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CECÍLIA MEIRELES
Cecília Benevides de Carvalho Meireles (Rio de Janeiro, 7 de novembro de 1901 — Rio de Janeiro, 9 de novembro de 1964) foi uma poetisa, pintora, professora e jornalista brasileira. É considerada uma das vozes líricas mais importantes das literaturas de língua portuguesa. Veja também: TEXTS IN ENGLISH
Veja também: Poemas infantis de Cecília Meireles Veja também: Poemas infantis de Cecília Meireles 2
Veja também o ensaio: CECILIA MEIRELES E OS Poemas escritos na India por ANTONIO CARLOS SECCHIN
Veja também o ensaio: CECÍLIA MEIRELES: SÓ SOMBRA – por ANTONIO CARLOS SECCHIN
Vejam: MODERNISMO : TRADIÇÃO E RUPTURA, por IVAN JUNQUEIRA, ensaio extraordinário (!!!) publicado originariamente na revista POESIA SEMPRE, da Fundação Biblioteca Nacional, em 1993. IMPERDÍVEL. Inclui texto sobre o poeta CECÍLIA MEIRELES: http://www.antoniomiranda.com.br/ensaios/modernismo_tradicao_e_ruptura.html
Ver também: POESIA RELIGIOSA
Extraído de: LEVE COMO UM BEIJA-FLOR. São Paulo, SP: Laboratórios Wyeth-Whytehall Ltda, s.d. 64 p. 25,5X25 cm. Produzido por Segmento Farma. Fotos de beija-flores por Haroldo Palo Jr. Versos dos poetas Adélia Prado, Amadeu Amaral, Cecilia Meireles, Cora Coralina, Fernando Pessoa, Flavio Venturini Márcio Borges, Joyce Ana Terra, Judith Nunes Pires, Luis de Camões, Lupe Cotrim, Nelson Angelo, Nelson Motta Rubens Queiroz, Olga Savary, Therezinha Guerra Del Picchia e Vinicius de Moraes. “ Adélia Prado “ Ex. bibl. Antonio Miranda
MEIRELES, Cecília. Poesia completa. Volume 2. Apresentação de Alberto da Costa e Silva. Coordenação Editorial André Seffrin. São Paulo: Global Editora, 2017. 983 p. 14,5 x 22,5 cm. /Os dois volumes protegidos numa caixa de papelão. Ex. bibl. Antonio Miranda
PENSE PROSSIGA PARE A Flora Egídio Thomé
PENSE Prossiga Pare PARE PENSE Prossiga PENSE Pare PROSSIGA PENSE PENSE Pare Pare PENSE PROSSIGA Etc. 1960
Do mar ao céu azul para onde sobem
Do mar ao céu azul para onde sobem
Ó castelos de cavaleiros,
Setembro, 1962
De
SERENATA
Fechai os olhos, donzelas,
(...) CLARA
REINVENÇÃO
A vida só é possível reinventada.
Anda o sol pelas campinas e passeia a mão dourada pelas águas, pelas folhas... Ah! tudo bolhas que vêm de fundas piscinas de ilusionismo... — mais nada.
Mas a vida, a vida, a vida, a vida só é possível reinventada.
Vem a lua, vem, retira as algemas dos meus braços. Projeto-me por espaços cheios da tua Figura. Tudo mentira! Mentira da lua, na noite escura.
Não te encontro, não te alcanço... Só — no tempo equilibrada, desprendo-me do balanço que além do tempo me leva.
Só — na treva, fico: recebida e dada.
Porque a vida, a vida, a vida, a vida só é possível reinventada.
MOTIVO Eu canto porque o instante existe e a minha vida está completa. Não sou alegre nem sou triste: sou poeta.
Irmão das coisas fugidias, não sinto gozo nem tormento. Atravesso noites e dias no vento.
Se desmorono ou se edifico, se permaneço ou me desfaço - não sei, não sei. Não sei se fico ou passo.
Sei que canto. E a canção é tudo. Tem sangue eterno a asa ritmada. E um dia sei que estarei mudo: - mais nada.
RETRATO
Eu não tinha este rosto de hoje, assim calmo, assim triste, assim magro, nem estes olhos tão vazio, nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força, tão paradas e frias e mortas; eu não tinha este coração que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança, tão simples, tão certa, tão fácil: - Em que espelho ficou perdida a minha face?
LEVEZA
Leve é o pássaro: e a sua sombra voante, mais leve.
E a cascata aérea de sua garganta, mais leve.
E o que lembra, ouvindo-se deslizar seu canto, mais leve.
E o desejo rápido desse antigo instante, mais leve.
E a fuga invisível do amargo passante, mais leve.
CADA PALAVRA UMA FOLHA
Cada palavra uma folha no lugar certo.
Uma flor de vez em quando no ramo aberto.
Um pássaro parecia pousado e perto.
Mas não: que ia e vinha o verso pelo universo.
HUMILDADE Tanto que fazer! livros que não se lêem, cartas que não se escrevem, línguas que não se aprendem, amor que não se dá, tudo quanto se esquece.
Amigos entre adeuses, crianças chorando na tempestade, cidadãos assinando papéis, papéis, papéis... até o fim do mundo assinando papéis.
E os pássaros detrás de grades de chuva. E os mortos em redoma de cânfora.
(E uma canção tão bela!)
Tanto que fazer! E fizemos apenas isto. E nunca soubemos quem éramos, nem para quê.
SEGUNDO MOTIVO DA ROSA
A Mário de Andrade
Por mais que te celebre, não me escutas, embora em forma e nácar te assemelhes à concha soante, à musical orelha que grava o mar nas íntimas volutas.
Deponho-te em cristal, defronte a espelhos, sem eco de cisternas ou de grutas ... Ausências e cegueiras absolutas ofereces às vespas e às abelhas,
e a quem te adora, ó surda e silenciosa, e cega e bela e interminável rosa, que em tempo e aroma e verso te transmutas !
Sem terra nem estrelas brilhas, presa a meu sonho, insensível à beleza que és e não sabes, porque não me escutas . . .
VIGÍLIA
Como o companheiro é morto, todos juntos morreremos um pouco.
O valor de nossas lágrimas sobre quem perdeu a vida, não é nada.
Amá-lo, nesta tristeza, é suspiro numa selva imensa.
Por fidelidade reta ao companheiro perdido, que nos resta?
Deixar-nos morrer um pouco por aquele que hoje vemos todo morto.
O CAVALO MORTO
Vi a névoa da madrugada deslizar seus gestos de prata, mover densidade de opala naquele pórtico de sono.
Na fronteira havia um cavalo morto.
Grãos de cristal rolavam pelo Seu flanco nítido: e algum vento torcia-lhe as crinas, pequeno, leve arabesco, triste adorno
— e movia a cauda ao cavalo morto.
As estrelas ainda viviam e ainda não eram nascidas ai! as flores daquele dia ...
— mas era um canteiro o seu corpo:
um jardim de lírios, o cavalo morto.
Muitos viajantes contemplaram a fluida música, a orvalhada das grandes moscas de esmeralda chegando em rumoroso jorro.
Adernava triste, o cavalo morto.
E viam-se uns cavalos vivos, altos como esbeltos navios, galopando nos ares finos, com felizes perfis de sonho.
Branco e verde via-se o cavalo morto,
no campo enorme e sem recurso
- e devagar girava o mundo entre as suas pestanas, turvo orno em luas de espelho roxo.
Dava o sol nos dentes do cavalo morto.
Mas todos tinham muita pressa, e não sentiram como a terra procurava, de légua em légua, o ágil, o imenso, o etéreo sopro que faltava aquele arcabouço.
Tão pesado, o peito do cavalo morto!
METAL ROSICLER, 9
Falou-me o afinador de pianos, esse que mansamente escuta cada nota e olha para os bemóis e sustenidos ouvindo e vendo coisa mais remota. E estão livres de engano os seus ouvidos e suas mãos que em cada acorde acordam os sons felizes de viverem juntos.
"Meu interesse é de desinteresse: pois música e instrumento não confundo, que afinador apenas sou, do piano, a letra da linguagem desse mundo que me eleva a conviva sobre-humano. Oh! que Física nova nesse plano para outro ouvido, sobre outros assuntos...”
MEIRELES, Cecília. Viagem. Poesia 1929-1937. Lisboa: Editorial Imperio, 1939. 197 p. 12,5x19 cm “Cecília Meireles “ Ex. bibl. Antonio Miranda
CANTATA MATINAL Acordai, descuidadas, Acorrei, descuidosas, Veio a luz da alvorada Vão-se as nuvens da aurora, Ai, que berram as cabras, Ai, que meus olhos choram, Acorrei, descuidadas,
AUSÊNCIA
Por mais tarde que seja, Tão certa é a minha vida De esplendores ferida, que eu mesma não me veja,
De
De
Há mil rostos na terra: e agora não consigo recordar um sequer. Onde estás? inventei-te? Só vejo o que não vejo e que não sei se existe.
Esperamos assim. Por esperança, a espera vai-se tornando sonho afável; mas descubro no olhar que te procura uma névoa de orvalho.
Qualquer palavra que te diga é sem sentido. Eu estou sonhando, eu nada escuto, eu nada alcanço. Quem me vê não me vê, que estou fora do mundo.
Lá, constante presença em memória guardada, percebo a tua essência — e não sei nem teu nome. E à tentação de tantas máscaras felizes
se opõe meu leal, nítido sangue.
***
Eu sou essa pessoa a quem o vento chama, a que não se recusa a esse final convite, em máquinas de adeus, sem tentação de volta.
Todo horizonte é um vasto sopro de incerteza: Eu sou essa pessoa a quem o vento leva: já de horizontes libertada, mas sozinha.
Se a Beleza sonhada é maior que a vivente, dizei-me: não quereis ou não sabeis ser sonho? Eu sou essa pessoa a quem o vento rasga.
Pêlos mundos do vento, em meus cílios guardadas vão as medidas que separam os abraços. Eu sou essa pessoa a quem o vento ensina:
«Agora és livre, se ainda recordas».
MEIRELES, Cecília. Mar absoluto e outros poemas. Porto Alegre: Edição da Livraria do Globo, 1945. 249 p. 17x20 cm. Retrato (desenho) da autora por Aroad Azebes. Inclui os poemas de “Mar Absoluto” (p. 9-191), “Os Dias Felizes” (p. 195-222) e “Elegia” (227-238). Desenho da capa de M. H. Vieira da Silva, Letras de H. Sobotka. “Desta edição foram tirados centro e cinquenta exemplares fora de comércio, numerados de 1 a 150 e rubricados pela autora.” Col. A.M.
O TEMPO NO JARDIM
Nestes jardins — há vinte anos — andaram os nossos muitos passos, e aqueles que então éramos se contemplaram nestes lagos.
Se algum de nós avistasse o que seríamos com o tempo, todos nós choraríamos, de mútua pena e susto imenso.
E assim nos separámos, suspirando dias futuros, t nenhum se atrevia a desvelar seus próprios mundos.
E agora que separados vivemos o que foi vivido, com doce amor choramos quem fomos nesse tempo antigo.
3º MOTIVO DA ROSA
Antes do teu olhar, não era, nem será depois, — primavera. Pois vivemos do que perdura,.
não do que fomos. Desse acaso do que foi visto e amado: — o prazo do Criador na criatura...
Não sou eu, mas sim o perfume que em ti me conserva e resume o resto, que as horas consomem.
Mas não chores, que no meu dia, há mais sonho e sabedoria que nos vagos séculos do homem.
MEIRELES, Cecília. Canções por Cecília Meireles. Rio de Janeiro: Livros de Portugal, 1956. 112 p. (Poesia sempre) Ex. Biblioteca Nacional de Brasília, oriundo da coleção de Marly de Oliveira.
SE ESTIVE NO MUNDO
ou fora do mundo. . .? Mas que lhe respondo, se o Arcanjo pergunta, num tempo profundo ?
No mundo passava: porém muito longe. Por sonhos e amores me desintegrava.
O mundo não via : minha permanência foi, por toda parte, fantasmagoria.
Dava, mas não tinha. E, nessa abundância, nada me ficava : nem sei se fui minha.
Se estive no mundo ou fora do mundo ? — Assim me apresento, se o Arcanjo pergunta meu nome profundo.
POESIA RELIGIOSA>>>
FONTELES, Graça Roriz. Cecilia Meireles: lirismo e religiosidade. São Paulo: Scortecci, 2010. 205 cm. 16x23 cm. ISBN 978-85-85-366-1918-7 “Graça Roriz Fonteles” Ex. bibl. Antonio Miranda
Ao final do livro acima, a autora “desvenda os mistérios dessa relação de Cecília com o Sagrado e encontra a intertextualidade fecunda, riquíssima e cativante de perscrutar inúmeras passagens da poesia dos Salmos no contexto de seus poemas.” Veja um exemplo em relação ao “Poema da tristeza”: CECILIA MEIRELES. Uma homenagem. Julho 1989. Projeto gráfico: Victor Burton. Apresentação: Sebastião Lacerda; Walmir Ayala. . /Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1989. s.p. 17 x 28 cm. Edição especial. Ex. bibl. Antonio Miranda.
10 POEMAS EM MANUSCRITO. Organizador: João Condé Filho. Rio de Janeiro: Edições Condé, 1945. Folhas soltas, dobradas. 29x39 cm. Prefácio de Álvaro Lins. Capa de Santa Rosa. Inclui poemas manuscritos de Abgar Renault, Cecília Meireles, Murilo Mendes e Augusto Meyer ilustrados por Tomas Santa Rosa; poemas de Jorge de Lima, Mário de Andrade e Vinicius de Moraes ilustrados por Percy Deane; poemas de Augusto Frederico Schmidt, Carlos Drummond de Andrade e Manoel Bandeira ilustrados por Cândido Portinari. A clicheria foi executada por Latt & Cia Ltda e a impressão esteve a cargo do mestre João Luis dos Santos, nas oficinas gráficas dos Irmãos Pongetti. “Desta edição foram tirados 15 exemplares F.C., numerados de I a XV e destinados ao prefaciador, aos poetas e aos ilustradores e 150 exemplares numerados de 1 a 150, compostos em papel Goatskin Parchment e com a rubrica do organizador. Exemplar n. 132. Col. bibl. Antonio Miranda.
Poema de Cecília Meireles, ilustrado por Santa Rosa.
PRANTO NO MAR
Eu sempre te disse que era grande o oceano Não, tu não devias ter ido. Eu sempre te disse que os olhos de morto Não, tu não devia ter ido. Teço velas negras para a barca nova, Não,, tu não devias ter ido.
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Poema extraído de DF LETRAS. A REVISTA CULTURAL DE BRASÍLIA. Câmara Legislativa do Distrito Federal. Ano V. No. 59/62.
A maioria dos biógrafos da poetisa brasileira Cecília Meireles lembra o fato de que no verão de 1940 ela deu cursos sobre a cultura brasileira na Universidade do Texas, em Austin. Ela, portanto, ajudou também na implantação do programa de língua portuguesa e literatura luso-brasileira da Universidade.
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TEXTOS EN ESPAÑOL REINVENCIÓN
La vida sólo es posible reinventada.
Anda el sol por las campiñas, pasa la mano dorada por las aguas, por las hojas... ¡Ah! todo pompas que vienen de hondas piscinas de ilusionismo... — sin nada.
Pero la vida, la vida, la vida sólo es posible reinventada.
Viene la luna y retira las cadenas de mis brazos. Me proyecto a unos espacios llenados de tu Figura. ¡Todo mentira! Mentira de la luna, en noche oscura.
No te alcanzo, no te encuentro... En el tiempo equilibrada, del columpio me desprendo que afuera del tiempo lleva.
Sola — en nieblas, quedo: recibida y dada.
Porque la vida, la vida, la vida sólo es posible reinventada. MOTIVO Traducción de Patricia Tejeda
Canto porque el instante existe y mi vida está completa. No soy alegre ni soy triste: soy poeta.
Hermano de las cosas fugitivas, no siento gozo ni tormento. Atravieso noches y dias en el viento.
Si desmorono o si edifico, si permanezco o me deshago - no sé, no sé. No sé si es que me afirmo o paso.
Sé que canto. Y la canción es todo. Tiene sangre eterna la ala ritmada. y un dia sé que estaré mudo: - ?más?, nada.
RETRATO Traducción de Patricia Tejeda
No tênia este rostro de hoy, así calmo, así triste, así magro, ni estos ojos tan vacíos, ni el lábio amargo.
No tenía estas manos sin fuerza, tan inertes y frias, y muertas; no tenía este corazón que ni se muestra.
No percibí esta mudanza, tan simple, tan cierta, tan fácil: - ?En qué espejo mi rostro perdido se deshace?
LEVEDAD Traducción de Patricia Tejeda
Leve es el pájaro: y su sombra volante, más leve.
Y la cascada aérea, de su garganta, más leve.
Y lo que recuerda, oyéndose deslizar su canto, más leve.
Y el deseo rápido de este antiguo instante, más leve.
Y la fuga invisible del amargo pasante, más leve.
CADA PALABRA UNA HOJA Traducción de Patricia Tejeda
Cada palabra uma hoja en el lugar perfecto.
Una flor de vez en cuando en el ramaje abierto.
Un pájaro que parecia posado y cierto.
Mas, no: que iba y venía el verso por el universo.
HUMILDAD Traducción de Patricia Tejeda
!Tanto que hacer! libros que no se leen, cartas que no se escriben, lenguas que no se aprenden, amor que no se da, todo cuanto se olvida.
Amigos entre adioses, niños llorando en la tempestad, ciudadanos firmando papeles, papeles, papeles...
Y los pájaros detrás de rejas y lluvias, y los muertos em redomas de alcanfor.
(!Y una canción tan bella!)
!Tanto que hacer! E hicimos apenas esto. Y nunca supimos quiénes éramos ni para qué.
Las traducciones de Patricia Tejeda han sido extraídas de la obra GABRIELA MISTRAL & CECÍLIA MEIRELES/ GABRIELA MISTRAL Y CECÍLIA MEIRELES. Edição conjunta da Academia Chilena de la Lengua y Academia Brasileira de Letras, em 2003. Una bella edición bilíngüe de textos de las grandes poetas de Sudamerica, fuera de mercado pero disponible en muchas bibliotecas de los dos países.
De: POETAS AMERICANAS. Selección de Reybaldo Jiménez. Buenos Aires: Editorial Leviatan, 1998. 142 p. Poetas internacionais, incluindo a brasileira Cecília Meireles.
De
EPIGRAMA N.° 1
Posa sobre esos espectáculos infatigables una sonora o silenciosa canción: flor del espíritu, desinteresada y efímera.
Por ella, los hombres te conocerán, por ella, los tiempos versátiles sabrán que — aunque inútilmente — el mundo más bello quedó cuando anduvo por él tu corazón.
EPIGRAMA. N.° 3
Mutilados jardines y primaveras abolidas abrieron sus milagrosos ramos en el cristal en que se posa mi mano,
(¡Prodigioso perfume!
Recompusiéronse tiempos, formas, colores, vidas.
¡Ah, mundo vegetal, nosotros, humanos, lloramos
CANCIÓN EXCÉNTRICA
Ando en procura de espacio para dibujar la vida. En números me embarazo, pierdo siempre la medida. Si pienso encontrar salida, en vez de abrir un compás, arrojóme en un abrazo, en despedida tenaz,
Si vuelvo sobre mi paso,' todo lejos y fugaz.
Y mi corazón de acero, ya sintiendo ya el cansancio de esta búsqueda de espacio para dibujar la vida.
Hoy, exhausta y descreída, no me animo a un breve trazo: — saudosa de lo que no hago, — de lo que hago, arrepentida.
VITUREIRA, Cipriano S. Manuel Bandeira, Cecília Meireles, Carlos Drummond de Andrade - Tres edades en la Poesía Brasileña actual. Estudio y antología. Dibujos de Adolfo Pastor. Montevideo: Ediciones A.C.E.B.U. , 1952. Exemplar n. 16, assinada pelo Autor, de uma tiragem especial de 60 exs. Ex. bibl. Antonio Miranda
EPIGRAMA No. 4
El llanto se acerca a los ojos Mas bajan del cielo las órdenes
TIMIDEZ
Bástame un pequeno gesto — pero ese yo no lo haré. Una palabra caída — palabra que no diré. Para que tú me adivinhes — que amargamente inventé. Y em tanto no me descubres, — y un día me acabar é.
(De “Viaje” 1939)
INTERLUDIO
Las palabras están muy dichas No me digas que hay futuro Deja el presente. No hables, En aguas de eternamente Quedo a tu lado.
(De “Vaga música” 1942)
SAMPAIO, Adovaldo Fernandes. Voces femininas de la poesía brasileña. Ensayo antológico. Selección, traducción y notas de Adovaldo Fernandes Sampaio. Prólogo de Jeanine Varenne. Introducción de Peregrino Júnior. Goiânia, GO: Oriente, 1979. 143 p.
Estrella fría de tu mano. Tenue cristal, exigua flor. ¡Ay! Nieva amor. Luna desierta de tu mirar. ¡Puro, glacial fuego sin color! ¡Ay! Nieva amor. Inmenso invierno de corazón. Hielo sin fin deslizándose... Yo cantaba en la soledad: ¿Tu frío viene del cielo, de mí, de ti, de quién? ¿Ya no hay sol, verano, calor? ¡Ay! Nieva amor.
CONTEMPLACIÓN
No acuso. Ni perdono. Nada sé. Nada. Contemplo. Cuando los hombres aparecieron, yo no estaba presente. Yo no estaba presente, cuando la Tierra se desprendió del Sol. Yo no estaba presente, cuando el Sol apareció en el cielo. Y, antes de haber el cielo. YO NO ESTABA PRESENTE. ¿ Cómo he de acusar o perdonar? Nada sé Contemplo. Parece que a veces me hablan. Mas también no estoy segura. ¿Quién desea oírme, em estos parajes donde todos somos extranjeros? No acuso ni perdono.
Árbol de la noche Extendí mis brazos El resto era sueño La memoria en llanto Y de ojos cerrados Oh noche azul, árbol...
CANCIÓN
Eras un rostro Serás un día Eras um poema Serás silencio, De eso es que sufre
De Retrato Natural, 1949)
CANCIÓN
Nunca te hubiera querido El sentido está guardado Nunca nadie vio a ninguno
EPITAFIO DE LA NAVEGADORA
A Gastón Figueira
Si te preguntaron quién era Y que sus ojos fue esparciendo Quedaría también perdida; Ésa que sufrió de belleza en su faz toda iluminada, MULHERES DA LITERATURA QUE INSPIRAM OUTRAS MULHERES Biblioteca Demonstrativa de Brasília – BDB. Brasília: 202? - Inclui: CECÍLIA MEIRELES, FLORBELA ESPANCA, ENHDUANNA, FRIDA KAHLO, CAROLINA MARIA DE JESUS, CORA CORALINA, JULIA LOPES DE ALMEIRA, MARIA FIRMINA DOS REIS, SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN. 011 folhas soltas, em cores.
Atualizada e republicada em março de 2017; ampliada em agosto de 2019.
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