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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



 

CARLOS FELIPE MOISÉS



 

Nasceu em São Paulo (SP), no dia 20 de maio de 1942. Crítico literário, colabora em periódicos especializados, desde os anos sessenta, e publicou vários livros sobre poesia moderna e contemporânea. Tradutor, e foi professor da UDP, tendo lecionado também na PUC de São Paulo (1966-1968), na Faculdade de Filosofia de São José do Rio Preto (SP) (1966-1967) e na Universidade Federal da Paraíba (1977). Passou duas temporadas nos Estados Unidos, ensinando na Universidade da Califórnia, em Berkeley (1978-1983) e na Universidade do Novo México (1986). Desde 1990, coordena oficinas de criação literária no Museu da Literatura, em São Paulo. Seus livros de poesia são —Carta de marear, 1966, Poemas reunidos, 1974, Círculo imperfeito, 1978, Subsolo, 1989, Lição de Casa & poemas anteriores, 1998  (Nankin Editorial).

 

Página preparada por Salomão Sousa.

 

Ver também:  ANTOLOGIA DOS NOVÍSSIMOS,  São Paulo, Massao Ohno Editora, 1961  “Coleção dos Novíssi­mos”, vol. 9,  HISTÓRICO por Carlos Felipe Moisés

 

Ver também: MESTRE MASSAO OHNO, EDITOR DE POESIA. por Carlos Felipe Moisés

 

Leia também > APLICATIVO DOS SONHOS, por Carlos Felipe Moisés

 

Veja também: CARLOS FELIPE MOISÉS – Brasis – Poesia Infantil

 

ANTOLOGIA DOS NOVÍSSIMOS.  São Paulo: Massao Ohno Editora, 1961.  “Coleção dos Novíssimos”  vol. 9.  Capa de João Susuki.     Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

        AMOR

      
Quisera-te sempre o orvalho a descer o corpo
        de tímidos seios.  Meus olhos
        sorvendo os breves anseios
        que vibram nesta hora plena
        mais pressentida que tocada.
        Amor, sono de lúcidos regatos
        lua e pranto.
        Flor, desfolho-te e caminhas
        assim: tu és meu norte.
        Acampo em tuas águas e caminho
        em direção à aurora de teu corpo
        que principia pelos seios
        percorre-me os anseios
        e desagua em nós, voltados para o poente
        céu e vento.
        Assim, amo teu corpo manso
        que me abranda
        e te recolho
        na agitação de meus olhos quando vêem.
        Somos crepúsculo no tempo
        do amor és seiva generosa.
        Ao norte a posse
        de nossos corpos na rota comum.
        Assim te anseio
        caminho que és para o amor.
        E o tempo nos pertence
        a nós que de amor morremos
        nesta morte mais nítida que a vida.
        Amor é isso: nossos olhos nossas mãos s
        anseios gritos.
        unidos instrumentos da descoberta.
        Pronuncio teu nome.
        Em meu peito aberto
        o amor habita
        e somos assim
        o tempo passado e o tempo futuro
        unidos no espanto da vida presente.
        Lua e pranto
        apanho meu canto
        nas dobras do vento
        e pouso.
        Aqui estamos
        na aventura horizontal
        de descobrir o mundo
        rosa e vento.
        Eu te amo, eu te amo, eu te amo.

 

 

 

 

TENHO TUDO

 

Tenho tudo o que não quero.

Perder não é senão o intervalo

entre aguardar e nada ter.

(Que melodia é esta que povoa

o espaço em meu redor?)

 

Tenho tudo. Nada quero.

Meu coração desconhece

o compasso que amanhece

tudo em torno.

                   No entanto,

meus passos seguem.

No encalço de quê?

 

Tenho tudo: a noite

abrigada em meu peito,

a música de meus passos,

a relva, a distância coberta

por inesquecível melodia.

Não quero mais do que tenho.

(Um canto flutua no ar vazio.)

 

Tenho tudo:

os pássaros que me fogem dos olhos

para saudar, no horizonte,

a úmida manhã que principia.

 

 

LAGARTIXA

 

para Margarida

 

 

O peito é de vidro.

Os olhos, porcelana

delicada e astuta.

Da língua

         escorre

o néctar sutil.

As patas são de estanho,

mas sabem se mover

imóveis: mal flutuam.

O ventre é quase nada,

pura transparência

onde se escondem

o dorso e seus andaimes.

Não tem entranhas.

A pele

de tão fina

já não é:

         limita

semovente

o nada de fora

e o quase nada

de dentro.

 

O peito é de vidro

mas às vezes se desmancha

em pétalas.

         Dentro

pulsa um coração

que imobiliza

tudo em torno.

 

O rabo, sim,

é feito de algo

insuspeitado:

         nuvem

         algas

milhares de roldanas

         e desejos

enrodilhados na engrenagem

que espaneja o chão

         e foge

para o céu aberto. 

 

 

FONÊMICA

 

Por que

mo-nos-si-lá-bi-co

requer

tantas sílabas?

 

 

CARREGO ESTAÇÕES COMIGO

 

Carrego as estações comigo
e tenho as mãos cansadas.
(No bolso esquerdo um riacho murmura.)
Ali, onde pequenas pedras se acumulam,
uma canção exala seu vapor,
depois se perde.

Jardins de primavera circulam no meu corpo,
um céu de ouro verte seu perfume
e um vento ignorado agita suas asas.
Pasto de segredos,
mescla de memória e desejo,
meu corpo caminha com a chuva
(carrego as estações comigo),
à procura do sonho de uma nuvem fria.

Tantas folhas trago nos braços
que um pássaro, solidário, se oferece
para carregar as estações comigo.
Do peito aberto os meus jardins se vão
e o pássaro me ajuda (memória
e desejo) a semear meu corpo.

Ali planto meus braços,
debaixo daquelas árvores meus olhos ficam,
os pés, roídos pela terra, penduro numa árvore
e o tronco multiplico em cem pedaços –
lá vai, junto com as pedras,
no bojo do riacho antigo.

E pois que carrego as estações comigo,
os lábios deixo além, no descampado,
e peço ao pássaro que pelos cabelos atire
o que sobrou de mim
àquele mar onde me espera a memória
(e o desejo) do tempo em que não soube
carregar as estações comigo.

 

 

Retrato

 

Ah quem viu? Quem vê?

Onde se esconde a pátina invisível

que cobrindo está  (eu sei)

estas palavras

estas mãos

o sono

e quando olho é brisa?

O mundo exíguo aumenta

no soluço reticente.

Ponte rio estrada

o céu a casa

e o corpo descontente.

Mulher? Criança? Não foi.

O sol

que lentamente se levanta

e grava a solitária imagem

em pálpebras reclusas.

Absurdo, o amor desliza.

Oferta sonho recusa

repto sudário

–o amor é vário

e as vozes obtusas.

Foi? Não foi?

Palácio ou cornamusa,

o mundo nítido é fatal ausência.

O céu — destino

a intenção — certeza

e a incerteza se desnuda

na moldura breve do meu riso.

 

 

 

COMUNICAÇÃO
(1991)

 

 

 

Cartão-postal como parte da obra coletiva:

 

SÃO PAULO – 30 POSTAIS POÉTICOS. São Paulo: Núcleo de Projetos Literários, Centro Cultural de São Paulo, Secretaria Municipal de Cultura, Prefeitura do Município de São Paulo, 1992.  Seleção e organização: Leda Tenorio da Motta. Envelope com 30  cartões-postais.  13x18 cm. Capa: Augusto de Campos.    Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

 

 

MOISÉS, Carlos Felipe.  Dádiva devolvida: poemas escolhidos. São Paulo: Lumme Editor, 2016. 
240 p.  14x21 cm.  ISBN 978-85-8234-165-0  “Carlos Felipe Moisés” Ex. bibl. Antonio Miranda. 

 

 

DEVOLUÇÃO

 

A noite veio, dispersou meu corpo
e os ventos me passearam pelo campo.
Ah, minha carne misturada à terra,
meus ossos desmanchando-se no frio
secular dos rios que me despejam
envolto em musgo e lama contra as pedras.
Meus olhos desmoronam-se no verde,
a paisagem traspassa-me as retinas.
Meus dedos carcomidos se desfazem
pelos vãos das folhas, de volta ao pó.
De minha boca inútil nascem rosas
brancas. Eu chovo eu vicejo eu me planto
e um dia vou brotar por entre as pedras
frias, mais puro, transformado em verde.

 

 

DÁDIVA DEVOLVIDA

 

            Birds in the Crescent trees were singing.
           
Dylan Thomas

 

O céu de tanto o contemplar
já se desprende de seus laços
e vem, menino, se abrigar
no vão inútil de meus braços.

Ah, um só instante bastara
(de amor?) para que minha história,
velha paisagem, se mudara
em puro canto       só memória.

E minha voz, que não entendo,
a mim me fala e quase nada
do que me fala compreendo
: apenas rio ponte estrada.

Da boca um pássaro me voa,
no gesto uma nuvem passagem
pede e o mundo se despovoa
de mim para outra paisagem.

Onde a memória? Onde o canto?
Onde o bando de aves que um dia
voou em meu céu? E o encanto
que habitou esta alma vazia?

O céu já se vai de meus dedos,
a paisagem torna a seu pouso,
os olhos contemplam segredos
que tentar decifrar não ouso.

Fatigado agora caminho
a mesma estrada rio ponte
: um pássaro canta sozinho
e risca de azul o horizonte.

O céu de tanto o contemplar
eis se recolhe aos velhos laços
e à força de tanto o chamar
se me cerram os olhos baços.

                    *

Agora que não vejo    vejo
tudo o que o céu me ofereceu:
satisfazer o meu desejo
perder o que ninguém me deu.

 

 

 

 

MOISÉS, Carlos Felipe.  Noite nula.  São Paulo: Nankin, 2008.  96 p.  ilus.  ISBN 978-85-7751-028-3  14X21 cm.  Poemas sobre artistas do cinema mudo, música, etc. Exemplar autografado.  Col. A.M.

 

THEDA BARA

 

Theda Bara nunca existiu, foi só

um daguerreótipo sensual, animado,

sob sete véus : Salomé. Boquita

carnuda em forma de coração,

tiara de bilro, peitilho esvoaçante :

Quando a mulher peca. Víbora

encarnada, estátua toda de vícios

entre capitéis de cartolina, olhos

fundos cravados no éter, braços nus :

Madame du Barry, Mulher libertina.

 

Cabelos negros a rolar em cachos

sobre os ombros de deusa fria

: a todos os homens do mundo

prometeu delírios de jade (gozo

sem fim) posto que nunca existiu.

 

Theda Bara foi só um anagrama :

Arab death.

                 Começou a inexistir

quando se rendeu à volúpia do écran

silencioso onde reinou mulher-

fatal, fêmea-vampiro, muda.

 

Olhar esgazeado, à inexistência

condenou a menina que era, a vida

toda lacrada em sonho branco-e-preto,

como se tudo (Paixão mortal)

não fosse mais que cinema mudo.

 

 

 

 

 

De
MOISÉS, Carlos Felipe 
SUBSOLO
São Paulo: Massao Ohno,  1989.  86 p.

 

 

“Sua poesia não tem compromissos com a efêmera passagem das modas. Embora a ironia, a sutileza, a acuidade verbal — o conhecimento do ofício, em suma — sejam traços marcantes deste Subsolo (...)”  Paulo Marcos del Greco.

 

 

 

ADAGIO PARA JEAN-PIERRE RAMPAL

 

O que não fiz, guardei no subsolo.

A flauta ardendo no escuro é meu consolo.

 

No ermo deste solo a dor é minha

ou é do acaso e nunca dói sozinha.

 

Dói no gesto já alheio ao se esboçar,

doeu em mim e dói na musica

                                                 no ar.

 

O que não foi deixou de acontecer

ou queima nesta flauta até ao amanhecer?

 

Do subsolo nada mais espero,

o sopro desta flauta é quanto quero.

 

Neste sopro arde o país de onde venho.

Como perder aquilo que não tenho?

 

É este o meu pais e não sou eu,

é o corpo onde meu corpo se estendeu.

 

Minha pátria, esse corpo. Nele vivo,

nele reparto meu sonho cativo.

 

Inútil esperar o que não vem.

Se tenho, não é meu. Nem de ninguém.

 

Mas tenho: meu corpo estendido no escuro,

as mãos errantes noutro corpo mais puro.

 

Nada do que tenho lembra o que mereço.

Perdi, hoje só tenho o que não peço.

 

Da flauta o solo cresce no espaço

entre as dobras do sono e o meu abraço.

 

No sub deste solo a flauta arde,

antes solo do que nunca ou já bem tarde.

 

O que-não do que-sim é coisa morta

ou antes: mal nascida e pouco importa.

 

No sub deste solo a flauta chora,

o choro passa e não fica, passiflora,

 

canto solto no ar: melhor assim.

E ali que a flauta soa e não em mim.

 

O que não soube nem fiz se mudou

neste solo: o que-não do que, sim, sou.

 

 

 

GARCILASO

 

Correntes águas puras, cristalinas,

brilho e rebrilho, luz intermitente,

sem destino e sem pátria, amor ardente

humanas águas são mágoas divinas

 

Correntes águas puras são meninas

sorrindo em bando azul, alegremente,

alheias ao aceno e a toda a gente,

perdidas de si, flores peregrinas.

 

São águas leves em que Nemoroso

a alma deixou, e o rosto mui formoso

da amada perdeu, de tanto buscar.

 

E achou, no vau do rio, o rosto amado

não, mas o coração abandonado

das águas que não cansam de lembrar.

 

 

 

MOISÉS, Carlos FelipeLição de casa &  poemas anteriores.   São Paulo: Nankin Editorial, 1998.  230 p.  (Coleção Janela do Caos Poesia brasileira)  11x18 cm.  ISBN 85-86372-19-2   Col. A.M (EA)

 

 

 

CONJUGAÇÃO

Eu me arquipélago
tu te maravilhas
ele se istma
nós nos montanhamos
vós vos espraiais
eles se eclipsam

 

 

 

A PAIXÃO SEGUNDO CAMÕES

 

Transforma-se o amador em coisa alguma,

sem dolo, sem virtude, sem razão.

Por muito amar, dispersa o coração

e rói daquilo que é a alma nenhuma.

 

As esperanças perde, uma a uma,

de decifrar o rosto da paixão.

Sem rumo, ilhado entre o sim e o não,

perde-se no amor de um mar sem espuma.

 

Transforma-se o amador em coisa errante,

atira ao vento um grito enrouquecido,

buscando encontrar-se na coisa amada.

 

A pele rota, o gesto vacilante,

transforma-se, de amar como um perdido,

em sombra de si mesmo, ausência, nada.

 

 

MOISÉS, Carlos Felipe.  A tarde e o tempo.  Florianópolis: Edições Roteiro, 1965 ?. s.p. 11,5x15 cm. Planejamento gráfico e capa de Pedro Paulo Vecchietti. Poemas escritos entre 1961 e 1964. Col. A.M. (EA) 

 

 

POEMA DE TRÊS FACES

 

I

 

O que levas no teu bojo

não é teu.

Tampouco te pertence

a sólida reserva de silêncio

que arduamente conseguiste.

Ganhaste-a enfim

para distribuí-la.

Após entrares no domínio

de teus dons,

urge obsequiá-los

um a um entre os iguais.

É o tácito acordo

que engendraste um dia

com teu povo

e agora se cumpre.

 

II

 

Ser e não ser mais.

Sofrer sem interrupção

e absurdamente crer

que um simples gesto possa

alterar a ordem vá das coisas.

Inútil lamentares

o que foste e o que não foste.

Seremos sempre o que a sós

fizermos de cada, instante

nosso em vão vivido.

Em vão

            para a pequena utilidade

dos desígnios vizinhos

ou palpáveis;

único e soberbo

na face interna dos seres

que no ocaso se resolvem.

 

 

III

 

Tudo é memória

e tudo é sonho.

O nome que balbuciamos

quando a noite

rente aos olhos

passa desfilando,

é silêncio. Densifica

Intensifica pacifica

e vai, perplexo,

o homem elaborando

a carga de silêncio

do instante que não fica.

Não fica mas restamos

nós que somos o que fica.

Nem instante nem

os olhos nem a face

que suplica.

Nós a sós,

no ermo da noite,

apaziguando a solldão

que não se explica.

 

 

MOISÉS, Carlos Felipe.  Disjecta membra.  São Paulo: Lumme Editor, 2014.   80 p.  14x21 cm.  Projeto gráfico e capa e editor: Francisco dos Santos. Capa e sobrecapa. ISBN 978-85-8234-052-3   “ Carlos Felipe Moisés “  Ex. na bibl. Antonio Miranda.

 

 

ESTE SOL

 

Eu não estava presente

quando tudo começou

nem vou estar

quando tudo se acabar.

 

Entre o primeiro

e o derradeiro instante

só me interessou

o que não tem

começo nem fim.

 

Poderia até

dizer este Sol

que agora brilha

 

brilha

para quem

senão para mina?

 

Como não estive

nem estou presente

digo este Sol

 

brilha

porque sim.


 

 

UM TANGO

 

Não tenha pressa

                              fique

                                       mais um pouco

limpe

            os cotovelos

                                  : deve ser

o farelo

             a cinza do agarro

                                          (vá

saber!)

              Feche os olhos

                                       ou não ouça

mais uma vez:

                          tengo ganas

                                                 de llorar
en esta tarde gris

                                Viu?

                                          Você já não sabe

o que é chorar (

                              nem parece

                                                   que era só

um tango)    

                    Que tal

                                  recomeçar?

 

 

 

APOSTASIA DO HAICAI

 

Um raio de sol

atravessa a nuvem branca

e corta a garganta

da montanha que ruge ameaça gritar desiste não reage ao ultraje

suspira & agasalha para sempre o cálido rubor que lhe percorre

as entranhas.

 

Voa o rouxinol

a neve insistente cai

o dia não re-

siste ao enxame de sombras que escorrem de um par de asas perdidas já quase sem vida & a noite definitiva (mundo branco) brota do silvo agudo que o pássaro exala ao se espatifar no barranco.

 

Açafrão dourado

o vento sopra ligeiro

o ouro se espalha

se emaranha no cipoal nos grilos nos vagalumes foge assustado para o sopé da montanha & escorre liquefeito no peito do tigre que de costas ao luar se banha.

 

Luar de dezembro

no lago as estrelas brilham

a lua despu-

dorada se despe mergulha se roça nos arbustos como se fosse agosto

esfrega no estelar marasmo os seios latejantcs & goza mais um

orgasmo.

 

um peixe cie prata

salta no encalço da lua :

uma estrela nova

no fundo do lago pulsa ao afago da água-viva perdida de paixão pelas

escamas que rebrilham no rasto deixado pelo pequeno astro que gira & já não mais respira.

 

 

MOISÉS, Carlos Felipe.  Frente & Verso: sobre poesia e poética.  Rio de Janeiro: Confraria do Vento, 2014.    223 p.  16x23 cm.  “ Carlos Felipe Moisés “  Ex. bibl. Antonio Miranda    -  Artigos de e entre entrevistas sobre o que é poesia, centradas na visão e na experiência do autor, textos publicados e inéditos, desde 1971 até 2014.

 

 

Carlos Felipe Moisés, Antonio Miranda e, de pé, Zenilton Gayoso na Biblioteca Nacional de Brasília, em 23 deabril de 2015. Carlos Felipe recebendo exemplares de seu livro ANIMALIA, com gravuras de Zenilton, edição da Poebiblio.

 

 

VER O E-BOOK do livro ANIMALIA>>>>

 

http://issuu.com/antoniomiranda/docs/animalia_574898bde87c98

 

 

 

 

Página publicada em setembro de 2008. ampliada e republicada em novembro de 2011. Ampliada e republicada em agosto de 2014. Página ampliada e republicada em abril 2015.




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