| POESIA MUNDIAL EM PORTUGUÊS
                  
                   SIMPLÍCIO 
                    
                  Simplício  da Cilícia ( /sɪmˈplɪʃiəs/;  em grego: Σιμπλίκιος; c. 490 – c. 560[1]) foi um filósofo e matemático  discípulo Amônio de Hérmias e Damáscio e um dos últimos neoplatonistas. Está  entre os filósofos pagãos perseguidos por Justiniano (r. 527–565) no início do  século VI, e foi forçado por um tempo a procurar refúgio na corte sassânida,  antes de ser autorizado a voltar para o Império Bizantino por Cosroes I. 
                  Obras 
                  Simplício  comentou extensivamente as obras de Aristóteles como a Da Alma,[ Sobre o céu e  Categorias, bem como Encheirídion de Epiteto]. 
                    
                  Extraído de 
                  
                  OS PRÉ-SOCRÁTICOS: fragmento,  doxografia e comentários / seleção de textos e supervisão do Prof. José Cavalcante de Souza; dados  biográficos de Remberto Francisco Kuhnen; traduções de  osé Cavalcante de Souza (et.al.) Editor:  Victor Civita. 372 p.    3ª. ed.  São Paulo: Abril Cultural, 1985. (Os  pensadores)   
                  [Para  aprofundar-se no entendimento destes versos é indispensável ir aos textos  analíticos discutidos por especialistas no livro acima, facilmente acessível em  bibliotecas e disponível em livrarias na web.] 
                    
                    
                           SIMPLÍCIO, Física, 114, 29 (vv 8, 1-52; IDEM, ibidem, 38, 28 (vv.8.  
                    50-61). 
                    
                           SIMPLÍCIO, Física, 117, 2. 
                  
                  
                             Necessário  é o dizer e pensar que (o) ente é; pois é ser, 
                      e nada não é; isto eu te  mando considerar. 
                      Pois  primeiro desta via de inquérito eu te afasto, 
                      mas depois daquela outra, em  que mortais que nada sabem 
                      erram,  duplas cabeças, pois o imediato em seus 
                      peitos dirige errante pensamento; e são  levados 
                      como  surdos e cegos, perplexas, indecisas massas, 
                      para os quais ser e não ser é reputado o  mesmo 
                      e  não o mesmo, e de tudo é reversível o caminho. 
                             (8.)  Só ainda (o) mito de (uma) via 
                      resta, que é: e sobre esta indícios existem, 
                      bem muitos, de que ingênito sendo é também  imperecível, 
                      pois é todo inteiro, inabalável e sem  fim; 
                      nem jamais era nem será, pois é agora todo  junto, 
                      uno, contínuo; pois que geração  procurarias dele? 
                      Por onde, donde crescido? Nem de não ente  permitirei 
                      que digas e penses; pois não dizível nem  pensável 
                      é que não é; que necessidade o teria  impelido 
                      a depois ou antes, se do nada iniciado,  nascer? 
                      Assim ou totalmente é necessário ser ou não. 
                      Nem jamais do que em certo modo permitia  força de fé 
                      nascer algo além dele; por isso nascer 
                      nem perecer deixou justiça, afrouxando  amarras, 
                      mas mantém; e a decisão sobre  isto está no seguinte: 
                      é ou não é; está portanto decidido, como  é necessário, 
                      uma via abandonar,  impensável, inominável, pois verdadeira 
                      via não é, e sim a outra, de modo a se  encontrar e ser real. 
                      E como depois pereceria o que é? Como  poderia nascer? 
                      Pois se nasceu, não é, nem também se um  dia é para ser. 
                      Assim geração é extinta e fora de inquérito  perecimento. 
                                Nem divisível é, pois é todo idêntico; 
                      nem algo em uma parte mais, que o  impedisse de conter-se, 
                      nem também algo menos, mas é todo cheio do  que é, 
                      por isso é todo contínuo; pois ente a  ente adere. 
                                Por outro lado, imóvel em limites de grandes  liames 
                      é sem princípio e sem pausa, pois  geração e merecimento 
                      bem longe afastaram-se, rechaçou-os fé  verdadeira. 
                      O mesmo e no mesmo persistindo em si  mesma pousa, 
                      e assim firmado aí persistes; pois firme a  Necessidade 
                      em liames(o) mantém, de limite que em  volta o encerra, 
                      para ser lei que não sem termo seja o ente; 
                      pois é não carente; não sendo, de tudo  careceria. 
                                O mesmo é pensar e em vista de que é  pensamento. 
                      Pois não sem o que é, no qual é revelado  em palavra, 
                      acharás o pensar; poios nem era ou é ou será 
                      outro fora do que é, pois Moira o  encadeou 
                      a ser inteiro e imóvel; nem por isso tudo  ser nome 
                      quanto os mortais estatuíram, convictos  de ser verdade, 
                      engendrar-se e perecer, ser e também não 
                      e lugar cambiar e cor brilhante alternar. 
                      Então, pois limite é extremo, bem terminado  é, 
                      de todo lado, semelhante a volume de  esfera bem redonda, 
                      do centro equilibrado em tudo; pois ele nem  algo maior 
                      nem algo menor é necessário ser aqui ou  ali; 
                      pois nem não-ente é, que o impeça de chegar 
                      ao igual, nem ente é que fosse a partir  do ente 
                      aqui mais e ali menos, pois é todo  inviolado; 
                      pois a si de todo lado igual, igualmente  em limites se encontra. 
                      Neste ponto encerro fidedigna palavra e  pensamento 
                      sobre a verdade; e opiniões mortais a  partir daqui 
                      aprende, a ordem enganador de minhas  palavras ouvindo 
                                Pois duas formas estatuíram que suas  sentenças nomeassem, 
                      das quais uma não se deve — no que estão  errantes —; 
                      em contrários separaram o compacto e sinais  puseram 
                      à parte um do outro, de um lado, etéreo  fogo de chama, 
                      suave e muito leve, em tudo o mesmo que ele  próprio 
                      mas não o mesmo que o outro; e aquilo em  si mesmo (puseram)  
                      em contrário, noite sem brilho, compacto  denso e pesado. 
                      A ordem do mundo, verossímel em todos os  pontos, eu te revelo, 
                      para que nunca sentença de mortais te  ultrapasse. 
                      
                   
                    
                  Página publicada em julho de 2018
                     
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