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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


ABGAR RENAULT

 

ABGAR RENAULT

(1901-1995) 

Nacido en Barbacena, Minas Gerais, Brasil,  después de una estancia en Brasilia como político y Ministro de Estado, murió en Rio de Janeiro, lugar de su elección. Cursó Humanidades y Derecho en la capital del estado e integró la brillante generación del modernismo en Minas. Desempeñó altas funciones pedagógicas o administrativas, ha sido destacado miembro del Consejo Federal de la Educación y Cultura. En Belo Horizonte, la Facultad de Letras lo consagró como Profesor Emérito. Entretanto, el trajín de la vida pública no ha sido óbice a quehacer artístico. Poeta y traductor muy celebrado, integró varias instituciones académicas, muestra de su prestigio creciente en el panorama literario. No obstante, supo mantenerse alejado de los halagos que corrompen. Humilde, realizó su obra de creación con mucha integridad. Por eso, toda inteligencia objetiva no le escatima la posición incuestionable que ocupa en la poesía brasileña. A la belleza heredada del barroco provinciano sumó un agudo y actualizado sentido existencial, con énfasis en los sentimientos de piedad, pérdida, muerte, privación, agudizados por una dramática visión el tiempo huidizo (Tempus fugit, decían os latinos, palabras inscritas en los relojes de sol de las iglesias mineras). Superando, empero, hasta en los años, tal desintegración angustiosa, el poeta dejó una obra coherente, extendida a través de medio siglo. En 1996, con el título de Abgar Renault, Solange R. Oliveira y Afonso H. T. Renault organizaron una edición esencial del oficio de ese hombre bueno, poeta fecundo.

          

“Sempre será pouco o muito que se diga sobre a poesia de Abgar Renault. Sua poesia constitui, talvez, a mais surpreendente manifestação da vitalidade criativa da língua poética no Brasil na década de 1950. A sequência de suas palavras requer do leitor uma atenção vigilante, em especial quando se considera o preceito de que a busca do prazer é a única razão que justifica a leitura atenta de poemas bem elaborados e difíceis (Eliot?).” CÉSAR LEAL

 

“A posição de Abgar Renault no nosso quadro literário? Não é difícil definí-la. Consumada a função destruidora do modernismo, e desmoralizadas, por sua vez, as convenções novas com que se procurou substituir as velhas convenções, ficou para o poeta brasileiro a possibilidade de uma expressão livre e arejada, permitindo a cada um manifestar-se espontânea e intensamente no tom que melhor lhe convenha. É nessa atmosfera que se move sem dificuldade o sentimento poético de Abgar Renault”.  CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE

Veja tradução de poema de ALLAN SEEGER por ABGAR RENAULT.
Veja tradução de poema de LOUISE BOGAN por Abgar Renault.

TEXTOS EM PORTUGUÊS  /  TEXTOS EN ESPAÑOL  /   EN FRANÇAIS /

TEXTOS EN ITALIANO


 

ABGAR RENAULT

De

Abgar Renault

SOFOTULAFAI
Poema-livro escrito em 1951 e publicado
pela Imprensa da Universidade Federal de Minas Gerais
em 1972, tiragem de 400 exemplares, fora de comércio, assinados pelo autor:

ABGAR RENAULT

(Exemplar da Coleção Antonio Miranda)

(fragmentos)


 XXV  

Em quantas mil palavras me consumo!
Nutrem-se os homens de palavras, comem
milhões de verbos e de substantivos,
tal o seu pão de cada dia ou hora.


XXVIII  

tudo agencia, em sons ou por  signais,
o humano ideal de ser (sem   existir),
e constroi uma vida onde não ha.”  


XXXI 

- “ Os homens vivem, morrem por signais;
tudo tem um signal, ou raso ou fundo,
no gelo intenso ou onde o fogo lavra.
Se a palavra acabasse, um dia, a vida
seria despojada de existência.”  


XLVIII

Semantica synonymos espasmos
orgasmos  (20  sextilhões  de  orgasmos)
sob o maravilhoso arco voltaico
carbunculos catastrophes biococcus. 


LIII 

Aguas Formosas Naphlos Almenara
Soledade Soidade mia morte
Vós sodes, e meu mal, e meu só bem.
Muy gram sabor vos hey, mha senhor,
e nunca cousa come vós amey:
sabedes como sõo desejador
e por vós quanta cousa já passei,
sem que nunca, senhor, dissesse sen
esperando guarir  em  aver  morte.

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RENAULT, Abgar.  A outra face da lua.  Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora; Instituto Nacional do Livro, Fundação Nacional Pró-Memória, 1983.  154 p.   14x21 cm.  Retrato  do poeta na falsa-folha-de-rosto.   “ Abgar Renault “ Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

CANÇÃO OCULTA

 

A onda de mar e céu, redonda,

durou nos ares um sorriso.

Nenhum poder claro ou inviso

deteve no ar a débil onda.

 

Um esvair-se em vácuo e treva

do vôo da ave intercadente.

Música silenciosamente mergulhada,

que o tempo leva.

 

O sonho côncavo buscando­

se no aço do espelho convexo,

que ria incólume, sem sexo,

sem uma imagem, mas brilhando.

 

O gesto de nuvens e de águas,

a aragem, a palavra, a rosa,

a intraduzível, soluçosa

sombra de vento sobre as águas.

 

 

NOTURNO / II

 

Se eu escrever que a noite é bruna,

dirão uns: "Está doido!"; outros: "Que pedantismo!"

Mas não estou doido, não sou pedante, a noite é bruna,

e navego nas suas águas como navegaria

no Bósforo à procura de não sei que peixe ou porto ou flor.

 

Com a sua, densa, confundo a minha fluida substância

e em ela me transformo para deixar de ser.

 

Onde os companheiros de viagem? Onde o amplo convés?

 [Onde os canhões? Onde os remos?

          Que viagem me levava para onde?

Tudo esqueci. O farol acabou-se, Constantinopla está de luzes apagadas, todos os mares são o Mar Negro vazio, não há ninguém junto de mim,

e é bruna esta noite velha solta nas águas, nos ares e nos olhos.

 

 

SOLIDÃO

 

O rio se entristece sob a ponte.

Substância de homem na torrente escura

flui, enternecimento ou desventura,

misturada ao crepúsculo bifronte.

 

Antes que débil lume além desponte,

a sombra, que se apressa, desfigura

e apaga o casario em sua alvura

e a curva esquiva e sábia do horizonte.

 

Os bois fecham nos olhos os arados,

o pasto, a hora que tomba das subidas.

Dorme o ocaso, pastor, entre as ovelhas.

 

Sobem névoas dos vales fatigados

e das árvores já enoitecidas

pendem silêncios como folhas velhas.

 

 

IGNOTUS

 

Eu não sei quem Tu és. Mas sei que Tu existes,

e sei que és Tu que acendes as estrelas lá no Alto,

e o lume, às vezes, da alegria na pobreza dos meus olhos tristes.

 

Eu não Te vejo, eu não Te falo, senão no silêncio secular

das noites insones e profundas, em que meu corpo se apaga,

e minha alma é uma chama inquieta a crepitar ...

 

Eu Te quero e Te temo, pávido, esquivo e ansioso ... E pela vida inteira,

se Te fujo - olhos sem luz para não ver-Te, ouvidos surdos para não Te ouvir sinto o Teu esplendor doer na minha tórpida cegueira,

 

e ouço o rumor augural dos remos do Teu barco, lento e lento

a ferir, com seu ritmo de Absoluto,

a água noturna do meu pensamento ...

 

 

 

 

 

RENAULT, Abgar.  Abgar RenaultNOITE. Jaboatão, PE: Editora Guararapes EGM, 2015.  35 p.  ilus.   col.  Inclui o poema "Noite". Edição limitada e artesanal.  Editor: Edson Guedes de Morais. Ex. bibl. Antonio Miranda

Veja o E-book:   https://issuu.com/antoniomiranda/docs/abgar_renault

 

Extraído de

 

POESIA SEMPRE.  Ano 18.  2012. Número 36.  Edição dedicada a Minas Gerais. Rio de Janeiro: Ministério da Cultura, Fundação Biblioteca Nacional, 2012. Editor Afonso Henriques Neto.

 

38° à sombra

a Afonso Henrique Tamni Renaull

 

Sol, um sol de analfabetos, de moscas, nítido, suarento,
e ruídos expulsos de ignotas máquinas que estridem no ar
enchem o dia de sobrenatural subdesenvolvimento.
Estão as praias repletas de inefáveis ignorantes
emoldurados em águas mornas, mentes arquejantes,
automóveis, caminhões, ônibus e motocicletas a rebusnar.

 

Pesa o suo, pesa o hirto dia, carregado de toneladas de não-fazer: frutos podres, flores secas, mortas raízes
pesadamente flutuam na atmosfera escassa,
afogando num cheiro doente a larga praça.
Pesam os corpos: pesam as pernas: PESA SER.

 

Nem um pássaro fere a palidez do céu absoluto

para onde sobem centenas de construções em anacoluto;

nem um sopro sequer crispa, de leve,

as em posição de sentido raras árvores, que perecem

e que reiterativas cigarras, com método, ensurdecem.

 

O silêncio declarou-se para sempre em greve.

 

Tiro a noite da gaveta: estendo-a a nenhum vento;

fecho a coleção de deverbais e, apagando o tressuado pensamento,

navego o meu sono pegajoso em busca de extintos países.

 

 

Tempo e lugar

 

Não mais importa onde,
só o que importa é quando:
vai-se o espaço alongando,
mas o tempo se esconde.

 

Suba a pedido ou mando,
na mais copiosa fronde
nem um fruto responde
à hora que está murchando.

 

Sombra no chão, a vida,
adiada e arrependida,
neste chão entrará.

 

No quadrante absoluto
(viagem, asa, minuto)
mais nada é, nem será.

 

 

Súplica

 

 

Anda. O tempo não espera.

0 minuto pode acabar
subitamente pelo ar
antes da outra primavera,
antes de outro ou deste dia.

 

Por que perder esta flor,
tanto espanto, tanta luz?

Há um rio que se insinua,
querendo nascer, na dor,
e nenhum relógio para

a esperar o leve parto.

 

Oscilam todos os pêndulos,
não só isocronamente,
mas irreparavelmente.
Por que esperar, ave azul,
que pare o que nunca para?
A leste, oeste, norte ou sul,
ah! o tempo não espera
e nenhum relógio para.

 

Um dia, quando quiseres,
ave azul ou de outra cor,
e do teu ninho vieres,
o mundo estará parado
e não acharás o tempo,
ave de cinza e sem cor.

 

 

Soneto ao poeta

Carlos Drummond de Andrade

 

Amo-te o engenho subversivo e grave,
que levedou seu próprio pão de vida
e nele talha a forma apetecida:
tarde de chuva, sol, sal, pouso de ave.

 

Amo-te o verbo extremo de suicida,
essa implícita música sem clave,
pélago no recôncavo da nave:
tua poesia isenta e acontecida.

 

Amo-te a destra, que nos ares lança,
de dentro da tua arca, a nua herança:
os teus conflitos de esplendor e bruma,

 

teus peixes, teus demônios, tua ordem,

 — claros enigmas que no tempo acordem
teu cosmos e teu caos de pedra e espuma.

 

 

 

10 POEMAS EM MANUSCRITO.  Organizador: João Condé Filho. Rio de Janeiro: Edições Condé, 1945.  Folhas soltas, dobradas.  29x39 cm. Prefácio de Álvaro Lins.  Capa de Santa Rosa. 

Inclui poemas manuscritos de Abgar Renault, Cecília Meireles, Murilo Mendes e Augusto Meyer ilustrados por Tomas Santa Rosa; poemas de Jorge de Lima, Mário de Andrade e Vinicius de Moraes ilustrados por Percy Deane; poemas de        Augusto Frederico Schmidt, Carlos Drummond de Andrade  e Manoel Bandeira ilustrados por Cândido Portinari. A clicheria foi executada por Latt & Cia Ltda e a impressão esteve a cargo do mestre  João Luis dos Santos, nas oficinas gráficas dos Irmãos Pongetti.  “Desta  edição foram tirados 15 exemplares F.C., numerados de I a XV e destinados ao prefaciador, aos poetas e aos ilustradores e 150 exemplares numerados de 1 a 150, compostos em papel Goatskin Parchment e com a rubrica do organizador. Exemplar n. 132. Col. bibl. Antonio Miranda. 

 

Poema de Abgar Renault, ilustrado por Santa Rosa.

 

         CONDIÇÃO HUMANA

        Ah! mundo! Ah! vida do perpetuo equívoco…
         Vanidade de entrar o fechado misterio
         em vocação terrena para não descubrir a aurea chave?
         Existe a palavara liminar — ordenadora do cháos —
         ou é tudo involuntario jogo do acaso,
         que tece e destece a trama gratuita do acontecimento,
         e o tinge da coaar das horas, e embebe de humano pensamento?
         E esas horas são engano puro, fluida forma
         de Homem e das cousas que como cousas também do Homem,
         ou verdadeiramente vêm e vão — trépidas aves de invisível céu —,
         ou vivem inmoveis e através de sua quietude caminhamos
                                                                                     sem saber?
         E depois que acabamos de pasar por sua indifferença,
         que novas horas baterão?
         E onde baterão — e com que olhares de que olhos?
         Para que resposta? Para nos afogarnos num mar novo de perguntas?
         Não ha verbo final, nem resposta nenhuma:
         tudo — aaté o misterio — é vaga inferencia transitiva
         Não conhece Homem nada do que existe, nem se existe,
         e o que sabe é apena uma véspera.

        

 

 

 

TEXTOS EN ESPAÑOL

Traducciones de Anderson Braga Horta

 

 

CANCIÓN OCULTA

 

Onda de cielo y mar, redonda,

duró en el aire una sonrisa.

Ninguna fuerza aisló, precisa,

en el aire la débil onda.

 

Un exhalarse en nada y bruma

de! vuelo de ave intercadente.

Música silenciosamente

sumergida, que el tiempo esfuma.

 

El sueño cóncavo buscando

se sobre el espejo convexo,

que reía incólume, sin sexo,

sin una imagen, mas brillando.

 

El gesto de nubes y de agua,

la palabra, el aire, la rosa,

la intraducible, la ansiosa

sombra de viento sobre el agua.

 

 

NOCTURNO / II

 

Si yo escribiere que La noche es bruna,

unos dirán: "!Está loco!"; otros: "!Qué pedantería!"

Pero no estoy loco, no soy pedante, La noche es bruna,

y navego en sus aguas como navegaría

en el Bósforo en demanda de no sé que pez o puerto o flor.

 

Con la suya, densa, confundo mi fluida substancia

y en ella me transformo para dejar de ser.

 

¿Era en un vapor transatlántico, en un destructor o en un bote que yo              navegaba?

¿Dónde los compañeros de viaje? ¿Dónde la amplia cubierta?

                                                ¿Dónde los cañones? ¿Dónde los remos? ¿Qué viaje me llevaba para dónde?

 

Todo olvidé. El fanal se acabó, ConstantinopIa está con las luces apagadas, todos los mares son el Mar Negro vacío, no hay nadie junto a mi,

y es bruna esta noche vieja suelta en las aguas, en los aires y en los ojos.

 

 

SOLEDAD

 

El rio se entristece bajo e! puente.

Substancia de hombre en la corriente oscura

fluye, enternecimiento o desventura,

confundida en lo ambiguo del poniente.

 

Antes que débil lumbre le haga frente,

la sombra, apresurada, desfigura

las casas, les apaga la blancura,

borra la curva esquiva del oriente.

 

El buey cierra en los ojos los arados,

pastos, horas que caen de los subidas.

El ocaso, pastor, duerme entre ovejas.

 

Suben nieblas de valles fatigados

y de los ramas ya anochecidas

pende el silencio así como hojas viejas.

 

 

IGNOTUS

 

No sé quien eres Tú. Peto sé que Tú existes,

sé que eres quien enciende Las estrellas en lo Alto

y la lumbre, alguna vez, de la alegría en la pobreza de mis ajas tristes.

 

No Te veo, no Te hablo, sino en e! silencio secular

de las noches insomnes y profundas, en que mi cuerpo se apaga

y mi alma es una llama de inquieto crepitar ...

 

Y Te quiero y Te temo, pávido, esquivo, ansioso ... y por la vida entera, si Te huyo —ojos sin luz por no verTe, oídos sordos por no oír

Te siento Tu resplandor doliendo en mi tórpida ceguera

 

Y oigo el rumor augural de los remos de Tu barco, lento y lento

hiriendo, con su ritmo de Absoluto,

el agua nocturna de mi pensamiento ...

 

 

 

Poemas extraídos de la obra POETAS PORTUESES Y BRASILEÑOS: de los simbolista a los modernistas. Edición bilingüe.  Buenos Aires: Instituto Camões; Brasília: Thesaurus, 202. 472 p. Organizado por José Augusto Seabra.

 

 

POEMETO MANTINAL

Traducción de Alberto Guillén

El aire de la mañana besa mi cara,
y mi alma besa el aire leve de la mañana.
Miro el paisaje lejano de la ciudad
que blanquea alegremente a lo lejos;
que sonríe humanamente,
una sonrisa blanca en el tumulto de sus casas,
que trepan los flancos de las colinas azules y distantes,
y miran por los ojos  encarnados de las ventanas.

Las siete. Va a comenzar la función.
El despertador de las sirenas agujerea líricamente
el silencio dorado de la mañana.
Parece que la vida despierta ahora por vez primera
y se restriega los ojos deslumbrada.
Mi “Ford” abejea dentro de la mañana,
y sube la vieja calle de mi barrio,
cabrioleando, bufando, fumando gasolina.
Mi “Ford”, al carbiolear en los agujeros de la calle descalza,
es un cabrito negro y prodigioso.

El aire leve de la mañana besa el radiador
y besa mi cara.

La infantilidad de todo mi ser
asciende en la nubarra dorada de la mañana.

 

(Extraído de la revista POESIA SEMPRE  - Ano3  Número  5   Fevereiro 1995 p. 26
( Rio de Janeiro:  Fundação Biblioteca Nacional)

 

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TEXTOS EN ITALIANO

 

Extraído de


MIRAGLIA, Tolentino.  Piccola Antologia poetica brasiliana.  Versioni.  São Paulo: Livraria Nobel, 1955.  164 p.  Ex. bibl. Antonio Miranda

 

          RICORDO...

Qual fiore gentilissimo di neve,
Dai cinque petali, sottili e fini,
Ebbi nella mia, la tua mano, lieve,
Con L'animo nei parami divini.

Passo la gloria di quel sogno breve,
Ma restarono in me i peregrini
Sensi che, dal toccare, si riceve
Da mussole e da morbidi ermellini . . .

Dei fugaci minuti, già passati,
Di tutfil ben che ora ne desumo,
Come da sogni splendidi beati,

Erra nei sensi um alito lontano :
Sovvenire indeciso d'un profumo,
Vago ricordo di codesta mano.

 

INCANTAMENTO

Sotto l'incanto delia tua figura,
Mi trovo nelTattonita sorpresa
E vedo che codesta aureola accesa
lllumina quest'ombra che mi oscura.
 

Nei sogno, che la mente trasfigura,
In ogni prece sei delia mia chiesa
E, sparso nel’ambiente, si palesa
Tutto l'incanto delia tua figura.

È la tua vita, la mia própria vita
E l'alma tua io porto, sempre ambita,
Ma in un mistero muto.che m'adombra.

Tu sei, dinanzi e me, vaga, fugace,
Come in un sogno che non porti pace
O come l'ombra vana d'un'altr'ombra.

 

 

Página ampliada e republicada em agosto de 2008. amplioada e republicada em agosto 2011; ampliada em dezembro de 2015. Ampliada em julho de 2017




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