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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



JOSÉ ALMADA NEGREIROS

(1893-1970)

 

Nacido en la Isla de São Tomé, hizo estúdios en Coimbra y Lisboa, habiendo vivido en España y en Paris. Participó con Fernando Pessoa y Mário de Sá Carneiro e Orpheu (1915) y lanzó en seguida Portugal Futurista (1917) COB Santa-Rita Pintor. Aliando su agresividad de agitador inconformisa contra el academicismo y la mentaliad burguesa, de lo que el MInisfiesto Anti-Dantas da ejemplo, a una creación multifacética (pintura y dibujo, poesía y narrativa, ensayos de intervención, conferencias), se convirtió em uma de las personalidades más sobresalientes de la cultura portuguesa del siglo XX. influyendo a sucesivas generaciones.  Se destacan, entre su obra poética dispersa, Litoral (1917) y A Invenção do Dia Claro (1921) donde la estética de la “ingenuidad” se expresa n un lenguaje de una gran originalidad, frescura y fuerza incisiva, en que el lirismo

 y la ironia sarcástica se mezclan, con una lucidez y una espontaneidade sorprendentes. 

 

 

Veja também:  TRÊS POEMAS VISUAIS de ALMADA NEGREIROS

 

 

TEXTOS EM PORTUGUÊS   /   POEMAS EM ESPAÑOL 

 

 

RONDEL DO ALENTEJO

 

Em minarete

mãe

bate

leve

verde neve

minuete

de luar.

 

Meia-Noite

do Segredo

no penedo

duma noite

de luar.

 

Olhos caros

de Morgada

enfeitada

com preparos

de luar.

 

Rompem fogo

pandeiretas

morenitas,

bailam tetas,

bailam chitas

e jaquetas,

são as fitas

desafogo

de luar.

 

Voa o xaile

andorinha

pelo baile,

e a vida

doentinha

e a ermida

ao luar.

 

 

Laçarote

escarlate

de cocote

alegria

de Maria

la-ri-rate

em folia

de luar.

 

Giram pés

giram passos

girassóis

e os bonés,

e os braços

destes dois

giram laços

ao luar.

 

O colete

desta Virgem

endoidece

como o S

do foguete

em vertigem

de luar.

 

Em minarete

mãe

bate

leve

verde neve

minuete

de luar.

 

         (In Contemnporânea, n. 22, 1922)

 

 

         CONFIDÊNCIAS

 

                            Mãe! Vem ouvir...

 

         Mãe!

         Vem ouvir a minha cabeça a contar histórias ricas que ainda não viajei!

         Traze tinta encarnada para escrever estas coisa! Tinta cor de sangue,

         sangue verdadeiro, encarnado!

         Mãe, passa a tua mão pela minha cabeça!

         Eu ainda não fiz viagens e a minha cabeça não se lembra senão de

         viagens! Eu vou viajar.  Tenho sede! Eu prometo saber viajar!

 

         Quando voltar é par subir os degraus da tua asa, um por um. Eu

         vou aprender de cor os degraus da nossa casa. Depois venho sentar-me

         a teu lado. Tu a coseres e eu a contar-te as minhas viagens, aquelas que

         eu viajei, tão parecidas com as que não viajei, escritas ambas com as

         mesmas palavras.

 

         Mãe! ata as tuas mãos às minhas e dá um nó-cego muito apertado!

         Eu quero ser qualquer coisa da nossa casa. Como a mesa. Eu também

         quer ter um feitio que sirva exactamente para a nossa casa, como a mesa.

 

         Mãe!   passa a tua mão pela minha cabeça!

         Quando passas a tua mão na minha cabeça é tudo tão verdade!

 

 

                            (De A Invenção do Dia Claro,1921)

 

TEXTOS EM PORTUGUÊS

Tradução de Rodolfo Alonso

 

 

RONDEL DEL ALENTEJO

 

En minarete

mate

bate

leve

verde nieve

minué

lunar.

 

Medianoche

del Secreto

em peñasco

de una noche

lunar.

 

Ojos caros

de Heredera

hechicera

con avio

lunar.

 

Rompen fuego

panderetas

morenitas,

bailan tetas

y bonitas,

bailan telas

y chaquetas,

son las cintas

desahogo

lunar.

 

Vuela el chal

golondrina

al bailar,

y la vida

enfermita

y la ermitã

lunar.

 

El lazote

escarlata

de cocotte

alegria

de María

la-ri-rate

em locura

lunar.

 

Giran pies

giran pasos

girasoles

y las gorras,

y los brazos

de estos dos

gira el lazo

lunar.

 

El corsé

de esta Virgen

enloquece

como la S

del cohete

en

vahido lunar.

 

En minarete

mate

bate

leve

verde nieve

minué

lunar.

 

 

In Contemnporânea, n. 22, 1922)

 

 

CONFIDENCIAS

 

ίMadre! Ven a oír...

 

ίVen a oir mi cabeza contando historias raras que aún no viaje!

ίVem a oir mi cabeza contando historias raras que aún no viaje!

ίTrae tinta colorada para escribir estas cosas! ίTinta color de sangre,

sangre verdadera, colorada!

ίMadre! ίpasa tu mano por mi cabeza!

ίYo apun no hice viajes y mi cabeza no se acuerda sino de viajes! Yo

voy a viajar. ίTengo sed! Yo prometo saber viajar.

 

Cuando vuelva es para subri los escalones de tu casa, uno por uno.

Voy a aprender de memoria los escalones de nuestra casa. Después

vengo a sentarme a tu lado. Tú a cosar y yo a contarte mis viajes,

aquellos que yo viaje, tan parecidos a los que no viaje, escritos

ambos con las mismas palabras.

 

ίMasre! ίata tus manos a las mías y da um nudo muy apretado! Yo

quiero ser cualquier cosa de nuestra casa. Como la mesa. Yo también

quiero tener una forma que sirva exactamente para nuestra casa, como

la mesa.

 

ίMadre! ίpasa tu mano por mi cabeza!

ίCuando pasas tu mano por mi cabeza todo es tan de verdad!

 

                            (De A Invenção do Dia Claro,1921)

 

 

Textos extraídos de la obra POETAS PORTUGUESES Y BRASILEÑOS - DE LOS SIMBOLISTAS A LOS MODERNISTAS; organización y estúdio introductorio: José Augusto Seabra.  Buenos Aires: Instituto Camões; Editora Thesaurus, 2002.  472 p. ISBN 85-7062-323-2

 

Agradecemos ao Instituto Camões a autorização para a publicação dos textos, em parceria visando a divulgação da literatura de língua portuguesa em formato bilíngüe na web.

 

 

Página publicada em maio de 2008.

 

 


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