Home
Sobre Antonio Miranda
Currículo Lattes
Grupo Renovación
Cuatro Tablas
Terra Brasilis
Em Destaque
Textos en Español
Xulio Formoso
Livro de Visitas
Colaboradores
Links Temáticos
Indique esta página
Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



RONALDO WERNECK

(1943-     )

 

 Creio que talvez possamos admitir que axista um movimento artístico intitulado “pos-modenismo” e que sua característica primordial seja a intertextualidade, ou a explicação do diálogo que estabelece com  própria arte. Explicação porque não só admite mas mesmo denuncia sua filiação. Nesse sentido, pós-moderno é Ronaldo Werneck, que em 1976 lançou a primeira edição, agora revisitada, de(ste) Selva Selvaggia.”  Assim começa Luiz Ruffato a apresentação do poeta-cinético ressaltando seu “barbarismo” fundado  no “pensamento concretista”, um oxímoro...

 

Sua poesia, que nos suga e seduz, é a da palavra, posta a serviço da própria palavra, recriando outra –sua metamorfose”, completa Lina Tâmega Del Pelaso.

 

Vem recomendado pelo também mineiro Ronaldo Cagiano... mas Ronaldo é já conhecido de todos, mesmo dos que desconhecem a sua intrigante obra. E antes que me esqueça, ele também é de Cataguases, terra da eterna modernidade...  (A.M.)

 

Ronaldo Werneck participou da I Bienal Internacional de Poesia de Brasília, 2008.

 

Página do autor: www.ronaldowerneck.com.br

CATAGUASES QUE TE QUERO VERDE  -  ensaio por RONALDO WERNECK

 

 

LINA LADY LINA - Brasil : DAMA DA POESIA  por  RONALDO WERNECK  - ENSAIOS

 

Veja também: POESIA VISUAL de Ronaldo Werneck

FRANCISCO MARCELO CABRAL: a emoção é de quem lê

Ronaldo Werneck

 

 

VEJA TAMBÉM composição musical com letra de RONALDO WERNECK:

https://www.facebook.com/ronaldo.werneck.100/posts/10156772937597780

 


MEUS POEMAS EM PORTUGAL  - Ronaldo Werneck
na revista 
DiVersos 32   (2021)

 

A conceituada revista literária portuguesa "DiVersos/ Poesia e Tradução" acaba de publicar em sua edição n° 32, 2021, comemorativa de seus 25 anos de existência, uma miniantologia de meus poemas. José Carlos Marques, o editor da revista (que se mantém na versão impressa até hoje), abre o espaço (20 páginas) dedicado aos meus poemas com um bem apanhado texto crítico que oferece uma panorâmica de minha trajetória poética:

"Sem o podermos afirmar com segurança, vemos na poesia de Werneck não só o modernismo europeu e o modernismo brasileiro, como ainda toda a corrente da poesia visual e em particular do concretismo e do poema tipográfico, mas numa versão transbordante que contrasta com a austeridade e por vezes secura de algumas dessas correntes. Incluindo incursões no tropicalismo ou dele derivadas, da escrita à música, da fotografia ao cinema (o seu primeiro livro de poesia é um cine-poema!), numa explosão criativa que bebe tanto em todas as fontes literárias como no pulsar barroco de uma cinematografia como a de Glauber Rocha".

Vejam no link a seguir, o texto completo de José Carlos Marques e meus poemas publicados nessa edição da "DiVersos".
https://drive.google.com/file/d/1Wt7UIgk8kK2GGN3oFl78avuYd
OjZ5d/view?fbclid=IwAR3KYk1RXanPkAM7iPUZExUzhYpo_gxnZ2HJGXuJkqzE-YZaOeEvDpmY_SA

 

 

CONEXÕES ATLÂNTICAS

 

 

Acaba de sair em Portugal o volume V da coleção “Conexões Atlânticas”, reunindo poetas brasileiros e portugueses. A antologia é mais uma realização da In-finita Lisboa, dirigida por Adriana Mayrinck e Emanuel Lomelino. Transcrevo a seguir um de meus dois poemas inéditos publicados nessa edição de Conexões Atlânticas.

 

A POESIA FICARÁ

 

mesmo que para sempre eu passe

haverá haverá casais

aos beijos às margens do sena

pescadores esparsos beira

pomba e ao largo do tejo

esse o fonema o dilema:

passo a passo descompassado

eu passo para sempre eu passo

e passamos rumo ao esquecimento:

que importa o poema febre fugaz

– peça passe compasso de passagem –

se o pôr do sol sempre brilhará

magnífico no palco de ipanema

pôr do sol que se esvai no céu e some

e apaga no quadro as minas-montanhas

e só sobra o poema feito poesia

homero ronsard shakespeare whitman

pessoa poe rimbaud baudelaire eliot

resta a poesia drummond cabral camões

a poesia ficará

anos muitos anos passados

e esse beijo à beira-sena

à beira-pomba beira-tejo

mãos mãos se enlaçando

namorados à beira rio

séculos séculos depois

sobrarão avencas acácias

e o forte aroma das magnólias

a poesia fica finca ficará

 

Ronaldo Werneck

Cataguases, maio 2020

 

 

 

 

WERNECK, Ronaldo.  Momento vivo. 71 poemas favoritos & 21 novos.   Apresentação por Cláudio Murilo Leal.  São Paulo: Editora Tipografia Musical , 2019. 268 p.  16x 23 cm.   ISBN 978-68951-19-4  
Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

vegetais      

 

face a face
a alegria

              da verde alface

 

rotundos
brilhantes
pesquiso
a poesia

 

              do pálido palmito

 

sobre a mesa
descubro
a selvagem
tristeza

 

              do tomate rubro

 

 

sol na rua do sobe e desce

              para Antônio Jaime Soares

 


à sinistra, o sol, o que assombra:
sobre as árvores, o céu tomba
solidário, à espreita

à destra, o dia anoitece
entre as frestas da tarde estreita:
no coração, a sombra cresce:

na rua, o sol sobra e desce.

 

Cataguases, agosto 2001.

 

 

perfume
Amor que vence os tigres, por empresa
   tomou logo render-me ; ele me declara
 contra o meu coração guerra tão rara
   que não me foi bastante a fortaleza
         
Cláudio Manuel da Costa

 

         o amor sai pelos poros
       e me inunda de desatino
       por ti
               sou torto tato
               os dedos cegos
       enfim
                apontam a ternura
               por ti em mim
                        carrego
       o sândalo
                      sol que ensandece
           e exala
       a pele
          o prazer
             a prece
                     a ungir nossos corpos
                     sobre o sal
                                suor que entorpece

 

                                  Cataguases, 1989

 

 

23.10.13

 

hoje tenho setenta
e de novo e sempre
a vida me inventa

aos setenta e a cada dia
— vírus que me adentra —
tomado sou pela poesia

 

 

 

 

 

WERNECK, Ronaldo. o mar de outrora & poemas de agora.  Belo Horizonte: Anome livros, 2014.  176 p.   20,5x15 cm.  Fotos do miolo: Patricia Barbosa e Ronaldo Werneck.  Projeto gráfico e formatação: Valdinei do Carmo. Coordenação editorial: Wilmar Silva de Andrade.  ISBN 978-85-98378-91-6   “ Ronaldo Werneck “ Ex. bibl. Antonio Miranda  

 

Ronaldo Werneck se serve, como em obras anteriores, de um trabalho virtuosístico em cima da palavra. Em Fogalegre, um dos poemas rapidíssimos de agora, brinca com q nome de Audrey Hepburn - happy, rap, help, burn -, tal como Shakespeare, quatrocentos anos antes, pusera sua assinatura em Antonio e Cleópatra, ao dizer que alguém, como um animal, shakes his ears. É com a mesma técnica que Werneck lamenta o mar que rimbaud me roubou.        W. J. SOLHA

 

 

FOGALEGRE

 

audrey rap

                      audrey burn

                                          audrey help

 

    audrey happy

                             audrey hepburn


 

        MAR DA BAHIA

        em cada fresta
        azul em festa
        no ar

        cada finestra
        franja de mar
        azul

        mina um poema
        em cada esquina
        de mar

 

                         Corredor da Vitoria, Salvador, jan 2010

 

 

AMOR AOS 70

 

nem sempre
se ostenta
um amor aos 70

via, deixa esse ser
assim enamorado
esse safenado
descasado ser

de novo casado e se ver
como todo apaixonado
junto (ou aprisionado)

 

 

 

O reencontro dos poetas Ronaldo Werneck e Antonio Miranda no Carpe Diem, em Brasília, no dia 12/05/2015 por ocasião do lançamento do livro "O mar de outrora & poemas de agora".

 

 

 

WERNECK, Ronaldo.  Cataminas pombra & outros rios.  São Paulo: Dobra Editorial, 2012.  268 p.  22x15 cm.  ilus. p&b.   ISBN 978-85-63550-76-7    Col. A.M.  (EE)

 

 

catar-se

   

                           terra
                              de
               ascânio lopes enrique de resende
 guilhermino cesar humberto mauro
    patápio silva rosário fusco
                                                       gente
                                                      boa
                            impropria
                                mente
                                                                   nenhum deles
                                          al di là delle stelle
                             nenhum
               de lá é
                   pois
                            ninguém
                                                 de Cataguases
                                 vem
                                        ou quase
                                 pois
         ora pois ficou o trilho
             pois-pois ferrou-se o boi
                       réstias de rio rastro de pass(t)agem
                                   piau capim capiau capoeira
pois nem trem mais nem tem
       nem pedreira nem diamantina jaça
                         nem tudo volta à sua volta
                                paisagem
                          brilho
                                fumaça
                                           depois pouco importa
                                               nada de trem não tema
                                                          adie(u)a adrenalina
                                                   também
                                                   pouco exporta
                                             sob pena
                     de Leopoldina
       ou outros prantos
de espermanescer
                            ou outro lu(g)ar
                                  - deixa falar!
                   onde se erra
                     se desterra
                                                tanta
                                         de
                 augusto dos anjos
                                                 al di là
                 de outros tantos
                                   enganos
                                       e  de outros e outros
                      anjos tontos saltimbancos
                                                 pero paraibanos
                   - xaparlà!

 

(*) Os poetas cataguasenses Francisco Marcelo Cabral e Maria do Carmo/Carminha Ferreira. Todo mundo é de Cataguases. Inclusive quem não é.  O poema diz melhor.

 

 

 

 

Ronaldo Werneck
Há controvérsias 2. 
São Paulo:  Arte Paubrasil, 2011.   501 p.  ilus. 
ISBN 978-85-99629-34-5

 

Lina Tâmega Peixoto afirma que Ronaldo Werneck tem “a habilidade de jogar com as palavras, uma provocação lúdica às formas verbais para alcançar uma linguagem delirantemente estética”. Com humor, leveza, sagacidade. É o que revela este segundo volume em que compila sua vasta produção de crônicas, ensaios, poemas, resenhas, testemunhos, anotações de viagens, delírios, desaforos, elucubrações. A gente sabe que ele é criativo em tempo integral.  Material levado aos jornais e agora em volume caprichado, edição primorosa.  Vai um dos poemas para o prazer de nossos leitores:

 

No coração
da metrópole


                                  veja
         menina
                      o verso brotou
                                      de arranco
                                                        na esquina
                                                        de ouvidor
                                                                           com rio branco
oval da face que na noite dança
e continuou
                                                                  martelo
                                                                             açoite
fustigando a avenida
veja
        menina
                   como o poema
                                        salta do bolso
                                                          e dá vida
                                                                           menina
                   veja
            menina
                          era um deca
                                      veja menina às vezes proponho
                                      biternárias sucessões  atônitas
                            estilhaços de sol faíscas de sonho
                                           dez sílabas marcadas pela tÕnica

Veja
 menina
         era um deca
                            mas já
                                     na esquina
                                          de alfândega
                            o troço
                                     ora pois
                            virou
                                     pândega
                                                  depois
                                                           — NECA!

 

 Centro do Rio no anoitecer dos anos 60/
                        Jornal Cataguases/ 22.08.2004
                       

-------------------------------------------------------------------------------------------

 

De
MINERAR O BRANCO
Sâo Paulo: artepaubrasil, 2008
ISBN  978-85-99629-14-7

 

 

MAR DE CAMÔES AMAR

FLORBELA ESPANCA

 

— O que tens, bela? A que vens, Florbela?

— Mar de dor, dor a navegar, Camões.

 

Velas, clarões de carabelas velhas,

trôpegas, tontas sob o azul: canções.

 

— E tu, Luís, aonde vais, aonde?

 

— Mar de Camões amar Florbela Espanca

que se esvai: mar. Flor, bela flor: responde

amor, ao brado de seu bardo e canta.

 

Mas donde vens, vela, branca luz e tanta?

— Do mar me tens: mar, mar, maralto e largo

Flor D'Alma Bolada Conceição Espanca

 

esse mar, fado, mar de outroragora

doce amar, tanto mar que amar amargo.

—- Flor, bela flor em desconcerto: chora.

 

 

 

MINASCER

 

 

florir entre a macela e a paina e a treva

florir ¡mensamente e saber

que tudo em torno é urna ¡mensa solidão

e a cumplicidade ansiada não existe

 

Octavio Mello Alvarenga, in Rosario de Minas

 

 

minas menina

ha que nascer

ser meniminas

 

em miNascer

só pra saber

em minasCer

 

mato minério

trem louco vem

enverdecer

 

ser minastério

anoitecer

ser minaSer

 

 

 

WERNECK, Ronaldo.  Minas em mim e o mar esse trem azul.   Cataguases, MG: Poemação Produções, 1999.  144 p.  ilus.  15,5x22 cm.   Capa: Dounê (sobre foto de RW). 

 

   (fragmento)

 

                    o pomba
            
a ponte
            o tudo
   nada

  1.                           quem violões
                                           quem
    tumbas
                     
    quem mulher
                                                quem vida
                           escorrendo
        diáfana                       
                                           como o rio flou
      
     flutuando
    como
                        quem entre neblina sepulturas e nesgas de alvorada

                                          
    ?
     

 



 

 

maCio

para Daniela Aragão

 

 

terra molhada terra tecer

esse corpo só esse ser geo

graficamente aqui a meu lado

amor maCio amor melado

 

Juiz de Fora, novembro 2004

 

 

& meta-poema

a Affonso Romano de Sant´Anna

[

 

erra

quem no poema

introduz

a puta   palavra   puta

 

não pelo que em si encerra

luz! luz!

mas pela forma impoluta.

 

mais vale égua

— trepada sem trégua

mais vale vaca

— estuprada a faca

mais vale lady

— mesmo que ela peide

mais vale mãe

— quer ganhe ou não ganhe

 

corte de seu poema

puta palavra pura

este alazão esconso

cravado em sua gema

o que fica

é um resto de pica

que freme

sans cesse

endurece

enobrece

& dignifica

o que

dobra

e fica

é só sua obra

o que sobra

do poema

germe

sêmen

que salta

&

— upa —

 

se catapulta de sua garupa

 

 

Cataguases, 1991

 

 

Poemas extraídos de NOITE AMERICANA DORIS: DAY BY NIGHT.  Rio de Janeiro: Íbis LIbris; Cataguases: Poemação Produções, 2006.  168 p. ilus.

 

 

RE/TOMADA VISUAL


O Poeta na Praça

 

A  Ferreira Gullar

 

                                                                         findo o seu cantar

                                                               manhã já no meio

                                                   o galo-gullar

                                                             não cisca:

 

                                antes

                                          levanta a crista

                                                                   e logo ei-lo

                                                                             esguio

                                                                                       elegante

                                                                                       pela praça do lido:

                                          ereto e no prumo

rumo-leme

                            passa apressado o poeta

                                                                      -ZAZ!

                                           esbaforido

                                                                      o poema bufa atrás:

                            — a poesia freme

                                                                                                       Rio, 2001

 

 

 

Pound/O Mergulho

 

 I would bathe myself in strangeness:

(…)

On to be out of this,

This that is all I wanted

      save the new.


Ezra Pound

         
A Sérgio Ribas Câmara

 

                                                     

                                               nas entranhas     

                                               das estranjas

                                               me banhar

                                                                   lá quero estar

 

                                               lá onde vou

                                               fico relax           

                                               & magnífico

                                                                   lá quero estar  

 

                                               eu queimo

                                               eu ardo

                                               eu me acabo

                                                                    lá quero estar

 

                                               de novo

                                               mais uma vez

                                               make it new

                                                                    lá quero estar

 

                                               um mergulho

                                               onde

                                               new faces

                                                         luas ares

                                               um mergulho

                                                         onde

                                               o sol

                                               não se esconde

                                                                      lá quero estar

                                               como fora

                                                        daqui está

                                               o estopim

                                                        claro alarido

                                               ensolarando o sonho

                                                                             lá quero estar

                                                           

                                                                                                  São Paulo, 1977

 

 


CENA 2

 

                                                tudo que em mim criança

                                                e circo e clowns e dança

                                                tudo que em mim convida

 

                                                para a festa da vida

                                                e roda roda-rota

                                                rota-roda de acordes

 

                                                tudo que me recorde

                                                tutto che me a m´acord

                                                ch´é una festa la vita

 

                                                os pés sujos de infância

                                                tem-pó e água límpida

                                                as mãos suja de dolce

 

                                                vita em meio: estrada

                                                rota-receio-ponte

                                                de vida e vitelloni 

 

                                                alegria que dança

                                                tutto tutto que em mim

                                                rimini-relembrança

 

                                                minas em mim redime

                                                tudo que em mim menino

                                                rota-rito-fellini

 

                                                                                 Cataguases, mar. 2001

 

 

 

Quase-quases

 

para Sérgio França

 

 

quase-quases

quase maia-água

quase meia pata

quase meia cata

quase meia pataca

quase meia pacata

quase-quases

pataca

pacata

pataca

pacata

pataca

quase-quases

pacataguases

 

                                                                                       Cataguases dez. 1998

 

 

 

amada: flashback1

 

o retrato nas mãos

ser e grafia

e o tempo entre nós

por trás de cada dia

 

há que pesar o tempo

encontro grave e vago

no chíaroscuro momento

que só a nós pertence

não-pensamento

 

há que pesar o tempo

minha amiga minha amada

trazê-Io à luz da alegria

clarão entrevisto

nas frestas da noite

entre ti e tido e tudo

 

às margens do novo dia

pesá-lo e dizer

a corpo nos conduza

às veredas da aurora

 

 

1. Poema musicado por Carlinhos Vergueiro. A canção resultante, “Ser & Grafia” foi gravada

 por Edinho Gonçalves no CD Dentro & Fora da Melodia, de RW.


Poema visual


 

 

 

ENVOI

 

 

RRRONALDO WWWERNECK

E A POEMAÇÃO

 

mar interior de minas

                                mar íntimo, labiríntico

                                                                 absíntico!!!

 

egoistica

mente

a gente

se reconhece nos outros.

 

wwwerneck, doble w, triple w, veja:

 

                                                      alfarrrábico

                                                      wwwerborrágico

 

                                                      todo triângulo é vaginal

                                                      todo ângulo é marginal

— voragem, miragem, vertigem,

então, afinal                                    — elogiá-lo?

                                                      — plagiá-lo?!

 

ronaldo sempre

em movie/mento:

                            orgiástico, frenético, cáustico

                            (um arquétipo) e multifacético.

 

isso mesmo: cinético

imaginador

                             — maiakovskiano

                                 mallarmáico

                                 dadaísta – pois

 

e depois “o mundo é táctil

                                                           dúctil, réptil

                                                           “feito de tudo

                                                           e de nada”

“o universo / de sua cama”

você engana...

                       (que bacana! que sacana!)

até acho que ama...

 

                                 Para você, desde BSB,

                                 alcaparras, algazarras,

                                 farras e fanfarras!!!

                                                                  ANTONIO MIRANDA

                                                                        28.01.2006

 

 

MELLO, Regina.  Antologia de Ouro III. Museu Nacional da Poesia – Organização. Belo             Horizonte : Arquimedes Edições, 2014.   136 p. 
15 x 21 cm.              ISBN 978-85-89667-50-0
    
Ex. bibl. Antonio Miranda, exemplar enviado por Regina Mello.


 

                Panem et circenses

palavra pão coti
diano em ano
panaceia cota
de dano em dano
um verso e seu re
verso opus físsil pá
lavrador de ver
so panis et coellum pana
ceia et circenses se pa
larva de rapina em vão
um desvão do ver
bordado em pó e pano
ceia e um só coti
diano em ano ver
so um só me de
forma e fundo
pão e circo

in Selva Selvaggia /1976

 

 

                Panem et circenses

palavra pão coti
diano em ano
panaceia cota
de dano em dano
um verso e seu re
verso opus físsil pá
lavrador de ver
so panis et coellum pana
ceia et circenses se pa
larva de rapina em vão
um desvão do ver
bordado em pó e pano
ceia e um só coti
diano em ano ver
so um só me de
forma e fundo
pão e circo

in Selva Selvaggia /1976

 

 

SLD 3– suplemento/literatura/difusão     anexo ao "Cataguases" 
16 -  6 – 1968      Cataguases, Minas Gerais: 1968   4 p. 

Ex. bibl. Antonio Miranda

 

       um corpo sim
noite a dentro
remoer em re
moer a me
mória de mim

um corpo sim
cama adentro
cor e pó
em si dentro
silêncio denso

um corpo sim
o mim de mim
um corpo tombado
um corpo miss
tério penetrado

um corpo sim
um corpo amado
um corpo quente
a meu lado:
geograficamente.



 

matinal

o rosto contra o espelho
gilete ávida percorrendo
áspera
a face marcada

olhos gastos, óculos castos
mergulho no dia claro
aventura recomeçada
agora e a cada hora

 

 

círculo

e surge teu dorso dourado
e vem com a aurora teu rosto
e agora e ainda uma vez e outra mais
aqui estamos
no fragor de lençóis
emaranhados

 

alvos
nus
abandonados
aqui estamos
mar de arranhões

 

lentas mordidas
e o relógio tique-
taqueando o tempo

 

alvos
nus emaranhados
aqui estamos

 

mar de arranhões

 

 

saltam poemas de meus dedos

 

              saltam poemas de meus dedos
saltitantes saltam

              poemas soltos

salientes

             saltitam em vão
e vão
pelo vão
vão por aí esses poemas

 

       não mais os prendem os meus dedos
não mais meus
— não!

                   esses são seus

 

                                           Cataguases, 01/08/18

 

*

 

MEUS POEMAS EM PORTUGAL  - Ronaldo Werneck
na revista 
DiVersos 32   (2021)

 

A conceituada revista literária portuguesa "DiVersos/ Poesia e Tradução" acaba de publicar em sua edição n° 32, 2021, comemorativa de seus 25 anos de existência, uma miniantologia de meus poemas. José Carlos Marques, o editor da revista (que se mantém na versão impressa até hoje), abre o espaço (20 páginas) dedicado aos meus poemas com um bem apanhado texto crítico que oferece uma panorâmica de minha trajetória poética:

"Sem o podermos afirmar com segurança, vemos na poesia de Werneck não só o modernismo europeu e o modernismo brasileiro, como ainda toda a corrente da poesia visual e em particular do concretismo e do poema tipográfico, mas numa versão transbordante que contrasta com a austeridade e por vezes secura de algumas dessas correntes. Incluindo incursões no tropicalismo ou dele derivadas, da escrita à música, da fotografia ao cinema (o seu primeiro livro de poesia é um cine-poema!), numa explosão criativa que bebe tanto em todas as fontes literárias como no pulsar barroco de uma cinematografia como a de Glauber Rocha".

Vejam no link a seguir, o texto completo de José Carlos Marques e meus poemas publicados nessa edição da "DiVersos".
https://drive.google.com/file/d/1Wt7UIgk8kK2GGN3oFl78avuYdm-OjZ5d/
view?fbclid=IwAR3KYk1RXanPkAM7iPUZExUzhYpo_gxnZ2HJGXuJkqzE-YZaOeEvDpmY_SA

 

VEJA e LEIA outros poetas de MINAS GERAIS em nosso Portal:

http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/minas_gerais/minas_gerais.html

Página publicada em julho de 2021

 

 



 



 



Voltar à página de Minas Gerais Voltar ao topo da página

 

 

 
 
 
Home Poetas de A a Z Indique este site Sobre A. Miranda Contato
counter create hit
Envie mensagem a webmaster@antoniomiranda.com.br sobre este site da Web.
Copyright © 2004 Antonio Miranda
 
Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Home Contato Página de música Click aqui para pesquisar