Home
Sobre Antonio Miranda
Currículo Lattes
Grupo Renovación
Cuatro Tablas
Terra Brasilis
Em Destaque
Textos en Español
Xulio Formoso
Livro de Visitas
Colaboradores
Links Temáticos
Indique esta página
Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

SIMBOLISMO  / POETAS SIMBOLISTAS
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

 

PEREIRA DA SILVA

(1876-1944)

 

Antônio Joaquim Pereira da Silva nasceu em Araruna, Paraíba e faleceu no Rio de Janeiro, cidade onde viveu e participou do movimento simbolista. Formado em Direito, foi promotor público no Paraná. Foi eleito para a Academia Brasileira de Letras.

 

Obra poética: Solitudes (1918), Beatitudes (1919), Senhora da Melancolia (1928). 

 

Veja também:  SOB O SIGNO DE SATURNO (A POESIA DE PEREIRA DA SILVA), por Antonio Carlos Secchin

 

 

Veja tambèm: TEXTOS EN ESPAÑOL

 

 

 

CHOPIN ...  LISZT ... BEETHOVEN ...

 

Vem-me da noite, e como dela oriundo,

Um desempenho magistral ao piano,

Chopin... Liszt,,, Beethoven... que fecundo

Ventre de dor – o vosso gênio humano!

 

Bem vos compreendo.E ao músico e profundo

Rumor do vosso gênio diluviano,

Levais-me soluçando, além do mundo,

Entre os maroiços vivos de outro oceano.

 

Conosco, sim, tudo se me afigura

Imenso, imenso, até minh’alma que erra

Nas subjetivas sombras da loucura...

 

E a noite, a própria noite se desceria

Para escutar, silenciosa e obscura,

Os soluços sinfônicos da Terra.

 

 

         Solitudes (1918)

 

 

CONTEMPLANDO O CÉU

 

Contemplo o céu noturno  - o belo, fundo,

Constelado esplendor que me fascina

E me faz pressentir que tudo é oriundo

Do só poder da emanação divina.

 

Agora, neste instante, me domina

Uma única idéia: é que se o mundo

É vil e a nossa mente pequenina,

O sentimento humano é bem profundo!

 

Que importa a Dor? Que importa a imensidade

Implacável da Dor num tal momento,

Em que a graça dos deuses nos invade

 

Se, de espírito em êxtase, olhar fito

Nos céus – gozamos o deslumbramento

De ser outro infinito ante o infinito?

 

                            Beatitudes (1919)

 

 

EVOCAÇÃO A CRUZ E SOUZA

 

Alma estrelada, coração de artista,

Tão forte que ainda o julgo vivo agora;

Vibrátil e vibrante sinfonista,

De palavras de música sonora;

 

Estro cujo eloqüente ardor decora

Tanto o que exalta como o que contrista;

Boca revel, como a de um João Baptista,

Conclamando belezas e toda hora;

 

Intérprete das últimas ternuras

E ânsias do sangue e ardor das almas puras

Como o cheiro das seivas virginais;

 

Vimos dizer à terra em que repousa

Teu corpo, que teu gênio, Cruz e Souza,

Vive florindo em nós cada vez mais!

 

        

                                               Senhora da Melancolia (1928).

 

 

 

 

SILVA, A. J. Pereira da.  Beatitudes.   Rio de Janeiro: Livraria Leite Ribeiro & Maurillo, 1919.   199 p.  13,5x19,5 cm.  “ A. J. Pereira da Silva “  Ex. bibl. Antonio Miranda

 

(conservando a ortografia original)

 

LÓGICA

 

Sei que ha venturas.  Sei que muita gente
Deu flores e deu fructos sem ter tido
Uma angustia, uma dor, um só gemido
No seu passado, nem no seu presente.

Podem esses cantar o haver colhido
Das mãos de Deus tão dadivosamente
Força, belleza, mocidade ardente,
Virtudes reaes, valor descommedido.

Mas eu que não senti senão pesares
Ou jamais desfructei na humana lida
Desses prazeres espectaculares,

Cantarei de alma aberta e commovida:
A dor e a morte, os tedios e os azares,
Todos os bens dos orphãos desta vida...

 

 

AS TRES CHIMERAS

Disse a primeira: - “ De que vale a Gloria ?
A carne é vil, a vida transitoria,
                    O Mal sempre seduz.
Só eu sou firme – symbolo do Occulto.
E eu me ajoelhei, prestando-lhe meu culto -
                    Aos pés da sua cruz...

                 Depois, disse  a segunda, que fascina
                 E por ser bella, é muito mais divina:
                                     “ Que importa a eternida ?
                 Sê nobre e bello e eu te eterniso a vida “ “
                 E eu lhe votei minh´alma inda incendida
                                     De eterna mocidade.

                 Depois... depois de muita vã canceira,
                 Apparececeu-me e disse-me a terceira:
                                     “ Bem vês! Tudo é vaidade !
                 Só eu te posso dar um novo alento !
                 - Eu, que sou forte como o pensamento, “
                                     E rendi-me à Verdade...

 

 

                    ANALOGIAS...
         

                    A borboleta, vil, fraca, indefeza,
                    Veio cahir exhausta à minha meza.

                    Estava triste e só no meu recinto,
                    Bebendo a taça amarga como o absyntho

                    De uma existencia por demais vencida.
                    Desillusões do amor, tedios da vida.

                    Cansaços de labores sem proveito,
                    Esforços vãos do espirito imperfeito

                    A´ procura de um bem que não se alcança,
                    Tudo que a Dôr, dôr da desesperança,

                    Enlutava meu ser intimamente
                    Na mortecôr da luz daquelle poente.

                    Aquelle fragil ser malagourado
                    E tão sinistramente ali jogado

                    Para morrer na minha alcova viuva
                    Por uma tarde livida de chuva,

                    Deu-me a impressão de uma inclemencia tal
                    Que ora, ao lembral-o, inda me sinto mal.

                    Vi-lhe naquella morte afflicta, inquieta,
                    Alguma cousa igual á alma do poeta:

                    Também esta, por tudo deslumbrada,
                    Crysalida afinal desencantadan —

                    Ala-se ao mundo, ao grande mundo vario,
                    Não á busca da flôr ou do nectario,

                    Mas á constante e tragica procura
                    Da beatitude da Belleza pura,

                    — Esse impossivel nesse mundo odiento
                    De coração como de pensamento.

 

 

                    A CIDADE

 

                    Regorgitava o torvelim das ruas
                    De homens vestidos como figurinos:
                    Gordos e magros, fortes e franzinos
                    E mulheres honestas quase nuas.

                    Desta viam-se os seios, como luas
                    Apparecendo entre brocados finos...
                    Vida de futeis e de libertinos,
                    Como a própria Belleza desvirtuas!

                    Era a cidade em todo o brilho e graça,
                    A cidade quer vem, que vai, que passa
                    Orgulhosa da esplendida apparencia.

                    Só, tu, meu Tedio, contemplava mudo
                    Homens, mulheres, a cidade, tudo.
                    — Toda a banalidade da existencia...

 

 

 

Extraído de

 

ALBUM DE POESIAS.  Supplemento d´O MALHO.   RJ: s.d.  R$ 26,  117 p.  ilus. col.  Ex. Antonio Miranda


 

 

 

TEXTOS EN ESPAÑOL

 

Extraído de

 

ANTOLOGÍA DE LA POESÍA BRASILEÑA. Selección, inroducción y traducción de ÁNGEL CRESPO.   Barcelona: Editorial Seix Barral, 1973.
 Serie Mayor 15.  440 p. ISBN 84-322-3815-5   Ex. bibl. Antonio Miranda

 

Traducciones de ÁNGEL CRESPO:

 

 

         Nihil

 

        Día casi nublado, casi enjuto.
        Naturaleza, como semimuerta
        ¡Cuánto al vencido, Musas, desconcierta
        Esta infinita sugestión de luto!

        Yo lo soy y, minuto a minuto,
        A alguien oigo... llamando está a mi puerta...
        ¿Quién es? ¿Quién sabe? Una añoranza muerta,
        Cosas del alma que oigo irresoluto.

        En la indecisa soledad sombría
        Sin eco, sin color, al caer el día,
        Parece que la Muerta en todo existe...

        Que por la Tierra ahora desolada
        La universal conciencia de la Nada
        Deja un silencio cada vez más triste.

 

 

        Ser... no ser...

 

        Dejando estoy, aqui mi último adiós.
        Mi tristeza no es vana.
        Hora es de que rindamos ante Dios
        Esta miseria humana.

        Las cosas que más vanas me parecen
        Veo que útiles son.
        Las inquietudes nuevas prueba ofrecen
        De lo perfecto de la imperfección.

        Atado del destino al postrer nudo,
        En la vida presente
        ¿Qué será de mi ser pobre y su mudo
        Lenguaje ante el dolor que dentro siente?

        Nadie sabe a esta vida a qué há venido.
        Un día, bien o mal,
        Nacemos de un dolor incompreendido
        Para morirnos de un dolor igual...

 
       
       

 

 

 

Página ampliada em agosto de 2018

 

 

 

 

 

                   

                   



 

 

 
 
 
Home Poetas de A a Z Indique este site Sobre A. Miranda Contato
counter create hit
Envie mensagem a webmaster@antoniomiranda.com.br sobre este site da Web.
Copyright © 2004 Antonio Miranda
 
Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Home Contato Página de música Click aqui para pesquisar