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POESIA MUNDIAL EM PORTUGUÊS

 ISIDORE LUCIEN DUCASSE
Conde de Lautréamont

 

 

Isidore Lucien Ducasse, mais conhecido pelo pseudónimo literário de Conde de Lautréamont (Montevidéu, 4 de Abril de 1846 — Paris, 24 de Novembro de 1870) foi um poeta uruguaio que viveu na França.

É o autor dos Cantos de Maldoror. Sua poesia também era apreciada por André Breton, que o considerava, de certa forma, como um dos precursores do surrealismo.

A quantidade de informação sobre a vida deste poeta é diminuta. Sabe-se que nasceu no Uruguai, "nas costas da América, na foz do La Plata", como é dito no Canto I de sua obra-prima "Os Cantos de Maldoror", onde também se identifica como "Montevidense". Era filho de um chanceler do Consulado Francês no Uruguai. Sua mãe, francesa, morreu quando o escritor tinha apenas vinte meses de idade.

 

Em outubro de 1859 foi para a França estudar no colégio interno de Tarbes e, depois, no colégio de Pau, onde foi colega de Paul Lespès, uma das pessoas a que foram dedicados os "Cantos de Maldoror" e a cujo testemunho se deve o conhecimento de uma situação ocorrida durante uma aula de retórica do professor Gustave Hinstin. Este professor, que também consta na dedicatória do seu poema, tê-lo-ia repreendido publicamente de forma severa devido ao conteúdo de uma das suas "Poesias" – Ducasse ter-se-ia sentido extremamente injustiçado com a situação.(...)

 

Biografia e imagem: texto completo em https://pt.wikipedia.org/wiki/Conde_de_Lautr%C3%A9amont

 

 

LAUTRÉAMONT, Conde de. [ ISIDORE DUCASSE ]    Os Cantos de Maldoror. Poesias. Cartas. Tradução, prefácio e notas de Claudio Willer.  2ª ed. ver. e ampliada.  São Paulo: Iluminuras, 2008.  350 p.       14 x 21 cm. ISBN 85-7321—231-4 Ex. bibl. Antonio Miranda

 

ISIDORE DUCASSE  -  POESIAS

(um fragmento do poema:)

 

“Eu substituo a melancolia pela coragem, a dúvida pela certeza, a desesperança pela esperança, a maldade pelo bem, as queixas pelo dever, o ceticismo pela fé, os sofismas pela frieza da calma, e o orgulho pela modéstia.” 

 

 I

Os gemidos poéticos deste século não passam de sofismas.
Os primeiros princípios devem estar fora de discussão.
Eu aceito Eurípides e Sófocles; mas não aceito Ésquilo.
Não demonstrai a mais elementar inconveniência e mau gosto
para com o criador.
Rechaçai a incredulidade; vós me dareis prazer.
Não existem dois gêneros de poesia; só existe um.
Existe uma convenção pouco tácita entre o autor e o leitor, pela
qual o primeiro se intitula doente, e aceita o segundo como
enfermeiro. É o poeta que consola a humanidade! Os papéis estão
arbitrariamente invertidos.
Não quero se atingido pela qualificação de poseur.*
Não deixarei Memórias.
A  poesia não é a tempestade, tampouco um ciclone. É um rio
majestoso e fértil.
Foi apenas admitindo fisicamente a noite que se conseguiu que
ela fosse aceita moralmente. Ó noites de Young**quanta enxaqueca
me causaste!
Só se sonha quando se dorme. São palavras como estas, sonho, o
nada da vida, passagem terrestre, a preposição talvez, o tripé
desordenado, que infiltraram em vossas almas essa poesia
umedecida de langores, assemelhada à podridão. Ir das palavras às
idéias é apenas um passo.

*Exibicionista.
** Edward Young (1683-1765), criador ou precursor do Romantismo com suas Noites, imitação de poemas medievais de enorme repercussãoo e influência na época.

(..) SEGUE no livro...

]

 

Página publicada em julho de 2019

 


 

 

 
 
 
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