POESIA MUNDIAL EM PORTUGUÊS
Foto: escamandro.wordpress.com
WALLACE STEVENS
(Reading, Pensilvânia, 2 de outubro de 1879 — Hartford, 2 de agosto de 1955) foi um poeta modernista norte-americano. Educado em Harvard e depois na New York Law School, trabalhou em uma companhia de seguros em Connecticut durante a maior parte de sua vida.
Seus poemas mais conhecidos incluem "Anedota de um jarro", "Desilusão das dez horas", "O Imperador do Sorvete", "A Ideia de Ordem em Key West", "Manhã de Domingo" e "Treze maneiras de olhar para um melro".
Stevens ganhou o Prêmio Pulitzer de Poesia, por seus Collected Poems, em 1955.
Biografia: pt.wikipedia.org
TEXT IN ENGLISH - TEXTO EN ESPAÑOL – TEXTO EM PORTUGUÊS
STEVENS, Wallace. Cuatro poemas. Selección y traducción de Tedi López Mills. Monterrey, México: Universidad Autónoma de Nuevo León,.2009. 53 p. Ex. bibl. Antonio Miranda
Holiday in Reality
I
It was something to see that their white was different,
Sharp as white paint in the January sun;
Something to feel that they needed another yellow,
Less Aix than Stockholm, hardly a yellow at all,
A vibrancy not to be taken for granted, from
A sun in an almost colorless, cold heaven.
They had known that there was not even a common speech,
Palabra of a common man who did not exist.
Why should they not know they had everything of their own
As each had a particular woman and her touch?
After all, they knew that to be real each had
To find for himself his earth, his sky, his sea.
And the words for them and the colors that they possessed.
It was impossible to breathe at Durand-Ruel's.
II
The flowering Judas grows from the belly or not at all.
The breast is covered with violets. It is a green leaf.
Spring is umbilical or else it is not spring.
Spring is the truth of spring or nothing, a waste, a fake.
These trees and their argentines, their dark-spiced branches,
Grow out of the spirit or they are fantastic dust.
The bud of the apple is desire, the down-falling gold,
The catbird's gobble in the morning half-awake—
These are real only if I make them so. Whistle
For me, grow green for me and, as you whistle and grow green,
Intangible arrows quiver and stick in the skin
And I taste at the root of the tongue the unreal of what is real.
(From Transport to Summer)
Vacaciones en la realidad
I
Fue asombroso descubrir que su blanco era diferente, penetrante como la pintura blanca en el sol de enero;
asombroso sentir que necesitaban otro amarillo,
menos Aquisgrán que Estocolmo, sólo apenas un amarillo,
una resonancia que no debía darse por hecha, de un sol en un cielo incoloro, frío.
Sabían que no había ni siquiera un habla común, la palabra de un hombre común que no existía.
¿Por qué no iban a saber que lo tenían todo,
como cada uno tenía una mujer determinada y su tacto?
A fin de cuentas, sabían que para ser reales cada uno debía encontrar su propia tierra, su cielo, su mar.
Y las palabras que les correspondían y los colores que poseían.
Era imposible respirar en casa de Durand-Ruel.
II
El ciclamor florido crece desde el vientre o no crece.
El pecho está cubierto de violetas. Es una hoja verde.
La primavera es umbilical o entonces no es primavera.
La primavera es la verdad de la primavera o nada,
un yermo, un simulacro.
Estos árboles y sus argénteos, sus ramas de oscura fragancia,
crecen desde el espíritu o son un polvo quimérico.
el brote de la manzana es deseo, el oro descendente,
el festín del tordo en la mañana a medio despertar.
Son reales sólo si yo dispongo que lo sean.
Silba para mí, crece verde para mí y, al silbar y crecer verde,
flechas intangibles tiemblan y se clavan en la piel
y yo saboreo en la raíz de la lengua lo irreal de lo que es real.
(De Transport to Summer)
TEXTO EM PORTUGUÊS
Tradução de Antonio Miranda
FÉRIAS NA REALIDADE
I
Foi um assombroso descobrir que o seu branco era diferente,
penetraste como a pintura branca no sol de janeiro;
assombroso sentir que precisavam de outro amarelo,
menos Aquisgrán que Estocolmo, apenas um amarelo,
uma ressonância não deveu dar-se como realizada,
de um sol em um céu incolor, frio.
Sabiam que não havia nem mesmo uma fala comum,
a palavra de um homem comum que não existia.
Por que não iriam saber que já a tinham toda,
como cada quem tinha uma determinada mulher e seu teto?
Afinal de contas, sabiam que para serem reais cada qual
devia encontrar sua própria terra, sem céu, seu mar.
E as palavras que lhes correspondiam e as cores que possuíam.
Era impossível respirar em casa de Durand-Ruel.
II
O ciclamo* forido cresce desde o ventre e não cresce.
O peito está coberto de violetas. É uma folha verde.
A primavera é umbilical ou então não é primavera.
A primavera é a verdade da primavera
ou nada, um ermo, um simulacro.
Estas árvores e seus argênteos, seus ramos de
escura fragrância ,
crescem desde o espírito ou são uma poeira quimérica,
o broto da maçã é desejo, o ouro descendente,
o festim do pássaro na manhã a meio despertar.
Sou verdadeiro, somente se decido que sejam. Soa
para mim, cresce verde para mim e,
ao soar e crescer verde,
flechas intangíveis tremem e cravam na pele
e eu saboreio na raiz da língua o
irreal do que é real.
*árvore de Judas.
Página publicada em fevereiro de 2019
|