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POESIA MUNDIAL EM PORTUGUÊS


KEDARNATH SINGH

 

Kedarnath Singh (nascido em 7 de julho de 1934) é um dos poetas modernos mais proeminentes que escrevem em hindi. Ele também é um eminente crítico e ensaísta. Ele recebeu o Prêmio Jnanpith (2013), Prêmio Sahitya Akademi (1989) em hindi para sua coleção de poesia, Akaal Mein Saras ( Cranes in Drought ).

 

Ele nasceu na aldeia de Chakia, no distrito de Ballia, no leste do Uttar Pradesh . Completou sua graduação da Uday Pratap College Varanasi. Obteve o MA da Kashi Hindu Vishwavidyalaya e fez seu doutorado na mesma Universidade. Em Gorakhpur, passou algum tempo como professor hindi e foi à Universidade Jawaharlal Nehru, onde serviu como professor e chefe do departamento de Hindi Language no Indian Languages ​​Centre e se aposentou como professor da Universidade Jawaharlal Nehru, Nova Deli.


A poesia de Kedar Nath Singh é caracterizada por linguagem simples e diária e imagens que se encaixam para transmitir temas complexos.

Fonte: wikipedia

 

 

POESIA SEMPRE Ano 17 – Número 34.  Rio de Janeiro: Biblioteca Nacional – Ministério da Cultura, 2010. 228 p.  18x26 cm. ilus. Editor Marco Lucchesi.  Destaque para a Poesia Híndi contemporânea.

 

Tradução de DILIP LOUNDO:

 

 

Coisas

 

Coisas:

não são alegres, nem tristes.

Apenas crescem.

Há uma colher ao lado da xícara.

Há uma esteira ao lado do banco.

 

Deitada sobre o braço da cadeira,
a caixa de fósforos se banha ao sol.

 

Coisas:

não são frias, nem quentes.

Apenas se banham ao sol.

 

São apenas coisas:

 

coisas de um mundo inteiro

que conflitam entre si, perpetuamente;

coisas de um oceano vastíssimo

que em ondas se agitam, perpetuamente;

coisas que se achegam à respiração do homem,

perpetuamente.

 

 

        Palavras

 

         Palavras não morrem de frio.

         Morrem por falta de coragem.

Há palavras que, às vezes,
morrem da umidade do clima.

 

No brejo da minha aldeia

achei, certa vez, uma palavra linda,

feito pássaro vermelho.

Levei-a para casa.

Mas, ao chegar junto ao pórtico,
         ela me olhou atentamente,
         com olhar estranho e suplicante,
         e deu seu último suspiro.

Nasceu daí meu temor
         das palavras.

Passei a evitá-las, sistematicamente.
         Fechava sempre os olhos

ao ver uma palavra
         lustrosa, colorida, melenuda,
         avançando em minha direção.

 

Com o passar do tempo, todavia,
         passei a me divertir com esse jogo.
         Certo dia,

joguei uma pedra, sem querer,
         na direção de uma palavra linda
         que, se escondia, feito serpente,
         por entre o feno do arrozal.

Me lembro, até hoje,

         de seus olhos belos e brilhantes.

 

         Hoje, depois de tanto tempo,
         o medo é bem menor.
         Agora ao deparar-me, com as palavras,
         tecemos cumprimentos.

         Hoje conheço seus múltiplos latíbulos,
         suas cores múltiplas.

 

Sei, por exemplo,

que as palavras mais simples

são as de cor bem negra e marrom;

e que as mais perigosas

são as de cor amarelo-claro e rosa.

 

As que zelosamente preservamos

para os momentos mais difíceis e dolorosos

soam obscenas na hora da verdade.

E que fazer

se as palavras mais inúteis,

esmaecidas, jogadas na lixeira,

acabam se revelando, nos momentos de maior crise,

aquelas mais dignas de confiança?

 

Ontem mesmo aconteceu -

meia dúzia de palavras belas e saudáveis

de súbito me abordaram

numa estrada escura.

Seus rostos estavam cobertos.

Havia, no entanto, em suas mãos,
algo brilhante e pontudo
de um resplendor que ofuscava.

Cheio de espanto e encharcado de suor,
fiquei mudo por alguns instantes
diante delas.

Depois, comecei a correr.

Senti que um de meus pés se alçava ao espaço.

Foi quando apareceu do nada

uma palavra corcunda e ofegante

que me disse: "Vamos. Vou-te levar para casa."

 

 

Vem

 

Vem,

quando tiveres tempo.

Vem,

mesmo que não tenhas tempo.

 

Vem,

tal como a força
que adere às mãos,
tal como o sangue
que acorre às veias.

Vem,

tal como a chama

que aos poucos se faz fogueira.

 

Vem,

tal como os espinhos
que brotam nas acácias
depois da chuva.

 

Vem,

escalpelando os dias,
rompendo promessas.

Vem,

         tal como a quarta
         vem depois da terça.

 

         Vem.

 

 

Como sabor de fruta

 

Tal como as estrelas do céu,
os peixes do mar,
e o oxigênio do ar.

 

Da mesma forma, neste mundo:

eu,

tu,

o vento, a morte,

a flor de mostarda.

 

Tal como a ponta do fósforo,
a porta da casa,
a espinha nas costas,
o sabor da fruta.

 

Dessa mesma forma...

Dessa mesma forma...

 

 

Página publicada em fevereiro de 2018


 

 

 
 
 
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