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POESIA MUNDIAL EM PORTUGUÊS


MIKHAIL LERMONTOV
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Mikhail Iúrievitch Lérmontov (russo: Михаил Юрьевич Лермонтов, transliteração cient.: Michail Jur'evič Lermontov, Moscovo, 15 de outubro de 1814 — Pyatigorsk, 27 de julho de 1841) foi um poeta e romancista russo.

 

Liermontov foi - junto com Alexandre S. Pushkin e Fiódor Tiútchev - um dos mais importantes representantes do romantismo da literatura da Rússia. Muito jovem, ligou-se a Puchkin e deixou-se influenciar por Byron. Oficial de um regimento da Guarda, foi deportado para o Cáucaso por duas vezes, sendo uma das deportações causada pelo mal-estar de um poema famoso seu,sobre a morte de seu mestre. Morto aos 27 anos de idade, também como Puchkin, em um duelo, não pôde demonstrar ao mundo todo o seu gênio literário. Crítico feroz da vida e da sociedade. Fonte: wikipedia

 

 

Extraído de

POESIA SEMPRE. Ano 7  Número 10 abril 1999  – Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional, 1999.  Editor Geral: Antonio Carlos Secchin. A edição inclui uma seção especial de Poesia Russa, organizada por Marco Lucchesi.  Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

Fragmentos do Demônio

Do prólogo:

 

Satã, no espaço azul pairava, meio

aborrecido, a recordar tristonho

os dias plenos de alegria e enleio

em que ele, um querubim envolto em sonho,

sequioso de mais luz e mais saber

não conhecia o mal e era risonho.

Gostava de, brincando, se esconder
nas caudas dos cometas pelo espaço
e as brumas do Infinito percorrer...

Sabia amar, sabia! Nenhum traço
de Dúvida manchava o seu sentido,
a Fé era um conforto e um suave abraço.

0 ódio lhe era então desconhecido,
e os séculos estéreis não compunham
a fila interminável, sem sentido.

Depois... Ai estas maldições, que punham
horrores no seu coração, e os anos
que lentamente passam e acabrunham...

Um renegado... (tantos desenganos!)
vogava nos desertos sem repouso
sem conhecer asilo, a fazer danos...
Mesquinhamente, sem prazer nem gozo,
pregava o mal — e todos o aceitavam
e o próprio mal se lhe tornara odioso...

Voava sobre o Cáucaso, onde travam
batalhas imóveis hércules de rocha

e abismos sem tamanho entre eles cavam.
Lá onde se vê o Kasbek, gelada tocha
de neve eterna... Ao sol poente brilha
ciclópico rosal que besabrocha.

No fundo dos grotões existe a trilha
do monstro — o rio Terek em seu caudal
saltando e espumejando em longas milhas.
Um leão furioso preso em seu curral
granítico... E os pássaros atentos
ao seu rugido, em bando matinal...
Gotículas levadas pelo vento
elevam-se do rio, e nasce a bruma.

A rocha negra, os paredões violentos,
são guardas formidáveis! Tudo, em suma,
é pleno do sublime e do selvagem!

Satã, porém, não deu confiança alguma
soberbo e desdenhoso, sem coragem
de olhar a natureza deslumbrante
por Deus formada e prosseguiu viagem.
Iluminada pelo sol, adiante
surgiu, como um tapete enorme e lindo,
a Geórgia de verdor exuberante,
a Geórgia, em seu encantamento infindo,
seus álamos — exércitos gigantes,
seus rouxinóis cantando ou talvez rindo.
Saltando sobre as pedras, guizalhantes
regatos cristalinos vão. Gazelas
escondem-se nas grutas, saltitantes.
Enfeita-se o verdume em flores. Delas,
por toda parte espalham-se os perfumes...
farfalham as ramagens tagarelas...
no céu da Geórgia, à noite, brilham lumes
agudos e brilhantes como o olhar
de uma georgiana envolta em ciúmes ...
Mas nada mereceu o torvo olhar
do desdenhoso e amaldiçoada ser
que só conhece a inveja e sabe odiar (...)

 

         Tradução de Eno Teodoro Wanke

 

 

 

Da Sedução de Tamara

 

Sim! Juro pela criação do mundo
e pelo seu débâcle derradeiro!

Eu juro pelo crime mais profundo
e pela redenção do globo inteiro!

Sim. Juro pela efémera vitória
e juro, meu amor, pelo primeiro
momento que vivemos, pela glória
dos sonhos deliciosos que sonhaste...
Ai, juro pela nossa ardente história.

Por teus negros cabelos, em contraste
com a brancura do teu rosto, eu juro
que mesmo se ordenares que me afaste
já reneguei o mal — e o meu futuro
não conterá desejos de vingança,
nem mais serei hipócrita ou perjuro!

Eu quero amar, ser puro como a criança,
quero abandonar o negro véu
dos ódios — crer de novo na esperança!

A lágrima que eu choro é o meu troféu
e o meu desejo, o meu desejo enorme
é dar-te a divindade, dar-te o céu!
Tamara, crê! Este amor que nunca dorme
é teu! Quero levar-te, doce amiga,
à eternidade, além do mundo informe!

Lá, não verás lisonjas nem intriga
e nem paixões humanas tão pequenas
que o tempo mata ou cobre de fadiga...
irás para o meu reino — onde subsiste
o meu poder! Serás meiga rainha
terás de tudo o que melhor existe!

Terás o meu amor, e toda a minha
legião de leves servas — minha corte
será tua — e não estarás sozinha.

A tua sorte, amiga, a tua sorte
não é na Terra, tola e pequenina!

Oh, vem comigo, sê minha consorte!

Eu tirarei da Estrela vespertina
os raios, para de emoção coroar-te.

Do orvalho da manhã numa bonina
farei as joias tuas... Da obra de arte
na púrpura do pôr-do-sol — um manto
eu te farei, querida. Quero dar-te
o azul do céu, o inesperado encanto
do mar — todo o Universo, todo o dom.
Adora-me! Pois eu te adoro tanto!

 

         Tradução de Eno Teodoro Wanke

 

 

Página publicada em março de 2018


 

 

 
 
 
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