POESIA MUNDIAL EM PORTUGUÊS
SALVATORE QUASIMODO
Salvatore Quasimodo (Módica, 20 de agosto de 1901 — Amalfi, 14 de junho de 1968) foi um poeta italiano.
Recebeu o Nobel de Literatura de 1959.
Nascido na província de Ragusa, sua família transferiu-se, em 1908, para Messina no dia seguinte ao grande terremoto de 1908, cuja destruição causou-lhe uma permanente impressão. Foi em Messina que concluiu os estudos secundários e, já na década de 1920, foi para Roma iniciar o estudo do grego e do latim, dedicando-se aos clássicos que mais tarde seriam sua maior inspiração.
Em 1926, por motivos de trabalho, estabelece-se em Reggio Calabria, onde retoma a atividade poética. Em 1929, vai a Florença com sua irmã, casada com Elio Vittorini. Graças a estas relações, entra em contacto com Eugenio Montale e com o ambiente da revista literária Solaria. A partir de 1931, foi por dez anos funcionário do departamento de obras de vários municípios italianos.
Salvatore Quasimodo (Módica, 20 de agosto de 1901 — Amalfi, 14 de junho de 1968) foi um poeta italiano.
Chega a Milão em 1934, onde entra num rico ambiente cultural, estabelecendo relações de amizade com pintores e escritores. Dois anos depois, deixa sua profissão para se dedicar integralmente à literatura e à poesia.
Foi também tradutor de obras clássicas e contemporâneas, vertendo ao italiano de Shakespeare a Neruda. Fonte: wikipedia
POESIA SEMPRE. Revista Semestral de Poesia.. Ano 3 – Número 6 – Fevereiro 1995. Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional / Ministério da Cultura – Departamento Nacional do Livro. ISSN 0104-0626 Ex. bibl. Antonio Miranda
Al di là delle onde delle colline
Non t'è sfuggita la vita per cabale
0 ibridi emblemi di zodiaco o sillabe,
e numeri ordinati a riscoprire
il mondo. Ma sei stato in prigionia
a misurare, con la sabbia e il sangue,
i silenzi le voci della morte,
al di là delle onde delle colline.
Além das ondas das colinas
Não te fugiu a vida por cabalas
ou híbridos emblemas de zodíaco ou sílabas,
e números ordenados a redescobrir
o mundo. Mas estiveste aprisionado
a medir, com a areia e o sangue,
os silêncios as vozes da morte,
além das ondas das colinas.
Tradução de Marco Lucchesi
Già vola il fiore magro
Non saprò nulla della mia vita,
oscuro monotono sangue.
Non saprò chi amavo, chi amo,
ora che qui stretto, ridotto alle mie membra
nel guasto vento di marzo
enumero i mali dei giorni decifrati.
Già vola il fiore magro
dai rami. E io attendo
la pazienza del suo volo irrevocabile.
Já voa a flor magra
Não saberei nada da minha vida,
obscuro monótono sangue.
Não saberei quem eu amava, quem amo,
agora que curvado, reduzido aos meus membros,
no ruinoso vento de março
enumero os males dos dias decifrados.
Já voa a flor magra
dos ramos. E eu espero
a paciência de seu voo irrevogável.
Tradução de Marco Lucchesi
Página publicada em dezembro de 2017
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