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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
POESIA MUNDIAL EM PORTUGUÊS

Fonte da foto: https://patrickleighfermor.org

 

LOUIS MacNEICE

 

 

Frederick Louis MacNeice CBE (12 de setembro de 1907 - 3 de setembro de 1963) foi um poeta e dramaturgo irlandês . Ele fazia parte da geração do grupo Auden que incluiu WH Auden , Stephen Spender e Cecil Day-Lewis . O trabalho de MacNeice foi amplamente apreciado pelo público durante sua vida, devido em parte ao seu estilo relaxado, mas social e emocionalmente consciente. Nunca tão abertamente (ou simplistamente) político como alguns de seus contemporâneos, seu trabalho mostra uma oposição humana ao totalitarismo, bem como uma consciência aguda de suas raízes irlandesas. Texto completo da biografia em: https://en.wikipedia.org/wiki/Louis_MacNeice

 

 

 

POESIA SEMPRE. Ano 7  Número 10 abril 1999  – Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional, 1999.  Editor Geral: Antonio Carlos Secchin. A edição inclui uma seção especial de Poesia Russa, organizada por Marco Lucchesi.  Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

         Reflections

 

The mirror above my fireplace reflects the reflected
Room in my windows; I look in the mirror at night
And see two rooms, the first where left is right
And the second, beyond the reflected window, corrected
But there I am standing back to my back. The standard
Lamp comes thrice in my mirror, twice in my window,

The fire in the mirror lies two rooms away through the window,
The fire in the window lies one room away down the terrace,
My actual room stands sandwiched between confections
Of night and lights and glass and in both directions
I can see beyond and through the reflections the street lamps
At home outdoors where my indoors rooms lie stranded,

Where a taxi perhaps will drive in through the bookcase
Whose books are not for reading and past the fire
Which gives no warmth and pull up by my desk
 At which I cannot write since I am not lefthanded.

 

 

Reflexos

 

O espelho em cima da lareira reflete o quarto refletido
Na minha vidraça; olhando no espelho à noite
Vejo pois dois quartos, um que tem a esquerda à direita,

Outro, além da refletida vidraça, que está certo

Mas onde estou plantado de costas para as minhas costas.
                                                                  A  lâmpada

Aparece ali no espelho três vezes, duas na janela,

O fogo no espelho fica além da vidraça mais dois quartos,

A outro quarto, na varanda, fica o fogo na vidraça,

Meu quarto mesmo fica entre fatias de noite,

Confecções de vidro e luz, e em ambas as direções

Seja na rua ou nos reflexos eu vejo a iluminação dos postes

Sobre fachadas nas quais se enfia a fila de quartos

De onde um táxi sairá talvez para entrar na estante

Cujos livros não são para ser lidos e passar pelo fogo

Que não dá calor e abordar minha mesa

Na qual não posso escrever, pois não sou canhoto.

 

                   Tradução de Leonardo Fróes

 


 

Prayer before Birth

I am not yet born; O hear me.

Let not the bloodsucking bat or the rat or the stoat or the

         club-footed ghoul come near me.

 

I am not yet born, console me.

I fear that the human race may with tall walls wall me,
             with strong drugs dope me, with wise lies lure me,
                   on black racks rack me, in blood-baths roll me.

 

         I am not yet born; provide me

         With water to dandle me, grass to grow for me, trees to talk

             to me, sky to sing to me, birds and a white light

in the back of my mind to guide me.

 

         I am not yet born; forgive me

         For the sins that in me the world shall commit, my words
            when they speak me, my thoughts when they think me,
                my treason engendered by traitors beyond me,
                    my life when they murder by means of my
                        hands, my death when they live me.

 

         I am not yet born; rehearse me

In the parts I must play and the cues I must take when

             old men lecture me, bureaucrats hector me, mountains

 frown at me, lovers laugh at me, the white

      waves call me to folly and the desert calls

           me to doom and the beggar refuses

                my gift and my children curse me.

 

          I am not yet bom; O hear me,

          Let not the man who is beast or who thinks he is God

              come near me.

 

          I am not yet born; O fill me

With strength against those who would freeze my

    humanity, would dragoon me into a lethal automaton,

       would make me a cog in a machine, a thing with

           one face, a thing, and against all those

               who would dissipate my entirety, would

                   blow me like thistledown hither and

                       thither or hither and thither

                          like water held in the

                             hands would spill me.

 

         Let them not make me a stone and let them not spill me.

         Otherwise kill me.

 

 

Prece antes de nascer

 

Eu ainda não nasci; vê se me ouve.

Não deixe que o morcego morfético nem o arminho, o rato ou o

                   vampiro manco cheguem perto de mim.

 

         Como eu ainda não nasci, me console.

         Temo que a raça humana me ilhe em altas muralhas,

me abobe com drogas brabas, me tente com mentiras sabidas,

    me arreie em paus de tortura, me jogue em banhos de
                                                                                     sangue.

 

         Eu ainda não nasci; vê se me arranja

         Água que afague, mato que cresça para mim, árvores

 que conversem comigo, céus que solfejem, passarinhos e uma

      luz clara que dentro da cabeça me guie.

 

         Eu ainda não nasci; vê se perdoa

         Os pecados que em mim o mundo vai cometer, minhas palavras

quando me discorrerem, meus pensamentos quando me pensarem,

               minha traição engendrada por traidores que estão

  além de mim, minha vida tão logo eles matarem por minhas 

        mãos e minha morte assim que me viverem.

 

Eu ainda não nasci; vê se me ensaia

         Nos papéis que eu tenho de representar e nas deixas

             quando coroas me educarem, burocratas me urrarem, montanhas

                  me fecharem a cara, amantes rirem de mim, a onda branca

      me intimar à loucura e o deserto intimar

            à perdição, quando o mendigo recusar

                  a esmola que eu der e os filhos me amaldiçoarem.

 

         Eu ainda não nasci; vê se me ouve,

         Não deixe o homem que é uma fera ou que pensa que é Deus

          chegar perto de mim.

 

         Eu ainda não nasci; vê se me enche

         De força contra quem quiser congelar

               minha humanidade, me reduzir a um letal autômato,

  fazer de mim um dente da engrenagem, uma coisa com uma

       cara, embora coisa, e contra todos os que

            quiserem dissipar minha integridade ou me

                 soprar como penugem pra

                     lá e para cá ou pra cá e pra lá como

                          a água que retida nas

                               mãos me derramaria.

 

Não deixe me fazerem de pedra nem deixe que eles me derramem.

         Senão, é melhor me matar.

 

         Tradução de Leonardo Fróes

 

 

 

Jungle Clearance Ceylon

 

In a manmade lake at first light

Cruising between the tops of bleached

Skeleton trees we waited for elephant

Coming to drink. They never came

But, focussing in, on each bare branch

Of the bonewhite trees we marked a pelican

Frozen to fossil, looking down

Its beak in contempt of human beings

Who had drowned a valley to found a town —

Power and water for human beings

In the thick of the bush. In the thin of the trees

The pelican perched as though in a glass

Case where the wind could never blow

Nor elephant come to drink nor human

Beings presume in the grey dawn

To press a button or throw a switch

To slap the west on the back of the east

In spite of archaic and absent elephant

In spite of archaic and present pelican

In spite of themselves as human beings.

 

 

 

Derrubada de mata no Ceilão

 

Num lago feito pelo homem, mal a luz despontava,

          Singrando por entre os cimos de lívidas

          Árvores-esqueletos, fomos esperar elefantes

          Que viriam beber. Eles nunca vieram mas,

Fixando a atenção, vimos nos galhos nus

          Da ossatura das árvores um pelicano,

Fossilizado de tão frígido, a olhar para baixo

          Com desprezo no bico pelos seres humanos

          Que alagaram um vale para fundar uma vila—

Água e energia para os seres humanos

          Na fartura da mata. Na penúria de árvores

          O pelicano empoleirado parecia contido

          Numa vitrine onde o vento não podia soprar,

Um elefante não podia beber e nem os seres

          Humanos se atreviam na madrugada cinza

          A ligar um interruptor ou apertar um botão

          Para bater com o oeste sobre as costas do leste,

A despeito do arcaico elefante ausente

          A despeito do arcaico pelicano presente

          A despeito de eles serem em si seres humanos.

 

          Tradução de Leonardo Fróes

 

 

 

Página publicada em fevereiro de 2018

 

 

 

 

 

 

 

 
 
 
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