|   JORGE LUIS BORGES 
        JORGE LUIS BORGES (1899-1986) - Argentino, um dos mais  prestigiosos escritores da América hispânica. Antes conhecido por suas  ficções do que pela poesia, embora se incluam neste gênero seus primeiros  livros: Fervor de Buenos Aires, Luna de Enfrente, Cuaderno San Martín. O poema  traduzido pertence a El Otro, el Mismo. Veja a seguir um ensaio de Elga Pérez-Laborde:EL SUEÑO COMO LENGUAJE EN LA   POÉTICA DE BORGES
 Vea también:  DOS  POEMAS DE JORGE LUIS BORGES Y FOTOS  DE ENRIQUE HERNÁNDEZ D´JESUS   VEA TAMBIÉM: POESÍA ANARQUISTA de BORGES BORGES TRADUZIDO POR AUGUSTO DE CAMPOS  Resenha de Antonio Miranda  / Veja mais>>> Ver también:    JORGE LUIS BORGES – POESIA ULTRAISTA /  ULTRAISMO/ - Ensaios Ver também: BORGES E GONÇALVES DIAS – por M. Paulo Nunes – ENSAIOS TEXTO EN ESPAÑOL e TEXTO EM PORTUGUÊS                         HAIKAI  / HAICAI / HAIKU   ¿Es  um imperioesa luz que se apaga
 o uma luciérnaga?
 Era um império
 aquela luz que se apaga
 ou um vagalume.
 
 (Trad. Amálio Pinheiro)
   
 Y fue por este río de sueñera y de barro
 que las proas vinieon a fundarme una patria?
 Irían a los tumbos los barquitos pintados
 entre los camalotes de la corriente zaina.
 
 Pensando bien la cosa,  supondremos que el río
 era azulejo entonces como oriundo del cielo
 con su estrellitaroja para marcar el sitio
 en que ayunó Juan Díaz y los indios comieron.
 
 Lo cierto es que mil hombres y otros mil arribaron
 por un mar que tenía cinco lunas de anchura
 y aún estaba poblado de sirenas y endriagos
 y de pedras imanes que enloquecen la brújula.
 
 Prendieron unos ranchos trémulos en la costa,
 durmieron extrañados. Dicen que en el Riachuelo,
 pero son embelecos fraguados en la Boca.
 Fue una manzana entera y en bi barrio: en Palermo.
 
 Una manzana entera pero en mità del campo
 expuesta a las auroras y lluvias y suestadas.
 La manzana pareja que persiste en mi barrio:
 Guatemala, Serrano, Paraguay y Gurruchaga.
 
 Un almacén rosado como revés de naipe
 brilló y en la trastienda conversaron un truco;
 el almacén rosado floreció en un compadre,
 ya patrón de la esquina, ya resentido y duro.
 
 El primer organito salvaba el horizonte
 con su achacoso porte, su habanera y su gringo.
 El corralón seguro ya opinaba YRIGOYEN,
 algún piano mandaba tangos de Saborido.
 
 Una cigarrería sahumó como una rosa
 el desierto. La tarde se había ahondado en ayeres,
 los hombres compartieron un pasado ilusorio.
 Sólo faltó una cosa: la vereda de enfrente.
 
 a mí se me hace cuento que empezó Buenos Aires:
 la juzgo tan eterna como el agua y como el aire.
    Tradução  de José Jeronymo Rivera
 
 
 E foi por este rio de soneira e de barro
 que as proas arribaram para fundar-me a pátria?
 Iriam aos vaivéns os barquinhos pintados
 por entre os aguapés da correnteza arisca.
 
 Pensando bem a coisa, vamos supor que o rio
 era azulado então como oriundo do céu
 com sua estrelinha rubra para marcar o sítio
 em que jejuou Juan Díaz e os índios comeram.
 
 O certo é que mil homens e outros mil arribaram
 por um mar que de largo tinha umas cinco luas
 ainda de sereias e endríagos povoado
 e pedras imantadas que enlouquecem a bússola.
 
 Fincaram alguns ranchos trêmulos pela costa,
 dormiram assustados. Dizem que no Riachuelo,
 mas estes são embustes que forjaram na Boca.
 Um quarteirão inteiro e em meu bairro: Palermo.
 
 Um quarteirão inteiro mas no meio do campo
 exposto às alvoradas e chuvas e suestadas.
 A quadra similar que persiste em meu bairro:
 Guatemala, Serrano, Paraguay e Gurruchaga.
 
 Um armazém rosado como as costas de um naipe
 brilhou e lá no fundo conversaram um truco;
 o armazém cor-de-rosa floresceu num compadre,
 dono da esquina agora, e ressentido e duro.
 
 Já o primeiro realejo salvava os horizontes
 com seu porte queixoso, sua habanera e seu gringo.
 Por certo o barracão já ostentava YRIGOYEN,
 algum piano mandava tangos de Saborido.
 
 Uma tabacaria incensou como rosa
 o deserto. Já a tarde desmoronara em ontens,
 e os homens compartiram um passado ilusório.
 Só faltou uma coisa: o passeio defronte.
 
 Para mim só na lenda começou Buenos Aires:
 entendo-a tão eterna como a água e como o ar.
 
 
 
 
 ¿En qué reino, en qué siglo, bajo qué silenciosa
 Conjunción de los astros, en qué secreto día
 Que el mármol no ha salvado, surgió la valerosa
 Y singular idea de inventar la alegría?
 Con otoños de oro la inventaron. El vino
 Fluye rojo a lo largo de las generaciones
 Como el río del tiempo y en el arduo camino
 Nos prodiga su música, su fuego y sus leones.
 En la noche del júbilo o en la jornada adversa
 Exalta la alegría o mitiga el espanto
 Y el ditirambo nuevo que este día le canto
 Otrora lo cantaron el árabe y el persa.
 Vino, enséñame el arte de ver mi propia historia
 Como si ésta ya fuera ceniza en la memoria.
 
 SONETO DO VINHOTradução de Anderson Braga Horta
 
 Em que reino, em que tempo e sob que silenciosa
 Conjunção planetária, em que secreto dia
 Que o mármor não guardou, surgiu a generosa
 E única inspiração de inventar a alegria?
 
 Ah! com outonos de ouro a inventaram. O vinho
 Vermelho e ardente flui banhando as gerações
 Como o rio do tempo, e em seu árduo caminho
 Seu cântico nos doa, e seu fogo e seus leões.
 
 Na jubilosa noite e na jornada adversa
 Ele exalta a alegria ou suaviza o espanto.
 E o ditirambo que hoje, efusivo, lhe canto
 
 Disse-o o árabe uma vez, cantou-o outrora o persa.
 Vinho, ensina-me a ver a minha própria história
 Como se fora já cinza e pó na memória.
 
 (2.ª versão)
 
 Em que reino, em que século, sob que silenciosa
 Conjunção astrológica, em que secreto dia
 Que não salvou o mármore, surgiu a valorosa
 E singular idéia de inventar a alegria?
 
 Foi com outonos de ouro que a inventaram. O vinho
 Vai fluindo vermelho, banhando as gerações
 Como o rio do tempo, e em seu árduo caminho
 Dá-nos a sua música, o seu fogo e os seus leões.
 
 Quer na noite do júbilo, quer na jornada adversa,
 Ele exalta a alegria ou suaviza o espanto
 E o ditirambo novo que este dia lhe canto
 
 Igualmente o cantaram outrora o árabe e o persa.
 Ó vinho, ensina-me a arte de ver a própria história
 Como se esta já fosse em cinzas na memória.
     LA LLUVIA   Bruscamente la tarde se ha aclarado porque ya cae la lluvia minuciosa.  Cae o cayó. La lluvia es una cosa que sin duda sucede en el pasado.   Quien la oye caer ha recobrado el tiempo en que la suerte venturosa le reveló una flor llamada rosa y el curioso color del colorado.   Esta lluvia que ciega los cristales alegrará en perdidos arrabales las negras uvas de una parra en cierto   patio que ya no existe. La mojada tarde me trae la voz, la voz deseada, de mi padre que vuelve y que no ha muerto.     A CHUVA   Tradução: Renato Suttana     A tarde bruscamente se aclarou, porque já cai a chuva minuciosa. Cai e caiu. A chuva é só uma coisa que o passado por certo freqüentou.   Quem a escuta cair já recobrou o tempo em que a fortuna venturosa uma flor lhe mostrou chamada rosa e a cor bizarra do que cor tomou.   Esta chuva que treme sobre os vidros alegrará nuns arrabaldes idos as negras uvas de uma parra em horto   que não existe mais. A umedecida tarde me traz a voz, a voz querida de meu pai que retorna e não é morto.                                          (Extraído  do JIRAU DIVERSO, blog de Enzo Carlo Barroco)   POEMA DE LOS DONES   Nadie  rebaje a lágrima o reproche esta declaración de la maestría
 de Dios, que con magnífica ironía
 me dio a la vez los libros y la noche.
   De esta  ciudad de libros hizo dueños a unos ojos sin luz, que sólo pueden
 leer en las bibliotecas de los sueños
 los insensatos párrafos que ceden
   las albas  a su afán. En vano el día les prodiga sus libros infinitos,
 arduos como los arduos manuscritos
 que perecieron en Alejandría.
   De hambre  y de sed (narra una historia griega) muere un rey entre fuentes y jardines;
 yo fatigo sin rumbo los confines
 de esta alta y honda biblioteca ciega.
   Enciclopedias,  atlas, el Oriente y el Occidente, siglos, dinastías,
 símbolos, cosmos y cosmogonías
 brindan los muros, pero inútilmente.
   Lento en  mi sombra, la penumbra hueca exploro con el báculo indeciso,
 yo, que me figuraba el Paraíso
 bajo la especie de una biblioteca.
   Algo, que  ciertamente no se nombra con la palabra azar, rige estas cosas;
 otro ya recibió en otras borrosas
 tardes los muchos libros y la sombra.
   Al errar  por las lentas galerías suelo sentir con vago horror sagrado
 que soy el otro, el muerto, que habrá dado
 los mismos pasos en los mismos días.
   ¿Cuál de  los dos escribe este poema de un yo plural y de una sola sombra?
 ¿Qué importa la palabra que me nombra
 si es indiviso y uno el anatema?
   Groussac o  Borges, miro este querido mundo que se deforma y que se apaga
 en una pálida ceniza vaga
 que se parece al sueño y al olvido.
 
   POEMA DOS DONS             Tradução de Salomão Sousa    Ninguém  derrame a lágrima ou não acoite  esta  declaração da sábia mestria  de Deus, que  com magnífica ironia,  de uma só  vez me deu os livros e a noite.    Deu posse a  esta cidade de livros  a olhos  deixados sem luz, que só podem,  nas  bibliotecas dos sonhos, ler crivos  de  insensatos parágrafos que cedem     as poucas  alvoradas. Em vão o dia  prodigaliza  livros infinitos,  árduos como  os árduos manuscritos  que  pereceram junto a Alexandria.     De fome e de  sede (na história grega)  falece um  rei entre fontes e jardins;  me fatiga e  deixa sem rumo os confins  desta alta e  funda biblioteca cega.     Enciclopédias,  atlas, o Oriente  e o  Ocidente, séculos, dinastias  e símbolos,  cosmos e cosmogonias  brindam os  muros, mas inutilmente.     Lento em  minha sombra, a penumbra seca  exploro com  o báculo indeciso,  eu, que  imaginava ser o Paraíso  certa  espécie de eterna biblioteca.     Algo, que  rege estas coisas, alfombra  da palavra  azar a deixar caladas  relíquias  que outro recebeu em nevoadas  tardes de  muitos livros e de sombra.     Ao circular  errante nas galerias  às vezes  sinto com horror sagrado  que sou o  outro, o morto, que teria dado  passos  iguais sempre nos mesmos dias.     Quem insiste  em escrever este poema  a partir de  uma sombra e de um eu plural?  Que importa  a palavra que me dá aval  se sempre  foi pálido e uno o anátema?     Groussac ou  Borges, vejo sem tormento  o mundo que  se deforma e se apaga  entre uma  indiviza cinza vaga  que se  parece ao sonho e ao esquecimento.     ==============================           Traduções  de Josely Vianna Baptista     campos aterdecidos
 El poniente de pie  como un Arcángel
 tiranizo el camino.
 La soledad poblada como un sueño
 se ha remansado alrededor del pueblo.
 Los cencerros recogen la triteza
 dispersa de la tarde.  La luna nueva
 es una vocecita desde el cielo.
 Según va anocheciendo
 vuelve a ser campo el pueblo.
 
 El poniente que no se cicatriza
 aún le duele a la tarde.
 Los trêmulos colores se gurecen
 en las entrañas de las cosas.
 En el dormitorio vacío
 la noche cerrará los espejos.
 
 
 campos entardecidos
 
 O poente em pé como um Arcanjo
 tiranizou o caminho.
 A solidão povoada como um  sonho
 remanseou-se ao redor do  vilarejo.
 Os cincerros recolhem a  tristeza
 dispersa dessa tarde.  A lua nova
 é um fio de voz que vem do  céu.
 Conforme vai anoitecendo
 volta a ser campo o  vilarejo.
 
 O poente que não cicatriza
 ainda fere a tarde.
 As cores trêmulas se  acolhem
 nas entranhas das coisas.
 No aposento vazio
 a noite fechará os  espelhos.
     el sur
 Desde uno de tus patios haber mirado
 las antiguas estrellas
 desde el banco de sombra haber mirado
 esas luces dispersas,
 que mi ignorancia no ha aprendido a nombrar
 ni a ordenar en constelaciones,
 haber sentido el círuclo del agua
 em el secreto aljibe,
 el olor del jazmín y la madreselva,
 el silencio del pájaro dormido,
 el arco del zaguán, la humedad
 — esas cosas, acaso, son el poema.
     
        o sul
 De um de teus pátios ter olhado
 as antigas estrelas,
 de um banco na sombra ter olhado
 essas luzes dispersas,
 que minha ignorância não aprendeu a nomear
 nem a ordenar em constelações,
 ter sentido o círculo da água
 no secreto poço,
 o aroma de jasmim e madressilva,
 o silêncio do pássaro que dorme,
 o arco do saguão, a umidade
 — essas coisas, são o poema.
   Sala vacía
 Los muebles de  caoba perpetúan
 entre la indecisión del brocado
 su tertúlia de siempre.
 Los daguerrotipos
 mienten su falsa cercania
 de tiempo detenido en un espejo
 y ante nuestro examen se pierden
 como fechas inútiles
 de borrosos aniversarios.
 Desde hace largo tiempo
 sus angustiadas voces nos buscan
 y ahora apenas están
 en las mañanas iniciales de nuestra infancia.
 La luz del día de hoy
 exalta los cristales de la ventana
 desde la calle de clamor y de vértigo
 y arrincona y apaga la voz lacia
 de los antepasados.
 
 
 sala vazia
 
 
                      A mobília de mogno perpetuaentre a indecisão do  brocado
 sua tertúlia de sempre.
 Os daguerreótipos
 mentem sua falsa proximidade
 de tempo detido em um  espelho
 e se perdem perante nosso  exame
 como datas inúteis
 de esmaecidos  aniversários.
 Há muito tempo
 suas vozes aflitas nos  procuram
 e agora existem apenas
 nas primeiras manhãs de  nossa infância.
 A luz  do dia de hoje
 exalta os vidros da janela
 ao vir da rua de clamor e  vertigem
 e confina e apaga a tênue  voz
 dos antepassados.
   Extraídos da obra BORGES,  Jorge Luis.PRIMEIRA POESIA. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.        =========================================   De OS  CONJURADOSTradução de Pepe Escobar
 Editora Três, 1985.
 Separata de STATUS
     CRISTO NA CRUZ   Cristo na cruz. Os pés tocam a terra. As três vigas são de igual altura. Cristo não está no meio. Ê o terceiro. A negra barba pende sobre o peito. O rosto não é o rosto das lâminas. È áspero e judeu. Não o vejoe o seguirei buscando até o dia
 último de meus passos pela terra. O homem violado sofre e cala. A coroa de espinhos o lastima. Não o alcança o escárnio da plebe que viu sua agonia tantas vezes. A sua ou a de outro. Dá no mesmo. Cristo na cruz. Desordenadamente pensa no reino que talvez o espera, pensa em uma mulher que não foi sua. Não lhe é dado ver a teologia, a indecifrável Trindade, os gnósticos, as catedrais, a navalha de Occam, a púrpura, a mitra, a liturgia, a conversão de Guthrum pela espada, a Inquisição, o "sangue dos mártires, as atrozes Cruzadas, Joana D'Arc, o Vaticano que bendiz exércitos. Sabe que não é um deus e que é um homem que morre com o dia. Não lhe importa. Lhe importa o duro ferro dos cravos. Não é um romano. Não é um grego. Geme. Nos deixou esplêndidas metáforas e uma doutrina do perdão que pode anular o passado. (Essa sentença foi escrita por um irlandês em um cárcere.) A alma busca o fim, com urgência. Escureceu um pouco. Já morreu. Anda uma mosca pela carne quieta. Que pode me servir que aquele homem tenha sofrido, se eu sofro agora?                                                       Kyoto, 1984   SÃO OS RIOS   Somos o tempo. Somos a famosa  parábola de Heráclito o Obscuro.  Somos a água, não o diamante duro,  a que se perde, não a que repousa.  Somos o rio e somos aquele grego  que se olha no rio. Seu semblante  muda na água do espelho mutante,  no cristal que muda como o fogo.  Somos o vão rio prefixado,  rumo a seu mar. Pela sombra cercado.  Tudo nos disse adeus, tudo nos deixa.  A memória não cunha sua moeda.  E no entanto há algo que se queda  e no entanto há algo que se queixa.     ==============   CRISTO EN LA CRUZ   Cristo  en la cruz. Los pies tocan la tierra.  Los três  maderos son de igual altura.  Cristo  no está en el médio. Es el tercero.  •La  negra barba pende sobre el pecho.  El  rostro no es el rostro de las láminas.  Es  áspero y judio. No lo veo  y  seguiré buscándolo hasta el dia  último  de mis pasos por la tierra.  El  hombre quebrantado sufre y calla.  La  corona de espinas lo lastima.  No lo  alcanza la befa de la plebe  que ha  visto su agonia tantas veces.  La suya  o la de otro. Da lo mismo.  Cristo  en la cruz. Desordenadamente  piensa  em el reino que tal vez lo espera,  piensa  en una mujer que no fue suya.  No le  está dado ver la teología,  la  indescifrable Trinidad, los gnósticos,  las  catedrales, la navaja de Occam,  la  púrpura. La mitra. La liturgia,  la  conversión de Guthrum por la espada,  la  Inquisición, la sangre de los mártires,  las  atroces Cruzadas, Juana de Arco,  el  Vaticano que bendice ejércitos.  Sabe que  no es un dios y que es un hombre  que  muere con el dia. No le importa.  Le  importa el duro hierro de los clavos.  No es un  romano. No es un griego. Gime.  Nos ha  dejado espléndidas metáforas  y una  doctrina del perdón que puede anular el pasado. (Esa sentencia la escribió un irlandes en una cárcel). El alma busca el fin, apresurada. Ha escurecido un poco. Ya se ha muerto. Anda una mosca por Ia carne quieta. De qué puede servirme que aquel  hombre haya sufrido, sy yo sufro ahora?                                                      Kyoto, 1984.   SON LOS RÍOS   Somos el  tiempo. Somos la famosa parábola  de Heráclito el Oscuro. Somos el  agua, no el diamante duro, la que  se pierde, no la que reposa. Somos el  río y somos aquel griego que se  mira en el río. Su reflejo cambia  en el agua dei cambiante espejo, en el  cristal que cambia como el fuego. Somos el  vano rio prefijado, rumbo a  su mar. La sombra lo ha cercado. Todo nos  dijo adiós, todo se aleja. La  memória no acuna su moneda. Y sin  embargo hay algo que se queda y sin  embargo hay algo que se queja.  =======================================   
     BORGES, Jorge  Luís.   Elogio da sombra. Poemas. Tradução Carlos Nejar e Alfredo Jacques.  Perfis:  um ensaio autobiográfico. Tradução Maria da Glória Bordini.   2ª.  edição.Porto Alegre, RS: Editora Globo, 1977.124 p.  14x21 cm.   (Coleção Sagitário)  Exemplar da  Biblioteca Nacional de Brasília.       O  LABIRINTO   Zeus não poderia desatar as redesde pedra que me cercam. Esqueci
 os homens que antes fui; sigo o odiado
 caminho de monótonas paredes
 que é o meu destino. Retas galerias
 que se curvam em círculos secretos
 ao cabo dos anos. Parapeitos
 que gretou a usura dos dias.
 No pálido pó decifrei
 rastros que temo. O ar me trouxe
 nas côncavas tardes um bramido
 ou o eco de um bramido desolado.
 Sei que na sombra há Outro, cuja sorte
 é fatigar as longas solidões
 que tecem e desfiam este Hades
 e ansiar meu sangue e devorar minha morte.
 Buscamo-nos os dois. Oxalá fosse
 este o último dia da espera.
   LABIRINTO
   Não haverá nunca uma porta. Estás  dentroE o alcácer abarca o universo
 E não tem uma anverso nem reverso
 Nem externo muro nem secreto centro.
 Não esperes que o rigor de teu caminho
 Que teimosamente se bifurca em outro,
 Que obstinadamente se bifurca em outro,
 Tenha fim. É de ferro teu destino
 
 Como teu juiz. Não aguardes a investida
 Do touro que é um homem e cuja estranha
 Forma plural dá horror à maranha
 De interminável pedra entretecida.
 Não existe. Nada esperes. Nem sequer
 No negro crepúsculo a fera.
 
   3 fotos de Borges hechas por el poeta y fotógrafo venezolano ENRIQUE HERNÁNDEZ D´JESÚS que nos brindó con esta imágenes exclusivas del autor de Aleph.
     Um poema de Borges, traduzido por Augusto de Campos,  no livro QUASE BORGES - 20 Transpoemas e uma entrevista, do selo Musa Rara/Terracota. A edição é  bilíngue. Fonte: 
 
   POEMA DOS DONS
 
 Ninguém rebaixe a lágrima ou censura
 Esta declaração da maestria
 De Deus, que com magnífica ironia
 Me deu mil livros e uma noite escura.
 
 Desta terra de livros fez senhores
 A olhos sem luz, que apenas se concedem
 Sonhar com bibliotecas e com cores
 De insensatos parágrafos que cedem
 
 As manhãs ao seu fim. Em vão o dia
 Lhes oferta seus livros infinitos,
 Árduos como esses árduos manuscritos
 Que pereceram em Alexandria.
 
 De fome e sede (narra a história grega)
 Morre um rei entre fontes e jardins;
 Eu erro sem cessar pelos confins
 Dessa alta e funda biblioteca cega.
 
 Enciclopédias, atlas, o Oriente
 E o Ocidente, eras, dinastias,
 Símbolos, cosmos e cosmogonias
 Brindam os muros, mas inutilmente.
 
 Lento nas sombras, a penumbra e o nada
 Exploro com o báculo indeciso,
 Eu, que me figurava o Paraíso
 Como uma biblioteca refinada.
 
 Algo, que nomear ninguém se atreva
 Com a palavra acaso, arma os eventos;
 Outro já recebeu noutros cinzentos
 Ocasos os mil livros e esta treva.
 
 Ao errar pelas lentas galerias
 Chego a sentir com vago horror sagrado
 Que sou o outro, o morto, tendo dado
 Os mesmos passos pelos mesmos dias.
 
 Qual de nós dois escreve este poema
 De um eu plural e de uma mesma mente?
 Que importa o verbo que me faz presente
 Se é uno e indivisível o dilema?
 
 Groussac ou Borges, olho este querido
 Mundo que se deforma e que se apaga
 Em uma pálida poeira vaga
 Que se parece ao sonho e ao olvido.
 
       Artepoética   Mirar el río hecho de tiempo y agua  Y recordar que el tiempo es otro río,  Saber que nos perdemos como el río  Y que los rostros pasan como el agua.   Sentir que la vigilia es otro sueño  Que sueña no soñar y que la muerte  Que teme nuestra carne es esa muerte  De cada noche, que se llama sueño,   Ver en el día o en el año un símbolo  De los días del hombre y de sus años,  Sgí   Convertir el ultraje  de los años  ^^   En una música, un  rumor y un símbolo.   Ver en la muerte el sueño, en el ocaso  Un triste oro, tal es la poesía  Que es inmortal y pobre. La poesía  Vuelve como la aurora y el ocaso.   A veces en las tardes una cara  Nos mira desde el fondo de un espejo; El arte debe ser como ese espejo  Que nos revela nuestra propia cara.   Cuentan que Ulises, harto de prodigios,  Lloró de amor al divisar su Itaca  Verde y humilde. El arte es esa Itaca  De verde eternidad, no de prodigios.   También es como el río interminable  Que pasa y queda y es cristal de un mismo  Heráclito inconstante, que es el mismo  Y es otro, como el río interminable.                           Arte poética                       Ver o rio feito de tempo de águaE  recordar que o tempo é outro rio,
 Saber  que nos perdemos como o rio
 E  que os rostos passam como a água.
                       Sentir  que a vigília é outro sonhoQue  sonha não sonhar e que a morte
 Que  teme nossa carne é essa morte
 De  cada noite, que se chama sonho.
                       Ver  no dia ou no ano um símboloDos  dias do homem e de seus anos,
 Converter  o ultraje dos anos
 Numa  música, um rumor e um símbolo.
                       Ver  na morte o sonho, no ocasoUm  ouro triste, assim é a poesia
 Que  é imortal e pobre. A poesia
 Regressa  como aurora e o ocaso.
 
 Às  vezes nas tardes um rosto
 Nos  mira desde o fundo de um espelho;
 A  arte deve ser como esse espelho
 Que  nos revela nosso próprio rosto.
                       Contam que Ulisses, farto de  prodígios,Chorou  de amor ao divisar sua Ítaca
 Verde  e humilde. A arte é essa Ítaca
 De  verde eternidade, não de prodígios.
                       Também  é como o rio interminávelQue  passa e fica e é cristal de um mesmo
 Heráclito  inconstante, que é o mesmo
 E  é outro, como rio interminável.
       BORGES, Jorge Luis.  Fervor  de Buenos Aires.  Buenos Aires: Emecé Editores, 2005.  80 P. 14X23 cm.   ISBN 950-04-2706-0       INSCRIPCIÓN EN  CUALQUIER SEPULCRO    No arriesgue el mármol temerario gárrulas transgresiones al todopoder del olvido,
 enumerando con prolijidad
 el nombre, la opinión, los acontecimentos, la pátria.
 Tanto abalorio bien adjudicado está a la tiniebla
 y el mármol no hable lo que  callan los hombres
 Lo esencial de la vida fenecida
 —la trémula esperanza,
 el milagro implacable del dolor y el assombro  del goce —
 siempre perdurará.
 Ciegamente reclama duración el alma arbitraria
 cuando la tiene asegurada em vidas ajenas,
 cuando tú mismo eres el espejo y la réplica
 de quienes no alcanzaron tu tiempo
 y otros serán (y son) tu inmortalidad en la tierra.
     INSCRIÇÃO  EM QUAQUER SEPULCRO   Não arrisque o mármore temeráriorústicas transgressões ao todo poderoso olvido,
 enumerando com prolixidade
 o nome, a opinião, os acontecimentos, a pátria.
 Tanta miçanga bem concedida está em trevas
 e o mármore não fale o que os homens calam.
 O essencial da vida fenecida
 — a trêmula esperança,
 o milagre implacável de dor e o assombro do gozo —
 sempre perdurará.
 Cegamente reclama duração a alma arbitrária
 quando está assegurada em vidas alheias,
 quando tu mesmo és o espelho e a réplica
 dos que não alcançaram teu tempo
 e outros serão (e são) tua imortalidade na terra.
    (Tradução de Antonio Miranda)     LA VUELTA    Al cabo de  los años del destierro volví a la casa de mi infancia
 y todavía me es ajeno su ámbito.
 Mis manos han tocado los árboles
 como quien acaricia a alguien que duerme
 y he repetido antiguos caminos
 como si recobrara un verso olvidado
 y vi al desparramarse la tarde
 la frágil luna nueva
 que se arrimó al amparo sombrío
 de la palmera de hojas altas,
 como a su nido el pájaro.
   ¡Qué caterva  de cielos abarcará entre sus paredes el patio,
 cuánto heroico poniente
 militará en la hondura de la calle
 y cuánta quebradiza luna nueva
 infundirá al jardín su ternura,
 antes que me reconozca la casa
 y de nuevo sea un hábito!
     O  REGRESSO   Ao final de anos de desterroregresso à casa de minha infância
 e todavia me é estranho seu âmbito.
 Minhas mãos tocaram as árvores
 como quem acaricia alguém que dorme
 e repeti antigos caminhos
 como se recuperasse um verso olvidado
 e vi ao derramar-se a tarde
 a frágil lua nova
 que se elevou no amparo máximo
 da palmeira de folhas altas,
 como o pássaro ao seu ninho.
   Que corja de céusabarcará entre suas paredes o pátio,
 quanto heroico poente
 militará na profundeza da rua
 e quanta quebradiça lua nova
 infundirá ao jardim sua ternura,
 ante que a casa me reconheça
 e outra vez torne-se um hábito!
    (Tradução de Antonio Miranda)   
         
         UM PÁTIO   Con la tarde se cansaron los dos o tres colores del patio.
 Esta noche, la luna, el claro círculo,
 no domina su espacio.
 Patio, cielo encauzado.
 El patio es el declive
 por el cual se derrama el cielo en la casa.
 Serena,
 la eternidad espera en la encrucijada de estrellas.
 Grato es vivir en la amistad oscura
 de un zaguán, de una parra y de un aljibe.
   
              PÁTIO 
                    Com a tardeCansaram-se  as duas ou três cores do pátio.
 A  grande franqueza da lua cheia
 Já  não entusiasma o seu habitual firmamento.
 Hoje  que o céu está frisado,
 Dirá  a crendice que morreu um anjinho
 Pátio,  céu canalizado.
 O  pátio é a janela
 Por  onde Deus olha as almas.
 O  pátio é o declive
 Por  onde se derrama o céu na casa.
 Serena
 A  eternidade espera na encruzilhada das estrelas.
 Lindo  é viver na amizade obscura
 De  um saguão, de uma aba de telhado e
 de  uma cisterna.
   (Tradução de Manuel Bandeira)
     
 POESÍA ANARQUISTACoordinación: OMAR ARDILA
       TEXTO EN ESPAÑOL    -   TEXTO EM PORTUGUÊS     ANTOLOGÍA ANARQUISTA ... siglo XXI. Selección, prólogo  & reseñas de Omar Ardila.  Bogotá: Un  Gato Negro Editores, 2013.    191 p.  ‘    ISBN 978-958-46-24-89-5  Ex. bibl. Antonio Miranda             RUSIA           La trincheira avanzada es en la estepa  un barco al abordajeCon  gallardetes e hurras:
 mediodías  estallan en los ojos.
 Bajo  estandartes de silencio pasan las muchedumbres
 y  el sol crucificado en los ponientes
 se  pluraliza en la vocinglería de las torres del Kremlin.
 El  mar vendrá nadando a eses ejércitos
 que  envolverán sus torsos
 en  todas las praderas del continente.
 En  el cuerno salvaje de un arco iris clamaremos su gesta
 bayonetas  que portan en la punta las mañanas.
 
          GUARDIA  ROJA
           El  viento es la bandera que se enreda en las lanzasLa  estepa es una inútil copia del alma
 De  las colas de los caballos cuelga el villorrio incendiado
 La  planicie rendida
 no  acaba de morirse
 Durante los combates
 el  milagro terrible del dolor estiró los instantes
 Ya  grita el sol
 Por  el espacio trepan hordas de luces.
 En  la ciudad lejana
 donde  los mediodias tañen los tensos viaductos
 y  de las luces pende Jesús-Cristo
 como  un cartel sobre los mundos
 se  embozarán los hombres
 en  los torsos desnudos
 
             TRINCHERA           Angustia. En  lo altísimo uma montaña caminaa.
 Hombres  color de tierra naufragan en la grieta más baja.
 El  fatalismo unce las almas de aquéllos
 que  bañaron su pequeña esperanza en las piletas de la noche.
 Las  bayonetas sueñan con los entreveros nupciales.
 El  mundo se ha perdido y los ojos de los muertos lo buscan.
 El  silencio aúlla en los horizontes hundidos.
 
     TEXTO EM PORTUGUÊSTradução:  Antonio Miranda
 
 
        RÚSSIA   A trincheira avançada é  na estepe um barco de abordagemCom galhardete e hurras:
 meios-dias estalam nos olhos.
 Sob estandartes de silêncio passam as multidões
 e o sol crucificado no poente
 pluraliza-se no vozerio das torres do Kremlin.
 O mar virá nadando a esses exércitos
 que envolverão seus torsos
 em todas as pradarias do continente.
 No chifre selvagem de um arco-íris clamaremos sua gesta
 baionetas que portam na ponta das manhãs.
     GUARDA VERMELHA   O vento é a bandeira que  se enreda nas lançasA estepe é uma inútil copia da alma
 Das crinas dos cavalos pendem o vilarejo incendiado.
 A planície rendida
 não acaba de morrer
 Durante os combates
 o  milagre terrível da dor estirou os instantes
 Já grita o sol
 Pelo espaço sobem hordas de luzes.
 Na cidade distante
 onde  os meios-dias tangem os tensos viadutos
 e das luzes pende Jesus Cristo
 como um cartel sobre os mundos
 cobrirão os homens
 nos  torsos desnudos
             TRINCHERA          Angustia. No  altíssimo a montanha caminha
 Homens cor de terra naufragam na fenda  mais baixa.
 O  fatalismo aparelha as almas daqueles
 que  banharam sua parca esperança nas piscinas da noite.
 As  baionetas soam com os conflitos nupciais.
 O  mundo perdeu-se e os olhos dos mortos procuram-no.
 O  silêncio uiva nos horizontes afundados.
   
        
          |  |  IMÃ – No.  5 – 1993.   Rio de Janeiro / Vitoria, ES: 1993.  s.p. ilus.    Desenho da capa: Lula.  Ex. bibl.  Antonio Miranda   Tradução de Ronald Polito:       Página  ampliada e republicada em abril e em novembro de 2008., ampliada e republicada em abril de 2011. Ampliada e republicada em dezembro de 2014; ampliada e republicada em maio de 2015. Ampliada em outubro de 2015, ampliada em janeiro de 2016. Ampliada em out. 2018; ampliada e republicada em junho de 2019   TEXTO EN ESPAÑOL  -  TEXTO EM PORTUGUÊS   
 DIMENSÃO – REVISTA INTERNACIONAL DE POESIA. ANO XII. No. 22.  Editor Guido Bilharino.  Uberaba, MG: 1992.  147 p. Ex. biblioteca de Antonio Miranda
                    HISTORIA DE LA NOCHE
 A lo largo de sus generaciones
 los hombres erigieron la noche.
 En el principio era ceguera y  sueño
 y espinas que laceran el pie  desnudo
 y temor de los lobos.
 Nunca sabremos quién forjó la  palabra
 para el intervalo de sombra
 que divide los dos crepúsculos;
 nunca sabremos en qué siglo fue  cifra
 del espacio de estrellas.
 Otros engendraron el mito.
 La hicieron madre de las Parcas  tranquilas
 que tejen el destino
 y le sacrificaban ovejas negras
 y el gallo que presagia su fin.
 Doce casa le dieron los caldeos;
 infinitos mundos, el Pórtico.
 Hexámetros latinos la modelaron
 y el terror de Pascal.
 Luis de León vio en ella la patria
 de su alma estremecida.
 Ahora la sentimos inagotable
 como un antiguo vino
 y nadie puede contemplarla sin  vértigo
 y el tiempo la ha cargado de  eternidad.
 
 Y  pensar que no existiría
 sin esos tenues instrumentos, los  ojos.
 
 
 TEXTO EM PORTUGUÊSTradução de CLÁUDIO DANIEL.
 São Paulo/SP – Brasil
                HISTORIA DA  NOITE
 Ao  longo de gerações
 os homens erigiram a noite
 No princípio era cegueira e sonho
 E espinhos que laceram o pé  desnudo
 e temor dos lobos.
 Nunca saberemos que forjou a  palavra
 para o intervalo de sombra
 que divide os dois crepúsculos;
 nunca saberemos em que século foi  cifra
 do espaço de estrelas.
 Outros engendraram o mito.
 A fizeram mãe das Parcas  tranqüilas
 que tecem o destino
 e lhe sacrificam ovelhas negras
 e o galo que profetiza seu fim.
 Doze casa lhe deram os caldeus;
 infinitos mundos, o Pórtico.
 Hexámetros latinos a modelaram
 e o terror de Pascal.
 Luis de León nela viu a pátria
 de sua alma estremecida.
 Agora a sentimos inesgotável
 como um vinho antigo
 e ninguém pode contemplá-la sem  vertigem
 e o temo a carregou de eternidade.
 
        E pensar que não existiriasem esses tênues instrumentos, os  olhos.
         * Página publicada e ampliada em junho de 2024   --------------
    
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