MARCO LUCCHESI
Marco Americo Lucchesi nasceu no Rio de Janeiro em 1963. Poeta, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, ensaísta, tradutor. Publicou, entre outros livros, Sphera (2003), Poemas Reunidos (finalista Prêmio Jabuti 2002), A sombra do Amado: poemas de Rûmî ( Prêmio Jabuti 2001), e Bizâncio (finalista Jabuti 1999). Publicou livros, também premiados, em italiano. Tem poemas traduzidos para o alemão, o romeno, o espanhol e o persa, publicados em livros. Traduziu, entre outros, Umberto Eco, Rûmî, Hölderlin, Juan de la Cruz e Rilke.
“O poeta Marco Lucchesi acaba por despertar em nós outros, seres humildes, a fervente aspiração de alcançarmos um dia esses vértices de luz absoluta, que ele, Marco, traduziu apaixonadamente”. NISE DA SILVEIRA
“Marco lingüista. A teologia, a astronomia, a física quântica. Haja territórios do saber que lá encontraremos Marco”. IVO BARROSO
“A experiência de traduzir o poeta russo Khliébnikov ( 1851922) não consiste em tarefa tranqüila. (...) Em busca de mais expressividade, e não raro de musicalidade, Khliébnikov cria e distorce vocábulos, conseguindo assonâncias e ressonâncias de palavras e versos, num trabalho meticuloso e que exige a mesma minúcia criativa do tradutor. (...) Podemos verificar o quanto Marco Lucchesi se sai bem da tarefa.(...) Demonstra não apenas um bom conhecimento do idioma russo (...) como uma extraordinária capacidade de manter o alto nível da poesia de Khliébnikov”. FERNANDO PY
“Poderoso é o silêncio da pedra” - diz Trakl. E poderosa é a linguagem que sabe ser silêncio, pedra, mantendo o poder da soberana poesia”. CARLOS NEJAR
Lucchesi compõe poesias a partir da matéria-prima, rara, formada de “luz e trevas”. Assim, alcançando ápices de transcendência. Daí, talvez, amorosamente esplendendo um sentido de eternidade mágica em face da fruição poética pelo ser humano. A poesia de Marco chega-nos como uma simples e majestosa garça, silenciosa e exuberante, pousando ao lado do expectador pasmo e feliz às margens do lago Paranoá, em Brasília. DONALDO MELLO
Veja sobre o autor
Em colaboração com ALFORJA- REVISTA DE POESÍA, publicada por nosso amigo e poeta José Angel Leyva. Texto selecionado originalmente por Floriano Martins, publicado no n. XIX, Ciudad de México, invierno 2001.
Visite: http://www.alforjapoesia.com/
Veja também o ensaio:
SISTEMA JORGE DE LIMA – por Marco Lucchesi
VER também: UM POETA EM QUESTÃO – A UTOPIA DA PALAVRA : DANTE MILANO – ENSAIOS por MARCO LUCCHESI
Veja também: ANGELUS SILESIUS – tradução de Marco Lucchesi
Metade da Vida
Peras amarelas
E rosas silvestres
À beira do lago,
Cisnes graciosos,
Bêbados de beijos,
Dobrai a cabeça
Nas águas sacras e sóbrias.
Ai de mim! Onde irei colher, se
For inverno, as flores, e onde
Os raios de Sol
E as sombras da Terra?
Os muros permanecem
Frios e mudos; estalam
Ao vento as bandeiras.
E
quando começo
a buscar
mais longe
me vejo.
POEMAS de Marco Lucchesi EM ITALIANO>>
TEXTOS EM PORTUGUÊS / TEXTOS EN ESPAÑOL
POEM IN ENGLISH
Cantiga de amor
Quando os objetos da Terra perdiam seu encanto,
restavam para mim os céus...
JOHANN LAMBERT
Acima de nós
tudo é silêncio
erram planetas
insones
abismos
devoram estrelas
lagos
de hidrogênio
se resfriam
supernovas
cantam
como cisnes
e o silêncio
revela
outro silêncio...
- olha para o céu
amada
olha
e não diz nada
E a soma das distâncias
que me ferem
mal
se compara ao
silêncio
que
me assalta
Ao vivo coração do firmamento,
em chama viva e tênue claridade,
dirijo meu incerto pensamento:
um singular mistério me pervade
e veste de infinito meu tormento.
Perdidos na profunda imensidade,
no dédalo de fogo e de escarmento,
os astros desesperam da verdade...
Percebo nas alturas, abrasado,
as notas de uma fuga imemorial
e o canto das esferas sublimado
na vasta nebulosa ocidental:
vem, Astro soberano e deserdado,
reger a dissonância universal.
E temo a cada
passo
o encontro que
não sei
Não desejo
outra
quimera além
do mal que
me
consola
e desespera
Vigília
Ardem
sombras
no ocaso
pedras
moem
sonhos
céus
abatem
quixotes
(sonho
sombrio
que a vida
abrevia)
ardem
sombras
no ocaso
Olho para nadir
e zênite
de minhas
contradições
e invoco
uma palavra
que me salve
dos extremos
Florença, 2001
Como perder
-se
em tanta claridade?
Poemas transcritos de Sphera ( Record, 2003) e Poemas Reunidos, Record, 2000)
LUCCHESI, Marco. Sphera. Rio deJaneiro: Editora Record, 2003. I128 p. 14x21 cm. ISBN 85-01-06518-8 Projeto gráfico: Regina Ferraz. “Marco Lucchesi “ Ex. bibl. Antonio Miranda
Metafísica
das alturas
mil anjos servem
um ser escuro
frio indevassável
e já não
consideram
privilégio
viver
junto à vertigem que os consome
ESCREVO SEM DEIXAR VESTÍGIOS
Marco Lucchesi
Escrevo sem
deixar vestígios
enquanto busco teus
sinais
ambíguos
(Sphera, RJ: Record, 2003)
LUCCHESI, Marco. Bizâncio. Rio de Janeiro: Editora Record, 1997. Projeto gráfico: Regina Ferraz. ISBN 85-01-04991-3 “Orelha” por Ivan Junqueira. “ Marco Lucchesi “ Ex. bibl. Antonio Miranda
Quando, na harmonia
das essências primordiais,
os signos desconheciam
toda e qualquer
rotação, espelhos
que eram
da divindade refletida,
quando as estrelas,
e o curso dos rios,
e as flores
formavam um só destino,
quando a equivocidade
do ser tornava-se
imponderável
e demoníaca...
Camila era
apenas
forma
vontade
antemanhã
do espírito.
LUCCHESI, Marco. Isfahan. Caligrafia persa e tradução Rafi Moussavi Panah. Rio de Janeiro: Editora Shams, 2006. 32 p. formato 10x17 cm.” Marco Lucchesi “ Ex. bibl. Antonio Miranda
Um laço misterioso
enlaça e desenlaça
umas às outras as palavras
atiça e
desatina
o silêncio
das florestas
move e dispersa
os pássaros in
visíveis que regem
o sentido das coisas
(...)
LUCCHESI, Marco. Meridiano Celeste & Bestiário. Rio de Janeiro: Editora Record, 2006. 122 p. 13,5x21 cm. “Orelha” por Moacir Amâncio. Projeto gráfico: Regina Ferraz ISBN 85-01-07271 Ex. bibl. Antonio Miranda
No céu sublime e raso
de um amor
não sendo
em noite escura
e deserta
de impressões
luniminguante
um deus
se consome
nas fúlgidas potências
que regem o ainda não
LUCCHESI, Marco. Poemas Reunidos. Rio de Janeiro: Editora Record, 2000. 431 p. 14x21 cm. Projeto gráfico: Regina Ferraz Ex. bibl. Antonio Miranda
Alef
Virá
de algum lugar
perdido
virá
de um fusco
desabrigo
de frios
roseirais
de medos
ancestrais
virá
no assombro
do poema
virá
na forma
de uma anêmona
da funda
superfície
dos olhos
do deserto
virá
das níveas
afluências
no sal
das confluências
virá
de um verbo
reticente
de um novo
continente
das árvores
ilhadas
virá
das frias
enseadas
na língua
da serpente
(esparsos
temporais
perdidos
amanhãs)
e logo
não seremos
o que somos
que o sol
de tanta espera
na força
corrosiva
de seus raios
(De Alma Venus)
LUCCHESI, Marco. Clio. São Paulo:Biblioteca Azul, 2014. 96 p. 15x21 cm. Capa e projeto gráfico: Mayumi Okuyama. ISBN 978-85-250-5826-3 “ Marco Lucchesi “ Ex. bibl. Antonio Miranda
“Nesses versos de sonho e sangue prenuncia-se a passagem da poesia de Clio para a poesia da Insônia. À medida que se lê a meditação pungente expressa na abertura do livro, vai crescendo no leitor a certeza de que a História acontece fora e dentro da voz lírica. Objeto e sujeito encontram-se e fundem-se como sempre se dá na verdadeira poesia.” (...) Clio e Insônia — só o tempo dirá se nesta obra tão original e densa Marco Lucchesi atingiu o ponto mais alto de sua carreira poética. Mas certamente espiritual nos dá seguras esperanças de que o poeta se encontra apenas “nel mezzo del cammin”. ALFREDO BOSI
Como chegar
ao tempo-quando
de todos
os meus ondes?
*******************
]e se não sou mais
de mim quantas partes desse
não ser-me já me disseram
Adeus?[
Terra de silêncio
ventura e promissão
E
quando começo
a buscar
mais longe
me vejo
Espessura
a selva
espessa
de indeterminado
tangida
de secretas
harmonias
LUCCHESI, Marco. Hinos matemáticos. Rio de Janeiro: Dragão, 2015. 64 p. 14x20 cm. Prefácio: Ubiratan D ‘Ambrosio. Inclui o posfácio do autor: “A espiral e o sonho dos meninos.”
ISBN 978-85-919753-1-0
“A ideia da beleza na matemática, que se encontra em diversos autores, como Hardy ou Pincaré, causou em mim grande impacto. Como se me deparasse com uma verdade perdida, um substrato arqueológico que me parecia estranhamente familiar e decisivo.” M. L.
(fragmento)
Os desenhos
do matemático
e do poeta devem
ser belos (*)
Flores
Teoremas
desmaiam
em súbitos
jardins
sob crepúsculos
fugazes
A beleza é a primeira prova
da matemática (**)
** De Notas: De “Primeira Prosa”, publicado, sem título, no livro Meridiano celeste& bestiário”, em diálogo com o livro de HG. Hardy , Em defesa de um matemático, donde provêm as citações em itálico.
EROS
Serpeiam por difuso sortilégio
dois amorosos números solares
de mãos dadas: o 220
com o 284
Bastou que se encontrassem e disseram
os versos que de pronto os definia:
eu morro em mim para nascer em ti
(***) Eros: Números amigos. Números especulares. A soma de seus respectivos divisores resulta no outro.
DIFERENCIAL ****
Uma teia de números vertiginosa
insubmissa e que não cede
ao horizonte exacerbado de silêncio
Centelha que esplandece
aos olhos do futuro
E tudo que não diz
é como se dissesse
**** Sobre a ambiciosa dromologia do cálculo.
LUCCHESI, Marco. Rebis. Brasília. DF: poexilio, 2017. S.p. 19x25 cm. Ilustrações de Zenilton Gayoso. Livro--de-artista, edição artesanal, papel especial com tipologia Lithos pro Regular, capa costurada. Tiragem: 20 exs. Numerados e assinados pelos autores. Poesia brasileira.
Veja o e-book no ISSUU, acesso livre: https://issuu.com/antoniomiranda/docs/rebis
Um laço misterioso em
laça e desenlaça
umas às outras as palavras
Atiça e desatinao silêncio
das florestas
*
Move e dis
persa os pássaros in
visíveis que regem
o sentido das coisas
Abeira-se
do abismo
*
com seus olhos
líquidos para saber
onde repousa
o nada
E sempre esse desvão
essa caçada
que o aprisiona em
quedas
imortais
*
Teu rosto
acende meus sonhos
de reparação
Algo me atinge me confunde e me arrebata
(...)
ANTOLOGIA POÉTICA DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS. Alberto da Costa e Silva. Antonio Carlos Secchin. Antonio Cícero. Carlos Nejar. Domício Proença Filho. Geraldo Carneiro. Geraldo Holanda Cavalcanti. Marco Lucchesi. Brasília: Câmara dos Deputados, 2020. 204 p. ISBN 978-65-87317-06-9
Ex. bibl. Antonio Miranda
Autopoema
é o nome
de uma nuvem
árdua pluriforme
ligeira
e imperscrutável
que se desmancha
na medida
em que se mostra
Tão maleável
como
um serafim
tão
orgulhoso
como um paquiderme
Um poço
estranho
mudo
e longilíneo
O medo para
fora e o grito
para dentro:
marco lucchesi
nuvem
paquiderme
********************************
TEXTOS EN ESPAÑOL
Traducciones de Margarito Cuéllar
Plena madrugada ...
Plena madrugada: la casa
estaba quieta y el mundo
en calma.
No había dioses
o estrellas sobre
el firmamento.
Columnas de libros,
manojos de cartas,
y otros recuerdos,
evocados
sin piedad
o remordimiento
(éstas
ocupaban
realmente
el cielo
del solitario),
parecían
desmentir la
caducidad
de las cosas,
las que se fueron
y de las cuales
siente saudade.
Percibió la fragancia
de pasado mañana
(ojos verde mineral,
rostro plateado,
manos de sándalo) y
de tanta
extraña y siniestra
desolación,
sólo le quedaba
la muerte,
al evocar
sueños de gloria
astros desprendidos,
de otros cielos,
impensados
e impasibles.
Cómo salir de este antiuniverso ...
¿Cómo salir de ese antiuniverso,
cómo abandonar esa nulidad,
cómo olvidar a los que no vieron,
cómo liberarse
de ese abismo de sombras,
de ese mundo negativo,
de cosas
mal iluminadas y tristes;
y lograr la belleza oscura
y redentora,
que es más forma
que antiforma,
más piel
que antipiel,
el cuerpo santo,
de verbena
y cobalto
el cuerpo santo,
¿que hay de
liberarlo
del tálamo
de la muerte?
Extraídos de
ANTOLOGÍA DE POESÍA BRASILEÑA
Org. de Floriano Martins y José Geraldo Neres
Selección de Jaime B. Rosa
Valencia, España: Huerga & Fierro Editores, 2006
[CAMILA ERA JOVEM]
Camila era jovem e sedutora.
Seu corpo amanhecia
como a ensolarada Palestina,
e o resplendor do lápis-lazúli,
e os mistérios dos jardins
de Assurbanipal (magnólias,
e acácias, sândalo
e cedro), e seus olhos,
noturnos, absolutamente noturnos,
como sabem ser noturnas
as noites da Síria
(deuses mortos
e astros apagados!),
seus olhos noturnos
convidavam
o solitário a dormir
o sono da semelhança,
exausto de auroras
e crepúsculos,
abismando-se
nas
trevas
da
história.
[CAMILA ERAJOVEN]
Camila era joven y seductora.
Su cuerpo amanecía
como la soleada Palestina,
y el fulgor dei lápiz-lazúli,
y los mistérios de los jardines
de Assurbanipal (las magnolias,
y acacias, sándalo
y cedro), y sus ojos,
nocturnos, absolutamente nocturnos,
como saben ser nocturnas
las noches de Síria
(dioses muertos
y extinguidas estrellas!),
sus ojos nocturnos
invitaban
ai solitario a dormir
el sueno de la semejanza,
agotado de albas
y crepúsculos,
aturdiéndose
en las
tinieblas
de la
historia.
[Trad. Floriano Martins]
[PREPARA ATENTAMENTE O MAGISTÉRIO]
Prepara atentamente o magistério
em fontes, pelicanos e atanores,
e acede cuidadoso ao ministério
com ácidos, solventes e liquores.
Vigia bem teu sublimado império
de líquidas fronteiras, e os amores
de reis e de rainhas, no mistério
de cópulas ardentes e vapores.
Aos poucos se revela no tugúrio,
erguendo o poderoso caduceu,
a fúlgida presença de Mercúrio.
E sob as nuvens químicas do céu,
emerge luminoso o próprio eu.
[PREPARA LA ENSENANZA ATENTAMENTE]
Prepara la enseñanza atentamente
en fuentes, pelicanos y atanores,
y accede cuidadoso al ministerio
con ácidos, solventes y licores.
Vigila bien su imperio exaltado
de fronteras líquidas, y los amores
de reyes y de reinas, en el misterio
de cópulas ardientes y vapores.
Poco a poco se revela en el tugurio,
levantando el caduceo poderoso,
la presencia fúlgida de Mercurio.
Y bajo las nubes químicas del cielo,
en la superficie de ese mar sulfúreo,
surge luminoso el mismo yo.
POEM IN ENGLISH & PORTUGUÊS
NEW BRAZILIAN POEMS. A bilingual anthology after Elizabeth Bishop. Translated & edited by Abhay K.. Preface by J. Sadlíer. Rio de Janeiro: Ibis Libris, 2019. 128 p. 16 x 23 cm. ISBN 978-85-7823-326-6
Includes 60 poets in Portuguese and English.
MARCO LUCCHESI
Delhi
Red end of the sunset
the sun began to shine over the ancient city
There were only dead flowers
in the restless streets of your heart
The night so hard, as stone,
and so much its beauty, without souls and
demons, that dissolve the dark Daedalus
where the eyes cry
Deli
Vermelho fim de ocaso
o sol pôs-se a brilhar sobre a cidade antiga
Havia apenas flores mortas
nas ruas inquietas do teu coração
Tão rija a noite, como a pedra,
e tanta a sua beleza, sem almas e
demônios, que dissolvam o escuro dédalo
por onde os olhos choram
Índias
As praias livres de Coromandel.
E de repente
começo a perder-me no golfo sinuoso
de teus seios. Déli: sublime, selvagem.
Sob este céu azul da Prússia
como terra molhada pela chuva
eu bebo tua férvida nudez.
Indias
The free beaches of Coromandel.
And suddenly
I begin to lose myself in the sinuous gulf
of your breasts, Delhi: sublime/wild.
Under the Prussian blue sky
like the earth drenched in rain
I drink your simmering nakedness.
HERA 20 – Revista HERA. Abril , 2005. Feira de Santana, Bahia, Brasil: 2005. Direção: Roberto Pereyr, Salete Aguiar, Trazíbulo Henrique Pardo Casas. Capa : Juraci Dórea. Ilustração: Antonio Brasileiro. ISSN 0101-1065. Ex. bibl. Antonio Miranda
Esses pássaros
inquietos
e
o canto
implume
dos logaritmos
E deus
não me salvou
deus
e a solidão
de tanta
solidão
e o dia
de todos
esses dias
pressinto
agora e tão
somente
um modo
vago e
transparente
A insônia
gatos
e a demanda
volátil dos deuses
que se apressam do ser
para o não ser
VEJA E LEIA outros poetas de RIO DE JANEIRO em nosso Portal:
http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/rio_de_janeiro/rio_de_janeiro.html
Página ampliada em outubro de 2020; Página ampliada e republicada em dezembro de 2020
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