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Foto e biografia:  wikipedia

EVGUENI IEVTUCHENKO

(  IEVGUÊNI IEVTUCHENKO )

 

Nome completo: Yevgeny Aleksandrovich Gangnus

Nascimento:       18 de julho de 1932 Zima

Morte 1 de abril de 2017 (84 anos) Tulsa, Oklahoma, Estados Unidos

 

Ievguêni Ievtuchenko (em russo: Евге́ний Алекса́ндрович Евтуше́нко, por vezes transliterado como Yevgeny Aleksandrovich Yevtushenko ou Ievgueni Ievtuchenko ou ainda Evgueni Ievtuchenko ; Zima, 18 de julho de 1932 – Tulsa, Oklahoma, 1 de abril de 2017[4]) foi um poeta russo.0

Yevtushenko nasceu nas profundezas da Sibéria, na cidade de Zima, nome que se traduz como inverno.

Yevtushenko ganhou notoriedade na antiga União Soviética quando tinha 20 anos, com a sua poesia denunciado Estaline (Stalin) . Ganhou reconhecimento internacional como jovem revolucionário com Babi Yar, o poema de 1961 sobre o massacre de quase 34.000 judeus pelos Nazis e a denúncia do Anti-semitismo que se tinha espalhado por toda a União Soviética. Era professor na Universidade de Tulsa, nos Estados Unidos.

Faleceu com cancro em fase 4, que sofria desde há seis anos.

Escreveu, entre outros, os poemas Stantsiia Zima (Estação Zima, 1956) e Mamãe e a bomba atômica (1984), em que expressa suas convicções pacifistas. 

 

POESIA SEMPRE. Ano 7  Número 10 abril 1999  – Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional, 1999.  Editor Geral: Antonio Carlos Secchin. A edição inclui uma seção especial de Poesia Russa, organizada por Marco Lucchesi.  Ex. bibl. Antonio Miranda

Na revista aparece como Evgueni Ievtuchenko.

 

Foguetes e telegas

 

Não se deve falar mal das telegas,
A telega cumpriu a sua parte.
Quantas vezes porém,

                                 sem mais aquela,

eu a vejo intrometer-se na arte.
Olho contristado o colega:
mais um romance —

                            — telega.

 

Lançamos luniques espaciais,
e as óperas

                   sempre telegais.

Ó almas-rotina,

                        corações lubrificados!

 

Telegas são telegas,

                              não são quadros.

 

E com um trom de aríetes infrenes
elas invadem as telas dos cinemas,
ó vós, que as telegas alegram,
tendes intelecto telegal.
Para que os foguetes afinal?

 

Vossa arte os relega:

                               só telegas.

 

Vossa arte é uma arte esforçada,
cheia de galardões em contraparte,
mas pouco importa:
                              é uma telegoarte,

 

na era dos foguetes —
                                   condenada!

 

1960

 

Tradução de Haroldo de Campos e Boris Schnaiderman.

 

 

 

Batem à porta

“Quem é? —
                   "A velhice.
                                      Vim te visitar.

"Volta mais tarde.
                            Estou ocupado.
                                                         Tenho mais o que fazer.

Escrevi.
             Telefonei.
                              Perdi uma omelete.

Abri a porta,
                   mas não havia ninguém.
Terá sido uma brincadeira de a
migos?
Terei ouvido mal o seu nome?!
Não foi a velhice —
                             mas a maturidade que esteve aqui,
não pôde esperar,
                            suspirou
                                           e foi-se embora!

 


Tradução de Marco Lucchesi

 

Página publicada em abril de 2018


 

 

 
 
 
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