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HENRIQUETA LISBOA (1904- 1985)
Nació em Lambari (Minas Gerais, Brasil). Ha residido siempre em Belo Horizonte, capital del Estado, ejerciendo como Inspectora de Enseñanza Media y como profesora de Literatura Hispanoamericana de la Facultad de Filosofía, Ciencias y Letras de la Universidad Católica de Minas Gerais. No ha participado activamente de los movimientos literarios que se han sucedido en el Brasil a partir de 1922.
“Pero conviene precisar ideas. Y empezar por decir que, salvando el brasileñismo — por influencia ambiental y temática — de Enriqueta Lisboa, sui obra obra poética no es una obra “nacionalista”. No lo es, porque su problemática fundamental es el lenguaje — en cuanto medio de comunicación — y sus posibilidades de aprehensión de “lo eterno dentro de lo efímero” (Convívio Poético, p. 14) Ángel Crespo.
Vejam: MODERNISMO : TRADIÇÃO E RUPTURA, por IVAN JUNQUEIRA, ensaio extraordinário (!!!) publicado originariamente na revista POESIA SEMPRE, da Fundação Biblioteca Nacional, em 1993. IMPERDÍVEL. Inclui texto sobre o poeta HENRIQUETA LISBOA: http://www.antoniomiranda.com.br/ensaios/modernismo_tradicao_e_ruptura.html
MAIS poemas de Henriqueta Lisboa em português and in ENGLISH>> Veja também: TEXTS EN FRANÇAIS
TEXTOS EM PORTUGUÊS - TEXTOS EN ESPAÑOL
ÁLBUM DE POESIAS. Supplemento d´O MALHO. RJ: s.d. 117 p.
SAMPAIO, Adovaldo Fernandes. Voces femininas de la poesía brasileña. Ensayo antológico. Selección, traducción y notas de Adovaldo Fernandes Sampaio. Prólogo de Jeanine Varenne. Introducción de Peregrino Júnior. Goiânia, GO: Oriente, 1979. 143 p. Poemas de HENRIQUETA LISBOA en la Antología:
HUMILDAD Hace mucho tiempo, Vida, prometiste La vida me engañó,mas fue sabia en sua esencia. Mi alegría debiera ser así: Siempre serena lámpara velada, ¡En esa sombra me me querré esconder cuando sienta la falta que me hace la otra alegría que no pudo ser!
VALOR
Quiero la vida más cálida, más incisiva, más densa, para un esfuerzo mayor.
Quiero uma realidad lúcida de pruebas y de misérias para con ella crecer.
Quiero um veneno de áspides, el vértigo del abismo, que me han de purificar.
Quiero un tumulto de máscaras en dédalos de tiniebla, para ver claro mi ser.
Quiero tempestades lívidas, perdida en el océano, para más lejos llegar.
Quiero que en tierras anónimas dejen huellas mis rodillas, para subir al Tabor.
Y quiero encender mi lámpara en lo hondo de la tierra, para el cielo iluminar.
ARTE
Entre falsidades, tú la verdadera.
Fiebre de mentiras la boca te quema.
Reniegas los pechos Y en el fondo, pérfida, Cabalgas abismos Jardines estériles Confusión extrema Demonio triunfante, Misterio, misterio. No hay en la cidad Verdades se arrasan (De A Face Lívida, 1941-1945) AMOR Un nombre lo puede decir todo De Miradouro e Outros Poemas, 1976)
LISBOA, Henriqueta. Madrinha lua. Rio de Janeiro: Ministério da Educação e Cultura, Serviço de Documentação, 1958. 59 p. (Os Cadernos de Cultura, 115) 14,3x19,5 cm. Ex. Bibl. Nacional de Brasília
ROMANCE DO ALEIJADINHO Antônio Francisco Lisboa — Sobre meu corpo, ó Senhor, Os grossos lábios murmuram Estende os braços, estende-os, — Mais que volutas, rosáceas, Queda um momento perplexo: À esquerda a floresta, o abismo: Filtros, filtros de cardina, Do catre imundo e revolto — Para onde foi teu marido, — Januário, onde está Januário? — Ganhei dinheiro às carradas — Quero a Bíblia, a minha Bíblia! — Sobre meu corpo, ó Senhor, O moribundo sem força E da distância dos séculos
LISBOA, Henriqueta. Flor da Morte. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2004. 58 p. 14x21 cm. ISBN 85-7041-415-3 Ex. bibl. Antonio Miranda
Evanescente
Pouca diferença entre a vida e a morte da que exalou seu último suspiro — adejo de borboleta rompendo a larva.
Sem perfume — camélia estática — ao abrigo dos ventos, a furto se desenhava contra o muro.
Sobre as ondas caminharia sem alvoroço nem surpresa — como a espuma.
O fio intérmino das horas mal retinha entre os dedos de fuso.
Uma abelha zumbia contínua nos seus ouvidos. E era tudo.
Se algum dia se contemplou ao espelho foi hoje:
para não ofuscá-lo com o próprio sopro.
Maturidade
Maturidade, sinto-te na polpa dos dedos: abundante e macia. Saturada de sábias, doce-amargas amêndoas.
És o tálamo para a morte, o velame no porto.
Sob teu musgo, a pedra.
O silêncio em teu seio é prata a sofrer o lavor minucioso do tempo.
À tua sombra de pomar ressoam passos do eterno entre folhas: do eterno.
Ó pesado momento, ó bojo cálido!
LISBOA, Henriqueta. Casa de Pedra: poemas escolhidos. São Paulo: Ática; Brasília: INL, 1980. 95 p. 14x21 cm. Capa e orientação gráfica: Antonio do Amaral Rocha com gravura de Conceição Piló. Ex. bibl. Antonio Miranda.
As imagens Pelo bojo da noite tumultuosos corcéis. Pelas escarpas à noite atropelando-se uns aos outros. Cavalgam sôfregos, as crinas desnastradas ao látego dos ventos. As formas bruscas, a cada brusco movimento, inauguram belas imagens insólitas.
Nas estrelas, na lua, se refletem as formas desenvoltas. Que espelho domaria um momento o contorno sem freios? Em que planície a descoberto voltarão a ser plácidas essas formas? Em que andadura as colherá o definitivo? Que antro de toda vista isento habitarão para sempre? Em que instante, fixadas brilhará — pura — a essência de que se agitam e se ofuscam? À espera do amanhecer perpetuam-se as formas.
LISBOA, Henriqueta. Miradouro e outros poemas. 2ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1977. 164 p. (Coleção Poiesis) 14x21 cm.
EQUILÍBRIO
Estar não estando no riso e no pranto. Possuir sem domínio dentro do possível. Ser de si o oposto sem deixar de ser. Imóvel movente que só por angústia de tempo resvala para achar o fluxo do plectro em refluxo. Pendente da sorte do imã da força dos próprios recuos, o pêndulo pende mediante a tangência de eflúvios
que estuam adversos
à inércia.
SOFRIMENTO
No oceano integra-se — bem pouco! uma pedra de sal.
Ficou o espírito, mais livre que o corpo.
A música, muito além do instrumento.
Da alavanca, sua razão de ser: o impulso.
Ficou o selo, o remate da obra.
A luz que sobrevive à estrela e é sua coroa.
O maravilhoso. O imortal. O que se perdeu foi pouco. Mas era o que eu mais amava.
LISBOA, Henriqueta. Pousada do Ser. São Paulo: Nova Fronteira, 1982. 113 p. 16x23 cm Patrocínio Banco Crefisul. . “Desta edição aforam tirados 1.500 exemplares fora de comércio, numerados e rubricados pela Autora”. Ex. n. 0036 na bibl. Antonio Miranda.
LISBOA, Henriqueta. Poemas Escolhidos. Chosen Poems. Translations Hélcio Veiga Costa. S.l.: s.ed., s.d. 134 p. 14x21 cm Impresso na Mai Editora, de Belo Horizonte, MG. Poemas extraídos dos livros “Velário 1930-1935”, “Prisioneira da Noite 1935-1939”, “O Menino poetaa 1939-1941”, “A Face lívida 1941-1945”, “Flor da Morte 1945-1949”, “Azul profundo 1950-1955”, “Montanha viva — Caraça 1958-1959”, “Além da imagem 1959-1962”, “Belo Horizonte bem querer 1972”, “O Alvo humano”. Ex. col. Antonio Miranda ver HENRIQUETA LISBOA - POEMAS EM INGLÊS
AMARGURA
Eu chegarei depois de tudo, mortas as horas derradeiras, quando alvejar na treva o mudo riso de escárnio das caveiras.
Eu chegarei a passo lento, exausta da estranha jornada, neste invicto pressentimento de que tudo equivale a nada.
Um dia, um dia, chegam todos, de olhos profundos e expectantes. E sob a chuva dos apodos há mais infelizes do que antes.
As luzes todas se apagaram, voam negras aves em bando. Tenho pena dos que chegaram e a estas horas estão chorando...
Eu chegarei por certo um dia... assim, tão desesperançada, que mais acertado seria ficar em meio à caminhada.
LISBOA, Henriqueta. Lírica. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editôra, 1958. 274 p. 14,5x22,5 cm. capa dura Ex. bibl. Antonio Miranda. Inclui poemas extraídos dos livros Enternecimento (1929), Prisioneira da Noite (1935-1939), O Menino poeta (1939-1941), Madrinha da lua (1941-1946), A Face lívida (1941-1945), Flor da morte (1945-1949), Azul profundo (1950-1955). “Desta primeira edição foram tirados vinte exemplares em papel Westerpost, assinados pela autora.” Ex. bibl. Antonio Miranda
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Segredos expostos tingem de rubor a palavra rosa
Como que em deslize tocam-se cristais na palavra brisa
Algo se insinua
de abandono e flauta
na palavra azul
Desgastados mantos pesam sobre o leito da palavra f a ma
Espinheiro agreste rompe raiva e ruge na palavra guerra
Não há luz que corte o ermo corredor da palavra morte.
Metamorfose
o transitório ao permanente terá sido um simples arroubo uma surpresa de momento
Onda sem rumo vem à praia traz um balouço que se afrouxa leva um suspiro que se esvai
Sem mais palavra que o desvende no seu reduto de proscrito o pensamento está suspenso
O vislumbre mal entrevisto que a memória já não sustenta vaga entre nébulas de ocaso
E a noite baixa para sempre junto ao silêncio milenar para tudo quanto se move
na perene metamorfose do fértil para o esgotamento do voo livre à dura lousa do transitório ao permanente.
CIGARRA
No alto dos ramos a cigarra faz uma estrídula algazarra.
Fundo musical de tela, o mundo é pequeno para ela.
Canta estraçalhando cristais de ardentes cores naturais.
O sol a pino/ de escutá-la, no auge da canícula/ estala.
Semi-oculta entre folhas verdes, espera a graça de a atenderdes.
Uma cigarra vale pouco para quem tem o ouvido mouco.
Fonte: http://poemasemimgem.blogspot.com.br/
LISBOA, Henriqueta. Nova lírica. Poemas selecionados. Belo Horizonte, MG: Imprensa Oficial, 1971. 204 p. 16x23 cm. Apresentação: Darcy Damasceno. “ Henriqueta Lisboa “ Ex. bibl. Antonio Miranda
SOFRIMENTO
No oceano integra-se — bem pouco! uma pedra de sal.
Ficou o espírito, mais livre que o corpo.
A música, muito além do instrumento.
Da alavanca, sua razão de ser: o impulso.
Ficou o selo, o remate da obra.
A luz que sobrevive à estrela e é sua coroa.
O maravilhoso. O imortal. O que se perdeu foi pouco. Mas era o que eu mais amava.
LISBOA, Henriqueta. Celebração dos elementos: água, ar, fogo, terra. Belo Horizonte, MG: 1977 Livro inconsútil. 16x23,5 cm. Gravura de Valdyr Caetano. Composto e impresso na Editora São Vicente” (tipografia). “ Henriqueta Lisboa “ Ex. Biblioteca Nacional de Brasília
FOGO
DlIADEMA de desejo que arde no rubro coração dos homens com envolvimento de nardo o fogo é vida em combustão. Solto depois de prisioneiro em breve se impulsiona e alastra não se contenta de si mesmo. Vulto de bronze em vertical toma da púrpura desata-a empunha a tocha e segue a trilha que se traçou para a conquista. Nume de estrépito e espetáculo sustenta lábaros de guerra colhe madeira ateia incêndio serras e montanhas escala ergue-se no último degrau. No ápice do orgulho estremece labareda vinga o labéu ontem ferido de emboscada.
Textos em português / Traducciones de ÁNGEL CRESPO*
AMARGURA
Eu chegarei depois de tudo, mortas as horas derradeiras, quando alvejar na treva o mudo riso de escárnio das caveiras.
Eu chegarei a passo lento, exausta da estranha jornada, neste invicto pressentimento de que tudo equivale a nada.
Um dia, um dia, chegam todos, de olhos profundos e expectantes, E sob a chuva dos apodos há mais infelizes do que antes.
As luzes todas se apagaram, Voam negras aves em bando. Tenho pena dos que chegaram E as estas horas estão chorando...
Eu chegarei por certo um dia .. assim, tão desesperançada, que mais acertado seria ficar em meio à caminhada.
AMARGURA
Seré la última en llegar, muertas ya las horas postreras, cuando, muda, empiece a brillar la risa de las calaveras.
He de llegar a paso lento, exhausta de la extraña jornada, con mi invicto presentimiento de que todo equivale a nada.
Un día, un día, llegan todos, ojos profundos y expectantes. Y bajo la lluvia de apodos hay más infelices que antes.
Todas las luces se apagaron, las negras aves van volando. Pena me dan los que llegaron y a estas horas están llorando ...
Yo llegaré también un día ... así, tan desesperanzada, que más acertado seria quedarme a mitad de jornada.
(De Velário, 1930-1935) EXPECTATIVA
Neste instante em que espero uma palavra decisiva, instante em que de pés e mãos acorrentada estou, em que a maré montante de meu ser se comprime no ouvido à escuta, em que meu coração em carne viva se expõe aos olhos dos abutres num deserto de areia, — o silêncio é um punhal que por um fio se pendura sobre meu ombro esquerdo.
E há uma eternidade que nenhum vento sopra neste deserto!
EXPECTATIVA
En este instante en que espero una palabra decisiva, instante en que de pies y manos encadenada estay, en que la pleamar de mi ser se comprime en mi oído a la escucha, en que mi corazón en carne viva e viva se expone a los ojos de los buitres en un desierto de arena, — el silencio es un puñal que está pendiendo de un hilo por cima de mi hombro izquierdo.
¡Y hay una eternidad que ningún viento sopla en este desierto!
Chuva torrencial carregada de frutos. Chuva exausta de longos braços pendentes.
Chuva nos campos da fatalidade entregando bandeiras.
Música opulenta de rios que se despenham.
Durante noites e noites.
As criaturas estão à espera Protegidas pelas paredes E a palavra — sol Unge todos os lábios.
Só eu na minha imensidade sem teto, só eu te suporto o peso, só eu te sorvo esse gosto, de morte.
Chuva, plenitude amarga de derrota.
Sinto que és retorno, corpo cansado de espírito, corpo vencido, corpo que se entrega pesadamente à terra.
LLUVIA
Lluvia torrencial cargada de frutos. Lluvia exhausta de largos brazos pendientes.
Lluvia en los campos de la fatalidad entregando banderas.
Música opulenta de ríos que se despeñan.
Durante noches y noches.
Las criaturas están a la espera protegidas por las paredes y la palabra - sol unge todos los labios.
Sólo yo en mi inmensidad sin techo, sólo yo te soporto el peso, sólo yo te sorbo ese gusto de muerte.
Lluvia, plenitud amarga de derrota.
Siento que eres retorno, cuerpo cansado de espíritu, cuerpo vencido, cuerpo que se entrega pesadamente a la tierra.
RESTAURADORA
A morte é limpa. Cruel mas limpa.
Com seus aventais de linho — fâmula — esfrega as vidraças.
Tem punhos ágeis e esponjas. Abre as janelas, o ar precipita-se inaugural para dentro das salas. Havia impressões digitais nos móveis, grãos de poeira no interstício das fechaduras.
Porém tudo voltou a ser como antes da carne e sua desordem.
RESTAURADORA
La muerte es limpia. Cruel mas limpia.
Con sus delantales de lino — fámula — friega las vidrieras. Tiene puños ágiles y esponjas. Abre las ventanas, se precipita el aire inaugural dentro de las salas. Había huellas digitales en los muebles, motas de polvo en los intersticios de las cerraduras.
Pero todo volvió a ser como antes de la carne y su desorden.
SOLEDAD
De hombre en la soledad — ¡qué perenne soliloquio! — Habla profundo a si propio.
Habla a Dios con frases claras; fluyen de las mismas aguas por la eternidad en curso.
Con voz temblorosa habla Para que yerbas y musgos la palabra testifiquen.
Habla con vientos diversos para que el mensaje lleven del horizonte ai oído.
Testigos hace a las rocas porque las estrellas oigan desde la piedra de asiento:
«De piedra de soledad he de levantar un templo».
FIGUEIRA, Gaston. Poesía brasileña contemporánea (1920-1946) Crítica y antologia. Montevideo: Instituto de Cultura Uruguayo-Brasileño, 1947. 142 p.
!El niño poeta! Henriqueta Lisboa lo anduvo buscando afanosamente, talcomo lo evoca en el primer poema de un libro admirable. Buscó al niño poeta por aquí, por allá, sin saber si sus ojos son azules o negros, si lo hallaría en las aguas del Lambarí o en el Canadá. Henriqueta Lisboa —una de las voces más puras e intensas de la lírica brasileña y americana— quería ver de cerca al niño poeta, para que le contara las cosas bonitas del cielo y del mar. Y el niño poeta apareció y trajo a Henriqueta el mejor regalo: le hizo evocar su propia infancia. Y así nació este bellísimo poemario, que significa un acontecimiento en la literatura americana de nuestros días. Henriqueta Lisboa — a cuya poesía dedico Gabriela Mistral toda una conferencia, no hace mucho tiempo, en tierras brasileñas—, es una poetisa de finísima espiritualidad, que sabe decir su mensaje con palabra musical, plena de sugerencia. Ese tono subjetivo de su arte la hermana a Cecilia Meireles, a la vez que la aleja del lirismo suntuoso y sensual de Gilka Machado, la condesa de Npailles de la literatura brasileña, Henriqueta Lisboa es más directa que Cecilia: Su poesía no está envuelta en ese aire de simbologia de la autora de "Vaga música".
En 1930, el primer premio de poesía de la Academia Brasileña de Letrasfue discernido a "Enternecimento", de Henriqueta Lisboa, que poco tiempo antes había editado su primer libro, "Fogo fatuo". Luego, dos espléndidos poemarios más vinieron a confirmar y ampliar las excepcionales dotes líricas de Henriqueta: "Velário" y "Prisioneira da noite". Y su más reciente libro, "A face lívida", editado en 1945.
A pesar de la jerarquía de su obra, su nombre no es conocido en Américacon la amplitud que se merece, y no es por cierto la única figura de trascendencia del Brasil que el resto de América no conoce como debiera. En "O menino poeta", Henriqueta Lisboa logra realizar canciones de una sencillez, de uma música, de una gracilidad, de un color, de un sabor inefables. Ritmos breves, poemas breves, como en esas tonadas populares que ella misma cantó y bailó cuando era pequeñita. He aquí algunos títulos: Cajita de música, Luciérnagas, Ronda de flores, Ronda de estrellas. Jardín celeste, Oración, Estrellita de mar, El buen ángel. Secreto, Ronda de Mariposas, Patitos en la laguna... Todo lo que la vida tiene de puro y bueno se ilumina en estas páginas. La naturaliza y el, corazón se hermanan celestemente. El hogar, el jardín, el niño, el mundo, todo se musicaliza en estos ritmos que hacen bien al niño y al adulto, en uma de esas mágicas realizaciones de la poesía que hoy necesitamos más que nunca.
ESTRELLITA DE MAR
Estrellita de mar en la playa amanece. Tiene el cuerpo tostado del sol y de la arena.
En sus ojos juegan distancias y dunas. Son faroles erguidos entre niebla y espuma.
Colecciona conchas, cauríes y corales. Su casa es una ensenada con taletes de alga.
¿Qué será que anhela? (ya tiene gestos de onda) ¿un pescado, una perla, una isla. una góndola?
Estrellita de mar, dicen que al nacer durmió en el regazo de madrina Sirena.
COCUYOS
Cuando la noche viene bajando, en los valles en penumbra, en los matos, en los yuyos, en la sombras de los campos, guiñan, guiñan los cocuyos.
Son los cocuyos ariscos que encienden, guiña que guiña, el verdor de sus linternas, linternas de la campiña. ¿O serán los ojos claros de los niñitos traviesos, verdes ojos entreabiertos, entreabiertos, semi-tontos, cual luchando con el sueño?
SECRETO
Golondrina en el hilo escuchó un secreto. Fue a la torre de la iglesia, cuchicheó con la campana.
Y la campana bien alto: delem-dem delem-dem delem-dem dem-dem!
Toda la ciudad lo supo.
traduções foram extraída da REVISTA DE CULTURA BRASILEÑA, Tomo IX,n. 28, de marzo de 1969, publicação da Embajada del Brasil en Madrid, Espanha. Esta revista foi um veículo extraordinário de difusãAo da cultura brasileira entre os “hispano hablantes” e sua interrupção foi um grave desserviço. NeAmpliadsta página vamos aproveitar algumas das melhores traduções dos nossos melhores poetas.
SCRIPTA. Literatura. Revista do Programa de Pós-Graduação de Letras e do CESPUC. Organizado por Lélia Parreira Duarte. Belo Horizonte: PUC Minas, 1997-
NA MORTE ***** Na pag. 16:
*Página ampliada e republicada em outubro de 2024.
Página ampliada e republicada em abril de 2019
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