SONIA BETTENCOURT
Jornalista na Azores TV. Formação acadêmica: Universidade dos Açores. Nasceu em 1977, em Angra do Heroísmo, ilhas dos Açores, Portugal. Colabora como jornalista em diversos jornais e revistas, rádio e televisão. Como poeta, publicou Pena e Pluma (2003, Ed. de Autor). Com o conto Mar Vazio, venceu o Prémio Conto, categoria sénior, do Certame da
Macaronésia de Jovens Artistas, Lanzarote, Canárias, 2005.
BETTENCOURT, Sonia. Pena e pluma. Pena y pluma. Traducción: María Tecla Portela Carreiro. São Paulo, SP: Demonio Negro, 2007. ISBN 978-859039321-6 “Sonia Bettencourt “ Ex. bibl. Antonio Miranda
ECOS E LAMENTOS
chamemos ecos e lamentos
ao animal que encontra
mágicos lugares ao entardecer;
chamemos ecos e lamentos
ao pássaro extremo
que existe em nós,
asas disponentes e dominantes
grande é o palácio
onde habita o silêncio
suportável perante um eco,
harmonioso sempre que a noite vem
e lá ao longe lamentamos
os explosivos rostos de outrora
nós, que somos peças vulgares
nesta treva enigmática.
ECOS Y LAMENTOS
llamemos ecos y lamentos
al animal que encuentra
mágicos lugares ai atardecer;
llamemos ecos y lamentos
al pájaro extremo
que existe en nosotros,
alas disponentes y dominantes
grande es el palácio
en que habita el silencio
soportable ante un eco
armonioso siempre que viene la noche
y alia a lo lejos lamentamos
los explosivos rastros de otrora
nosotros, que somos piezas vulgares
en esta enigmática tiniebla.
AUSÊNCIA
a lua dá à noite
um luxo límpido
e faz às chuvas ausentes
perguntas ao desalento
esvaído, o jogo e a palavra
quase invertidos, quase arrastados
no calmo jardim do tempo
apressam todos os silêncios
que a ausência tem.
AUSENCIA
la luna le da a la noche
un lujo límpido
y le hace a las lluvias ausentes
preguntas al desaliento
desvaído, el juego y la palabra
casi invertidos, casi arrastrados
en el tranquilo jardín del tiempo
apresan todos los silencios
que tiene la ausencia.
Página publicada em setembro de 2014
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