JOSÉ JUAN TABLADA
(Ciudad de México, México, 1 de abril de 1871 – Nueva York, Estados Unidos, 2 de agosto de 1945)
El florilégio. Tipografía de Ignacio Escalante. México. 1899.
La epopeya nacional. Porfirio Díaz. Talls. Linotipográficos de El Mundo Ilustrado. México. 1909.
Al sol y bajo la luna. Librería de la Viuda de Ch. Bouret. Paris. 1918.
Los días y las noches de París. Librería de la Viuda de Ch. Bouret. Paris. 1918.
Un día. Imprenta Bolívar. Caracas. 1919.
Li Po y otros poemas. Imprenta Bolívar. Caracas. 1919.
El jarro de flores. Ediciones Escritores Sindicados. Nova Iorque. 1920.
La feria. Poemas mexicanos. F. Mayans Impresor. Nova Iorque. 1928.
Los mejores poemas de José Juan Tablada. Editorial Surco. México. 1943.
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CIENCIA POSITIVISTA
¡Ciencia, déjame solo como un niño
de alma atônita y pupilas asombradas
en la Dimensión Ultra de los Cuentos de Hadas!
¡Oh, Ciencia que te arrastras en un plano
unidimensional, como un gusano!...
Déjame en médio de mi mundo astral,
entre los arco-iris de su esfera de cristal:
¡Mi arco-iris, escala de Jacob
que une este mundo com la Cuarta Dimensión!
CIÊNCIA POSITIVISTA
Tradução de Ronald Polito
Ciência, deixa-me só como um menino
de alma atônita e pupilas assombradas
na Dimensão Ultra dos Contos de Fadas!
Oh, Ciência que te arrastas em um plano
unidimensional, como um verme!...
Deixa-me no meio de meu mundo astral,
entre os arco-íris de sua esfera de cristal:
Meu arco-íris , escada de Jacó
que une este mundo com a Quarta Dimensão!
LI – PO
(fragmentos)
“En 1920 esta etapa de exploración desemboca en un nuevo volumen de versos:
Li-Po y otros poemas. Libro singular y hermoso, en este poemario se recogen y amplían los juegos y experimentos de Calligrammes de Apollinaire. Tablada combina dibujo y palabra, línea y fascinación verbal, y rinde homenaje al famoso poeta chino Li-Po (701-762) que, según la leyenda, murió en un lago cuando intentaba atrapar la luna que se reflejaba en sus aguas. Prototipo de bohemio amante de los placeres munanos, el verso se vuelca sobre todo lo que representa el lado lúdico de la realidad, la representación plástica de los objetos y la percepción intuitiva (y poética) del alma que los habita.” JUAN VELASCO.
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DIA NUBLADO
Li-Po y otros poemas. Caracas: Imprenta Bolivar, 1920.
IMPRESION DE LA HABANA
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“Entre los siglos XIX y XX, la poesía mexicana estuvo plena de experimentaciones , tomando la delantera el gran vanguardista y maestro de maestros José Juan Tablada, quien entre 1911 y 1919 dejó caer sobre todos los países de lengua castellana el enorme peso del breve haiku japonés, que se vino a quedar para siempre en numerosos poetas de aquella época hasta el presente. Y es también Tablada quien experimenta la poesía visual llamada caligrama, la que —se ha dicho— toma del francés Apollinaire, a quien se atribuye la paternidad de esa forma poética, aunque los futuristas italianos, con quienes firma un manifiesto en 1912. Los caligramas de Apollinaire se publican en 1918, y en 1920 los de Tablada bajo el título de Li Po y otros poemas. Pero siempre vamos a detectar más antecedentes de la poesía visual, ya que la encontramos en tiempos muy remotos d China, en autores de hace 2.300 años, como Simias de Rodes y Dosiades de Creta, en las antiguas escrituras hebrea y árabe, en textos de monjes medievales europeos, etcétera.”
JOSÉ VICENTE ANAYA: ¿Dónde empieza y dónde termina la poesía visual de México? In:
alforja REVISTA DE POESÍA, Invierno 2002-2003, México, p. 13-19.
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TRADUÇÕES DE FLORIANO MARTINS
PLACIDEZ
Esta noite trouxe um tremor de luzeiros,
um cinza céu de pérola e um oitante de lua;
a penumbra é de prata, e se envolvem em uma
transparência indecisa as caladas veredas.
Na alma se filtra, por ocultos mananciais
de recôndita fonte, uma calma oportuna,
e apacenta suas penas a contrária fortuna
como se fosse um rebanho de medrosos cordeiros.
Resignado o espírito, não formula uma censura
pelo mal ou a morte; a quietude da noite
os impulsos refreia e as ânsias mitiga
e a vida se aceita, sem saber se a mansa
placidez em que o peito adormece e descansa
é virtude e holocausto, ou desdém e fadiga.
BORBOLETA NOTURNA
Devolve ao desnudo ramo,
noturna borboleta,
as folhas secas de tuas asas.
APARIÇÃO
A mulher que aparece, surge
em meio à apoteose de um perfume
ou escondida como uma violeta
no núcleo de sombra da estrela.
Intermitente floco de espuma
na marulhada da música.
Taça de champanhe e neve
na sede da febre
que nos afunda no tanque tíbio e claro
de uma imensa esmeralda
e nos abre na aurora
os olhos que fechamos na sombra!
A CRUZ DO SUL
As mulheres com gestos de madrepérola
possuem pelos e lábios rubros de orquídea
Os macacos do Polo são albinos
âmbar e neve e saltam
vestidos de aurora boreal.
No céu há um anúncia
de Óleo de margarina
Aqui está a Árvore da quinina
e a Virgem das Dores
o Zodíaco gira na noite
de febre amarela
a chuva encerra todo o Trópico
em uma jaula de cristal
É a hora de atravessar o crepúsculo
Como uma zebra até à Ilha de Outrora
onde despertam as mulheres assassinadas.
A MARGARITA SANGER
Em seu automóvel de cristal,
que grasna feito pavão real,
vai a Mulher-das-pernas-de-jade
à casa de Margarita Sanger.
Os arranha-céus se inclinam para vê-la
ao longo da Vía Scelerata,
toda desnuda, indiferente ao frio,
cabe seu automóvel de vidro.
(Vai dar à luz uma criança morta)
Em cada bazar da Quinta Avenida
há germes de bombas de dinamite;
entre as peles, as jóias e o bricabraque
as máquinas infernais respiram seu tique-taque…
Margarita Sanger não é o Anticristo;
platônica e douta em maiêutica
sonhou
em libertar o futuro do passado.
Os filhos dos pobres
são lentamente parricidas.
Que farão os latifundiários sem peões
e sem soldados os Napoleões?
e sem carneiros, sobreviverão os leões?
Em casa de Margarita Sanger
golpeiam seus ventres as que não serão mães
e cantam essa bela canção
que apenas recém-nascida
a Guerra lhes afogou no coração:
“Nossos filhos não criamos
para que os façam soldados!”
Golpeando o ventre as mulheres cantam:
Por estas portas já não sairá a dor,
nossos filhotes já não serão para as feras,
arrancamos a venda do amor
somos as Lisístratas justiceiras
enquanto os homens se devorem não coalhará fruta a flor.
Oh Margarita Sanger, ao evangelho de tuas palavras
já rangem os quartéis e as fábricas,
as prisões e os hospitais,
e os cavalos cegos das minas
relincham ao céu azul e ao sol!
Esta página integra a edição brasileira acervo inédito de Mundo mágico - Uma antologia crítica da poesia hispano-americana no século XX. Organização, tradução e notas de Floriano Martins. Cedida pelo Projeto Editorial Banda Hispânica: www.jornaldepoesia.jor.br/BHBHportal.htm.
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De
JOSÉ JUAN TABLADA
POEMAS
Tradução, prólogo, cronologia e notas de
Ronald Polito – Edição bilingue
São Paulo: Edusp; Fondo de Cultura Económica, 2008
ISBN 978-85-314-1047-5
“No México, a tradição da obra aberta, não no sentido estrito mas no mais geral e lasso, começa com Tablada. Uma parte de sua obra me fascina: a escrita no fim de sua vida poética. Não são muitos poemas mas quase todos são surpreendentes. Haicai e poesia ideográfica, humor e lirismo, o mundo natural e a cidade, as mulheres e as viagens, os animais e as plantas, Buda e os insetos. Sua poesia não perdeu nada de sua frescura, nada de sua novidade.
TONINAS
Entre las ondas azules y blancas
rueda la natación de las toninas
arabescos de olas y de anclas.
COQUILLAGE
La ola femenina me mostro,
carnal, en la mitad de la blancura,
la concha que a Verlaine turbo...
PELÍCANOS
Suicidas como los humanos,
clavan los grandes picos en las rocas
y se dejan morir los pelícanos.
(Costa del Caribe)
PECES VOLADORES
Al golpe del oro solar
estalla em astillas el vidrio del mar.
Traduções de Ronald Polito
GOLFINHOS
Entre as ondas azuis e brancas
roda a natação dos golfinhos
arabescos de ondas e de âncoras.
COQUILLAGE
A onda feminina me mostrou,
carnal, no meio de sua brancura,
a concha que turbou Verlaine...
PELICANOS
Suicidas como os humanos,
cravam os grandes bicos nas rochas
e se deixam morrer os pelicanos.
(Costa do Caribe)
PEIXES VOADORES
Ao golpe do ouro solar
estala em estilhaços o vidro do mar.
LA VENUS CHINASA
A mi amigo Okada Asataro
En su rostro ovalado palidece el marfil,
la granada en sus labios dejó púrpura y miel,
son sus cejas el rasgo de un oblicuo pincel
y sus ojos dos gotas de opio negro y sutil.
Cual las hojas de nácar de un extraño clavel
florecieron las uñas de su mano infantil
que agitando en la sombra su abanico febril
hace arder en sus sedas un dorado rondel...
Arropada en su manto de brocado turquí,
en la taza de jaspe bebe sorbos de té
mientras arde a sus plantas aromoso benjuí.
Mas irguióse la Venus... Y el encanto se fue
pues enjuto en la cárcel de cruel borceguí
era un pie de faunesa de la Venus el pie...
Yokohama, China Town, 1900
El Universal, 17 de fevereiro de 1901; Revista Moderna, IV (3), I1a quinzena de fevereiro de 1901, p. 54.
A VENUS CHINESA
Tradução de Ronald Polito
Ao meu amigo Okada Asataro
Em seu rosto ovalado empalidece o marfim,
a granada em seus labios deixou púrpura e mel,
sao suas sobrancelhas o risco de um oblíquo pincel
e seus olhos duas gotas de opio negro e sutil.
Como as folhas de nácar de um raro craveiro
floresceram as unhas de sua máo infantil
que agitando na sombra seu leque febril
faz arder em suas sedas um dourado rondel...
Enroupada em seu manto de brocado turquí,
na xícara de jaspe bebe goles de cha
enquanto arde a seus pés aromático benjoim.
Mas ergueu-se a Venus... E o encanto se foi
pois enxuto no cárcere de cruel borzeguim
era um pe de faunesa da Venus o pe...
Yokohama, China Town, 1900
Página ampliada e republicada em junho de 2009 |