RIBEIRO COUTO
Ribeiro Couto (Rui R. C.), jornalista, magistrado, diplomata, poeta, contista e romancista, nasceu em Santos, SP, em 12 de março de 1898, e faleceu em Paris, França, em 30 de maio de 1963. Eleito para a Academia Brasileira de Letras, em 28 de março de 1934, na sucessão de Constâncio Alves, foi recebido em 17 de novembro de 1934, pelo acadêmico Laudelino Freire.
Filho de José de Almeida Couto e de Nísia da Conceição Esteves Ribeiro. Cursou a Escola de Comércio José Bonifácio, em Santos. Estreou no jornalismo em 1912, na imprensa de sua cidade natal. Em 1915, iniciou o curso da Faculdade de Direito de São Paulo, trabalhando no Jornal do Commercio, em 1916, e depois no Correio Paulistano. Transferiu-se para o Rio de Janeiro e, em 1919, bacharelou-se na Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais do Rio de Janeiro. Publicou o seu primeiro livro de poesias, O jardim das confidências, em 1921. Trabalhou em diversos jornais, até 1922. Participou da Semana de Arte Moderna e, em seguida, retirou-se para o interior de São Paulo, em tratamento de saúde. Naquele ano saíram os volumes de contos A casa do gato cinzento e O crime do estudante Batista.
Residiu dois anos em Campos do Jordão, passando a exercer depois o cargo de delegado de polícia em São Bento do Sapucaí. Nomeado promotor público em São José do Barreiro, ocupou esse cargo até 1925, ano em que se transferiu para Pouso Alto, MG, em busca de um clima propício à sua saúde. Ali exerceu a promotoria pública até 1928. Nesse ano regressou ao Rio de Janeiro, entrando para o Jornal do Brasil como redator.
Designado para o posto de auxiliar de consulado em Marselha, partiu em fins de 1928 para aquela cidade francesa, onde o cônsul-geral Matheus de Albuquerque o indicou para vice-cônsul honorário. Em 1931, foi removido para Paris, onde serviu um ano como adido junto ao consulado geral. O governo provisório, por designação do ministro Afrânio de Melo Franco, em 1932, promoveu-o a cônsul de terceira classe. Foi 2o secretário de legação na Holanda, de 1935 a 1940; 1o secretário de legação, em 1942; encarregado de Negócios em Lisboa, de 1944 a 1946; ministro plenipotenciário na Iugoslávia, de 1947 a 1952; embaixador do Brasil na Iugoslávia, de 1952 até aposentar-se.
Durante a sua permanência na Europa, ocupou-se também de divulgar a literatura brasileira. Não interrompeu a colaboração para o Jornal do Brasil, O Globo e A Província (de Pernambuco), sobre literatura e acontecimentos do estrangeiro.
Seu primeiro livro, O jardim das confidências, ainda é simbolista. Foi definido por Ronald de Carvalho como "intimista", em virtude do tom de confidência, dos temas simples e cotidianos, próprios de uma tendência do período (1910-1920) de transição, herdeiro do Simbolismo, e que foi intitulado de "penumbrismo", um momento precursor do Modernismo, a que Ribeiro Couto se ligou a partir de 1922, sem sacrifício, contudo, de seu feitio peculiar. Escreveu versos em francês no livro Le jour est long (O dia é longo), pelo qual conquistou, em 1958, em Paris, o prêmio internacional de poesia, outorgado anualmente a poetas estrangeiros cuja obra honra a França. Suas obras em prosa romances, contos, crônicas também refletem a mesma atmosfera, ao retratar episódios simples, a gente humilde dos subúrbios e a vida anônima das pequenas ruas e casas pobres.
Obra poética: O jardim das confidências (1921); Poemetos de ternura e de melancolia (1924); Um homem na multidão (1926); Canções de amor (1930); Noroeste e outros poemas do Brasil (1932); Província (1934); Cancioneiro de Dom Afonso (1939); Cancioneiro do ausente (1943); O dia é longo (1944); Rive etrangère (1951); Entre mar e rio (1952); Le jour est long (1958); Poesias reunidas (1960); Longe (1961). Fonte: www.biblio.com.br
POEMI EN ITALIANO>>>
TEXTES EN FRANÇAIS
=============================================================
TEXTOS EM PORTUGUÊS / TEXTOS EN ESPAÑOL
HADAD, Jamil Almansur, org. História poética do Brasil. Seleção e introdução de Jamil Almansur Hadad. Linóleos de Livrio Abramo, Manuel Martins e Claudio Abramo. São Paulo: Editorial Letras Brasileiras Ltda, 1943. 443 p. ilus. p&b “História do Brasil narrada pelos poetas.
HISTORIA DO BRASIL – POEMAS
SÃO VICENTE
São Vicente! Nas tuas praias hoje quietas
Outrora palpitaram caravelas heroicas.
Daqui partiram expedições aventureiras;
A cordilheira, alta lá longe, era misteriosa.
Aqui os portugueses, hábeis e brutos,
Fizeram alianças com pajés amigos
E lutaram a peito nu contra os Goitacazes.
Aqui nasceu a civilização do sul,
Ó velha capitania-máter!
Agora, nas praias que os coqueiros ainda enfeitam,
Os bangalôs dos engenheiros ingleses
Dormem ao calor da tarde.
Ingleses esgalgas, de cabelo de estopa,
Espiam através de lunetas de ouro
O infinito mar em cujo distante horizonte
Se dilui a fumaça dos vapores da Royal Mail.
(NOROESTE E OUTROS POEMAS DO BRASIL
— Companhia Editora Nacional – São Paulo – 1933)
COUTO, Ribeiro. Longe. Poesias. Rio de Janeiro: Editôra Civilização Brasileira, 1961. 139 p. 15x23 cm. Capa e ilustração de Darcy Penteado. Col. A.M.
O LONGE E O PERTO
Logo que a noite envolve em sombras o jardim
Parece que um mistério estranho me rodeia,
Bocas de flores se entreabrem para mim,
E não sei de quem são estes passos na areia
Nem este murmurar de uma queixa sem fim.
Como a seiva da terra alimenta as raízes,
uma seiva secreta enche meu coração.
Deve ser o tal gosto amargo de infelizes,
Plantinha sempre verde entre as pedras do chão,
Cujo travo provei em todos os países.
Tudo que pude fiz para não ser assim,
Mas não posso esquecer o longe pelo perto;
Os que amei e perdi dormem dentro de mim;
A culpa é minha, sou eu mesmo que os desperto,
Logo que a noite envolve em sombras o jardim.
ÁGUA DE REGA
A esta pasta em que recolhia
Meus versos de menino e moço,
Dei um nome por ironia.
Em grandes letras leio: Poço.
Velhos papéis, pálida escrita. . .
Deitá-los fora às vezes penso,
Mas a mão que se apronta hesita
E o coração fica suspenso.
Outrora um poço verdadeiro
Nos fundos do quintal eu tinha,
As plantas de cada canteiro
Bebiam dele na tardinha.
Aquele poço de água morta
Escondia uma vida obscura,
Alegrava o jardim e a horta
E às minhas mãos dava frescura.
Versos que assim fora não deito
Ainda podem ter serventia:
Água para regar o peito
Quando for secando a poesia.
====================================================
SAFRA
Sobre o sudário imensamente verde
escorre o sangue anônimo da terra
no lento sacrifício universal:
essas bocas vermelhas penduradas
na atitude de cruz do cafezal,
são beijos de quimera que cairão
nas conchas das mãos grossas, calejadas.
Um rio de suor, que irá molhar
as faces silenciosas dos caboclos,
levará todo o sangue da paisagem
e rolará com beijos para o mar...
SANTOS
Nasci junto do porto ouvindo o barulho dos embarques.
0s pesados carretões de café
Sacudiam as ruas, faziam trepidar o meu berço.
Cresci junto do porto, vendo a azáfama dos embarques.
O apito triste dos cargueiros que partiam
Deixava longas ressonâncias na minha rua.
Brinquei de pegador entre os vagões das docas.
Os grãos de café, perdidos no lajedo,
Eram pedrinhas que eu atirava noutros meninos.
As grades de ferro dos armazéns, fechados à noite,
Faziam sonhar (tantas mercadorias!)
E me ensinavam a poesia do comércio.
Sou também teu filho, ó cidade marítima,
Tenho no sangue o instinto da partida,
O amor dos estrangeiros e das nações.
Oh, não me esqueças nunca, ó cidade marítima,
Que eu te trago comigo por todos os climas
E o cheiro do café me dá tua presença.
Poemas extraídos da REVISTA DE CULTURA BRASILEÑA, n. 52, Noviembre de 1981. Da matéria “Sobre quesos y café”, por Guilherme Figueiredo, p. 45-71. Edição da Embaixada do Brasil na Espanha.
COUTO, Ribeiro. Poemas. Selección y prólogo de Vasco Mariz. Traducción de Javier Sologuren. Lima: Centro de Estudios Brasileños, 1985. 71 p. (Tierra brasileña, 24 - poesia) 10x20 cm Col. A.M. (EA)
Reflexo
O último raio de sol bate numa vidraça.
Parece que o sol está na sala daquela casa,
Pendente do teto como um lustre irradiante.
As outras casas da praça estão na sombra.
Apenas naquela casa, naquela vidraça,
O sol permanece parado... E agora mais vivo,
a faiscar inteiro.
As pessoas que estão na sala daquela casa
Não sabem que o sol esta dentro dela.
Para elas o sol está longe, no poente.
Reflejo
El postrer rayo de sol bate en una vidriera.
Parece que el sol está en la sala de esa casa,
Colgando del techo como una lámpara
resplandeciente.
Las otras casas de la plaza están en la sombra.
Solo en esa casa, en esa vidriera,
El sol permanece inmóvil... ¡Y más vivo ahora,
centelleando entero!
Las personas que están en la sala de esa casa
Ignoran que el sol está dentro de ella.
Para ellas, el sol se halla lejos, en el poniente.
Soneto da fiel infância
Tudo que em mim foi natural —pobreza,
Mágoas de infância só, casa vazia,
Lutos, e pouco pão na pouca mesa—
Dói na saudade mais que então doía.
Da lamparina do meu quarto, acesa
No pequeno oratório noite e dia,
Vinha-me a sensação de uma riqueza
Que no meu sangue de menino ardia.
Altas horas, rezando no seu canto,
Minha mãe muitas vezes soluçava
E dava-me a beijar não sei que santo.
Meu Deus! Mais do que o santo que eu beijava,
Faz-me falta o cair daquele pranto
Com que ela junto ao peito me molhava.
Soneto de la fiel infancia
Eso que en mí fue natural —pobreza,
Solitaria niñez, casa vacía,
Lutos y escaso pan en magra mesa—
Duéleme ahora más que antes dolía.
Del candil encendido de la pieza,
En mi parvo oratório noche y día,
Sensación recibía de riqueza
Que por mi sangre de chiquillo ardía.
Altas horas, rezando ella en su canto,
Mi madre muchas veces sollozaba
Y dábame a besar no sé qué santo.
¡Dios mio! Más que el santo que besaba,
Falta me hace el caer de ese su llanto
Con que ella junto ai pecho me mojaba.
COUTO, Ribeiro. Dia longo. Poesias escolhidas (1915-1943). Lisboa: Portugália Editora, [1945?] 381 p. 13,5x19,5 cm. Desenho da capa: Cícero Dias. “Deste livro tiraram-se 100 exemplares em papel especial, rubricados e numerados pelo autor.” “ Ribeiro Couto “ Ex. Biblioteca Nacional de Brasília.
PRODUTOS NACIONAIS
I
Cachaça
Doce exalação da cachaça
Que perfuma o ar desta sala!
Depois do gole aperitivo
O ardor enérgico se infiltra
Pelas veias do homem cansado.
Não és para as bocas medrosas,
Cachaça do povo humilde
— Perdição e ventura do povo humilde!
II
Café
Sabor de antigamente, sabor de família,
Café que foi torrado em casa,
Que foi feito no fogão de casa, com lenha do mato de casa,
Café para as visitas de cerimônia,
Café para as visitas de intimidade,
Café para os desconhecidos, para os que pedem
pousada, para toda a gente.
Café para de manhã, para de tardinha, para de noite,
Café para todas as horas do riso ou da pena,
Café para as mãos leais e os corações abertos,
Café da franqueza inefável,
Riqueza de todos os lares pobres
Na luz hospitaleira do Brasil.
III
Fumo
Cigarro de palha, fumo cheiroso,
Coisa tão simples!
Rede que embala,
Grilos que cantam.
Vozes tão mansas!
Sala tranquila,
Rua em silêncio,
Noite tão fresca entre estes morros!
COUTO, Ribeiro. Entre mar e rio. Poesia. Lisboa: Livros do Brasil Limitada, 1952. 145 p. 12z19 cm. “ Rui R. C. Ribeiro Couto “ Ex. bibl. Antonio Miranda
PALMEIRA SOZINHA
Cais em abandono,
Lampiões mortiços
Piscando de sono.
Nas brisas nocturnas
Vêm cheiros mestiços
De matas e furnas.
Sozinha e estrangeira
Na noite de frio
Sonha uma palmeira.
Sua fronde acena
Para um outro rio
— Na terra morena.
PRAIA DE SANTA CRUZ
Vozes da noite, gemidos,
Embalos da água e do vento,
Cair de ramos partidos,
Moinhos em movimento;
Se eu saísse, achava gosto
No que lá fora está vivo:
Salpicos de mar no rosto
E em tudo um cheiro lascivo.
Mas na praia adormecida
Entre penedos escuros,
Nada está da mesma vida
Que me dou entre estes muros.
Aqui, sou o meu embalo;
Aqui, sou o mar e o vento;
Aqui, sou eu que me falo
E ouço o meu próprio lamento.
COUTO, Ribeiro. Cancioneiro do ausente. São Paulo: Livraria Martins Editora, 1943. 115 p. 15x21 cm. “ Ribeiro Couto “ Ex. Biblioteca Nacional de Brasília, doação de Aricy Curvello.
LUZ ESTRANHA
Quem é que na planície abandonada
Vai andando com luz, que até dá medo?
Á noite, ninguém passa pela estrada
E o lugar em que moro dorme cedo.
Que horas serão? Deve ser madrugada.
Insone, já me tem acontecido
Ficar por longas horas à janela
Vendo o dia que nasce e a pôr sentido,
A ver se si enfim que luz é aquela,
Luz que é já familiar, embora estranha,
E por tanto me haver surpreendido
Principio a pensar que me acompanha.
MELOPÉIA
Qualquer coisa chora
Pelo mar aberto:
Assim é que eu tinha
Meu reino encoberto.
A noite e a distância
É tudo que vinha
Ninar minha infância.
Cantiga ou soluço?
Sobre o mar deserto
Em vão me debruço.
Em vão me lamento:
Pelo mar disperso
Meu reino é do vento
Pelo mar antigo
O reino submerso
Morrerá comigo.
TEXTOS EN ESPAÑOL
CAFÉ
Sabor de tiempos pasados, sabor de familia,
Café que fue torrado en casa,
Que fue hecho en la cocina de la casa, con leña del huerto de la casa.
Café para las visitas de cumplido,
Café para las visitas íntimas,
Café para los desconocidos, para los que piden albergue,
Café para todas las gentes.
Café para la mañana, para el atardecer, para la noche,
Café para todas las horas de alegría o de llanto,
Café para las manos leales y los corazones abiertos,
Café de la inefable sinceridad,
Riqueza de todos los hogares pobres,
En la luz hospitaria del Brasil.
ZAFRA
Sobre el sudario inmensamente verde,
se derrama la sangre anónima de la tierra
en el lento sacrificio universal:
esas bocas rojas colgadas
en actitud de cruz, de cafetal,
son besos de quimera que cayeron
en las conchas de las recias manos, encallecidas.
Un río de sudor, que irá mojar
las caras silenciosas de los caboclos*
lavará toda la sangre del paisaje
y rodará con besos hacia el mar…
*mestizos de indio con blanco.
SANTOS*
Nací junto al puerto oyendo el ruido de los embarques.
Los pesados carros de café
Sacudían las calles y hacían trepidar mi cuna.
Crecí junto del puerto, viendo el trajinar de los embarques,
El silbato triste de los cargueros que partían
Dejaba largas resonancias en mi calle.
Jugué muchacho entre los vagones de los muelles.
Con los granos de café, caído entre las losas del pavimento,
Nos apedreábamos de niños.
Las rejas de hierro de los almacenes, cerrados de noche,
Me hacían soñar (¡tantas mercancías!)
Y me enseñaban la poesía de comercio.
Soy bien hijo tuyo, ¡oh ciudad marítima!
Que yo te llevo conmigo por todos los climas del mundo
Y el olor del café me da tu presencia.
*Santos es el principal puerto de exportación del Brasil.
Poemas extraídos de la REVISTA DE CULTURA BRASILEÑA, n. 52, Noviembre de 1981. Del texto “Sobre quesos y café”, por Guilherme Figueiredo, p. 45-71. Edición de la Embajada del Brasil em Espana. IMPORTANTE: no informa sobre los traductores de los poemas.
De
9 POETAS DEL BRASIIL
una antología de Enrique Bustamante y Ballivian.
Lima: Centro de Estudios Brasileños, 1978
109 p.
LA INVENCIÓN DE LA POESÍA BRASILERA
Yo escuchaba al hombre maravilloso,
al revelador tropical de las nuevas actitudes,
al maestro de las transformaciones en camino:
''Es preciso crear la poesía de este país de sol!
Pobre de tu poesía y la de tus amigos,
pobre de esa poesía nostálgica,
de esa poesía de enclenques ante la vida fuerte.
La vida es fuerza.
La vida es una afirmación de heroísmos cotidianos,
de entusiasmos aislados donde nacen mundos.
Allá va pasando una mujer . . . Llueve en la vieja plaza .
Pobre de esa poesía de enfermos detrás de las ven Lunas!
Yo quiero el sol en tu poesía y en la de tus amigos.
El Brasil es lleno de sol. El Brasil es lleno de fuerza!
Es preciso crear la poesía del Brasil"
Yo escuchaba con ojos irónicos y mansos,
al maestro ardiente de las transformaciones próximas.
Por acaso, comenzó a llover dulcemente
en la tarde monótona que se despedía.
Por la vidriera de mi salita muerta
quedamos mirando la plaza bajo la lluvia lenta.
Quedamos mirando en silencio un tiempo indefinido . .
Y, allá abajo, pasó una mujer bajo la lluvia.
CICLO
Por la ventana, llevados por el viento, se van mis viejos papeies en pedazos! Me duele ese adiós a los antiguos versos y parece que en ellos, perdido para siempre, se fue también mucho de mí.
Ya ni los recordaba.
¡0h, sonetos y baladas de mis diecisiete anos! i0h, enamoradas inspiradoras!
¡0h, pasiones de esquina bajo las lámparas de los subúrbios, inmóvil hasta altas horas, roído de amor y de pena.
¡0h, vida para siempre muerta!
Y un día, tal vez, en un tiempo distante todavia,
en un tiempo en que no imagino ni siquiera como seré,
hallaré en una gaveta los versos de ahora,
los nuevos versos en que me siento existir.
Diré al leerlos, con saudade: Viejos versos!
Y el último resto de mi volará por la ventana.
EL MILAGRO
¡Oh, mañana de apoteosis!
¡0h, mañana del Brasil en mes de Enero.
¡Oh, mañana de azul intenso y luz ofuscante!
Por las calles de la ciudad, contento de vivir,
camino al acaso entre las gentes
con el deseo franco de sonreír a todo.
¡Oh, mañana para enseñarnos a ser buenos!
En aquella esquina cuatro ciegos tocan.
¡Qué música vibrante tocan los ciegos
rodeados por el pueblo que los oye en silencio!
Los ciegos están llenos de una alegría inexplicable
porque la mañana entró por sus ojos vacíos.
TEXTES EN FRANÇAIS
COUTO, Ribeiro. Le Jour est long. Chois de poèmes traduits par l´auteur. Paris: Pierre Sehers, Éditeur, 1958. 127 p. 13x19 cm. capa dura “ Ribeiro Couto “ Ex. bibl. Antonio Miranda
LENDA
PESCADORBS que vão por este mar nevoento
Dizem saber de alguém que sai pela onda escura,
Protegendo nas mãos uma luz contra o vento.
Com uma estrela perdida a servir de candeia,
É o senhor deste mar que de noite procura
Surpreender dormindo um corpo de sereia.
E quando no horizonte a madrugada raia,
Cabelos de mulher são vistos pela areia,
Cabelos que não são das mulheres da praia.
LEGENDE
LES pêcheurs habitant cette côte nous disent
Avoir vu dans la nuit quelqu'un sur l'onde obscure
Qui tenait dans la main une étoile indécise.
Celui qui protégeait cette flamme incertaine,
Est le seigneur de l'océan ; il a ses ruses
Pour surprendre endormi le corps d'une sirène.
Et le matin, au pied des falaises plus hautes,
On trouve des cheveux sur le sable, cheveux
Qui n'appartiennent pas aux femmes de la côte.
CAFÉ DO PORTO
A dona do café do porto
Se é moça ou velha ninguém sabe.
Com ela ainda ninguém dormiu.
Quem vai lá beber só sai
Bêbedo de cair morto,
Mas nem a cara lhe viu.
Bebida boa ela dá,
Faz servir o copo ao meio,
Dormir é que não promete.
Beber, bebam : embebedem-se ;
Podem rebentar de cheios,
Dançar de roda, cantar na sala.
Não queiram é tocar-lhe os seios,
Que a dona do café do porto
Ninguém poderá tocá-la.
Ninguém — capitão ou grumete —
Poderá dizer que a ouviu
Falar com um homem na mesma cama.
CAFÉ DU PORT
LA dame du café du port,
Est jeune ou vieille, qui le sait ?
Avec personne elle ne dort.
Qui entre là jamais n'en sort
Que chancelant ou ivre-mort ;
L'avoir vue, cela jamais.
Ses boissons y sont excellentes ;
Ses verres sont pleins jusqu'au bord ;
Mais coucher, que nul ne le tente.
Boire ? Buvez ! Enivrez-vous !
Dansez en rond, buvez encore,
Crevez dans la salle, partout !
Toucher ses seins, non, pas cela !
La dame du café du port,
Nul marin ne la touchera.
Qu'il soit mousse ou bien capitaine,
Aucun homme n'a vu son lit,
Ni ne sait la voix qui est sienne.
CAIS MATUTINO
MERCADO do peixe, mercado da aurora :
Cantigas, apelos, pregões e risadas
A' proa dos barcos que chegam de fora.
Cordames e redes dormindo no fundo ;
À popa estendidas, as velas molhadas ;
Foi noite de chuva nos mares do mundo.
Pureza do largo, pureza da aurora.
Há viscos de sangue no solo da feira.
Se eu tivesse um barco, partiria agora.
O longe que aspiro no vento salgado
Tem gosto de um corpo que cintila e cheira
Para mim sozinho num mar ignorado.
Antuérpia, Dezembro de 1939.
LE QUAI AU MATIN
MARCHÉ aux poissons, aux couleurs de l'aurore :
Des voix et des rires, des bouches ouvertes,
Des barques arrivent, des barques encore.
Les filets, les cordes mouillés par les ondes ;
Les voiles retournent de leurs découvertes.
Il a plu cette nuit sur les mers du monde.
Pureté de l'aube, pureté du vent.
Le pavé du port étale son commerce.
Aurais-je une barque, j'irais de l'avant.
Le large que je bois, cette odeur de sel,
M'apporte le goût d'un corps que l'onde berce
Attendant pour moi seul, près d'un archipel.
Anvers, Décembre 1939.
POÈMES FRANÇAIS D´ÉCRIVAINS BRÉSILIENS. Choix et notes biographiques de Luz Annibal Falcão – Président de l´Alliance Francaise de Rio. Préface de Francis de Miomande. Pèrigueux, France: L´Atelier de Pierre Fanlac, Près Tour de Vésone, 1967. 118 p. 14,5x19,5 cm. Inclui poemas de autores brasileiros escritos originalmente em francês.
Né en 1898 à Santos, Ruy Ribeiro Couto y débutait dans le journalisme à 14 ans. Ayant fait son droit, il publiait son premier recueil de poésies « O Jardim das Confidencias » et son premier livre de contes en 1921. Par la suite, plusieurs volumes de poèmes et de contes le firent élire encore bien jeune à l'Académie Brésilienne en 1934.
Il avait débuté dans ta carrière diplomatique en 1928, en France. Cette carrière l'amena jusqu'au poste d'Ambassadeur en Yougoslavie. La mort l'emporta il y a quatre ans à Paris.
Bien que publiant toujours des ouvrages en portu¬gais, il en écrivait souvent en français. « Cet homme de feu et de foi, écrit Pierre Seghers, ce poète nous fait grand honneur de choisir notre langue pour s'exprimer auprès de tous. »
Ribeiro Couto lui-même a dit que ses poèmes en français, « cette langue universelle de l'esprit, sont sortis comme ça, sans qu'il puisse s'expliquer pourquoi. »
En 1949, il avait publié « Mal du pays » et « Arc-en-ciel », puis « Rive étrangère » en 1951. En 1955, i'Z donnait ses délicieux « Jeux de l'apprenti anima¬lier », illustrés par lui-même avec un talent du dessin qu'on ne lui soupçonnait pas.
Enfin, en 1958, il publiait « Le jour est long », qui lui valut le Prix International de Poésie décerné par la Société des Poètes Français.
Voici la complainte de la mort gentille où s'exhale cette mélancolie légère et résignée qui était bien sienne !
COMPLAINTE DE LA MORT GENTILLE
Si je meurs ce soir, ma mort vaudra mieux que ma vie.
Si je meurs ce soir, ce sera simplement.
Sans besoin de blessure, artifice ou poison.
Dans mon corps libéré de la respiration
Nulle trace de violence ou de maladie.
Je mourrai comme un bruit facile qui s'éteint,
Un air morose de vieil orgue de barbarie,
Lorsque personne ne veut regarder aux fenêtres
Et dans la cour déserte du jeu des enfants,
Le soleil vient luire, sans aucune raison d'y être.
Pourtant quelqu'un saura de quoi je serai mort,
Quelqu'un qui gardera mon secret et le sien,
Quelqu'un qui m'aimera après tant d'équivoques,
Tant de petits ennuis, tant de petites morts,
Quelqu'un pour qui je serai celui qu'on évoque
Avec douceur, parce qu'il est mort si simplement.
Parfois, aussi il se surprend à sourire, d'un sourire ému, bien sûr, qui touche à la frontière de l'ironie sans effacer toutefois l'émotion première et sous-jacente, que l'on peut voir dans cette autre complainte:
Depuis que je t'ai perdue
J'ai déjà aimé d'autres femmes,
Plus belles que toi et plus pures.
(Cela est vrai pour leur corps
Et pour leur âme)
Et encore cette ironie légère et exorable dans roman.
LE ROMAN DE LA BELLE BIEN SAGE
Voici le plus joli roman,
Voici l'histoire qui sans cesse
Hantait mes surprises d'enfant :
Il y eut jadis deux amants
Qui partagèrent leur maîtresse,
l'un la conduisait à la messe,
L'autre l'accompagnait aux champs.
Agenouillé dans la chapelle
Sous le charme des yeux dormants
— « Que tu es pure ! Oh ! que l'encens
Est doux à respirer, ma belle
C'est ton âme ! je sais ! c'est elle ! —
Disait le premier des amants.
Mais le soir, le ciel s'étoilant,
C'était avec l'autre, et pour cause,
Qu'elle s'en allait par les champs
Ils disparaissaient dans la plaine
Le romarin, la marjolaine
Embaumaient leurs corps défaillants.
Aucun malentendu ni gêne
Ne troublait l'accord des amants :
A chacun des deux son domaine.
Et lorsqu'elle fut morte un jour
A tous les deux laissa l'image
De leur bonheur, de leur amour
— Son missel de femme bien sage.
Son missel qui sentait l'encens,
Mais qui gardait entre ses pages
Un petit brin d'herbe des champs.
Mais ce qu'il y avait surtout en Ribeiro Couto c'était une profonde, une immense tendresse humaine, que vous allez sentir sourdre de ce petit poème si dépouillé en apparence :
RUE DU CHERCHE-MIDI
Rue du Cherche-Midi
14, cinquième étage
L'enfant malade voyage
Mais seulement dans la nuit.
Sur cet enfant endormi
Vient se poser un nuage
D'où sortent les paysages
Et les trains de fer choisis.
Dans n'importe quel parage
Ses jouets lui sont permis.
Il les serre contre lui,
Avec ses albums d'images.
C'est pourquoi il est si sage
Ce malade dans son lit,
Rue du Cherche-Midi
14, cinquième étage.
La guerre n'avait pu manquer de l'émouvoir inten¬sément. Voyez ce croquis d'un partisan, si simple et pourtant si poignant :
LE PARTISAN
Le jour pointe à l'horizon
Toute la nuit montant la garde
Au bord du bois qui sent si bon,
Il est distrait. On le poignarde.
On le trouve mort. Il regarde
Tenant en main sa mitraillette,
Le ciel frais où les alouettes
Font la chasse aux avions.
Et glanant au hasard dans les amusants quatrains de ses « Jeux de l'apprenti animalier » :
JEUX DE L'APPRENTI ANIMALIER
LE PORC
Flatté par la langue allemande
Où il devient « Delikatesse »,
Il se sent fier de sa viande
De ses tripes et de sa graisse.
LE MOUSTIQUE
Sachant sa musique ennuyeuse
Il entre en fraude chaque nuit
Pour jouer la même berceuse
Auprès d'un public endormi.
LE VER LUISANT
Au premier brin d'herbe il s'accroche
— Noceur qui rentre fatigué —
Allumant sa lampe de poche
A la recherche d'une clef.
LE BOUC
Tenu pour compagnon du diable,
Sentant le soufre et le brûlé,
Il est pourtant dit « adorable »
Par toutes les chèvres du pré.
LE ROSSIGNOL
Au physique, beauté aucune ;
Mais, très tard, quand nul ne le voit,
A l'Opéra du Clair de Lune
Il fait recette dans le bois.
L'ARAIGNÉE
Prévoyant des jours difficiles
(A la guerre on va se résoudre ! )
Elle prépare à domicile
Sa provision de fil à coudre.
LE CHIEN
Le Seigneur, sensible aux louanges
Qu'on chante à cet ami fidèle,
Songe à créer de nouveaux anges :
De petits chiens avec des ailes.
LE PIGEON
Toujours querellant la pigeonne
Qui s'échappe d'un air volage,
Il ignore qu'on le soupçonne
D'être malheureux en ménage.
LE COLIBRI
Battant ses ailes d'oiseau-mouche,
Il frisonne au bord d'une rose
Et si timidement la touche
Qu'elle rougit du peu qu'il ose.
LA CIGALE
Le jour de mon adieu, cigale,
Viens chanter près de ma fenêtre,
Viens crier, faire du scandale,
Dire la joie de la joie d'être.
LE POU
A la puce qui le repousse
En le traitant de bête immonde,
Le fanfaron dit que les rousses
Sont folles de lui — et les blondes.
LA TORTUE
Appelée une fois d'urgence
Pour sauver un de ses petits,
Elle arriva trois jours d'avance
Au bout de deux mois et demi.
LA CIGOGNE
Chaque fois que de ses voyages
Elle est de retour au pays,
On sait que les jeunes ménages
Se sont embrassés dans leur lit.
COUTO, Ribeiro. Rive étrangère. Poèmes. Frontispice de Bandeira. Paris: Presses du Livre Français, 1951. (Sellection Le Soleil Bleu. La Belle Edition.) Exemplaire lno. 35. Ex. bibl. Antonio Miranda
VERT ET JAUNE
Je suis ridicule et barbare.
Je me sens posé sur ta vie
Comme un perroquet vert et jaune
— Les perroquets de Bahia
Que les marins, retour au pays,
Apportent toujours de là-bas,
Pour leur mère ou pour leur amie.
Ce cri continuel, ce cri,
Cet appel inquiet de mes ailes,
Tu n'y vois nulle poésie.
La poésie ? Je suis loin d'elle.
Je tiens aux couleurs défendues,
Au timbre de voix un peu grêle,
Aux monologues ambigus.
L'œil rond fixé sur le ciel,
Je sens ton épaule qui fuit.
Bientôt, emporté par le vent,
Je prendrai l'envol nostalgique
Vers les parages promis à
Tous les oiseaux de Bahia.
LE SORCIER
A Biaise Cendrars
Les écailles d'un poisson rouge,
La patte sèche d'un crapaud
Qui bouge qui bouge qui bouge,
Quelques plumes d'oiseaux des îles,
Le feu qui couve sous un pot
Entre les dents d'un crocodile,
Olokoun Yemanja Chango.
La fleur secrète d'une plante
Connue seulement du sorcier,
La moitié d'une étoile morte
Et quelques gouttes de rosée
Que chaque matin lui apportent
Ses sept filles complaisantes,
Olocha Ibeji Oké.
Et toutes les choses qui chantent
Dans l'odeur fraîche de la nuit,
Et les sept filles qui dansent
Amoureuses sans savoir de qui,
Et le sorcier aux mains brûlées
Qui chante qui danse et qui rit,
O-lélé o-lélé o-lélé.
ADIEU A L'ENFANT NOYÉE DANS LA SEINE
A Daniel-Kops.
N'ayez pas peur de dire les mots qui sont gentils,
N'ayez pas peur du geste simple qui fait plaisir,
Votre bouche est gracieuse et vos mains sont belles.
N'ayez pas peur du long chemin qui vous attend,
N'ayez pas peur de ce qu'il y a derrière les étoiles,
Vos pieds seront portés par des épaules tendres.
N'ayez pas peur du tonnerre que vous entendrez,
N'ayez pas peur de tant d'ombre qu'il faut traverser,
Ni du fleuve de feu que l'on passe à la nage.
Car vous aurez, après ces épreuves légères,
Un cheval pour courir tous les champs de nuages
Et une barque pour naviguer dans la lumière.
LORSQUE CES VOIX..
Lorsque ces voix se seront tues,
La lune viendra toute seule, comme une femme émue.
Personne sur les routes : l'horizon de la nuit
Ouvert, et la pâle lumière.
Alors, les sanglots des grillons timides
Diront de l'avenir : la paix sera éternelle.
Et la paix viendra toute seule, comme une femme
[émue.
LE PARTISAN
Le jour pointe à l'horizon.
Toute la nuit montant la garde
Au bord du bois qui sent si bon,
Il est distrait. On le poignarde.
On le trouve mort. Il regarde, T
enant en main sa mitraillette,
Le ciel frais où les alouettes
Font la chasse aux avions.
Poésie brésilienne en français
Imagem extraída de
DIAS-PINO, Wlademir. A lisa escolha do carinho (Rio de Janeiro: Edição Europa, s.d.
20,5x20,5 cm. 33 f. ilustradas (Coleção Enciclopédia Visual). Inclui versos de
poetas brasileiros
Página publicada em novembro de 2007.Ampliada em janeiro de 2011; ampliada e republicada em dezembro de 2014; ampliada e republicada em março de 2015. Ampliada em novembro de 2015. Pãgina ampliada em agosto de 2016. Ampliada em junho 2018.
Página ampliada em setembro de 2019
TAVARES-BASTOS, A. D. La Poésie brésilienne contemporaine. Antologie réunie, préfacée et traduite par…A. D. TAVARES-BASTOS. Ouvrage couronné par l´Academie Française em 1954. Paris: Editions Seghers, 1966. 292 p. capa dura,
Ex. bibl. Antonio Miranda
PLACE DE L´ÉGLISE
Au fond, c´est l´séglise toute blanchie à la chaux.
Auz maisons plates, bordant la place,
Les fanêtres fermées msntente la gard autor du silence.
La lune gravit le haut de la tour.
Les quarts d´heure qui s´séchappent jde la cloche
Ont beau suggérer à la ville somnolente
Le romantismes à la point deu jour.
C´est l´heure propice pour enlever la belle.
<< PROVINCIA>>
VOYAGE
Des cadences d´ombres fatiguées
Frappaient lar oute sans sol.
En bas, c´était la trame éblouissante
Des rayosn d´um soleil invisible.
En haut, c´étaient les nuages , le vent...
Je vis un enfant que volait :
C´était un ange, il avait des ailes.
Il mit un sourire sur mon visage.
Il mit une voix dans mon oreille,
Il mit dans mês yeux une image.
Je n´ai jamais compris la raison
De si étranges aventures.
La route était toujours sans sol.
D´où venais-je? Où allais-je?
Et pourquoi, si près de moi,
Les anges s´empressaient-ils autosur d´autres ombres?
<< CANCIONEIRO DO AUSENTE>>
L´OISEUX ÉBLOUISSANT
Il est venu du fond de la noire caverne
Un écho : quelqu´un sanglotait ;
Ni si était proche ou éloigné
Celui qui sanglotait.
Après, la lumière vint em descendant
Et je vis descendre em même temps
La cage du grand oiseau.
Il déploya se ailes en silence:
Les iles, de riches pierreries
où la lumière se mulitpliaite.
Tour à coup la nuit est revenue.
Je ne vis plus rien, comme avant.
Mais dans le noir, devant moi,
Quelsqu´um sanglotait.
(Idem)
ENVOUTEMENT DE LA SAMBA
La cadence de la samba se mit à grandir , à monter :
Sortie de la rue, d´échappa des feuilles, demeura suspendue
Au léger balancement qu´agitait le vent jouant avec la nuit.
La cadance de la samba a coulé en moi dans le rythme du
vent em dans l´ombre des feuilles.
Quelle joie immense, quelle joie saine parcoaurt le foule :
Sont- ils heureux, les pauvres enfants que passent en chantant?
Dites que si,, enfants de collines, des mornre lointains aux
huttes couvertes de paille,
|