POESIA MUNDIAL EM PORTUGUÊS
TEILHARD DE CHARDIN
Pierre Teilhard de Chardin (Orcines, 1 de maio de 1881 — Nova Iorque, 10 de abril de1955) foi um padre jesuíta, teólogo, filósofo e paleontólogo francês que tentou construir uma visão integradora entre ciência e teologia. Através de suas obras, legou para a sua posteridade uma filosofia que reconcilia a ciência do mundo material com as forças sagradas do divino e sua teologia. Disposto a desfazer o mal entendido entre a ciência e a religião, conseguiu ser mal visto pelos representantes de ambas. Muitos colegas cientistas negaram o valor científico de sua obra, acusando-a de vir carregada de um misticismo e de uma linguagem estranha à ciência. Do lado da Igreja Católica, por sua vez, foi proibido de lecionar, de publicar suas obras teológicas e submetido a um quase exílio na China.
Embora muitos dos escritos de Teilhard tenham sido censurados pela Igreja Católica durante seu tempo de vida por causa de seus pontos de vista sobre o pecado original, o trabalho de Teilhard foi reconhecido postumamente por esta. Teólogos proeminentes e líderes da Igreja, incluindo os papas João Paulo II e Bento XVI, escreveram positivamente a respeito de suas idéias e seus ensinamentos teológicos foram citados pelo Papa Francisco na encíclica de 2015 , "Laudato si". No entanto a resposta a seus escritos por biólogos evolutivos tem sido, com algumas exceções, decididamente negativa.
"Aparentemente, a Terra Moderna nasceu de um movimento anti-religioso. O Homem bastando-se a si mesmo. A Razão substituindo-se à Crença. Nossa geração e as duas precedentes quase só ouviram falar de conflito entre Fé e Ciência. A tal ponto que pôde parecer, a certa altura, que esta era decididamente chamada a tomar o lugar daquela. Ora, à medida que a tensão se prolonga, é visivelmente sob uma forma muito diferente de equilíbrio – não eliminação, nem dualidade, mas síntese – que parece haver de se resolver o conflito."
Fonte da biografia e foto: Wikipedia
POESIA MÍSTICA – POESIA RELIGIOSA
Extraído de
POESIA SEMPRE. Número 31 – Ano 15 / 2009. Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional, Ministério da Cultura. 2009. 217 p. ilus. col. Editor Marco Lucchesi. Ex. bibl. Antonio Miranda
A missa sobre o mundo
(excerto)
Pleno da seiva do Mundo,
subo para o Espírito que me sorri
para além de toda conquista,
vestido com o esplendor concreto do Universo.
E eu não saberia dizer,
perdido no mistério da Carne divina,
qual é a mais radiosa
dessas duas bem-aventuranças:
ter encontrado o Verbo para dominar a Matéria,
ou possuir a Matéria para alcançar
e submeter-me à luz de Deus.
Tradução de Ivo Storniolo
O meio divino
(excerto)
Deus não se apresenta aos nossos seres finitos
como uma Coisa já completamente acabada
que vamos abraçar.
Deus é, antes, para nós
o eterno Descobrimento
e o eterno Crescimento.
Quanto mais julgamos compreendê-lo,
mais ele se mostra diferente do que julgávamos.
Quanto mais julgamos tê-lo agarrado,
mais ele recua,
atraindo-nos para as profundezas de Si próprio.
Quanto mais nos aproximamos dele,
por todos os esforços da natureza e da graça,
mais ele aumenta com o mesmo movimento
a sua atração sobre as nossas potências,
e a receptividade das nossas potências
a essa divina atração.
Tradução de MANUEL VERSOS DE FIGUEIREDO
Página publicada em setembro de 2018
|