POESIA MUNDIAL EM PORTUGUÊS
Foto e biografia: wikipedia
MARIN MINCU
Marin Mincu (nascido em 28 de agosto de 1944 , Slatina - 4 de dezembro de 2009 , Bucareste ) foi um poeta, crítico literário, historiador literário, semiólogo e ensaísta romeno.
Formação universitária: Faculdade de Filologia da Universidade de Bucareste (1962-1967). Especialização em Semiótica Literária pela Faculdade de Letras e Filosofia da Universidade de Turim (1974-1978). Doutor em Filologia na Universidade de Bucareste, 1971, com o tema "Obra literária de Ion Barbu".
Estréia editorial : Em poesia com vol. Cumpănă (Editora da Literatura, 1968); Em Crítica: Crítica (Literature Publishing House, 1969); no romance: Intermezzo (Albatros Publishing House, 1984).
POESIA SEMPRE –No. 32 – Ano 16 – 2009. Poesia contemporânea do Irã. Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional, 2009. Editor: Marco Lucchesi. Capa: Rita Soliéri Brandti. ISSN 9770104062006. Ex. bibl. Antonio Miranda.
6 POEMAS DE MARIN MINCU
In Vine Frigul Bucareste: Minerva, 2000
Tradução: M. L.
Mă mir de mâna care scrie
acum acest vers
că se mişcă lene şă
şi se opre şte
în intervalul dintre două cuvinte
în intervalul dintre dinte şi voce
dintre dinte şi alveola lui
îmbibită de sânge
în intervalul dintre os şi carne
ca şi cum ea
mâna
ar fi totul
*
Eu me admiro da mão que escreve
agora este verso
que se move preguiçoso
e se detém
no espaço entre duas palavras
no espaço entre o dente e a voz
entre o dente e seu alvéolo
embebido de sangue
no espaço entre o osso e a carne
como se
a mão
tudo fosse
*
Îndărătul maşinii de scris
amprenta lăsată
degetul apăsat
pe trăgaci
nu rămâne decât
cuvântul
vântul
l
*
Atrás da máquina de escrever
a impressão deixada
o dedo preso
ao gatilho
não resta senão
a palavra
lavra
avra
a
*
Sub zarea încinsă de lumină
nimeni nu se arată
cauciucul se-nmoaie şi curge
pe şoseaua anonimă
nimic nu se vede dincolo de orizont
un pom se scutură şi moare singur
*
Sob a aurora cercada de luzes
ninguém se mostra
o cautchu amolece e desaba
pela calçada anónima
não vemos nada além do horizonte
uma árvore se despe das folhas e morre solitária
*
Prea multe ocoluri fără popas
în adânc se deschid tufişuri de coral
numai păşuni grase
unde doar capre negre cu coarne albe
păscând stau la taifas
*
Muitas voltas sem descanso
abrem-se nas profundezas as moitas de coral
não mais que gordas pastagens
somente cabras negras de chifres brancos
em longas conversas
Muitas voltas sem descanso
*
întâmplare
Gând moare un om
soldaţii cântă în strană
cu voci răguşite de îngeri
ce poate să facă soldatul
decât să plângă
pe marginea tranşeelor umede
săpate în moarte
cum să-şi potolească foamea
cu aerul pur de mireasmă
şi ce va mai povesti copiilor lui
de dincolo de întâmplare
*
Acontecido
quando um homem morre
os soldados formam um coro
senão chorar
à margem das úmidas trincheiras
escavadas na morte
como apaziguar a fome
e o ar puro e perfumado
eis o que dirá aos filhos
além do acontecido
*
Mă mir de mâna cu
care scriu acum
acest vers că
se mişcă
leneşă
Şi
*
Eu me admiro da mão com
a qual escrevo agora
este verso que
se move
preguiçoso
e que
Página publicada em julho de 2019.
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