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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
POESIA MUNDIAL EM PORTUGUÊS

THOMAS MOORE

 

 

Thomas Moore (Dublin, 28 de maio de 1779 – Bromham, 25 de fevereiro de 1852) foi um poeta, cantor, compositor e artista irlandês, muito conhecido pela letra de The Minstrel Boy (O Menestrel) e The Last Rose of Summer (A última rosa de verão). Foi responsável, junto com John Murray, pela publicação das memórias póstumas de Lord Byron. Era chamado muitas vezes de Anacreonte Moore.

 

 

Tradução de


Joaquim Serra

 

***

 

O bolonhês Andreas afamado,
Sábio legista, ilustre professor,
Tinha uma filha, um anjo delicado,
E que sábia era a filha do doutor!

 

Sempre que o velho pai 'stava de cama,
Enxaquecas curtindo desumanas,
A cadeira regia a jovem dama
E comentava as leis justinianas.

Porém cortina leve, um pouco escura,
A afastava da atenta multidão,
A fim de que, não vendo a formosura,
Ouvissem os alunos a lição.

 

A verdade também, mestra divina,
Deve um pouco ocultar seu brilho ardente;
Muito melhor às vezes ela ensina
,
Aliada à mentira levemente.

 

 

 

 

Tradução de


Art de Mesquita

 

 

 

DAS "ÁRIAS NACIONAIS"

 

Vai rolando, meu ribeiro,
Vai rolando bem ligeiro,
Porém antes de no mar
As águas tuas depores,
Entrega a alguém estas flores,
Que sobre ti vou lançar.

 

E vai dizer-lhe também
A esse querido alguém,
Que, se algum dia for meu,
De nossa vida a corrente
Correrá tão docemente
Como a flor que em ti correu.

 

Porém se vires, amigo,
Que se moteja comigo,
As águas veloz volteia,
E atira as flores fagueiras
Nas fragosas cachoeiras,
Ou sobre as ribas, na areia.

 

E diz que serão lançados,

Seus encantos desbotados,

A mocidade perdida,

Como as flores que se espargem

Do riacho sobre a margem,

À margem triste da vida.

 

 

 

 

Traduções de


ARY DE MESQUITA:

 

 

EM VENEZA

 

Das ÁRIAS NACIONAIS

 

Cuidado, devagar, silêncio, gondoleiro,

Não queiras me acordar o quarteirão inteiro,

 

Além do calmo olhar mirífico da estrela,
Nenhum olhar sequer não deve agora vê-la.

 

Esta aventura, eu sei, é muito perigosa,
Porém fugir do espinho é não querer a rosa.

 

Agora espera aqui, fingindo sentinela,
Enquanto eu vou subir nas grades da janela;

 

E ao passo que me vês, às luzes do luar,
Para o tempo correr distrai-te a meditar

 

Que o homem pelo céu se aventurasse quanto
O faz pela mulher se tornaria um santo.

 

 

 

 

A ROSINHA

 

Do EPÍSTOLAS, ODES, ETC.

 

A rosa que te dei, há tão pouco nascida,
Era do rouxinol a rosa preferida;

 

Muita vez, ao luar, nas ramas orvalhadas,
Viram-no murmurando as lânguidas baladas.

 

Oh! Conserva esta flor, conserva-a com cautela,
Tua respiração pode alongar a dela;

 

Toda vez que ela ouvir teu anélito brando,
Há-de conjecturar que é o rouxinol cantando.

 

 

 

 

DOS  "POEMAS JUVENIS"

 

Como aquele que confiado
Em sereno céu de estio
O seu barco pôs no mar,
É o louco do apaixonado
Que levado do amavio
Dos teus olhos quis te amar.

 

O mar é sempre inconstante,
Inconstante como os ventos,
E os barcos naufragarão. . .
E tu que, no mesmo instante,
Permutas mil sentimentos,
Tu feres um coração.

 

 

 

 

À JÚLIA CHORANDO

 

Dos POEMAS JUVENIS

 

Se alguma dor te atormenta,
E por isso choras tanto,
Vem a mim, experimenta,
Eu farei cessar teu pranto.

 

Mas se choras mesmo quando
Risonha a vida te apraz...
És tão bela assim chorando...
Pedirei que chores mais.

 

 

 

 

Textos extraídos de


POESIA – 1º. Volume.  Seleção e prefçaciao de Ary de Mesquita.  Rio de Janeiro: W. M. Jackson Inc., 1952.  392 p.  (Clássicos Jackson, volume XXXVIII) capa dura. Ex. bibl. de
Antonio Miranda

 

 

Página publicada em julho de 2020

 

 

 

 

 

 

 

 

 


 

 

 
 
 
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