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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Cartão postal antigo; bilhete postal – old postcard – tarjeta postalantigua –
Editor/publisher M. OROZCO, Rio de Janeiro circa 1904)



PEDRO LUIZ PEREIRA DE SOUZA

(1839-1884)

 

 

Pedro Luiz Pereira de Souza nasceu na antiga Província do Rio de Janeiro e falecido na antiga Província de São Paulo. Exerceu certa influência sobre Castro Alves.  No colégio de Cabo Frio, foi colega de Casimiro de Abreu. Advogou com Teixeira de Freitas e Francisco Otaviano. Foi Ministro de várias pastas e Presidente da Bahia, "onde criado de confiança o traiu, envenenando-o com vidro moído". Recolheu-se, então, a uma fazenda de Bananal (São Paulo), onde faleceu.

Fonte da biografia: www.clubedapoesia.com.br/

 

 

Serena estrella no meu céo não viste?

Pallida e triste foi morrer alem;

Aqui findou-se o meu extremo goso,

É já forçoso que me vá tambem.

 

 

 

(Obs. Conservamos a ortografia original, tal como aparece no cartão).

 

Este exemplar  faz parte de uma coleção de 16 “bilhetes postais” da coleção particular de Antonio Miranda registrada no texto Poesia em Cartão Postal Antigo.

 

 

O QUE EU QUERO

Eu quero nesta vida um sonho lindo
Que passe como a nuvem cor de rosa,
Hei-de dizer, depois cerrando os olhos
— Oh! Flor do cemitério, és bem formosa.

Não quero muito não: à fresca sombra
Do viçoso jardim da mocidade,
Quero dois dias m´embalar tranqüilo
Gozando amor em doce liberdade.

Quero ver sempre o céu puro e sereno,
Nuvens de ar e o sol sempre dourado,
E aos doces beijos da mulher que amo
Hão de ir morrendo as dores do passado.

Debaixo da mangueira eu hei de vê-la
Ao meio da languia dormindo,
Soltos cabelos flutuando ao vento,
Nos eu sonho gentil irá sorrindo.

À noite quando a lua dos amores
Vier chorar debaixo do arvoredo,
Encostada indolente no meu ombro
Ela há de ouvir-me virginal segredo.

OH! sombra dos amores tão formosa
Como é viva e formosa a borboleta,
Eu serei para ti — a doce aragem,
Tu serás para mim — a violeta.

Quero dois dias — na macia grama
Reclinado a sonhar sobre um canteiro!
Passarei minha horas perfumadas
Como a cândida flor do jasmineiro.

Será vida bem curta, porém bela!
Sem ambição, sem glórias e sem dores,
Basta um raio de sol tendo ao meu lado
Uns lábios de mulher e algumas flores.

Posso morrer depois, e que m´importa
Tendo a vida corrido vaporosa!
Que hei de murmurar, cerrando os olhos,
Ó flor do cemitério, és bem formosa!

 

A UM PAI

 

Fitando longe os teus passados dias,

vendo tingidas de mortais palores

trêmulas crenças, entre murchas flores,

em pó desfeitas puras alegrias;   

 

em sonho, em riso, em lágrimas dirias:

-  "A noite rola fúnebres vapores...

Mas brilha a estrela d'alva! Aos seus fulgores

é verde o campo, o mar tem harmonias".   

 

Era esse filho que adoravas tanto,

 na densa névoa da alma entristecida,

 azul estrela, da alvorada o canto!   

 

Cedo trocou-se na estação querida

do orvalho a gota em pérola de pranto,

 morreu em flor a flor de tua vida.

 

Os pernambucanos costumavam brilhar na Câmara dos Deputados, durante o Império, e Joaquim Nunes Machado era o que mais se destacava, em 1848. Então, em novembro daquele ano, chegou ao Rio de Janeiro a notícia de que estava prestes a rebentar mais uma revolução em Pernambuco, desta vez promovida pelo “Partido da Praia”, ou “Praieiro”, do qual ele era membro. 

Texto: http://blogs.diariodepernambuco.com.br/

 

 

HADAD, Jamil Almansur, org.   História poética do Brasil. Seleção e introdução de  Jamil Almansur Hadad.  Linóleos de Livrio Abramo, Manuel Martins e Claudio         Abramo.  São Paulo: Editorial Letras Brasileiras Ltda, 1943.  443 p. ilus. p&b  “História do Brasil narrada pelos poetas. 

HISTORIA DO BRASIL – POEMAS

O SEGUNDO REINADO

 

REVOLTA PRAIEIRA

 

 

NUNES MACHADO

 

Mas de repente rápido relâmpago
No céu, depois no ar, depois na pedra
Vermelho, reluziu.
Quem pode ler o nome do finado
Do relâmpago à luz? — NUNES MACHADO —       
Escrito ali se viu.

E o peregrino que jazera mudo
Ouvindo só as notas da tormenta,
Quando o raio vibrou,
Cruzando os braços, alteando a fronte,
Depois assim falou:

Este vive no meio da batalha
E à santa liberdade se abraçou,
Tinha por voz o estouro da metralha
Que palácios e tronos abalou;
Hoje como fatal dorme o gigante,
Mas inda vive aqui su´alma errante,
Que o cadáver somente se destrói:
Ela passa gritando “Liberdade!”
Os ribombos da negra tempestade
São gemidos que solta o grande herói.

 

Oh! sombra augusta, sombra veneranda,
Despresa nossa pobre geração!
Ela chamou de vil e de nefanda
A bandeira que erguias nessa mão:
Lá nos campos escuros do passado
Tua figura está, Nunes Machado,
Tão grande como é grande um semi-deus.
Eles querem manchar-te o nobre vulto,
Mas tu deves te rir, calcar o insulto:
O gigante desdenha os pigmeus!
Eles querem que rasgue-se da história
Essa folha — epopeia de valor: —
São blasfêmias! um cântico de glória
Há de sempre seguir o lidador,
Oh! revistam-se embora de mil cores,
Podem de braços entoar louvores,
Estendendo o tapete aos pés do rei,
Mas não queiram cuspir do herói a face,
Pois se a luta algum dia se travasse,
O seu nome talvez marcasse a lei!#

A coluna de fogo do deserto
Guiava a raça inteira dos hebreus;
Sem ela o caminhar seria incerto...
Farol aceso pela mão de Deus!
Pesadelo fatal da tirania,
O seu nome também nos alumia,
Dissipa do futuro a cerração:
Mas o povo esqueceu-se dessas lendas,
Levantou no deserto suas tendas,
E não chega ao país da promissão.
Oh! que pesar terrível não oprime
A fronte do valente sonhador!
Se ele fala, quem fala é voz do crime,
Cobrem-se os rostos de mortal palor;
E ele passa além, cantando um hino
E murmura pensando no destino:
“Quando é que avistaremos do Sinai?”
E um dia vem que a voz morre no peito,
A terra lhe oferece um frio leito...
O pobre sonhador soluça e cai.

 

A vingança depois é muito nobre!
São blasfêmias e gritos e baldões!
Na terra fria que o cadáver cobre
Não há flores, nem cruz, nem corações!
A raça dos escravos tripudia,
Com esse arrojo vil de cobardia
Mesmo em cima da campa folga e ri!
E às vezes nem sobre ela o povo chora,
Caminha indiferente, vai-se embora
E não sabe quem é que dorme ali.

Tu, herói, que viveste grande e forte,
Sempre cheio de crenças no porvir,
Tu que lutaste tanto — até a morte,
Sem no peito a esperança sucumbir,
Vem dizer aos soldados do futuro
Que se acaso o horizonte está escuro,
Nem por isso eles devem vacilar;
Vem dar força aos bravos à fileira,
Que eles há de seguir tua bandeira
E com ela na frente hão de lutar.

E ele devia vir cheio de glória,
De braços estendidos para nós,
Avivar-nos o sangue e a memória
Fazendo retumbar a sua voz.
Oh! diante da sombra o mundo pasma!#
Envolvido no fúnebre lençol,
E mostra à geração que esta corruta
Como dever lutar, como se luta
Com espada valente à luz do sol!
Levanta-te, vem ver, nobre guerreiro,
O que neste país hoje se faz;
Há de ler algum dia o mundo inteiro
Infâmia, perdição! nos seus anais:
Tu que outrora bradaste furibundo,
À face do Brasil, de todo do mundo,
Pela santa bandeira da nação,
O que farias hoje, herói sublime,
Se é somente poder — fingindo crime,
Liberdade — fingida escravidão?

............................................

 

Mas não choreis, irmãos, se ele está morto
A liberdade ainda está de pé!
Como jazer sem vida, sem conforto,
Se é tão viva e brilhante a luz da fé!
Ó! tiranos, o deus da liberdade
Quando cais não vos pede piedade:
Levanta-se mais forte, — e outro Anteu:
Quando um braço valente cai por terra,
Surgem quarenta prontos para a guerra,
No lugar desse que morreu!

(POESIAS ORIGINAIS – sem outras referências)

 

PUJOL, Hypolyte.  Anthologie Poètes Brésiliens. Preface de M. de Oliverira Lima.    S. Paulo: 1912.  223 p.      Ex. bibl. Antonio Miranda                                  

 

  Quand à l´horizon noir on la vit, au front pale,
Surgir é chevelée, au bruit de la rafale,
Brandissant sour les cieux son rouge pavillon,
Fumant encor de sang, la fondre sue la terre
Vint tout à coup répandre une étrange lumière...
En  cet instant surgit une mâle nation.

Quelle était, d´où venait cette sangrante image
Qui d´un ciel pur troublait l´azur, sur son passage,
Éclipsant l´avenir sous un voila de deuil?
De quel abÎme ou de quel enfer surgit-ella?
Ange du mal, bravant la puissance éternelle,
Pèut´elle réveiller les morts dans leur cercueil?

Laissez la déité Monter, remplir l´espace.
Son temple est l´univers, et le massacre en masse
Est son culte sacré, soufflé des passions.
C´est la femme fantôme et visión du Dante…
Et, des champs de bataille effroyable bacchante,
Elle ferme l´oreille aux malédictions.

Déesse des tombeaux, reine sanglante et pâle,
Elle vit de la mort.  En marche triomphale
Tontôt daans la nuite sombre et tantôt de lumière
Le front baigné; sa cour est tantôt la misère,
La Misère ou… tantôt la gloire sans vertu.

Au premier jour du mal on vit surgir ce spectre,
En détresses sans fin la terre sous son sceptre
Se tord et se débat depuis ce jour fatal;
Des peuples, d´âge en âge, évoquant les annales
On la voit célébrer ses grandes saturnales
Entre cris de douleur, en son instinct brutal.

Il y a dans ses yeux de éclairs de folie…
Son rire parfois est d´amertume infinie
Et parfois un éclat de plaisir e d´amour.
Elle emprunte aujourd´hui du droit la voix sereine,
Demain elle rugit, redoutable hyène,
Assassinant de nuito ou tuanta en plein jour.

Elle change toujours de route et d´hémisphère,
Parcourant au hazard la terre tout entière,
Se réveillant ravie au nom de liberté,
D´un bras víril brisant les fers de l´esclavage…
Comme elle est belle alors! Maisd demain, la volage
Fait tresaillir d´horreur la triste humanité,
Arrachant à Thémis, en un jour de cynisme,
Le glaive et le bandeau; sans foi, san héroisme
Livrant un peuple libre au bras de oppresseurs,
Divinité fatale et de sang altérée!
De sang toujour avide, à la foule effarée
On la voit, ó gran Dieu! Distribuir des fleurs!

Et ses adorateurs, sur sa large poitrine,
Elle les retient tous en étreinte féline,
Les enivrant de gloire et de fausse splendeur;
Et tous ces insensé, d´héroique, mémoire,
Viennente baiser sa robe îvre de fausse gloire,
Aux pieds de leur idole expirant sans honneur.

Quand Attila, du fond des désert de l´Asie,
Semblable à l´ourgan en toute sa furie.
Foulait la terre aux pieds de ses noirs bataillons,
A côté des brigands chevauchait la déesse,
Excitant leur ardeur, rayonnant d´allégresse,
Aux flancs de son coursier dardant ses aiguillons.

Elle fut des Roamains le génie et l´idole,
Domptant peuples  et rois du haut de Capitole,
Souveraine regnant sur le mond latin.
Elle fut les amours de César, le Pompée,
De son bras tout-puissant forçant la Destinée,
Précipitée un jour… du Rocher Tarpéien.

Des tous les conquérants beliqueuse champagne,
Elle suivit plus tard les pls de Charlemagne,
Et pour lui construisit un trône impérial.
Lorsque, même mourant, Roland, nouvel Achille,
Aux champs de Roncevaux, dans un effort fébrile,
Embouchait la trompette à l´éclat martial.

Au delà de Pyrène apparat la déesse,
De l´Achille français terrible vengeresse…
Elle suivit encor le grand Napoleón
De la Seine en Égypte en marcahe triomphale,
Guidée en tous ses pas par une heureuse étoile,
Recherchant l´infini sur l´affût d´un canon,

Du pays des chrétiens aux terres du Prophète,
Inspirant la terreur à l´Europe muette…
Mais… un jour elle eut peur des triomphes sans fin
Qui semblaient défier toute puissance humaine:
Elle jeta l´idole aux rocs de Saint-Hélèna!
Et la déesse alors prit un autre chemin.

L´immortel Ferragut, l´amiral intrépide,
Le vit un jour surgir, triomphante, splendide,
Sur le haut du grand mât, lorsque son Moniteur
Vomissait tout autor, du fond de ses entreilles,
Et le fe rete des feux, en sanglantes bataillesss,
Arrachant des mortels un long cri de terreur.

Elle était encor là, spectre cent fois horrible,
A côte de Barrose, amiral invincible,
A bord de l´Amazone et debut sur le pont,
Convert d´un épais nuage de fumée,
Quand, à la voix du chef, sous le voûte enflamée
Cessant pour un instant tous les feux de canon,

Le monstre cuirassé, volant à l´abordage,
Dans les rangs ennemis poursuivit le carnaje…
El la mâle déesse aux pieds de l´amiral
Account déposer sa sanglante couronne!

Déesse des combats, Salut! Salut! Bellone,
Qui chantes aux accords d´un concert infernal,

Qui portes avec toi le songe de vengeance,
Le galive de Thémis, le rayon d´espérance
Et de la gloire encor la magique splendeur!
C´est pour te saluer, quand ton image passe,
Que la voix de autans répète dans l´espace
Des clairon de la mort l´éclat parfois vengeur!

*

 

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Página publicada em março de 2023


 

Página ampliada e republicada em janeiro de 2008

 



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