: bico de pena de Amaury Menezes [retrato].
Capa: Eugênio Hirsch. N. 08 409
TELES, Gilberto Mendonça. Poemas reunidos. 2ª ed. Rio de Janeiro: Livraria José
Olympio Editora, 1979. 306 p. N. 02 721
TELES, Gilberto Mendonça. La Poesia brasileña en la actualidad. Montevideo: Editorial Letras, 1969. 131 p. N. 01 633
TELES, Gilberto Mendonça. Retórica do silêncio, I: teoria e prática do texto literário. Rio de Janeiro: José Olympio, 1989. 394 p N. 02 916
TELES, Gilberto Mendonça. Saciologia goiana. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira;
Brasília: Instituto Nacional do Livro – INL, 1982. 153 p. (Coleção Poesia Hoje, v. 53)
N. 08 397
TELES, Gilberto Mendonça. Saciologia goiana. 4ª ed. revista e aumentada. Goiânia:
AGEPEL, 2001. 193 p. (Col. José J. Veiga) N. 02 876
TELES, Gilberto Mendonça. Saciologia goiana. 7ª. edição. Goiânia: Kelps, 2013. 180 p.
ilus. (Coleção Anápolis em Prosa e Verso) ISBN 978-85-400-0773-4 n. 06 233
TELES, Gilberto Mendonça. No Santuário de Cora Coralina. 3 ed. Goiânia: Kelps, 2003. 112 p. N. 01 732
TELES, Gilberto Mendonça. Sonetos do Azul sem Tempo. Poemas escritos entre 1962 e 1964. Rio de Janeiro: Batel, 2021. 104 p. 14 x 21 cm. ISBN 978-65-87133-57-7
TELES, Gilberto Mendonça. Sortilégios da criação. Rio de Janeiro: Edições Galo Branco,
2005. 76 p. 14x21 cm. ISBN 85-86276-78-2 N. 06 451
TELES, Gilberto Mendonça. La Syntaxe invisible e L´Animal. Trad. Catherine Dumas et
Christine Choffey. Paris: Éditions Caractères, 2006. 120 p. N. 02 853
TELES, Gilberto Mendonça. Teologia de bolso. 2ª edição aumentada. Goiânia, Editoral
Kelps. Editora UCG, 2009. 142 p. N. 02 883
TELES, Gilberto Mendonça. O terra a terra da linguagem - seis livros de poesia. Rio de Janeiro, RJ: Editora Batel, 2017. 640 p. 15,5x23 cm. ilus. foto. Capa: Julio Lapene.
Inclui os livros: Saciologia goiana (1982), Plural de nuvens (1986), Cone de Sombras
(1995), Álibis (2000), Linear G (2010), Brumas do silêncio (2013), e sete poemas de
Improvisuais (2012) e alguma crítica sobre as obras e autor. N. 09 447
TELES, Gilberto Mendonça. Vanguarda européia e modernismo brasileiro. Apresentação crítica dos principais manifestos vanguardistas. 5a. ed. Petrópolis:
Vozes, 1978. 384 p. N. 01 325
TELES, Gilberto Mendonça. Vanguarda europeia & Modernismo brasileiro.
Apresentação e crítica dos principais manifestos vanguardistas, de 1857 a 1972.
19ª. ed. rev. e aumentada. Petrópolis, RJ: Editora Vozes,2009. 638 p.
TELES, Gillberto Mendonça; MÜELLER-BERGH, Klaus. Vanguardia latinoamericana.
Tomo I, México y América Central. Madrid: Iberoamericana, 2000. 359 p
15 x 22 cm. No. 10 054
TELES, Gillberto Mendonça; MÜELLER-BERGH, Klaus. Vanguardia latinoamericana. Tomo II, Caribe, Antillas Mayores y Menores. Madrid: Vervuert Iberoamericana, 2002. 285 p. ISBN 978-84-8489-044-9
TELES, Gilberto Mendonça; MÜLLER-BERGH, Klaus. Vanguardia latino-americana –
Historia, crítica y documentos. Tomo VI, Brasil. Madrid, España:
Iberoamericana; Frankfurt am Main: Vervuert, 2015. 321 p. N, 09 388
[ TELES, Gilberto Mendonça ] DENÓFRIO, Darcy França. O Redemoinho do lírico. Estudos
sobre a poesia de Gilberto Mendonça Teles. Petrópolis, RJ: Vozes, 2005. 369 p.
N. 02 919
[ TELES, Gilberto Mendonça ] DIAS, Valdeides Cabral de Araújo. O corpo erótico na
poesia de Gilberto Mendonça Teles. Rio de Janeiro: Edições Galo Branco, 2009.
108 p. 14x21 cm. ISBN 978-85-7749-058-5 N. 06 419
[ TELES, Gilberto Mendonça ] DIAS, Valdeides Cabral de Araújo. O retórico silêncio.
Natal, RN: EDUFRN, 2013. 132 p. 15x22 cm. ISBN 978-85-425-0065-3
Pesquisa acadêmica sobre a obra do poeta goiano. N. 06 379
[ TELES, Gilberto Mendonça ] FERNANDES, José. A linear do ponto G. Goiânia, GO:
Kelps, 2011. 44 p. Capa: Carlos Augusto Tavares. N. 02 880
[ TELES, Gilberto Mendonça ] FERNANDES, José. A Linear do Ponto G. Goiânia: Editoral
Kelps, 2001. 42 p. N. 02 880
[ TELES, Gilberto Mendonça ] FERNANDES, José. O Poeta da Linguagem. Rio de Janeiro: Presença, 1983. 157 p. R$ 9, N. 01 878
[ TELES, Gilberto Mendonça ] FERNANDES, José. O Selo do poeta. Rio de Janeiro: Edições
Galo Branco, 2005. 351 p. n. 08 382
[ TELES, Gilberto Mendonça ] GALLI, Ubirajara, org. ANTOLOGIA Prêmio Nacional de
Poesia Gilberto Mendonça Teles. Goiânia: PUC/GO; Kelps, 2012. 102 p. (Coleção
Goiânia em Prosa e Verso) ISBN 978-85-8106-274-7 Inclui os vencedores do
concurso. N. 06 418
[ TELES, Gilberto Mendonça ] Gilberto: 40 anos de poesia / Joaquim Francisco Coelho, et.
al. Rio de Janeiro: Galo Branco, 1999. 248 p. ilus. N. 02 015
[ TELES, Gilberto Mendonça ] Hommage à Gilberto Mendonça Teles. Poète, universitaire,
essayiste. Sarau póetico. Conférence par Eliane Vasconcellos. Lille, France: Centre
José Saramago, Centre de Langue Portugaise, 2008. s.p. 15x21 cm. Inclui discurso
de Olinda Kleiman e uma selação de poemas do homenageado em português e
traduções ao francês. Impressão digital, folheto grampeado, circulação restrita.
(EA) N. 06 424
[ TELES, Gilberto Mendonça ] NÚBILE, Marília. A Carnavalilização na Poesia. (Estudo
da poesia de Gilberto Mendonça Teles). NÚBILE, Marília. Goiânia: Universo,
1998. 140 p. N. 02 878
[ TELES, Gilberto Mendonça. ] RICCIARDI, Giovanni, org. Biografia e Criação literária.
Vol. 4: Entrevistas com escritores de Goiás. Org. José Fernandes. Goiânia:
Kelps, 2009. 542 p. c/CD N. 01 828
[ TELES, Gilberto Mendonça ] SOUZA, Rosemary Ferreira de. Poesia e crítica: Trilogia
poética de Gilberto Mendonça Teles. Goiânia, GO: Kelps, 2015. 217 p.
15x21 cm. N. 08 913
[ TELES, Gilberto Mendonça ] VI SEMANA POÉTICA: Gilberto Mendonça Teles.
Carlisle, PA: Dickinson College, s.d. s.p. 14x21 cm. Inclui uma selação de poemas
do homenageado em português e traduções ao inglês por William V. Rendom.
Impressão digital, exemplar grampeado, edição limitada. (EA) N. 06 425
[ TELES, Gilberto Mendonça. ] SISTEROLLI, Maria Luzia. Os álibis da Hora Aberta.
Intertextualidades. Rio de Janeiro: Edições Galo Branco, 2005. 224 p. (Coleção
“Ensaio”, v. 9) 14x21 cm. ISBN 85-86276-76-6 N. 06 241
[ TELES, Gilberto Mendonça ] TURCHI, Maria Zaira. Homengem - Gilberto Mendonça
Teles: 80 anos de vida e de poesia. Goiânia: Rede Goiana de Pesquisa em
Leitura e Ensino de Poesia; Rede Goiana de Pesquisa em Leitura: Imaginários
Sociais, Formação de Leitor e Cidadania; Cátedra UNESCO de Leitura da PUC-Rio,
2011. 12 p. 12,5x21 cm.. folheto grampeado, edição limitada, duante o
Seminário Internacional de Políticas e Práticas de Leitura; V Encontro Internacional
da Cátedra UNESCO de Leitura PUC-Rio, Goiânia, 13-16 setembro 2011. N. 06 426
[ TELES, Gilberto Mendonça. ] XAVIER, Therezinha Mucci, org. Fortuna crítica de
Saciologia goiana. Rio de Janeiro: Edições Galo Branco, 2011. 168 p. (Coleção
“Ensaio” volume 150 14x21 cm. ISBN 978-85-7749-110-0 n. 06 420
TELES, Gillberto Mendonça; MÜELLER-BERGH, Klaus. Vanguardia latinoamericana. Tomo I, México y América Central. Madrid: Iberoamericana, 2000. 359 p 15 x 22 cm
Dedicatória e autógrafo de GILBERTO MENDONÇA TELES:
VEJA e LEIA outros poetas de GOIÁS em nosso Portal:
http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/goias/goias.html
Página ampliada e republicada em outubro de 2020; Página ampliada e republicada em janeiro de 2021
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