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MIRANDA, Antonio. Per ver sos. Traducción de Elga Pérez-Laborde. Ilustrações de José Campos Biscardi. Brasília: Thesaurus Editora, 2004. 96 p. 10,5x21 cm ilus. p&b ISBN 85-7062-439-5
A versão de Perversos em espanhol está disponível na íntegra. Confira (PDF 90,5KB)
Perversos é uma experiência de conjugação de sentidos e formas sem pretender ser ideogramática, partindo da sensação para a formulação verbal, palavras coisas, substantivadas, para serem lidas, salivadas. Escritas numa simulação de iras e humores, de possessões e fugas, numa intimidade com os ritmos e volumes das palavras mesmas porquanto o poema é uma realidade vivencial na sua criação, o poema instaura se no mundo como algo que se pode manipular, usufruir, fantasiar, consumir e |
participar o poema é sempre lúdico e ditirâmbico, algo hedonista, alienante e paradoxalmente também denunciante. Umas vezes sugere, noutras é óbvio, mas o universo da leitura é também o da recriação, depende de nossa capacidade de apreender, da nossa própria abertura e tolerância. 1ªed. 2003. 93p.Preço Final: R$ 25,00
Prefácio de Elga Perez Laborde sobre a obra: Em português.
» Prefácio em francês: Préface de Elga Pérez-Laborde : Réflexions paratextuelles
VIDEO COM DUAS CANÇÕES COMPOSTAS A PARTIR DE DOIS POEMAS DO LIVRO:
https://www.youtube.com/watch?v=Wm9rUZfowow
Comentários sobre a obra
Perversos: a sua poesia está na linha positiva de como vejo o rumo e destino (dela) pelo menos no momento atual. A sua, uma poesia clara, inteligível, com arte e artesanato, mantendo sempre todas as qualidades da boa poesia. Na sua poesia, a técnica está a serviço da comunicação, da comunicação poética, especial e única. Parabéns, um livro comovente.
CLAUDIO MURILO LEAL, Rio de Janeiro, agosto 2011
PER VERSOS
“Lendo “per-versos” surgem algumas perguntas: quais são os limites da poesia? Ou ainda, acaso a poesia tem limites? É suficiente chama-la antipoesia? A poesia de Miranda pode produzir, às vezes, constrangimento numa primeira reação do leitor, ou assombro ou perplexidade, ou também riso. De qualquer forma trata-se de uma linguagem racional e poética, nervosa e inspirada, disposta para o anedotário e as vivências de um poeta que se confessa solitário, mas ao mesmo tempo solidário. Uma linguagem que se torna torrencial acumulação de palavras e conceitos sagrados e profanos para expressar uma brasilidade que sabe das iras e demônios, dos sonhos e amores, das frustrações e carências do ser humano. Nisso torna-se universal.
A desconstrução da linguagem e das estrutura modernistas conjuga-se no desencontro das estruturas convencionais inclusive das mentais de todo o establishment literário, social e político. Diria-se que Miranda dos “perversos” gosta de escandalizar brincando; para ele construir é destruir à maneira de Whitman ou como o Barbudo democrata.../desprezando regras morais. Escreve, projetando seu eu no espelho dessa verdade que permite a poesia: um eu abjeto, incestuoso, narcisista, imoral diante da Morte, que celebra a vida em todas as suas fases e clama pela sua parte impura e suas limitações, tecendo o canto do mal, talvez num ato de exorcismo para sair da escuridão, ou como diz, inscrever um poema/no coração da América/ e na consciência do mundo/ um poema sujo... Concordamos com o poeta que se pretende antipoeta: o poema sujo pode ser, como uma vacina da alma, sem dúvida, o mais limpo de todos.” (PEREZ LABORDE, Elga, 2002.
A POESIA E SEUS INTERSIGNOS NA POÉTICA DE ANTONIO MIRANDA
Apresentado por Valter Gomes Dias Junior no XVI Congresso Internacional de Humanidades / Universidade de Brasília (UnB) / Brasília (DF), 16, 17 e 18 de outubro de 2013.
( O texto é um adiantamento da tese de doutorado que o autor está desenvolvendo, na Universidade Federal da Paraíba, sob a orientação da Dra. Zelia Bora, sobre a poesia de Antonio Miranda na perspectiva da semiótica. O presente artigo está orientado ao estudo de poemas do livro Perversos. ) Leia o texto completo do artigo...
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