POESIA MUNDIAL EM PORTUGUÊS
Foto e biografia:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Rupert_Brooke
RUPERT BROOKE
(3 de agosto de 1887 - 23 de abril de 1915,
poeta inglês que morreu tragicamente de septicemia em viajar a participar na batalha de Gallipoli durante a I Grande Guerra Mundial, com apenas 27 anos, quando uma picada de mosquito deveniva infectada.[2] Ficou conhecido por seus sonetos idealistas sobre a guerra (especialmente The Soldier). Ele também era famoso por sua aparência física que levou ao poeta irlandês William Butler Yeats a descrevê-lo como "o jovem mais bonito da Inglaterra"
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(3 August 1887 – 23 April 1915) was an English poet known for his idealistic war sonnets written during the First World War, especially The Soldier. He was also known for his boyish good looks, which were said to have prompted the Irish poet W. B. Yeats to describe him as "the handsomest young man in England".
TEXT IN ENGLISH - TEXTO EM PORTUGUÊS
MEDUSA – revista de poesia e arte – Ano 1 No. 3 - Curitiba – Paraná – Editor Ricardo Cardona - Ex. bibl. Antonio Miranda
HEAVEN
Fish (fly-replete, in depth of June,
Dawdling away their wat'ry noon)
Ponder deep wisdom, dark or clear,
Each secíet fishy hope or fear.
Fish say, they have their Stream and Pond;
But is there anything Beyond?
This life cannot be AU, they swear,
Forhow unpleasant, if it were!
One may not doubt that, somehow, Good
Shall come of Water and of Mud;
\nd, sure, the reverent eye must see
\ Purpose in Liquidity.
We darkly know, by Faith we cry,
The future is not Wholly Dry.
Mud onto mud! - Death eddies near -
Not here the appointed End, not here!
But somewhere, beyond Space and Time,
Is wetter water, slimier slime!
And there (they trust) there swimmeth One
Who swam ere rivers were begun,
Immense, of fishy form and mind,
Squamous, omnipotent and kind;
And under that Almighty Fin,
The littlest fish may enter in.
Oh! Never fly conceals a hook,
Fish say, in the Eternal Brook,
But more than mundane weeds are there,
And mud, celestially fair;
Fat caterpiUars drift around,
And Paradisal grubs are found;
Lnfading moths, immortal flies,
And the worm that never dies.
And in that Heaven of ali their wish,
There shall be no more land, say fish.
TEXTO EM PORTUGUÊS
PARAISO
Poema de RUPERT BROOKE
Tradução de RICARDO CARVALHO*
Saciados de moscas, os peixes, em pleno estio,
A toa, no leito líquido de um rio,
Meditam a fundo, obscura ou claramente,
Esperanças suas secretas e os medos seus em mente.
Dizem eles: esse Lago, este Riacho, tudo bem,
Mas será que existe algo mais Além?
Tudo, eles juram, não há de ser só essa vida;
Se fosse, que coisa mais aborrecida!
E que ninguém duvide: de algum modo o
Bem desta Agua vem e deste Lodo;
E o olho reverente há de enxergar, lógico,
Em toda Liquidez algum Propósito.
Certeza nos falta, da Fé surge o eco:
O futuro dos peixes não é o Todo Seco.
Es lodo, ao lodo tornas — logo a Morte vem vindo —
Ainda não, não aqui, nada é findo!
Porém, nalgum lugar além de Espaço e Tempo,
A água é mais molhada, o visgo, mais visguento!
Segundo os peixes, é lá que Ele nada,
O Que já nadava quando os rios eram nada;
Imenso, de písceas forma e mente,
Escameado, gentil e onipotente;
E sob aquela Todo-poderosa Barbatana
Qualquer peixinho encontra abrigo e flana.
Ah! Mosca nenhuma esconde anzol por baixo
(falam os peixes) lá no Eterno Riacho,
O que existe, para além das ervas mundanas
E de toda aquela celestial e aprazível lama:
Larvas gordas de borboletas dando sopa,
Paradisíacas lesmas a dar água na boca,
Perenes mariposas, imortais moscas,
E minhocas sempre tenras formam roscas.
E neste Paraíso, dos desejos seus um feixe,
Não mais terra há de existir, dizem os peixes.
*RICARDO CARVALHO (Curitiba, 1966) é tradutor, poeta e videasta. Dirigiu os curtas-metragens O Presente, em vídeo (com Aleksei Abib), e Russo's Way, 16 mm. Escreve também roteiros, letras de música e para publicidade.
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Página publicada em janeiro de 2021
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