POESIA GOIANA
JOSÉ MENDONÇA TELES
Cronista, cuentista, historiador, ensayista y poeta. Nació en Hidrolandia, Estado de Goiás, Brasil, em 1936. Es profesor titular de la PUC y director del Instituto de Pesquisas e Estudos do Brasil Central. Presídio la Academia Goiana de Letras durante 10 años y es el actual Presidente del Instituto Histórico e Geográfico de Goiás.
Es autor de dos docenas de títulos. Libros de poesía: Quando os flamboyants florescem, Encantamento, e Amor / Diário.
Muere en 2019.
TEXTOS EM PORTUGUÊS / TEXTOS EN ESPAÑOL
QUARTA-FEIRA, 3
Eu quero te amar mas tenho medo.
O amor tem emboscadas.
E se eu me perder entre as teias
de teus dedos?
Eu quero te amar mas não sei como
— meus sonhos revoando na cabeça —.
Indeciso vou dizendo que te amo.
Eu quero te amar e vou amando
teu jeito de ser e de falar,
quando acerto meus olhos no mistério
de teu olhar.
Eu quero te amar mas tenho receio.
—Como segurar a paixão que me leva
a devaneios?
À noite, a insônia na janela, o silêncio, a lua.
Em mim, toda a presença tua.
O que fazer agora, com tantos sentimentos
espetados nos meus dedos?
Eu querendo te amar, te querer, te engolir
nos meus lençóis,
mas tenho medo!
QUINTA-FEIRA, 4
Por que você me olha
desse jeito?
Os olhos dentro dos meus
e essa dor me queimando
o peito?
Eu trêmulo, indeciso,
não sei se fico assim,
meus olhos dentro dos seus
e os seus dentro de mim!
O amor, querida, tem dessas
coisas,
não podemos negar:
— todo silêncio estendido
na eternidade do olhar.
DOMINGO,7
Seus olhos — jabuticaba —
onde meu desejo deseja
e minha guia se acaba.
Chupando o néctar da fruta
me embriago e me recolho,
a tarde vai passando
na retina de meus olhos.
Tempo de jabuticaba,
tempo de olhos gulosos.
retiro a pupila de mim
e me perco
encontrando-me nos quintais
da fantasia
— jabuticaba, galhos recheados,
poesia.
chupando sonhos, chupando fruta
seiva de mim
serva de mim
sirva de mim
INSTANTE SEIS
Quero você na horizontal
de meu desejo vertical,
dilatada na pupila de minhas
mãos sedentas,
apalpando mistérios e volúpias.
E quando a noite descer
neste quarto
minguante de mim,
ainda restará um terço
crescente, rígido e penetrante
na colcha do lençol
estendido no desejo
das horas intermináveis.
PAZAMÉRICA
El pueblo volvió de las guerras,
se hundió en las minas,
en la oscura profundidad de los corrales,
sayó en los surcos pedregosos,
movió las fábricas grasientas,
procreando en los conventillos,
en las habitaciones repletas con otros
seres desdichados.
PABLO NERUDA
Eu sei que nessa terra pisa e sulcada
por pés descalços,
e tantas vezes molhada pela lágrima
da injustiça,
há de chegar o momento em que a paciência
se esgotará na garganta desse pueblo
e os rios da liberdade correrão
por montanhas e vales cobrindo de húmus
a nova Canaã.
Eu sei que, pelos cercados agressivos
dessa fronteira ideológica,
arame farpando e dilacerando a dignidade humana
ainda há de transitar o comboio alegre
da liberdade,
e homens, mulheres e crianças se abraçarão
em cantilena festiva de um novo dia.
Eu sei que estes olhos que me olham agora,
atônitos, fundos, desconfiados, sofridos e explorados
pelas botas da incompreensão,
hão de sorrir num amanhã bem próximo,
quando os trigais da paz florescerem
no campo fértil e regado do coração.
Sou latino-americano, meu corpo, minhas vísceras,
todo meu sentimento hão de ficar plantados
nesta terra de meus pais.
E quando estas mãos empunharem de novo os pincéis
na tela da emoção,
os homens serão outros,
a vida será outra,
e não haverá mais Guernica
sobre a terra,
e nem América Latrina no quintal da memória.
A POESIA GOIANA NO SÉCULO XX (Antologia) – Organização, introdução e notas de Assis Brasil. Rio de Janeiro: FBN / Imago / IMC, Fundação Biblioteca Nacional, 1998. 324 p. (Coleção Poesia brasileira) ISBN 85-312-0627- 3 Ex. bibl. Antonio Miranda
Instante cinco
Ainda vou viver um amor que nunca tive,
um amor estranho e perigosos que me conduzirá
ao leito do desejo esperado,
um amor que deitará comigo na cada das
estelas
e dirá baixinho aos meus ouvidos que a solidão
é eterna e o amor somente é possível quando
caminha na esteira do poema.
E dirá ainda mais uma vez, voz misteriosa
quebrando
a rotina da tarde:
— "Sonhei com vocês"
E caímos em silêncio medindo o
pre
ci
pí
cio que deságua entre nós.
Ainda vou viver um amor que nunca tive.
Sei que terei muitas horas de espera e muito
campo espraiado nas campinas desse tempo.
Piloto persistente, economizo horas de voo
nos espaços da poesia,
buscando o momento oportuno para ater
ri
zar-me de cheio
no aeroporto de seus olhos.
(Quando os flamboyants florescem/ 1988)
TEXTOS EN ESPAÑOL
Traducciones de Roberto Mara
INSTANTE OCHO
Ahora que te encuentras
en el cuarto creciente de tus recuerdos,
cuando la soledad araña las paredes
de tus ojos en desesperación – insomnio
galopando sentimientos profundos.
Ahora que el ronquido de compañero
quiebra el silencio de sus inquietudes –
remordimiento yendo y viniendo
en el pulso de la imaginación.
Ahora que las manos de la esperanza
deslizan acariciando
y que en la almohada de lágrimas
tú sonríes y disfrutas mi presencia.
Ahora que en las sábanas
tu cuerpo teje filigranas,
buscando sentir en el cuerpo presente,
en sueño agitado, el calor del ausente
que llega en el galope del deseo,
sonríes, me abrazas, me aprietas contra el pecho
y adormeces,
ajena al ronquido intermitente
del remordimiento.
PAZAMÉRICA
El pueblo volvió de las guerras,
se hundió en las minas,
en la oscura profundidad de los corrales,
sayó en los surcos pedregosos,
movió las fábricas grasientas,
procreando em los conventillos,
en las habitaciones repletas con otros seres
desdichados. PABLO NERUDA
Yo sé que esa tierra pisada y surcada
por pies descalzos,
y tantas veces mojada por la lágrima
de la injusticia,
ha de llegar el momento que la paciência
se agotará en la garganta de esse pueblo,
y los ríos de la libertad correrán
por montañas y valles cubriendo de húmus
la nueva Canaán.
Yo sé que por los vallados agresivos
de esa frontera ideológic,
alambre banderillando y dilacerando la
dignidad humana
aún transitará la caravana alegre
de la libertad,
y hombres, mujeres y niños se abrazarán
en cantilena festiva de un nuevo dia.
Yo sé que estos ojos que hoy me miran
atónitos, hondos, desconfiados, sufridos y explotados,
por las botas de la incomprensión
sonreirán en una mañana póxima,
en el campo fértil y regado del corazón.
Soy latinoamricano, mi cuerpo, mis vísceras,
todo mi sentimiento han de quedar plantados
en esta tierra de mis padres.
Y cuando estas manos agiten nuevamente los pinceles
en la tela de la emoción,
los hombres serán otros,
la vida será otra,
y no habrá más Guernica
en la tierra,
y ni América Letrina en el huerto de la memoria.
Traducciones de Gabriel Solís
CIRUGÍA DE AMOR
Ya que la vida me lleva a las profundidades
de la anestesia,
me entrego al calor agitado de su boca
y al misterio de su mirada de ternura
posesiva.
Paciente,
estoy en el hospital del amor,
de su voluntad
de su guía.
Brazos atados,
ojos cerrados,
listo para el viaje en el caleidoscopio
del dolor.
!Coge el bisturi,
córtame todo, rásgame, sofócame,
haz la cirugía!
Transplanta mi corazón para el tuyo
y caminemos juntos por la senda
de la poesía.
Vacunando contra los males del rechazo,
créeme,
!mi corazón ahora es todo tuyo!
MIÉRCOLES, 3
Quiero amarte pero tengas miedo.
El amor tiene emboscadas.
?Y si me pierdo entre las telas de
tus dedos?
Quiero amarte pero no sé como
(muchos suemos revoloteando en la cabeza)
indeciso voy diciendo que te amo.
Quiero amarte y voy amando
tu modo de ser y de hablar,
cuando ajusto mis ojos en el mistério
de tu mirada.
Quiero amarte pero tengo recelos.
?Cómo contener la pasión que me lleva
a devaneos?
De noche, el insomnio en la ventana, el silencio,
la luna.
En mí, toda la presencia tuya.
?Qué hacer ahora, con tantos sentimientos
clavados en mis dedos?
!Queriendo amarte, quererte, engullirte
en mis sábanas, pero tengo miedo.
HINO DO ESTADO DE GOIÁS
Letra de José Mendonça Teles
O Hino do estado de Goiás (Brasil) foi introduzido em 1919 sendo posteriormente alterada novamente em 2001. O hino original de 1919, com letra de Antônio Eusébio de Abreu Júnior e música de Custódio Fernandes Góis, foi promulgado pela Lei estadual nº 650, de 30 de julho de 1919.
Em 2001 o hino foi revogado por uma nova versão, de autoria de José Mendonça Teles e melodia de Joaquim Jayme, sancionada pela Lei estadual nº 13.907 de 21 de setembro de 2001.
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Página ampliada e republicada em maio de 2022. |