Antonio  Miranda diante de uma escultura do artista venezuelano  
                      Jesus Soto, um dos máximos do cinetismo. Caracas, 2009 
                     
                ANTONIO MIRANDA 
                        UM ARTISTA DE MÚLTIPLOS TALENTOS 
                        
                      Alice  Spíndola (< ver)  
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                    Membro  correspondente da Academia Carioca de Letras, em Goiás 
                              
                            A partir do dia 25 de setembro, Antonio  Miranda estará em Pereira, na Colômbia, representando o Brasil, no 3º FESTIVALINTERNACIONAL   DE POESIA.   
                      Intelectual  reconhecido em diferentes mundos devido a sua intensa atividade cultural.  Antonio Miranda impressiona por sua rapidez de raciocínio, e pela facilidade  com que expõe seu pensamento. Vendo-o no palco, tem-se a impressão que ele já  surge predestinado àquele cenário, àquela peça teatral.   
                      Talvez,  sendo o habitante de um livro. Pois, segundo José Castello, de O GLOBO, o bom  leitor habita as páginas que lê. 
                      Sensível,  rápido no agir e no pensar, Miranda possui a palavra certa, não importa a hora,  nem o local. Quanta vez, em outro idioma. 
                      Tem  consciência do poder de seu pensamento, e da força de suas opiniões. Interage  como o público continuamente. E, atento, percebe o poder, ou seja, o alcance e  a energia de sua mensagem. Se diz um poema, o faz sabendo o efeito que seus  versos produzem. Interpretando um personagem, prevê a dimensão de cada palavra,  bem como a amplitude de seus gestos.   
                      Dele,  o esforço a fim de que tudo pareça fácil, tanto a sua própria atuação, como o  trabalho do outro artista, que, por acaso, o acompanhe em seus diferenciados  inventos. 
                      Redescobre  que seu universo pessoal funciona como um espelho para o seu ofício. Dele,  ainda, a opção de escolha. Em sua Arte, todos os mistérios do palco, desde a  ironia, até o gesto que adquire o valor da palavra mais doce. O Carisma e a  euforia. A elegância. E aquele riso que é sua marca registrada.  
                        
                      Um  dia, o próprio Miranda me confessou: “Reconheço, no entanto, minha  versatilidade e minha habilidade de falar e comunicar conforme a percepção que  tenho do público, intuição cultivada pela experiência com o teatro e com a sala  de aula”. 
                        
                      Em  sua escrita: concisão, elegância e síntese. Esta frase, tomei-a de empréstimo  do poeta paulista Erorci Santana. Com toda a certeza, Antonio Miranda, um  dramaturgo nato. Talvez, a palavra Mestre seja a definição mais acertada para  este artífice da escultura, da palavra e da televisão.  
                      Ele,  Antonio Lisboa Carvalho de Miranda, um multiartista. Preside com eficiência,  entusiasmo e dinamismo a Biblioteca Nacional de Brasília. Projetos de real  valor. Um deles, TRIBUTO AO POETA, em sua 5A. EDIÇÃO DA SEGUNDA FASE.  
                      Mantém  a ENCICLOPÉDIA DE POESIA IBEROAMERICANA no portal www.antoniomiranda.com.br. 
                      Com  patrocínio da Biblioteca Nacional de Brasília – idealizada e organizada por ele  mesmo e uma equipe coesa e hábil – inaugurou-se a PRIMEIRA BIENAL INTERNACIONAL  DE POESIA DE BRASÍLIA, nos primeiros dias de setembro de 2008. De imediato,  todos os palcos desta capital foram ocupados por escritores, artistas, e altas  personalidades do nosso País e do exterior.   A Bienal, talvez, um projeto sem par em toda sua carreira de  administrador e como poeta. Um marco na história da cultura brasileira, e na  história de Brasília de modo particular. 
                      Miranda  exerce a mágica de atender a cada convidado conforme seu tempo e sua habilidade  de mestre tornando-se o Embaixador da Cultura, naquele momento.  
                        
                      Doutor  em Ciência da Comunicação [Universidade de São Paulo, 1987], fez mestrado em  Ciência da Informação na Loughborough  University  of Technology, LUT, Inglaterra, 1975. Sua formação em Biblioteconomia é da  Universidad Central de Venezuela. Miranda é   professor do Departamento de Ciência da Informação na Universidade de  Brasília/DF.  
                      Acima  de tudo, um artista de múltiplos talentos. 
                      Um  multivocal. 
                       
                            Sabe-se que Antonio Miranda – romancista,  poeta,  e escultor – já editou romances e  livros de poemas em diversas partes do mundo. Em 1966, por decisão própria,  exila-se para viver intensamente um período de efervescente agitação cultural  na América Latina. Onde, nos anos 60 e 70, reside e publica em Buenos Aires,  Caracas, Bogotá. Por alguns anos, mora e estuda em Londres. Obras traduzidas  para o Espanhol, Francês e Italiano, Inglês, Russo e Grego. Sua provocante  criatividade vem a ser valorada com prêmios pela Crítica Internacional  [Manizales – Colômbia; San Juan de Puerto Rico]. TU PAÍS ESTÁ FELIZ, peça de  Teatro baseada em seus poemas e músicas, estreada em 1971, e representada em  mais de 20 países.  
                      Por  onde passa seus feitos geram títulos, prêmios e distinções. E estes lhe  franqueiam passagens para outros continentes. 
                        
                      Ao  certo, o ar de Brasília transformará o estilo de suas esculturas. Ali, ante a  amplitude daquele planalto, o longo e crítico olhar do artista já reflete a  ousadia que já aflora em trabalhos recentes. 
                      Miranda  conhece o sentido das palavras, e o grau de luz nas formas e nas cores. Linhas  e caminhos. Incorpora estes conhecimentos na intenção do seu desempenho, seja  dizendo poemas, seja como homem de teatro. Que haja tempo e espaço, e um palco  para este homem mostrar seu talento, sempre! Antonio Miranda, um artífice que  trabalha o tempo todo. O futuro político do nosso País, uma de suas  preocupações. 
                        
                                 Este Antonio Miranda, um dos raros  visionários, que, na esplêndida sensação de liberdade, sabe saborear o delírio  e o aplauso do público. 
                      
                      Página publicada em outubro de 2009 
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