Home
Sobre Antonio Miranda
Currículo Lattes
Grupo Renovación
Cuatro Tablas
Terra Brasilis
Em Destaque
Textos en Español
Xulio Formoso
Livro de Visitas
Colaboradores
Links Temáticos
Indique esta página
Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

POESIA GOIANA

 


FERNANDA CRUZ

 

 

Antes de abraçar a poesia, atuou nas Artes Cênicas nas décadas de 80 e 90. Antes da MPB, cantou poemas de Fernando Pessoa, Maiakovski, Cecília Meireles, Brecht e outros.  Ao apresentar o primeiro livro de Fernanda Cruz — Regatos do instante, editado em 2008 pelo Governo do Estado de Goiás — Carlos Rodrigues Brandão afirma que ela “vem de uma nova geração. Vem de uma outra geração de pessoas de poesia em Goiás”. Para Carlos Rodrigues Brandão, “há em seus poemas algo da sutil presença daquilo que falta. Pois este é um dos mais belos segredos da boa poesia feminina.”

 

 

VOZ

 

pelo ar fica a palavra

e só a voz sabe o que sente

quando se perde, calada

ou se escutando somente

 

tem seu lugar, seu movimento

silencia o gesto, silencia o passo

vive o instante absoluto

a voz humana? contorno exato

 

 

O DIA

 

os limões estão brilhando ao sol

vários olhos brilhantes, dependurados

amadurecem o dia

 

o dia recolhe

suas mãos vazias

 

não os colherão por hoje

 

 

CÉU DO OLHAR

 

         A Juliana Ferraz

 

 

o azul no céu contorna um quadro

o vento nas folhas o compõe

aberto e em mim

emoldurado

 

um pássaro pousa

sua imensidão

então

 

vamos, abra

é o presente

e um olhar

que o sustenta

pois dele provém

 

abrir os olhos

 

um gesto apenas

capaz de manter

por um fio

interligados

o vento no verde

e esse azul sem fim

 

olhar, um céu

céu do olhar

 

 

RIO

 

meu rosto no fundo do rio

tão rio, tão fundo

imerso na correnteza

de todas as coisas do mundo

 

meu rosto e o fundo do rio

não me vê, apenas olha

dentro de todas as coisas

que dentro dele se molha

 

meu rosto no fundo do rio

vê as águas do imenso lugar

que banham meus olhos bem quando

quando eles se vêem passar

 

 

LINGÜÍSTICA

 

quando dei por mim

manhã virando tarde

verbo na boca

que toma e arde

 

expresso

numa língua

articulada

roça a língua

do teu maior

prazer confesso

 

lingüística

 

única eleita

construtora

e tradutora

de tuas histórias

 

e meu lábio a viver

uma palavra

apenas tua

guardada de vogais

intraduzível

 

uma

e jaz em mim

a autora que canta as manhãs

de teus lábios

intocados

 

 

 

Página publicada em janeiro de 2008

 


 

 

 
 
 
Home Poetas de A a Z Indique este site Sobre A. Miranda Contato
counter create hit
Envie mensagem a webmaster@antoniomiranda.com.br sobre este site da Web.
Copyright © 2004 Antonio Miranda
 
Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Home Contato Página de música Click aqui para pesquisar