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POÉSIE BRÉSILIENNE EN FRANÇAIS
Coordination de ARICY CURVELLO 

VINICIUS DE MORAES

VINICIUS DE MORAES

 

ROSA DE HIROXIMA

 

Pensem nas crianças

Mudas telepáticas

Pensem nas meninas

Cegas inexatas

Pensem nas mulheres

Rotas alteradas

Pensem nas feridas

Como rosas cálidas

Mas oh não se esqueçam

Da rosa da rosa

Da rosa de Hiroshima

A rosa hereditária

A rosa radioativa

Estúpida e inválida

A rosa com cirrose

A anti-rosa atômica

Sem cor sem perfume

Sem rosa sem nada 

 

LA ROSE D’ HIROSHIMA 

Pensez aux enfants

Muets télépathiques

Pensez aux fillettes

Aveugles tâtonnantes

Pensez aux  femmes

Déchirées altérées

Pensez aux blessures

Comme des roses chaudes

Mais n’oubliez pas

La Rose la rose

Rose d’ Hiroshima

La rose héréditaire

Rose radio-active

Stupide estropiée

La rose à la cirrhose

L’ anti-rose atomique

Sans couleur sans parfum

Sans rose sans rien  

 

COSMOGONIE  DU  POÈTE

 

Le matin je m’ assombris

De jour je fais tard

Le soir je fais jour

De nuit je brûle

 

A l’ouest la mort

Contre qui je vis

Prisionier du sud.

L’ Est est mon nord.

 

D’ autres égrènent

Pas aprés pas:

Je meurs hier

 

Je nais demain

Je vais où il y a de l’ espace

Mon temps est quand. 

 

CONSOMMATION  DE  LA  CHAIR 

Ne m’ enterrez pas. Brûlez-moi.

 

Que meure comme il a vécu

Le poète qui comme moi

Toute sa vie a brûlé.

 

Que le corps se torde

Dans les flammes

En un dernier spasme.

 

Ne m’ enterrez pas. Brûlez-moi.

 

Je ne veux pas être enfermé

Dans um cercueil

Mais emporté

 

Par la combustion !

Je veux que le feu

Me soulève en sursant !

 

Ne m’ enterrez pas. Brûlez-moi.

 

Il a beaucoup aimé la terre,

Le poète, qu’ il ne soit

Pas son prisionnier.

 

Au millieu du brasier

Qu’ il s’ envole

Comme s’ il avait des ailes.

 

Ne m’ enterrez pas. Brûlez-moi.

 

Qu’on lui brûle les pieds

Qu’on lui brûle les mains

Qu’on le brûle jusqu’au

 

Blanc des os

Et la douce substance

Qu’ il y a dans les os.

 

Ne m’ enterrez pas. Brûlez-moi.

 

Que mes muscles forts

Se délivrent

De la rigueur de la mort

 

Sur des buissons en flammes !

Que mes bras soient comme

Des branches pétillantes !

Ne m’ enterrez pas. Brûlez-moi.

 

Craque le bois

Où l’on a cloué

Des femmes en feu.

 

Que rien n’écrase

La chair de l’ homme

Qui tant aima la terre

 

(Ne m’ enterrez pas. Brûlez-moi.)

 

Que la terre  l’ épargne !

Et la cendre finale

S’ épandeet s’ évanouisse ...

 

Que le vent léger

L’  enlève invisible

Que le vent l’ emporte

 

(Ne m’ enterrez pas. Brûlez-moi.)

 

Vers la mer qui est libre

Vers la mer de l’enfance

Vers la mer immense...

 

 

(Da antologia “La poésie brésiliènne”, com organização e tradução de A. D. Tavares-Bastos, premiada em 1954 pela Academia Francesa. A 1a. edição francesa foi lançada por Editions Seghers, em Paris, em 1966.)

 

MORAES, Vinicius de.  Recette de femme cinq élégies & autres poèmes.  Préface de Véronique Montaigne du Portugais (Brésil) de Jean-Georges Rueff – édition bilingüe.  Paris: Éditions Chandeigne, 201.  158 p.  11,5x17,5 c

 

RECEITA DE MULHER

 

As muito feias que me perdoem

Mas beleza é fundamental. É preciso

Que haja qualquer coisa de flor em tudo isso

Qualquer coisa de dança, qualquer coisa de haute couture

Em tudo isso (ou então

Que a mulher se socialize elegantemente em azul, como
                                       na República Popular Chinesa).

Não há meio-termo possível. É preciso

Que tudo isso seja belo. É preciso que súbito

Tenha-se a impressão de ver uma garça apenas pousada
                                       e que um rosto

Adquira de vez. em quando essa cor só encontrável no
                                       terceiro minuto da aurora.

É preciso que tudo isso seja sem ser, mas que se reflua e
                                       desabroche

No olhar dos homens. É preciso, é absolutamente preciso

Que seja tudo belo e inesperado. É preciso que umas

                                       pálpebras cerradas

Lembrem um verso de Éluard e que se acaricie num braços

Alguma coisa além da carne: que se os toque

Como o âmbar de uma tarde. Ah, deixai-me dizer-vos

Que é preciso que a mulher que ali está como a corola ante
                                       o pássaro

Seja bela ou tenha pelo menos um rosto que lembre
                                       um templo e

Seja leve como um resto de nuvem: mas que seja uma
                                       nuvem

Com olhos e nádegas. Nádegas é importantíssimo.

Olhos, então

Nem se fala, que olhem com certa maldade inocente.

Uma boca

Fresca (nunca úmida!) é também de extrema pertinência.

É preciso que as extremidades sejam magras; que uns\

                                       ossos

Despontem, sobretudo a rótula no cruzar as pernas, e
                                       as pontas pélvicas

No enlaçar de uma cintura semovente.

Gravíssimo é porém o problema das saboneteiras:

uma mulher sem saboneteiras

É como um rio sem pontes. Indispensável

Que haja uma hipótese de barriguinha, e em seguida

A mulher se alteia em cálice, e que seus seios

Sejam uma expressão greco-romana, mais que gótica

                                       ou barroca

E possam iluminar o escuro com uma capacidade

                                       mínima de cinco velas.

Sobremodo pertinaz é estarem a caveira e a coluna vertebral

Levemente à mostra; e que exista um grande

                                       latifúndio dorsal!

Os membros que terminem como hastes, mas bem

                                       haja um certo volume de coxas

E que elas sejam lisas, lisas como a pétala e cobertas

                                       de suavíssima penugem

          No entanto sensível à carícia em sentido contrário.

          É aconselhável na axila uma doce relva com aroma próprio

          Apenas sensível (um mínimo de produtos

                                                 farmacêuticos!)

Preferíveis sem dúvida os pescoços longos

Deforma que a cabeça dê por vezes a impressão

De nada ter a ver com o corpo, e a mulher me lembre

          Flores sem mistério. Pés e mãos devem conter elementos
                                                 góticos

          Discretos. A pele deve ser fresca nas mãos, nos
                                                 braços, no dorso e na face

          Mas que as concavidades e reentrâncias tenham

                                                 uma temperatura nunca inferior

          A 37 ° centígrados, podendo eventualmente

                                                 provocar queimaduras

          Do primeiro grau. Os olhos, que sejam de preferência grandes

          E de rotação pelo menos tão lenta quanto a da terra; e

          Que se coloquem sempre para lá de. um invisível

                                                 muro de paixão

          Que é preciso ultrapassar. Que a mulher seja em princípio alta

Ou, caso baixa, que tenha a atitude mental dos altos píncaros.

          Ah, que a mulher dê sempre a impressão de que
                                                 se se fechar os olhos

Ao abri-los ela não mais estará presente

Com seu sorriso e suas tramas. Que ela surja, não
                                                 venha; parta, não vá

                                       subitamente e nos fazer beber

O fel da dúvida. Oh, sobretudo

Que ela não perca nunca, não importa em que mundo

Não importa em que circunstâncias, a sua infinita volubilidade

De pássaro; e que acariciada no fundo de si mesma

Transforme-se em fera sem perder sua graça de

                                       ave; e que exale sempre

O impossível perfume; e destile sempre

O embriagante mel; e cante sempre o inaudível canto

Da sua combustão; e não deixe de ser nunca a eterna dançarina

Do efémero; e em sua incalculável imperfeição

Constitua a coisa mais bela e mais perfeita de toda

                                                  criação inumerável.

 

 

 

 

RECETTE DE FEMME

 

Que les très laides me pardonnent

Mais la beauté est fondamentale. Il faut

Dans tout cela qu'il y ait quelque chose d'une fleur,

Quelque chose d'une danse, quelque chose de haute couture

Dans tout cela (ou alors

Que la femme se socialise élégamment en bleu

          comme dans la République populaire de Chine).
Il n'y a pas de moyen terme. Il faut Que tout soit beau.
Il faut que, tout à coup

On ait l'impression de voir une aigrette à peine posée,

                                       et qu'un visage

Acquière de temps en temps cette couleur que l'on ne

rencontre qu'à la troisième minute de l'aurore.

Il faut que tout cela soit sans être, mais que cela se

                                       reflète et s'épanouisse

Dans le regard des hommes. Il faut, il faut absolument

Que tout soit beau et inespéré, n faut que des paupières doses

Rappellent un vers d'Éluard, et que l'on caresse sur des bras

Quelque chose au-delà de la chair : et qu'au toucher

Ils soient comme l'ambre d'un crépuscule. Ah, laissez-

                                       moi vous dire

Qu'il faut que la femme qui est là, comme la corolle

                                       devant l'oiseau        
Soit belle, ou qu'elle ait au moins un visage qui

                                       rappelle un temple; et

Qu'elle soit légère comme un reste de nuage : mais

                                       que ce soit un nuage: mais

Avec des yeux et des fesses. Les fesses c'est três}

                                        important. Les yeux

Inutile d'en parler, qu'ils regardent avec une certaine

                                       malice innocente. Une bouche

Fraîche (jamais humide), mobile, éveillée, et aussi

                                       D 'une extrême pertinence.

Il faut que les extrémités soient maigres, que certains os

pointent, surtout la rotule, en croisant les jambes et les
                                       pointes pelviennes

Lors de l'enlacement d'une taille mobile.

Très grave toutefois est le problème des salières : une

                                       femme sans salières

Est comme une rivière sans ponts. Il est indispensable

Qu'il y ait une hypothèse de petit ventre, et qu'ensuite

La femme s'élève en calice et que ses seins

Soient une expression gréco-romaine, plus que

                                       gothique ou baroque

Et qu'ils puissent illuminer l'obscurité avec une force

                                       d'au-moins cinq bougies.

Il faut absolument que le crâne et la colonne vertébrale

soient légèrement visibles et qu'il existe une grande

                                       étendue dorsale !

Que les membres se terminent comme des hampes,

                    mais qu'il y ait un certain volume de cuisses.

Qu'elles soient lisses, lisses comme des pétales et

          couvertes du duvet le plus doux,   

Cependant sensible à la caresse en sens contraire.

Dans les aisselles il est conseillé une herbe douce avec

                                       son odeur propre

À peine perceptible (un rien de produits

                                       pharmaceutiques!)

Les longs cous sans nul doute sont préférables

De manière à ce que la tête donne parfois l'impression

De n'avoir rien à voir avec le corps et que la femme

                                       ne rappelle pas

Les fleurs sans mystère. Les pieds et les mains doivent
                              contenir des éléments gothiques

Discrets. La peau doit être fraîche aux mains, aux bras,

                              dans le dos et au visage

Mais les concavités et les creux ne doivent jamais

                              avoir une température inférieure

À 37° centigrades, capables, éventuellement, de

                              provoquer des brûlures

Du premier degré. Les yeux, qu'ils soient de préfé-

                              rence grands

Et d'une rotation au moins aussi lente que celle de la

                              terre;

Qu'ils se placent toujours au-delà d'un mur invisible

                              de passion

Qu'il est nécessaire de dépasser. Que la femme, en

                              principe, soit grande

Ou, si elle est petite, qu'elle ait l'attitude mentale des

                              hautes cimes.

Ah, que la femme donne toujours l'impression que si

                              ses yeux se ferment

En les ouvrant, elle ne serait plus présente  

Avec son sourire et ses intrigues. Qu'elle surgisse, qu'elle

          ne vienne pas, qu'elle parte, quelle n'aille pas.

Et qu'elle possède un certain pouvoir de rester muette

          subitement, et de nous faire boire

Le fiel du doute. Oh, surtout

Qu'elle ne perde jamais, peu importe dans quel monde,

Peu importe dans quelles circonstances, son infinie

                              volubilité

D'oiseau; et que caressée au fond d'elle-même,

Elle se transforme en fauve sans perdre sa grâce

d'oiseau; et qu'elle répande toujours

L'impossible parfum; et qu'elle distille toujours

Le miel enivrant; et qu'elle chante toujours le chant

                              inaudible

De sa combustion et qu'elle ne cesse jamais d'être

l'éternelle danseuse

De l'éphémère; et dans son incalculable imperfection

Qu'elle constitue la chose la plus belle et la plus

          parfaite de toute l'innombrable création.


 

O POEMA FRANCO/BRASILEIRO DE VINICIUS DE MORAES

 

                   Texto e tradução de LUIS MARCIO SILVA*

 

 

Na ocasião do centenário de Vinicius de Moraes (1913-1980), tive o privilégio de conhecer a poesia completa do escritor e compositor brasileiro para um evento da Unesp de Assis, pela rara edição da Nova Aguilar. Muito tempo depois, trago um poema escrito em francês, e até aquele momento pouco conhecido, intitulado “Seule” (“Sozinha”).

        Talvez pela singularidade de toda obra escrita em português este poema tenha me fascinado pela singela voz do eu-lírico feminino em outra língua mas também porque eu me encontrava como aluno de língua francesa aprendendo o idioma como um neófito da tradução, por isso eu chamo este texto de poema, ainda que seja difícil encaixar Vinicius unicamente como poeta ou cancionista nas suas veredas artísticas ... Historicamente, trata-se de uma antiga valsa do Pixinguinha com a letra do Vinicius de Moraes, cuja parceria se estendeu para o cineasta Alex Viany como trilha sonora do filme “Sol sobre a lama” (1963), considerado o primeiro longa metragem colorido do Cinema Novo.

        Creio que desde a minha primeira tradução - feita por ocasião do centenário do poeta em 2013 – não se tenha visto outro registro da transposição da letra do francês para o português. E como a vida é “a arte do encontro”, aproveito para resgatar a tradução na data dos 40 anos sem o grande Poeta, visto que “Seule” é um dos poucos escritos em francês de toda obra e que serviu para unir o repertório franco/brasileiro e igualmente engrandecer artistas em diferentes plataformas de criação, atravessando as fronteiras da arte: canção/poema/trilha sonora, etc. Ademais, conheço a interpretação enquanto valsa na voz da cantora Maria do Céu, presente no álbum musical “Pixinguinha no Cinema” (2007), e a mais recente na voz da neta do letrista, Mariana de Moraes, no álbum “Brisa do Mar” (2019).

        Segue abaixo a tradução para o português e o texto originalmente escrito em francês: O POEMA FRANCO/BRASILEIRO DE VINICIUS DE MORAES Na ocasião do centenário de Vinicius de Moraes (1913-1980), tive o privilégio de conhecer a poesia completa do escritor e compositor brasileiro para um evento da Unesp de Assis, pela rara edição da Nova Aguilar. Muito tempo depois, trago um poema escrito em francês, e até aquele momento pouco conhecido, intitulado “Seule” (“Sozinha”). Talvez pela singularidade de toda obra escrita em português este poema tenha me fascinado pela singela voz do eu-lirico feminino em outra língua mas também porque eu me encontrava como aluno de língua francesa aprendendo o idioma como um neófito da tradução, por isso eu chamo este texto de poema, ainda que seja difícil encaixar Vinicius unicamente como poeta ou cancionista nas suas veredas artísticas ...

        Historicamente, trata-se de uma antiga valsa do Pixinguinha com a letra do Vinicius de Moraes, cuja parceria se estendeu para o cineasta Alex Viany como trilha sonora do filme “Sol sobre a lama” (1963), considerado o primeiro longa metragem colorido do Cinema Novo. Creio que desde a minha primeira tradução - feita por ocasião do centenário do poeta em 2013 – não se tenha visto outro registro da transposição da letra do francês para o português. E como a vida é “a arte do encontro”, aproveito para resgatar a tradução na data dos 40 anos sem o grande Poeta, visto que “Seule” é um dos poucos escritos em francês de toda obra e que serviu para unir o repertório franco/brasileiro e igualmente engrandecer artistas em diferentes plataformas de criação, atravessando as fronteiras da arte: canção/poema/trilha sonora, etc.
Ademais, conheço a interpretação enquanto valsa na voz da cantora Maria do Céu, presente no álbum musical “Pixinguinha no Cinema” (2007), e a mais recente na voz da neta do letrista, Mariana de Moraes, no álbum “Brisa do Mar” (2019). Segue abaixo a tradução para o português e o texto originalmente escrito em francês:

 

 

 

SOZINHA

 

Sozinha,

sozinha

Sozinha mesmo em teus braços

Sozinha de dia

Sozinha de noite

Sonhando sempre

O amor que não vem

Canta uma canção para me acalmar

Faz-me, eu te imploro, tudo esquecer

Abraça-me

Beija-me

Toma, meu querido, tudo o que quiseres,

Oh, se tu soubesses me fazer sorrir

Eu poderia te amar até ao delírio

Mas, meu amor,

Oh, meu amor,

Não és o amor sonhado

 

 

 

 

SEULE

 

Seule

Seule

Seule même dans tes bras

Seule le jour

Seule la nuit

Rêvant toujours

L’amour qui ne vient pas

Chante une chanson pour me bercer

Fais-moi, je t’en prie, tout oublier

Enlace-moi

Embrasse-moi

Prends, mon chéri, tout ce que tu veux

O si tu savais me faire sourire

Je pourrais t’aimer jusqu’au delire

Mais, mon amour

O mon amour

Tu n’est pas l’amour rêvé

 

 

 

[traduzi um poema do Vinicius originalmente escrito em francês, intitulado "Seule", para o nosso português, cujo título do poema fica "Sozinha", um dos raros escritos em francês do poeta e diplomata que fizera, na ocasião, uma parceria magistral com o Pixinguinha.]

 

*Minibiografia do tradutor: Luis Marcio Silva (1992) nasceu na cidade de Franca/SP.
É licenciado em Letras pela Unesp de Assis. Atualmente é professor de literatura.
Raramente faz tradução. Contato: rubrica@outlook.com.br

 

 



Página publicada em novembro de 2008; ampliada e republicada em agosto de 2015. Página ampliada e republicada em setembro de 2020.



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