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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


MÁRCIA THEÓPHILO

MÁRCIA THEÓPHILO

Nasceu em Fortaleza, Ceará, Brasíl, em 1940. Antropóloga, estudou música na Europa. Toda a sua obra se inspira à floresta amazônica, seus povos, seus animais, suas árvores, seus mitos, e à denuncia da sua destruição e ao empenho de salvar o patrimônio natural de cultural da floresta.

Sua poesia  vem sendo traduzida para vários idiomas e já foi indicada sua candidatura para o prêmio Nobel. Vive na Itália.

 Marcia Theophilo ganhou, na Itália onde reside,  o  prêmio “Sandro Penna” 2008.

Vejam as novas páginas de MARCIA THEÓPHILO & AMAZÔNIA

http://www.marciatheophilo.it/?lang=pt

http://www.theophilo-amazzonia-e-poesia.info/


Página da autora: http://www.theophilo-amazonia-e-poesia.info

MÁRCIA THEÓPHILO

A poeta e ativista cultural MARCIA THEOPHILO, radicada na Itália, convidada especial, numa das sessões magnas da I BIENAL INTERNACIONAL DE POESIA DE BRASILIA (de 3 a 7 de setembro de 2008), no auditório do Museu Nacional de Brasília.
 

TEXTOS EM PORTUGUÊS / TEXTOS EN ESPAÑOL / EN ITALIANO 
TEXTS IN ENGLISH  
  

 

A NOITE

 

No princípio havia noite

não se sabia o que era noite

havia somente luz e era tão intensa, nos trópicos

que se tinha a sensação de passar períodos de azul

de vermelho, de verde

era tão forte a luz que as pessoas tinham

a sensação de flutuar

dentro das cores

dentro das plantas

tudo o que hoje não fala, falava

intercomunicava-se entre si

as árvores falavam

e estimulavam o pensamento com suas flores

não se sabia o que era negro

existiam somente as cores que emanavam da luz

e distribuíam energia-pensamento

mas não se dormia

porque a música nasceu com o silêncio e com a noite

a música nasceu com a consciência dos primeiros ritmos

e com a noite nasceu o primeiro canto.

 

                   1979

 

 

OS COQUEIROS

 

O rosto daquela mulher

impressionou-me muito

 

éramos cinco

um morreu pelo caminho

e os outros

será que estão vivos?:

 

—olha o puxa-puxa criançada  olha o puxa-puxa!—

 

outro dia viajei

por terras desconhecidas

nos contornos das praias

os coqueiros

 

—água de coco gela água de coco gelada!—

 

as porções de açúcar estão crescendo

o fôlego

estou perdendo fôlego

 

está havendo aumento de terra

não existe mais água.

 

        

         Eu Canto Amazonas,  1972

 

 

OS MENINOS JAGUAR

 

I

É imóvel a terra, quando a deusa Jaguar

de noite entra na aldeia

e com ela Urucu, Pajurá

Japicahy, Tauari

Arari, Mangalô

os rostos iluminados, um facho de luz

baila um guerreiro dentro de cada um

 

 

II

é ela a divindade Jaguar.

abre o universo fechado escuro

a concha, ninho de todos os seres

Murucu Maracá

 

 

III

os meninos guerreiros

—cada um encarna um mito—

ornados com trançados de penas de arara

brincos de penas de arara

cinturas de penas de arara

colares de unhas de jaguar

braçadeiras de caramujos do rio

 

 

CXLII

entram na cidade os meninos

Mucura se muda em jaguar

as pessoas se fecham dentro das casas:

os frutos amadurecem, as árvores germinam

o grito dos animais infunde medo

 

 

CXLIII

a deusa Jaguar

se transforma em todas as coisas

que vivem n´água

se transforma em todas as coisas

que vivem na terra

plantas e animais

rios e chuvas

 

 

XXLIV

na noite um perto do outro

dormem os meninos

enrolados em jornais, em casas de cartões

um olho fechado um outro aberto

olhos em forma de lua nascente

por boca um triângulo

e o braço em ângulo reto.

 

         Os Meninos Jaguar, 1995

 

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Extraídos de

ANTOLOGÍA DE LA POESÍA BRASILEÑA

Org. y Trad.  Xosé Lois García

Edicións Laiovento

Santiago de Compostela, 2001 

 

 

LA NOCHE

 

Al principio no existia la noche

no se sabía qué era la noche

solamente había luz y era tan intensa, en los trópicos

que se tênia la sensación de psar períodos de azul

de rojo, de verde

era tan fuerte la luz que las personas tenían

la sensación de flotar

dentro de los colores

dentro de las plantas

todo lo que hoy no habla, hablaba

se intercomunicaba entre si

los árboles se hablaban

y estimulaban el pensamiento con sus flores

no se sabía qué era lo negro

existían solo los colores que emanaban de la luz

y distribuían energia-pensamiento

peero no se dormia

el hombre no conocía el cansancio

pero tampoco conocía la ternura del descanso

el silencio y la música

porque la música nació con el silencio y con la noche

la música nació con la conciencia de los primeros ritmos

y con la noche nació el primer canto.

 

                   1979

 

 

LOS COQUEROS

 

El rostro de aquella mujer

me impresionó mucho

 

éramos cinco

uno murió en el camino

y los otros

¿estarán vivos?

 

—ίmirad el chupa chupa criaturas el chupa chupa!—

 

Otro día viaje

por tierras desconocidas

por los contornos de las playas

em los cocoteros

 

—ίagua de coco helada água de coco!—

 

Las parcelas de azúcar están creciendo

el aliento

estoy perdiendo aliento

 

está aumentando la tierra

ya no existe más água.

 

         Eu Canto Amazonas,  1972

 

 

LOS NIÑOS JAGUAR

 

I

Inmóvil es la tierra, cuando la diosa Jaguar

de noche entra en la aldeã

y con ella Urucu, Pajurá

Jupichay, Tauari

Arari, Mangalô

los rostros iluminados, una antorcha de luz

baila un guerrero dentro de cada uno

 

 

II

es ella la divindad Jaguar.

Abre el universo cerrado oscuro

la concha, nido de todos los seres

Murucu Maracá

 

 

III

los niños guerreros

—cada uno encarna a un mito—

ornados con trenzados de plumas de papagayo

pendientes de pluma de papagayo

collares de uñas de jaguar

brazaletes de cangrejos de río.

 

 

CXLII

entran en la ciudad los niños

Mucura se transforma en jaguar

la gente se encierra dentro de las casas:

los frutos maduran, los árboles germinan

el grito de los animales infunde miedo

 

 

CXLIII

la diosa Jaguar

se transforma en todas las cosas

que viven en el agua

se transforman en todas las cosas

que viven en la tierra

plantas y animales

rios y lluvias

 

 

CXLIV

por la noche uno cerca del outro

duermen los niños

envueltos em periódicos, en casas de cartones

un ojo cerrado el outro abierto

ojos en forma de luna naciente

y el brazo em ángulo reto.

 

 

         Os Meninos Jaguar, 1995

 

***********************************************************

 

Poeta e professor Nadir M. Aziza, Presidente da Academia Mondiale de la Poesia concedendo diploma de mérito à brasileira Márcia Théophilo durante evento no Teatro Poliphonico de Verona, Itália, no dia 21 de março de 2009

Vejam também o vídeo com a emocionante homenagem feita em Verona:

 

CATUETE CURUPIRA
poema de Márcia Theóphilo

música de Giannantonio Mutto:

 

http://www.youtube.com/watch?v=eRIBKLrpZc8

 

Orchestra Giovanile Veronese presenta CATUETE CURUPIRA, anteprima assoluta dellopera CURUPIRA, IL SUONO DELLA TERRA, musica di Giannantonio Mutto, per lo STAGE INTERNAZIONALE PER GIOVANI MUSICISTI VILLA BURI MUSICA 2009.
Tratto dalla lirica della poetessa brasiliana Marcia Theophilo.Eseguito a Verona il 21 Marzo 2009, in occasione della Giornata Mondiale della Poesia, durante la proiezione di un video di Peppino Saponara.

 

 

TEXTS IN ENGLISH AND PORTUGUESE

 

THEÓPHILO, MárciaAmazônia canta. Amazon sings.    Edição bilíngue. Bilingual edition.   s.l.: a books editora, s.d.   159 p.  21x28 cm.  Prefácio: Rafael Alçberti - Fábio Lucas.  Tradução: Desomond O´Grady, Maria Kochansky, Ricardo Durantei e Minerva Bloom.  “ Márcia Theóphilo “  Ex. bibl. Antonio Miranda

 

SELVA AMAZÔNICA (1976)

 

oceano de árvores

a terra criou a floresta

verde por seis milhões de quilômetros

a pena imita a folha

força de elementos naturais

carrilhão, martelo

assobio

trinado de pássaros

arara araponga papagaio

e o gavião real

duas asas

dois metros de ramos plumários.

 

 

AMAZON FOREST (1976)

 

          English version by Hania Kochansky, 2000

 

Ocean of trees

the earth created the forest

green for six million kilometers

the feather mimics the leaf

force of natural elements

carillon, hammer,

whistle,

trill of birds

arara araponga parrot

royalseagull

two wings

two meters of winged branches.

 

 

 

As VITÓRIAS RÉGIAS (1984)

 

Eram estrelas que caiam no rio, eram estrelas:

as vitórias régias. Eu sei, Yanoá pensa,

não só os animais, tudo da natureza têm uma alma

uma alma alada que deixa o mundo quando sonha.

E ela sempre sonha lugares desconhecidos.

«Yanoá, Yanoá desperta

que os pássaros podem te levar em suas asas

os sonhos podem te destruir».

Acordava espantada de seus gritos.

«Os pássaros querem levar minha alma,

eu não quero ficar sozinha com meus pensamentos».

Seu rosto se ilumina e os cabelos espessos e lisos escorriam

pelo rosto enrugado, antigo, esculpido dos sonhos e do sol.

Um dia Yanoá, andará com seus sonhos, junto com Yara

ao fundos das águas. Yanoá,

vem brincar comigo, protege-me                  

dos peixes que dominam as águas e as plantas

crescidas no fundo do mar.»

O dia inteiro os peixes vão e vêem

entre teus longos cabelos.

 

VITÓRIAS REGIAS (1984)

 

          English version by Hania Kochansky, 2000

 

They were stars falling into the ríver, they were stars

the vitórias régias. I know —Yanoá thinks —

not only animais buí ali in nature hás a soul,

a winged soul that leaves the earth when it dreams. And

always dreams places unknown.

"Yanoá, Yanoá wake up!

só that the birds can take you away on their wings,

dreams can destroy you." She wakes frightened by her own  
                                                                               cries.

The birds want to tear away my soul,

I don't want to be alone with thoughts.

Her face illuminates and her thick hair hangs down

straight on her lined face, ancient,

sculptured by dreams and by the sun.

One day Yanoá will go with her dreams, will go with Yara

to the depths of the waters.

"Yanoá come play with me, protect me

from the fish who rule the waters and the plants,

grown at the bottom of the sea.

Ali day long fishes come and go

in between your long hair".

 

 

 

Página publicada em dezembro de 2007, atualizada em março de 2009; AMPLIADA e republicada em junho 2015.



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