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RONALDO CAGIANO
Ronaldo Cagiano nasceu em Cataguases-MG, em 15.4.61 e vive em Brasília desde 1979, onde formou-se em Direito. É funcionário da CAIXA. Colabora em diversos jornais do Brasil e exterior, publicando artigos, ensaios, crítica literária, poesia e contos, tendo sido premiado em alguns certames literários.. Participa de diversas antologias nacionais e estrangeiras. Publica resenhas no Jornal da Tarde (SP), Hoje em Dia (BH), Jornal de Brasília e Correio Braziliense, dentre outros. Tem poemas publicados na revista CULT e em outros suplementos. Obteve 1º lugar no concurso "Bolsa Brasília de Produção Literária 2001" com o livro de contos "Dezembro indigesto”.
Livros publicados :
Palavra Engajada (poesia, Ed. Scortecci, SP, 1989)
Colheita Amarga & Outras Angústias (poesia, Ed. Scortecci, SP, 1990)
Exílio (poesia, Ed. Scortecci, SP, 1990)
Palavracesa (poesia, Ed. Cataguases, Brasília, 1994)
O Prazer da Leitura, em parceria com Jacinto Guerra (contos juvenis, Ed. Thesausus, Brasília1997)
Prismas – Literatura e Outros Temas (crítica literária, Ed. Thesaurus, Brasília, 1997)
Canção dentro da noite (poesia, Ed. Thesaurus, Brasília, 1999)
Espelho, espelho meu (infanto-juvenil, em parceria com Joilson Portocalvo, Ed. Thesaurus, Brasília, 2000
Obteve 1º lugar no concurso "Bolsa Brasília de Produção Literária 2001" com o livro de contos "Dezembro indigesto” .
Organizou também várias antologias, entre elas: Poetas Mineiros em Brasília e Antologia do Conto Brasiliense .
“Que bom, a literatura ter um vigilante sensível, claro e generoso.” ARTUR DA TÁVOLA
“Noto a melhor definição para a poesia de Ronaldo Cagiano no título de seu livro anterior: “ Palavracesa”. Um canto que se faz luz dentro da noite. Que devolve de maneira crítica e sensível, transmutada pela poética da palavra, o desligar dos patéticos absurdos, que nos impingem durante o !útil” dos dias.” RICARDO ALFAYA
LEIA TAMBÉM:
VEJA O E-BOOK DO LIVRO:https://issuu.com/antoniomiranda/docs/novo_a__documento_do_microsoft_word
http://www.crearensalamanca.com/tres-miradas-a-la-poesia-del-brasileno-ronaldo-cagiano-ensayo-de-jose-perez/
CAGIANO, Ronaldo. Memória. Jaboatão, PE: Editora Guararapes, 2015. 39 p. 20x13 cm. Editor: Edson Guedes de Moraes. Edição artesanal, tiragem limitada. “Ronaldo Cagiano”. Texto dedicado a Ronaldo Werneck. Poesia brasileira.
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A NOVA POESIA ARGENTINA, por Ronaldo Cagiano
A POÉTICA DOS SILÊNCIOS [sobre a poética de RODOLFO ALONSO ] por Ronaldo Cagiano
TEXTOS EM PORTUGUÊS / TEXTOS EN ESPAÑOL
Extraído de:
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BRIC A BRAC 21 ANOS MAIOR IDADE. Brasília: Caixa Cultura, 2007. 112 p. ilus. col. 23x21 cm.. Exposição comemorativa . Curadoria e projeto expositivo: Marilia Panitz. Coordenação Geral: Luis Turiba. Inclui poemas visuais e arte gráfica. Inclui poemas visuais de Luis Turiba, Manoel de Barros, Paulo Leminski, Zuca Sardanga, Nanico, Franciso Kaque, Wagner Barja, Paulo Andrade, Antonio Miranda, Bernardo Vilhena, Paulo Cac, Ariosto Teixeira, Elizabeth Hazin, José Paulo Cunha, Fred Maia, Nicolas Behr, Claudius Portugal, Ronaldo Cagiano, TT Catalão, Francine Amarante, Adeilton Lima, Maria Maia, Ronaldo Augusto, Augusto de Campos, Arnaldo Antunes, José Rangel Farias Neto, Menezes e Morais, Cristiane Sobral, Eduardo Mamcasz, Vicente Sá, Nance Las-Casas, Bic Prado, Angélica Torres Lima, Flavio Maia, Ronaldo Santos, Joanyr de Oliveira, Sylvia Cyntrão, Carlos Roberto Lacerda, Carlos Henrique, Fernanda Barreto, José Edson, Vera Americano, Alice Ruiz, André Luiz Oliveira, Carlos Silva, Charles Peixoto, José Roberto Aguilar, Estrela Ruiz, Renato Riella, Chico César, Francisco Alvim, José Roberto da Silva, Eudoro Augusto, Amneres, Gustavo Dourado, Alexandre Marino, e ilustradores: Resa, e fotógrafos, etc.
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ALMANAQUE - CALENDÁRIO 2020 AGENDA POÉTICA.
Editor: Edson Guedes de Moraes. / Jaboatão, Pernambuco/: Editora Guararapes, 2020. 162 p. ilus. col.
De
CAGIANO, Ronaldo.
O sol nas feridas.
São Paulo: Dobra editores, 2011. 152 p.
ISBN 978-85-63550-35-4
É sempre uma festa o lançamento de uma nova oba do escritor, poeta e ensaísta Ronaldo Cagiano. O lançamento de seu novo título no Café Martinica, em Brasilia, no dis 30 de setembro de 2011, reuniu amigos e admiradores. Cagino viveu quase três décadas na cidade, realizou uma obra extraordinária de promoção da cultura (organização de antologias de conto e poesia, realização de palestras e debates, entrevistas em canais de televisão, além da sua própria obra literária). Agora publica este novo título de poesia por uma editora nova, de cujo conselho editorial constam amigos nossos como Adolfo Montejo Navas e Frederico Barbosa, atestando a qualidade do poeta de Cataguases, atualmente residente em São Paulo. A seguir, um dos poemas do novo livro, estampado na contracapa da edição:
GÊNESE
Busco na palavra sua unção,
labirinto de paradoxos,
onde mergulho
feito escafandrista num garimpo de im
possibilidades.
Território de invenções,
ela me estende a ponte
entre o sagrado
e o profano
Em cada manhã
rompe com sua insistência de rio
e sua pontualidade solar.
Meticuloso engenho do verbo
que se faz silêncio
ou boato
Rumino sua nudez
ou desvelo as suas rugas.
Entre a fuga
e os deslizes
o poema vinga
rosa intimorata perfurando o asfalto
Nutre-me do que é míngua
recicla-me do que é sangue.
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REINVENTANDO-ME
Como a ave mitológica,
cada dia renasço
das próprias cinzas.
Reinvento o calendário
para rea(s)cender a minha vida.
Velho dilema:
se cruzo os braços, fracasso;
se avanço o semáforo, desapareço.
Mas não sei se continuo
como Sísifo sem sua
doida roda-viva:;
ora pedra sobre os escombros
de mim mesmo,
ora aclive ressuscitado
em constante desafio.
Não resisto ao amanhã,
mas estou perdido no ontem
enquanto o presente
me sentencia e descaminha.
Enquanto não estendem a ponte
tento fazer a catarse
de um salto dialético impossível.
SINTOMAS
Esse o tempo
do sexo e do nada fácil:
somos vítimas da máquina
e de seu complexo...
... corpos em intenso fluxo
Vidas mais do que perplexas.
RECOMPENSA
A manhã e seus tropeços
a tarde e seus cansaços,
resíduos de um velho dia.
Na noite, os meus abraços
entre seus braços
de farta coreografia.
MOSAICO
Não me importa o que sou.
De nada vale a pena
deslumbrar-se
na vã tentativa de admirar
o que fez, o que foi, o que tem.
Orgulho-me, sim,
Daquilo que não fui.
Só assim consigo estar mais leve
e ver além do sol,
porque das decepções que não sofri
e das frustrações que não tive
a mim e aos demais poupei.
Entre tantas despedidas,
amizades desfeitas ou amores inconclusos,
ficou-me a estrada
e a estranha, iniludível sensação
de estar inacabado.
PÓRTICO DO MENINO
Perguntei pelo menino que fui
às raízes de mim.
Grave, distraído o achei.
Anderson Braga Horta
Prévia e veloz
(com uma solenidade inquisitória)
a infância me nutre novamente
com teimosa nostalgia.
Pássaros mastigando
o que é morto nos homens,
olhos fixos garimpando lições antigas
nas espinhas que cravejam
a face naufragada
nas re-
lembranças que deflagram fugas inefáveis.
E o corcel que urgente irrompe
diante de minhas retinas enfastiadas de memória
traz a lâmina de rude aprendizado.
IMAGEM VIRTUAL
Sobre o beiral da velha ponte
de Cataguases
contemplo águas andarilhas
mirando o leito de antanho:
lâmina que me disseca
para um lúcido reconhecimento.
O rio que, inexorável, me escapa,
carrega antigas histórias
rumo ao mar das utopias:
reencontro nas catarses.
Nesse itinerário que serpenteia
por antigas paragens,
lanço barcos sem rumo
para o resgate do que f(l)ui
no espelho provisório
dos meus anos.
POEMA DA IMPERMANÊNCIA
Poesia que se cumpre
contra os muros e a solidão,
lâmina afiada
escandindo os meus ais...
... viagem inclemente da pena
sobre o desafio desvairado
da pauta nua
escrachando o que há em mim
ou o que ai está
clamando por catarses.
É a palavra,
a palavra em si mesma
reverberando
estende a ponte, atravessa o pântano
m dores & delícias
e nos faz alcançar o atalho,
as serventias ou, quem sabe,
o íntimo gozo ou a invernia.
Verbo que se expande e corrói
a espúria indigência de nossas almas
e nos confirma
o necessário esforço da superação.
CONTRA-SENSO
Este País é um caldeirão,
de miséria, sangue e luto.
Não fossem os ingredientes
Candelária, Carandiru, Ianomâmis,
Corumbiara, Eldorado dos Carajás, Vigário Geral
de dava para matar a fome,
não a gente.
Meu país é uma nação
perdida nas praças agonizantes,
nas selvas incultas,
na dor dos párias,
nos labirintos do Orçamento,
navegando em rios
de sangue e suor.
Enquanto isso,
o futuro hiberna
sem resposta,
sob os mármores,
cúmplices impagáveis do poder.
O Brasil
Encontrou o seu caminho,
desde Cabral & caminha:
só que vive na contramão.
De chacina
em chacina,
eis a nossa sina.
Extraídos de Cancãs dentro da noite. Brasília: Thesaurus, 1999.
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Arte gráfica: Edson Guedes de Moraes
– Editora Guararapes – PE - 2016
VIA VERSO. III Concurso Nacional de Poesia. Ourinhos, Prefeitura Municipal de Ourinhos, Departamento Municipal de Cultura, Biblioteca Municipal Tristão de Athayde, 1995. 98 p. 15 x21 cm. Coordenação do Projeto: Marco Aurélio Gomes. Capa: Dany Eudes Romeira.
Ex. bibl. Antonio Miranda
Flash
Solidão portuária
tempo de casulos
onde o silêncio e seus flancos
reverberam inquietos.
Cavalos ásperos
declinam em imprecisos fossos
e um peito carunchado
de pendências, fuzis e lucidez
implementa o desafio de
des-
conhecida fronteira (ou abismo?)
e no tempo de urdido artesanato
os pontos sem remate.
ANUÁRIO DA POESIA BRASILEIRA 1995. Organizador : Laís Costa Velho. Rio de Janeiro: CODPOE – Cooperativa de Poetas e Escritores, 1995. 116 p. Ex. bibl. Antonio Miranda
HAI-KAIS
UM
noite se interpondo
entre minhas alegrias:
vertigem total.
DOIS
um tempo sem sorte:
homens e luto, tão sós,
que torpe existência!?!?
TRÊS
Chegou o outono
divina providência
tempo de esperas
QUATRO
A vida vai-se:
inconclusa esperança
janela insossa
CINCO
que salve o mundo
enquanto os deuses hibernam
ofício incorpóreo
SEIS
De simulações
vive a corte engalanada
espectro tão vil
*
Página ampliada em agosto de 2023
*
VEJA e LEIA outros poetas do DISTRITO FEDERAL em nosso Portal:
http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/distrito_federal/distrito_federal.html
Página ampliada em junho de 2021
TEXTO EN ESPAÑOL
Versión de Felipe Trimboli e Eduardo Dalter
CONFESIÓN
A Joanyr de Oliveira
En mi pecho
habitan dioses soñolientos
que fundaron extrañas galerías
por donde corrían vientos
para extender las carcomas
de mi alma.
Un dio sin soberbia
sepultó las falsas divinidades,
clones de totems livianos
que disimulaban la natimuerta fe.
El Señor que ahora
tiene morada conmemora
lo que vive en mí.
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