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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

POESIA GOIANA

Coordenação de Salomão Sousa

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LÊDA SELMA

 

 

É baiana de Urandi, mas é em Goiás que construiu sua vida e sua carreira poética. Licenciada em letras vernáculas pela Universidade Católica de Goiás e pós-graduada em lingüística pela UFG. É membro da Academia Goiana de Letras, da União Brasileira de Compositores. Poetisa, cronista, contista, assina crônicas no jornal Diário da Manhã e participa também de várias antologias nacionais e internacionais. Homenagens e prêmios por suas obras literárias já recebeu vários, incluindo aí os títulos de cidadã goiana e goianiense. Tem sete livros de poemas publicados, sendo Sombras e Sobras (2007) o último. 

 

 

 

SELMA, Lêda.  Sombras e sobras.  Goiânia, GO: Ed. Da UCG, 2007.  92 p.  (Coleção Goiana em prosa e verso).  15x21 cm.  ISBN 978-85-7103-400-6  “ Lêda Selma “ Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

 

ENIGMA

 

Sou una e múltipla, fragmentada e inteira,

curva e planície, zênite e abisso.

Sou superfície e fosso, laços e cisão,

silêncios e barbúrdias, muitas e nenhuma.

 

Meus pedaços me juntam em esfinge

e me insulam no arco-das-sete-cores

de onde espio infinitos e precipícios

como se dona de todos os mundos.

 

Minhas antíteses, polaridades

se perdem sempre em meus campos

e ocultam verdades, faces e falácias

do medo que me escamoteou os sonhos.

 

Meus inversos mostram os enigmas

(guardados em redoma de alabastro),

que escondem máscaras, alegorias

e as almas dos amores todos,

cujos corpos há muito migraram.

 

 

CONTRASTES

 

Trago nos olhos

túneis e vaga-lumes,

e nas mãos,

riachos e beija-flores.

Na alma,

tenho cisnes e graúnas;

no peito,

uma tulipa vermelha

e réquiens de violeta.

 

 

RISCO

 

Fechei-me em teias

e nos fios de minhas sinas

estrangulei-me.

 

Mas sobrevivi ao rufar de asas.

 

Fecundei silêncios

e desatei a solidão

que me repartiu em nadas.

 

E sobrevivi ao cadáver de tantas dores.

 

 

SOMBRAS

 

Sento-me à mesa e divido as culpas

numa ceia farta

 de esperanças murchas e de sonhos avariados.

E tudo é sem rosto, disforme e insosso

como um verso falso.

E tudo é só um vulto nas sombras dos cacos.

E é só um morto

— menino em trapos —

que matou a fome dilatando as narinas

ou estendendo o braço....

 

 

GOIÂNIA MORENA

 

Goiânia morena

de corpo esguio

e ancas largas,

de manhãs soltas ao vento,

de tardes acaloradas,

de ventre escancarando

a prenhez de sol e flores.

 

Terra-mulher sedenta

e de desejos flamantes,

Goiânia goiana, amante,

das noites tão luzidias,

queimando emoções vadias

em seu braseiro de estrelas.

 

Balzaquiana-menina,

de pele sempre suada,

Goiânia das madrugadas,

das parcerias com a lua,

da irradiação de amores,

dos sonhos azuis, viajores,

dos humores de poesia.

 

Goiânia de lascivas formas,

cabelos de flamboiã,

dos bem-te-vis, beija-flores,

das praças, parques, jardins,

morena de olhos dourados,

balzaquiana-menina,

que ao esposar Goiás

se fez em terra-mulher.

 

 

ANTONIO ALMEIDA

BRITO, Elizabeth Caldeira, org.  Sublimes linguagens.  Goiânia, GO: Kelps, 2015.   244 p.  21,5x32 cm.  Capa e sobrecapa. Projeto gráfico e capa: Victor Marques.  ISBN 978-85-400-1248-6 BRITO, Elizabeth Caldeira, org.  Sublimes linguagens.  Goiânia, GO: Kelps, 2015.   244 p.  21,5x32 cm.  Capa e sobrecapa. Projeto gráfico e capa: Victor Marques.  ISBN 978-85-400-1248-6

Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

                MÃE NÃO MORRE

Mãe não morre, diviniza-se.
Transmuta-se em estrela,
e se faz sol na escuridão.
Mãe não morre, poetiza-se.
E, no vaivém das lembranças,
se torna saudade, e silencia o vazio.
Mãe não morre, apenas
repousa no sonho
e acorda beija-flor.

 

 

               

                CAMINHO ESTÉRIL

Caminho um chão de carne estriada,
um chão sem chão, com fendas e vazios,
um não sei quê de agonia fastiosa,
preguiça de sonho, miúdos de coisa morta.

Plano na força que gravita à toa,
e como o bafio dos dias esquecidos.
Chantada na aridez do caminho infértil,
me farto de sol e de mim, mas prossigo.
E, assim, mais e mais machuco o chão
e me firo com as feridas em que piso.

 

 

VOZES DE AÇOXXV Antologia Poética de Diversos Autores.  Homenagem à          Escritora LÊDA SELMA.  Organização:  Jean Carlos Gomes.  Volta Redonda, RJ:  Gráfica Drummond, 2023.  98 p.  ISBN  978-65-86744-72-9                                  Ex. bibl. Antonio Miranda

                 VOA 

               
Se teu sonho
             for maior que ti,
             alonga tuas asas,
             esgarça teus medos,
             amplia teu mundo,
             dimensiona o infinito
             e parte em busca da estrela.
             Voa alto. Voa longe. Voa livre!
             E esparrama pelo caminho
             a solidão que te roubou
             tantas fantasias,
             tantos carinhos
             e tanta vida.


             * 
Musicado por Ivan Lins, compõe seu CD
                     A flor do por do sol.

              

*

 

VEJA e LEIA outros poetas de GOIÁS em nosso Portal:

http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/goias/goias.html


Página publicada em junho de 2021



Página publicada em janeiro de 2008.



 

 

 
 
 
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