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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


 

OSWALD DE ANDRADE
  (1890-1954)

em Português   y Español

EN FRANÇAIS

See also: POEMS IN ENGLISH

 

Vejam: A POESIA PARA OS POETAS – sobre a poesia de OSWALD DE ANDRADE fragmento de ensaio de GILBERTO MENDONÇA TELES - ENSAIOS

 

 Vejam:  MODERNISMO : TRADIÇÃO E RUPTURA, por IVAN JUNQUEIRA, ensaio extraordinário (!!!) publicado originariamente na revista POESIA SEMPRE, da Fundação Biblioteca Nacional, em 1993. IMPERDÍVEL. Inclui texto sobre o poeta OSWALD DE ANDRADE:    http://www.antoniomiranda.com.br/ensaios/modernismo_tradicao_e_ruptura.html

 

MANIFESTO DA POESIA PAU-BRASIL [1924] por OSWALD DE ANDRADE  

MANIFESTO ANTROPÓFAGO  por OSWALD DE ANDRADE

Nasceu  e faleceu na cidade de São Paulo, onde participou dos movimentos literários que mudaram a cultura brasileira de seu tempo. O Movimento Modernista (iniciado oficialmente em 1922, que não guarda relação com o modernismo latino-americano), foi demolidor de tradições européias desgastadas e instaurador de estéticas libertadoras dos formalismos repetitivos, além de buscar elementos nacionalistas e populares na sua composição. Participante do Manifesto da Poesia Pau-Brasil (1925) e escreveu obras importantes na prosa e no ensaio. Mais conhecido como polemista, também foi um poeta original e criativo, a começar por seu Primeiro Caderno do Aluno de Poesia O. de A. (1927).

E assim nasceu uma poesia nacional que, levantando as tarifas da importação, criou uma indústria brasielira. / É certo que houve algum contrabando europeu, mais ou menos disfarçado, mas deu aos poetas novos a esperança de viverem sobre si, à custa do trópico, sem adaptações escandalosas. / Eis o serviço que ele prestou, sorrindo, e que provalvelmene não sabia tê-lo prestado. / Atirou no que viu e matou o que não viu”. JOÃO RIBEIRO

   

 

... e parecem ignorar

que poesia é tudo:

 

jogo, raiva, geometria,

assombro, maldição e pesadelo

mas nunca

cartola, diploma e beca.

 

OSWALD DE ANDRADE


Miolo desentranhado de conferência proferida no Museu de

Arte Moderna de São Paulo, 19/03/1949

 

 


3 DE MAIO

Aprendi com meu filho de dez anos

Que poesia é a descoberta

Das coisas que eu nunca vi  

 

3 DE MAYO  

Aprendí con mi hijo de diez años

Que la poesía es el hallazgo

De las cosas que nunca ví

 


ERRO DE PORTUGUÊS

  Quando o português chegou

Debaixo duma bruta chuva

Vestiu o índio

Que pena!

Fosse uma manhã de sol

O índio teria despido

O português

 

ERROR DE PORTUGUÉS  

Cuando el portugués llegó

Bajo una lluvia

Vistió al indio

¡Qué pena!

Fuera una mañana de sol

Y el indio habría desnudado

Al portugués

 

 

  (Traducciones de Kori Bolivia) Extraídos de Poetas portugueses y brasileños de los simbolistas a los modernistas/ Organización y estudio introductorio de José Augusto Reabra. Buenos Aires: Instituto Camões; Brasilia: Thesaurus, 2002)

 


 

  DITIRAMBO

 

Meu amor me ensinou a ser simples

Como um largo de igreja

Onde não há nem um sino

Nem um lápis

Nem uma sensualidade  

 

DITIRAMBO  

Mi amor me enseñó a ser simple

Como un atrio de iglesia

Donde no hay ni una campana

Ni un lápiz

Ni una sensualidad.

 


   

SECRETÁRIO DOS AMANTES  

I

Acabei de jantar um excelente jantar

116 francos

Quarto 120 francos com água encanada

Chauffage central

Vês que estou bem de finanças

Beijos e coisas de amor

 

II

Bestão querido

Estou sofrendo

Sabia que ia sofrer

Que tristeza este apartamento de hotel

 

III

Granada é triste sem ti

Apesar do sol de ouro

E das rosas vermelhas

 

IV

Mi pensamiento hacia Medina del Campo

Ahora Sevilla envuelta en oro pulverizado

Como una dádiva s mis ojos enamorados

Sin embargo que tarde la mia

 

V

Que alegria teu rádio

Fiquei tão contente

que fui à missa

Na igreja toda a gente me olhava

Ando desperdiçando beleza

Longe de ti

 

VI

Que distância!

Não choro

porque meus olhos ficam feios.


SECRETARIO DE LOS AMANTES

I
Acabé de tomar un excelente almuerzo

116 francos

Cuarto 120 francos con agua corriente

Calefacción central

Ves que estoy bien de finanzas

Besos y cosas de amor

 

II

Bestia querida

Estoy sufriendo

Sabia que iba a sufrir

Qué tristeza este apartamento de hotel.

 

III

Granada sin ti

A pesar del sol de oro

Y de las rosas rojas.

 

IV

Mi pensamiento hacia Medina del Campo

Ahora Sevilla envuelta en oro pulverizado

Los naranjos salpicados de frutos

Como una dádiva a mis ojos enamorados

Sin embargo qué tarde la mía

 

V

Qué alegría tu cable

Quedé tan contento

Que fui a la misa

En la iglesia todos me miraban

Ando desperdiciando belleza

Lejos de ti. s

 

VI

¡Qué distancia!

No lloro

Porque se me ponen feos los ojos

 

 

 

Traducción de Jaime Tello. Extraído de Cuatro Siglos de Poesía Brasileña. Caracas: Centro Abreu e Lima de Estudios Brasileños; Instituto de Altos Estudios de América Latina/Universidad Simón Bolívar, 1983.

 

 

De
Oswald de Andrade
PAU BRASIL
Traducción de Andrés Sánchez Robayna
Madrid: Fundación Juan March, 2009
Publicado com ocasión de la exposición Tarsila de Amaral.

A partir del original publicado en Portugués (París, 1925).

 

CARNAVAL

 

Nuestra Señora de las Murgas

Evohé

Protectora del Carnaval en Botafogo

Madre del bando victorioso

En las pugnas de Momo

Auxiliadora de las artísticas labores

De la barraca

Patrona del libro de oro

Protege a nuestro querido artista Pedrinho

Como lo llamamos en la intimidad

Para que el brillante cortejo

Que vamos a someter a la consideración

Del culto pueblo carioca

Y de la Prensa Brasileña

Acérrima defensora de la Verdad y de la Razón

Sea el más lujoso moderno y original

Y tenga el veredicto unánime

En la gran batalla

Que dentro de pocas horas

Trabarán las huestes aguerridas

De la Risa y de la Locura

 

 

En la Avenida

 

La banda de clarines

Anuncia con sus clangorosos sonidos

La aproximación del impetuoso cortejo

La comisión presidencial

Compuesta

Por distintos caballeros de la buena sociedad

Rigurosamente trajeados

Y montando fogosos corceles

Pide permiso sombrero en mano

20 niños representando avispas

Constituyen la guardia de honor

 

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BIBLIOTECA NACIONAL

 

A Criança Abandonada

O doutor Coppelius

Vamos com Ele

Senhorita Primavera

Código Civil Brasileiro

A arte de ganhar no bicho

O Orador Popular

O Pólo em Chamas

 

RECLAME

 

Fala a graciosa atriz

Margarida Perna Grossa

 

Linda cor — que admirável loção

Considero lindacor o complemento

Da toalete feminina da mulher

Pelo seu perfume agradável

E como tônico do cabelo garçone

Se entendam todas com Seu Fagundes

Único depositório

Nos E. U. do Brasil

 

 

PROCISSÁO DO ENTERRO

 

A Verônica estende os braços

E canta

O pálio parou

Todos escutam

A voz na noite

Cheia de ladeiras acesas

 

 

EPITÁFIO

 

Eu sou redondo, redondo

Redondo, redondo eu sei

Eu sou urna redond'ilha

Das muiheres que beijei

 

Por falecer do oh! amor

Das muiheres de minh'ilha

Minha caveira rirá ah! ah! ah!

Pensando na redondilha

 

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POESIAS REUNIDAS

 

De
POESIAS REUNIDAS
O. ANDRADE

Um prefácio de Paulo Prado
Ilustrações de Tarsila,
de Lasar Segall e do Auor
São Paulo: Edições Gaveta, 1945.
172 p.
Edição de 180 exemplares em papel Buffon,
numerados e assinados pelo autor e de 20 exemplares
em papel Méca Creme, marcados de "A" a "T", contendo
cada um uma ponta-seca original de Tarsila.
Contém os livros Pau Brasil (1925), Primeiro Caderno do
Aluno de Poesia Oswald de Andrade (1942), Cântico dos
Cânticos para Flauta e Violão
(1942) e "alguns poemas menores".
Exemplar na coleção A.M. : n. 131.

 

o fera

Ei-lo sentado num banco de pedra
Pálido e polido
Como a Cleópatra dos sonetos
Espera as pequenas ingênuas
Que passam de braços
De bruços
Já se esqueceu do retrato na Polícia
Tem a consciência tranquila
Dum legislador

 

pronominais

Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido

Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro

 

música de manivela

Sente-se diante da vitrola
E esqueça das vicissitudes da vida

Na dura labuta de todos os dias
Não deve ninguém que se preze
Descuidar dos prazeres da alma
Discos a todos os preços

 

[Ortografia atualizada para esta página.]

 

 

 


ANDRADE, Oswald dePrimeiro caderno do aluno de poesia Oswald de Andrade; coordenação editorial Jorge Schwartz e Gênese Andrade. 1ª. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2018.  20,5X26 cm. ilus.    Edição fac-similar.  Inclui o folheto com 22 p..: “Sobre o Primeiro caderno do aluno de poesia Oswald de Andrade” com os textos: “A infância do mau selvagem — Manuel da Costa Pinto”; “Oswald, livro livre” — Augusto de Campos” e “Leituras recomendadas”. Edição protegida por um envelope de cartolina.  ISBN 978-85-359-29294-2

Obs. No colofão da obra original consta que a edição foi de 299 exemplares “em papel ordinário” e um exemplar de luxo para Tarsila do Amaral, capa e páginas ilustradas com desenhos do Autor, impressão no dia 25 de abril de 1927 numa tipografia paulista.   Exemplares numerados.

 

Bem cuidada edição industrial, reproduzindo esta obra bibliográfica do nosso Modernismo, acessível ao público contemporâneo em livrarias e pela internet  —  www.companhiadasletras.com.br e também pelos sites da  Livraria Cultura e Estante Virtual  —, da qual reproduzimos um dos poemas: 


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Imagem extraída  de

DIAS-PINO, Wlademir.  A lisa escolha do carinho (Rio de Janeiro: Edição Europa, s.d.  
20,5x20,5 cm.  33 f. ilustradas  (Coleção Enciclopédia Visual).   Inclui versos de 
poetas brasileiros

HADAD, Jamil Almansur, org.   História poética do Brasil. Seleção e introdução de  Jamil Almansur Hadad.  Linóleos de Livrio Abramo, Manuel Martins e Claudio         Abramo.  São Paulo: Editorial Letras Brasileiras Ltda, 1943.  443 p. ilus. p&b  “História do Brasil narrada pelos poetas. 

HISTORIA DO BRASIL – POEMAS

DESCOBRIMENTO DO BRASIL

A TERRA

 

 

GANDAVO

 

       HOSPEDAGEM
Porque a mesma terra é tal,
E tam favorável aos que a vam buscar
Que a todos, agasalha e convida.

COROGRAFIA
Tem a forma de uma harpa,
Confina com as altíssimas terras dos Andes,
E fraldas do Perú
As quais tam soberbas em cima da terra
Que se diz terem as aves trabalho em as passar

SALUBRIDADE
O ser ela tam salutífera e livre de enfermidades
Procede dos ventos que cruzam nela
E como todos procedem da parte do mar,
Vêm tam puros e coados
Que nam somente nam danam
Mas recream e acrescentam a vida do homem

 

       SISTEMA HIDROGRÁFICO
As fontes que há na terra sam infinitas
Cujas águas fazem crescer a muitos e mui grandes rios
Que por esta costa,
Assi da banda do Norte, como do Oriente,
Entrem no mar oceano

PAÍS DO OURO
Todos têm remédio de vida
E nenhum pobre anda, pelas portas
A mendigar como nestes Reinos

 

 

FREI VICENTE DO SALVADOR

 

              PAISAGEM

Cultivam-se palmares de cocos grandes,
Principalmente à vista do mar

AS AVES
Há águia do sertão
E emas tão grandes, como as de África,
Umas brancas e outras malhadas de negro,
Que com uma asa levantada ao alto,
Ao modo de vela latina,
Correm com o vento

AMOR DE INIMIGA
Posto que alguma,
Pelo amor que lhe tem
Solta também o preso
E se vai com ele para suas terras

PROSPERIDADE DE SÃO PAULO
Ao redor desta vila,
Estão quatro aldeias de gentio amigo,
Que os padres da companhia doutrinam
Fora outro muito,
Que cada dia desce do sertão

            
NATUREZA MORTA
A essa fruta chamam Ananazes,
Depois que sam maduras têm um cheiro mui suave
E come-se aparados feitos em talhada
E assi fazem os moradores por êle mais
E os têm maior estima,
Que outro nenhum pomo que aja na terra

RIQUEZAS NATURAIS
Muitos metais pepinos romãs e figos
De muitas castas
Cidras, limões e laranjas,
Uma infinidade
Muitas canas daçucre
Infinito algodam
Também há muito páu brasil,
Nestas capitanias

FESTA DA RAÇA

Hu certo animal se acha também nestas partes
A que chamam preguiça,
Tem u´a guedelha grande no toutiço,
E se move com passos tan vagarosos
Que ainda que ande, quinze dia aturado,
Nam vencerá distância de um tiro de pedra.

 

            (PAU BRASIL – Edição Sans Pareil” 1924 –Paris)

*

VEJA E LEIA  outros poetas do SÃO PAULO  em nosso Portal:

 

http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/sao_paulo/sao_paulo.html

 

Página publicada em outubro de 2021

 

Página ampliada e republicada em junho de 2009; republicada em março 2010. Ampliada em março de 2018. Ampliada em junho de 2018

 

 

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