Home
Sobre Antonio Miranda
Currículo Lattes
Grupo Renovación
Cuatro Tablas
Terra Brasilis
Em Destaque
Textos en Español
Xulio Formoso
Livro de Visitas
Colaboradores
Links Temáticos
Indique esta página
Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 

 

 

O VISUAL DA ESCRITA

 

Gilberto Mendonça Teles

 

 

Foi por intermédio da "letra", da escrita, que a poesia pôde ser pensada como literatura. E o curioso é que até hoje as universidades brasileiras não se interessam pelo estudo da escrita — o grafema (a forma física e visual da linguagem): o ensino no Brasil e as gramáticas privilegiam apenas o fonema, não percebendo as funções
do grafema.

Foi mais ou menos o que se passou entre os séculos VII e VI na Grécia antes de Cristo, quando a escrita alfabética estava sendo divulgada. Daí a frase histórica  de Simônides (556-468 a.C.), chegada até nós por intermédio de Plutarco, em De Gloria Atheniesium, III, 346 a. C.):

"A palavra é uma poesia silenciosa;
a poesia, uma pintura que fala",
que reperticurá no pensamento latino, no famoso "Ut pictura poesis",
de Horácio.
No contexto oralizante, a "imagem" era um procedimento mnomotécnico para se lembrar de versos a serem recitados, e também, uma forma de representar mais vivamente a linguagem do
aedo e do rapsodo. Era portanto fortemente repetida como "deixa", como "gancho" (como se diz hoje) para que o narrador não se perdesse. Ao falar, por exemplo, de Ulisses, os epítetos são sempre os mesmos; ao falar de madrugada, repete-se constantemente a bela imagem da Aurora de dedos rosados.
Com a escrita a imagem passou a ocupar o centro da criação poética, introduzindo vários sentidos e representando coisas difíceis de serem ditas de outra maneira. Ela introduz um segundo sentido, não literal, metafórico, simbólico, ou analógico. E possui o seu "lugar" no discurso, desliza entre o significante e o significado e atua no micro — e na macroestrutura, nas duas estruturas do poema ou da narrativa.

A poesia tradicional e a de vanguarda do século XX fizeram da imagem a força energética do poema, a ponto de recuperar com ela uma nova estética da visualidade. A imagem na poesia de vanguarda passou de construção verbal (hipotaxe), e chegou a experiências com a linguagem não-verbal, como no poema processo.
A radicalidade do poema processo ultrapassou as experimentações da poesia concreta no sentido de uma volta à origem, à anterioridade da escrita, ao agrafismo, ou seja, à pura oralidade. Logo que a escrita foi-se tornando comum, aí pelo século V (a.C.), o sentido dos significantes expandiu-se pela força imaginativa de alguns poetas, e passou também a incorporar uma porção maior de espaço, indo da imagem obtida pela simples linha de grafemas à configuração de uma imagem maior, ampliada para ser percebida na sua totalidade de objeto, desenhando-o para além dos significados das palavras que o formam, como que pintando-o com maior teor de realidade.
Esta é a filosofia do poema visual.

 

 

 

 


 

POESIA VISUAL – Link

 

 

 

Veja mais POESIA VISUAL de poetas mundiais em

 

http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_visual/poesia_visual.html

 

 

 

Página publicada em janeiro de 2021


 

 

 
 
 
Home Poetas de A a Z Indique este site Sobre A. Miranda Contato
counter create hit
Envie mensagem a webmaster@antoniomiranda.com.br sobre este site da Web.
Copyright © 2004 Antonio Miranda
 
Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Home Contato Página de música Click aqui para pesquisar