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POESIA MUNDIAL EM PORTUGUÊS

PO CHÜ-YI

(772-846)

 

Este é um nome chinês; o nome de família é Bai.

 

Bai Juyi (chinês: 白居易, pinyin: Bai Juyi, Wade-Giles: Po Chü-i) (Xinzheng, Henan, China; 772 - 846) é um escritor chinês da dinastia Tang.

Influenciado pelo movimento em favor da língua antiga de Han Yu, quis regressar a uma poesia mais direta, mais simples; inspirou-se em canções populares e diz-se que se desfazia de todos os poemas que os seus serventes não entendiam. Sua poesia foi tocada por valores do taoísmo e do budismo.

 

POESIA SEMPRE  Número 27 – Ano 14 – 2007  Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional, 2007.  Editor Marco Lucchesi.   Ex. bibl. Antonio Miranda

Tradução de A. B. MENDES CADAXA:

 

          Inscrição em meu jardim

        Nunca me esforcei para poder compra uma boa casa,
Jamais lutei para conseguir um latifúndio,
Aquilo por que batalhei, tendo conseguido um cantinho,
Foi ter dez anos mais de uma função tranquila.
Volto-me e contemplo as mansões dos grandes,
Alinhadas no coração desta imensa metrópole.
Paredes brancas, flanqueando portões vermelhos,
Olham, desdenhosas, o outro lado bulevar.
Quem são seus donos? Todos eles partiram
Nomeados para importantes cargos, jamais voltaram.
Os lagos que escavaram são desfrutados por peixes,
Os bosques que plantaram, apenas domínio de pássaros.
Muito mais feliz é o dono de um jardinzinho, onde,
Apoiado em seu bordão, preguiça  o dia inteiro.
De quando em quando reúne uns poucos amigos
E todas as noites goza de música, alaúde, vinho.
Por que suspirar por grandes terraços, açudes
Quando um peque jardim é tudo quanto basta?

 

         O alaúde  

        O alaúde sobre o escabelo torneado.
Sento-me, indolente e emocionado:
É preciso que dedilhe as cordas?
O  vento roça-as e, sós, soam as notas.

 

         Escrito nas paredes da minha cabana

        Aquele que há trinta anos é dono desta cabana,
Embora ainda esteja no mundo, tem a cabeça branca como neve.
Não tem mais força para explorar rios, escalar cordilheiras.
Ninguém o verá como quando era chefe de polícia e Chiang-chou,
Aos poucos venceu o demônio do vinho, não mais bebe até cair.
O Carma das palavras, porém, permanece, não abandonou a poesia.
Se alguém, por acaso, passar pelo Pico do Queimador de Incenso,
Leve esta notícia à Floresta Nova, para que os monges o saibam.

 

         O velho braço quebrado

        Um ancião de Hsin-Feng, com oitenta quatro anos,
Cabelo e sobrancelhas brancos como a neve,
Amparado pelo trineto, caminha para estalagem,
Braço esquerdo no ombro do menino, o direito quebrado.
Pergunto ao velho quando o braço, como e onde.

         Disse-me ter nascido e crescido em Hsings-Feng
Em tempos sem guerra nem luta, tempos abençoados.
Divertia-se com dança e cantos no Jardim das Pereiras,
Nada sabia de pendões e lanças, flechas e arcos
Até que na época de T´ien Pao, foi recrutado um exército,
Hoste enorme; de cada família, um em três foi chamado.
E os convocados, para onde foram eles enviados?
Marcharam milhares de milhas, até às terras de Yunan,
Banhadas, segundo se diz, pelo rio Lu, região onde as flores
Dos pimenteiros caídos no chão sobre um fumo envenenado;
Onde, quando um grande exército vadeia um rio encachoeirado,
Três ou quatro em cada vez jamais chegam ao outro lado.

         “De norte a sul da aldeia ouviam-se lamentos, prantos,
Maridos despedindo-se das mulheres, filhos dos pais,
Diziam todos: daqueles que vão lutar contra os bárbaros,
Nem sequer um em cada mil retornará um dia à terra amada.
E meu nome figurava na lista dos chamados.                 

         Que fiz? Nada disse, e sem que desconfiassem,
Na calada da noite, quebrei o braço, esmaguei-o com uma laje.
Não podia ser porta-bandeira, não podia retesar o arco
Mas da luta em Yunan seria poupado. Sofri dores atrozes
Com ossos estilhaçados, músculos destroçados,
Seria mandado de volta à aldeia rejeitado.”

         Foi que o velho me disse, e eu peço-vos atenção.
Não ouviram Sung K´ai-fu. Primeiro Ministro da era
De K´ai-yuan, dizer que as campanhas das extremas
Não trairiam recompensas, que não queria estimular a guerra?
Não ouviram falar de Yan Kuo-chung, Primeiro Ministro
Da época de T´ien Pao que, buscando favores, obteve vitórias,
Realizou grandes feitos nas regiões lindeiras?
O povo revoltou-se antes dele pacificar as fronteiras.
Perguntem ao ancião de Hsin-Feng, o braço quebrado.

 

 

 

31 POETAS, 214 POEMAS.  DO RIGVEDA A APOLLINAIRE. Uma antologia pessoal de poemas traduzidos, com notas e comentários de Décio Pignatari.  Capa: Silvia Massaro.  São Paulo: Companhia das Letras, 1996.  132 p.    Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

 

        SABEDORIA FINAL

        Ora, o passado: só lembrança e dor.
Ora, o futuro: só temor.

Viva o presente!
De dia: um saco sentado.
À noite: pedra deitada.
Chega a comida: abre a boca.
Vem o sono: feche os olhos.

 

 

 

 

 

 

Página publicada em fevereiro de 2019.    Página publicada em agosto de 2020


 

 

 
 
 
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