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Foto: http://www.verbo21.com.br/

ZECA DE MAGALHÃES

José Carlos Magalhães

Zeca de Magalhães – “Minha vó era baiana. Sou de uma família baiana, a família de minha vó era de São Francisco do Conde. Eu vim para Bahia com 19 anos.”

 

MAGALHÃES, Zeca de. O nome do vento.  Salvador, Secretaria de Cultura e Turismo, Fundação Cultural, EGBA, 1998.  101 p. (Coleção Selo Editorial Letras da Bahia, 26)  14X21 cm.  “ Zeca de Magalhães “  Ex. bibl. Antonio Miranda

 

POEMA BEAT

 

I

 

a cidade deserta

ecoava chuva

nos meus passos cinzentos

percorria ruas

sem saber o destino

que meu coração percebia

em antigas civilizações

oito séculos antes

do cristo que nos crucifica

eu, náufrago, no Eufrates

boiava inerte

a procura de Mêmphis

onde bêbedo de delírio

te encontrava nos labirintos

mais profundos da terra

cego na minha paixão

enfrentei a cobra verde

 

que serpenteava noites

ocultando-me o sol

e renascido em lirismo

gritava versos nas pernas

que cruzastes no meu caminho

na minha origem ingrata

rito da festa macabra

que aprisionava as mulheres

prenhe de fetos

fartas de úteros

corroborando lágrimas

que agora alimentam-me

em sua memória.

 

 

II

 

a noite continua antiga

e idêntica em todas as suas estrelas

estalo a língua no céu

meus dentes apodrecem e caem

vomito palavras fáceis

num instantâneo de imagens

desanuvio a mente

criando secretos fonemas

imagens do próximo instante

a luz há, de sempre, brilhar

acordes de um samba antigo

cavaquinhos em meu coração

no ar explodem sementes

teus cabelos crescem

na minha emoção

invento heróis que não tenho

caminho sem direção

e descarrego canetas

para amenizar a neurose

que meus cadernos guardam

já não uso bigode

sinto-me mais velho

a cada retraio

que revejo no tempo

o que venho tentando ser,

um réptil drogado

nesta droga que é a vida

a vida que se engana

no sonho de querer ter

 

 

III

 

Ela com os cabelos presos

passa batom nervosamente

ilude-se ao espelho

esperando a juventude

que se foi

sem saber, continua bonita

mesmo que amores passados

sejam a marca

ferida mágoa

e faça lembrar-se

de beijos entorpecidos de adeus.

Hoje não ando

observo ilhas,

passeio mares

e afogo-me na incerteza,

cato trocados nos bares

represento poemas

em mesas que não sentarei

joguei a sorte no TOURO

deu CACHORRO

só vale o escrito

é a literatura, é a vida

que vive sem perspectivas.

 

 

http://www.youtube.com/watch?v=TbpiF-wwkvM

 

Página publicada em julho de 2014


 

 

 
 
 
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