VICENTE SÁ
Natural de Pedreiras, Maranhão, chegou a Brasília em 68 e não pretente sair. Autor de seis livros e muitos poemas que viraram letras de músicas é um calmo agitador cultura da cidade. Tem desenvolvido junto com o movimento VivaaArte e também com o legendário grupo Liga Tripa, do qual é letrista e cúmplice. Colabora com o T-BONE açougue cultural.
“O melhor de Vicente Sá são os poemas curtos, bem urdidos, terminando pelo começo: pela surpresa, que não fecha o sentido, alaaaarga-o, expande-o. Requer engenho e arte, e um pouco de loucura”
ANTONIO MIRANDA
Veja (clique) : 1ª. BIENAL DO B – T-BONE – 2011 – Apresentação de VICENTE SÁ
Extraído de:
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BRIC A BRAC 21 ANOS MAIOR IDADE. Brasília: Caixa Cultura, 2007. 112 p. ilus. col. 23x21 cm.. Exposição comemorativa . Curadoria e projeto expositivo: Marilia Panitz. Coordenação Geral: Luis Turiba. Inclui poemas visuais e arte gráfica. Inclui poemas visuais de Luis Turiba, Manoel de Barros, Paulo Leminski, Zuca Sardanga, Nanico, Franciso Kaque, Wagner Barja, Paulo Andrade, Antonio Miranda, Bernardo Vilhena, Paulo Cac, Ariosto Teixeira, Elizabeth Hazin, José Paulo Cunha, Fred Maia, Nicolas Behr, Claudius Portugal, Ronaldo Cagiano, TT Catalão, Francine Amarante, Adeilton Lima, Maria Maia, Ronaldo Augusto, Augusto de Campos, Arnaldo Antunes, José Rangel Farias Neto, Menezes e Morais, Cristiane Sobral, Eduardo Mamcasz, Vicente Sá, Nance Las-Casas, Bic Prado, Angélica Torres Lima, Flavio Maia, Ronaldo Santos, Joanyr de Oliveira, Sylvia Cyntrão, Carlos Roberto Lacerda, Carlos Henrique, Fernanda Barreto, José Edson, Vera Americano, Alice Ruiz, André Luiz Oliveira, Carlos Silva, Charles Peixoto, José Roberto Aguilar, Estrela Ruiz, Renato Riella, Chico César, Francisco Alvim, José Roberto da Silva, Eudoro Augusto, Amneres, Gustavo Dourado, Alexandre Marino, e ilustradores: Resa, e fotógrafos, etc.
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A câmera do poeta
Sorria
Você está sendo
Transformado em poesia
Valor
O preço da eterna juventude
É uma constante irresponsabilidade.
A semana de Quintana
Se semana começasse na sexta
Talvez a gente acordasse sorrindo
E até fosse mais feliz pro trabalho
Depois viria um sábado suburbano
De meio expediente e meia folia
Seguido de um domingo de sol e família
Na segunda, a gente se fingia de morto
Coberto pelo manto da brincadeira
Na terça, acordando ao meio-dia.
Iríamos pescar nuvens ou mulheres seminuas
A quarta chegaria leve
Com a promessa de uma orgia cigana
E a quinta, meu bem, seria sempre
um feriado
Suave como Mário Quintana.
Viagem
(com Aristides Pires)
Sempre que viajo
Esqueço alguma coisa
Uma roupa em tal casa
Um livro em outro lugar
Uma vez esqueci o que fui faze lá
Da próxima
Quem sabe
Eu esqueça de voltar
Palavra
Não há nada que se diga
Que não abra uma ferida
Tapas que a palavra dá na vida
Por isso e mais duzentas outras coisas
É que eu sou assim
Mais perto de você
Do que de mim
SÁ, Vicente. A balada da donzela curiosa. Brasília: Edições Reprint, 1979. 35 p. 14x20 cm. Capa: Dete. Texto datilografado, numeração das páginas à mão, mas edição impressa. Col. A.M. (EA)
(fragmento, reproduzido em seguida:)
SÁ, Vicente. anjo carmim. Brasília: edição do autor, s.d. 76 p. ilus. Apresentação de Nicolas Behr. Impresso na Gráfica Charbel. “ Vicente Sá “ Ex. bibl. Antonio Miranda
1ª. BIENAL DO B – A POESIA NA RUA. 26 a 28 de Setembro de 2012. Brasília: Açougue Cultural T-Bone, 2011. 154 p. ilus. col. 17x25 cm.
O nome de meu pai é Tião
Mas eu chamo mesmo é de pai
Paizinho
o meu nome é criança
E a minha brincadeira é crescer
Ser gente grande
Para poder andar por aí
A minha mãe sumiu no mundo
Um dia, de tarde
O nome dela é ausência,
Mas eu chamo mesmo é de saudade.
ANTOLOGIA DE POETAS DE BRASÍLIA. Rio de Janeiro, DF: Shogun Editora e Arte Ltda, 1985. 140 p. Coordenação editorial: Christina Oiticica.
[Este exemplar foi doado por Carlos Edmundo da Silva Arnt, que tem seu poema na p. 27, para a biblioteca da Caixa Econômica, de Brasília, em 1985. A empresa se desfez do acervo e este exemplar foi para a livraria “sebo” de nosso amigo José Jorge Leite de Brito, que por sua vez nos doou um lote de livros para ajudar na montagem de nosso Portal de Poesia Ibero-americana, em 2021. A editora explicava: “Se você é um autor novo e quer editar seu trabalho, fale com a gente.”, na intenção de promover a criação literária entre os jovens. ]
O ANJO CARMIM
Eu era um anjo carmim
E tava bebendo feito um bêbedo qualquer
No rumo da guilhotina
Era assim
Feito um anjo carmim
Doido pra aprender a viver
Minhas asas
Eram meus ouvidos
E as paredes tinham vindo
Bem pra perto de mim
Era lindo feito um louco
Louco feito um índio
Um anjo asceta
Doido pra tentar entender
E hoje ainda me dói assim
Feito um anjo carmim
Bêbado e morto
Dentro de mim
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Página publicada em março de 2021
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