POESIA MUNDIAL EM PORTUGUÊS
JEAN BAUDRILLARD
Jean Baudrillard nasceu em Reims, nordeste da França, em 27 de julho de 1929. Segundo declarou em entrevistas, seus avós eram camponeses, e seus pais eram funcionários públicos. Durante os seus estudos do ensino médio no Lycée Reims, ele entrou em contato com a patafísica (através do professor de filosofia Emmanuel Peillet), que é considerada crucial para a compreensão do pensamento posterior de Baudrillard. Ele se tornou o primeiro de sua família a cursar uma universidade quando se mudou para Paris e ingressou na Sorbonne.
Enfrentou uma época bastante conturbada em seu país, durante a depressão da década de 1930. Sua biografia é de difícil acesso, tanto pela inexistência de documentos sobre ele, quanto por sua personalidade reservada, pois resguardava exageradamente sua privacidade. (Ler a biografia completa em pt.wikipedia.org/wiki/Jean_Baudrillard
TEXTOS
EM PORTUGUÊS - EN FRANÇAIS
BAUDRILLARD, Jean. O anjo de estuque. L´ange du stuc. Poesia e fotografia. Tradução de Cristina Abruzzini Werneck Lacerda e Adalgisa Campos da Silva. Capa e projeto gráfico:FOSFOROGRÁFICO Design Editorial - Victor Hugo Turuga. Porto Alegre: Editora Sulina, 2004. 78 p. 20 x 15 cm. Ilus. col. ISBN 85 -205-0390-X Ex. bibl. Antonio Miranda
“Existe um estilo Baudillard. Pensador magnífico, entre sociólogo, filósofo e polemista, o francês Jean Baudrillard brilha também como artista, despejando mísseis estéticos sinuosos com suas duas armas fatais: a ironia e o paradoxo.” OS EDITORES
I
Se fora de cena cai
dizendo
a vertical
de antigos dessemelhantes e que
foram escolhidos o gavião
adormecido que voava
concentricamente
próximo a uma ordem
no cume do Sol
é à espreita, sem olhos,
da consciência,
sobre esta fogueira persa,
as Taillades — ou
se à indocilidade
se deve renunciar,
é que desditos, desunidos, e
e sem poder nos separar —
um chegado a tempo
do estado segundo, o outro
mantendo um limite
singular —
o equilíbrio já não está em nós
como para quem o quer,
é que a sede voltou
a questionar a paciência.
Ora, o que não mais queremos
não há de mudar
e nos deixará sozinhos
obsediando-nos.
(...)
Si hors scène tombe
disant
celle verticale
d'amis dissemblables et qui
ont été choisis la buse
dormante qui volait
concentriquement
en vue d'un ordre
à la cime du Soleil
à la merci du Soleil
et à l'affût, sans yeux,
de la conscience,
sur ce bûcher perse,
les Taillades - ou
si l'indocilité doit
être renoncée,
c'est que déjugés, désunis, et
ne pouvant nous séparer -
l'un arrivé à l'heure
à l'état second, l'autre
ayant maintenu une limite
singulière -
l'équilibre n'est plus en nous
comme pour qui le veut,
c'est que la soif a remis
en question la patience.
Or ce dont nous ne voulons plus
ne changera plus
et nous rendra seuls
en nous obsédant.
(...)
Página publicada em fevereiro de 2019
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