Home
Sobre Antonio Miranda
Currículo Lattes
Grupo Renovación
Cuatro Tablas
Terra Brasilis
Em Destaque
Textos en Español
Xulio Formoso
Livro de Visitas
Colaboradores
Links Temáticos
Indique esta página
Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
POESIA MUNDIAL EM PORTUGUÊS


MANGLESH DABRAL  

Manglesh Dabral ( Hindi : मंगलेश डबराल ) (nascido em 16 de maio de 1948) é um proeminente poeta indiano contemporâneo que escreve em hindi . Ele nasceu na aldeia de Kaphalpani , Tehri Garhwal , Uttarakhand , completou sua educação em Dehradun . Ele serviu no Hindi Patriot , Pratipaksh e Aaspaas em Delhi . Mais tarde, ele trabalhou como editor assistente em Purvagrah, publicado de Bharat Bhavan , Bhopal . Ele trabalhou em Amrit Prabhat publicado de Allahabad e Lucknow também por um período de tempo mais curto. Ele também foi o editor de Jansatta . Depois de trabalhar no Sahara Samay como editor, a Manglesh juntou-se ao National Book Trust como consultor editorial. Depois de deixar National Book Trust, na Índia, ele se juntou à "Agenda Pública" mensal do hindi como seu Editor. 

Ele publicou cinco coleções de poesia, nomeadamente Pahar Par Lalten , Ghar Ka Rasta , Ham Jo Dekhte Hain , Awaz Bhi Ek Jagah Hai e Naye Yug Men Shatru , duas coleções de prosa Lekhak Ki Roti e Kavi Ka Akelapan e um diário de viagem Ek Bar Iowa . 

Ele recebeu o Prêmio Sahitya Akademi dado por Sahitya Akademi , Academia Nacional de Letras da Índia, em 2000 para sua coleção de poesia Ham Jo Dekhte Hain . A poesia de Dabral foi traduzida em todas as principais línguas indianas e várias línguas estrangeiras, como inglês, russo , alemão , holandês , espanhol , português , italiano , francês , polonês e búlgaro .

Fonte: wikipedia

 

POESIA SEMPRE Ano 17 – Número 34.  Rio de Janeiro: Biblioteca Nacional – Ministério da Cultura, 2010. 228 p.  18x26 cm. ilus. Editor Marco Lucchesi.  Destaque para a Poesia Híndi contemporânea.  Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

0 acompanhador

 

Sua voz linda, delicada e tremulante

acompanha a voz potente feito rocha do cantor principal.

Ele é talvez o irmão mais novo do cantor,
talvez seu aprendiz,

ou, quem sabe, um parente distante que se desloca a pé
                                                                  para aprender.

Faz tempo que ele empresta seu eco
ao timbre de barítono do cantor principal.

 

Quando o cantor se perde na floresta dos tons intrincados
                                                        do segundo verso
ou quando ele atravessa a própria escala e se move por
                                                         errâncias de improviso,

surge, então, o acompanhador para preservar a continuidade
                                                                            do tema,
como que recolhendo os retalhos deixados para trás pelo
                                                                  cantor principal,
ou como que lhe lembrando a infância de quando ele era
                                                         apenas um noviço.

 

Quando a garganta está prestes a sucumbir à complexidade
                                                                  dos septetos,
quando a inspiração ameaça de abandono e o entusiasmo
                                                         está em franco declínio,
ou quando a voz se vê caindo como as cinzas,
surge, então, de algum lugar, a voz do acompanhador
a se fazer solidária à do cantor principal.

 

As vezes a companhia tem um caráter gratuito:
serve apenas para lembrar que ele não está só;
que pode cantar de novo a mesma raga*
já cantada;

e que a hesitação que se ouviu, distintamente, em sua voz
e que os esforços para conter o agudo excessivo de seu tom
são eventos que refletem, ao invés de inépcia,
sua própria humanidade.

 

*Fórmula melódica da música hindu.

            Toque!

 

Toca essas coisas que estão na tua frente em cima da mesa:
o relógio, o suporte da caneta, a velha carta,
a imagem do Buda e as fotografias de Bertolt Brecht e Che Guevara.

Abre a gaveta e toca tua tristeza antiga.

Toca uma folha de papel em branco com os dedos das palavras.

Toca as águas paradas de um quadro de Van Gogh como se fosse
                                                                                     uma pedra
que nelas desperta o rebuliço da vida.

Toca tua própria fronte e permanece assim por longo tempo sem
                                                                              sentir vergonha.

Para se tocar algo não é necessário que se esteja perto.

Mesmo de muito longe é-nos possível tocar,
tal como a ave protege seus ovos de muito longe.

 

Não acredites em frases do tipo "Por favor, não toque" ou "E proibido                                                                                      tocar".

São conspirações que vêm sendo tramadas há muito tempo.

Gurus religiosos segurando pôsteres e bandeiras e vestindo grinaldas
                                                                                     e xales,

terroristas, e amantes da guerra - todos eles tentam nos manter
                                                         afastados uns dos outros.
Quanto maior a sujeira, maior os dejetos que vomitam.

Somente sendo tocados, poderão eles ser limpos.

Daí que urge tocá-los mesmo que, para tanto, tenhas que virar e
                                                                            revirar coisas.

Não os toques da maneira que deuses, sacerdotes, mestres, devotos
         e discípulos se [ocam uns aos outros, nos pés e na cabeça.

Ao contrário, toca-os da mesma forma que a grama alta parece tocar
                                                                            a lua e as estrelas
Recolhe-te, então, a ti mesmo e toca uma região úmida.

Vê se ela ainda está ou não por lá: são tempos de crueldade.

 

 

Toca essas coisas que estão na tua frente em cima da mesa: o relógio, o suporte da caneta, a velha carta,

 

a imagem do Buda e as fotografias de Bertolt Brecht e Che Guevara.

 

Abre a gaveta e toca tua tristeza antiga.

 

Toca uma folha de papel em branco com os dedos das palavras.

 

Toca as águas paradas de um quadro de Van Gogh como se fosse uma pedra que nelas desperta o rebuliço da vida.

 

Toca tua própria fronte e permanece assim por longo tempo sem sentir vergonha.

 

Para se tocar algo não é necessário que se esteja perto.

 

Mesmo de muito longe é-nos possível tocar, tal como a ave protege seus ovos de muito longe.

 

Não acredites em frases do tipo "Por favor, não toque" ou "E proibido tocar".

 

São conspirações que vêm sendo tramadas há muito tempo.

 

Gurus religiosos segurando pôsteres e bandeiras e vestindo grinaldas e xales, terroristas, e amantes da guerra - todos eles tentam nos manter afastados uns dos outros Quanto maior a sujeira, maior os dejetos que vomitam.

 

Somente sendo tocados, poderão eles ser limpos.

 

Daí que urge tocá-los mesmo que, para tanto, tenhas que virar e revirar coisas.

 

Não os toques da maneira que deuses, sacerdotes, mestres, devotos e discípulos se [tocam uns aos outros, nos pés e na cabeça.

 

Ao contrário, toca-os da mesma forma que a grama alta parece tocar a lua e as estrelas Recolhe-te, então, a ti mesmo e toca uma região úmida.

 

Vê se ela ainda está ou não por lá: são tempos de crueldade.

 

 

Lá fora

 

Fechei a porta

e me sentei para escrever um poema.
Soprava uma brisa lá fora.

Havia uma luz fraca,

uma bicicleta exposta à chuva

e uma criança voltando para casa.

 

Escrevi um poema
que não tinha brisa, nem luz,
nem bicicleta, nem criança
e nem porta.

 

 

A casa tranquila

 

0 calor vai esquentando aos poucos as paredes.
         Uma fogueira breve arde nas imediações.

Há uma bola em cima da cama.

E os livros estão silenciosos

ainda que haja neles tragédias de toda espécie.

 

Estou meio acordado, meio adormecido.

Meio adormecido, meo acordado.

Ouço ruídos lá fora.

Não há ruído de choro.

Não há ruído de ameaça ou de medo.

Ninguém está orando.

Ninguém está pedindo esmola.

 

Não tenho ressentimentos.

Mas há um espaço vazio

que dá para alguém habitar.

Não me sinto impotente no momento.

Sinto uma agonia inevitável me invadindo.
         Relembro a casa da infância:
         eu, deitado no pátio,
         e o sol queimando minhas costas.

 

Não peço nada do mundo.

Posso viver minha vida

tal como os esquilos, as bolas ou a grama.

Não estou preocupado
         se um dia alguém vier
         e derrubar esta casa tranquila.

 

 

Página publicada em fevereiro de 2018


 

 

 
 
 
Home Poetas de A a Z Indique este site Sobre A. Miranda Contato
counter create hit
Envie mensagem a webmaster@antoniomiranda.com.br sobre este site da Web.
Copyright © 2004 Antonio Miranda
 
Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Home Contato Página de música Click aqui para pesquisar