POESIA MUNDIAL EM PORTUGUÊS
GREGORIO NAZIANZENO
(329-390)
Gregório nasceu em Arianzo, perto de Nazianzo, no sudoeste da Capadócia, Turquia. Seus pais, Gregório e Nona, eram ricos proprietários de terra. No ano de 325, Nona converteu seu marido (um hipsistariano) ao Cristianismo e ele foi, em seguida, consagrado bispo de Nazianzo em 328 ou 329. O jovem Gregório e seu irmão, Cesário primeiro estudaram em casa com o tio, Anfilóquio. Gregório seguiu estudando retórica avançada e filosofia em Nazianzo, Cesareia, Alexandria e Atenas. Nesta última, formou uma forte amizade com seu companheiro de estudos, Basílio de Cesareia, e também foi apresentado a Flávio Cláudio Juliano, que depois se tornaria o imperador romano conhecido como Juliano, o Apóstata:19,25. Em Atenas, Gregório estudou com os famosos retóricos Himério de Prusa e Proerésio. Ao terminar sua educação, lecionou brevemente em Atenas.
Gregório de Nazianzo, ou Gregório Nazianzeno (perto de Nazianzo,[a] Capadócia, Ásia Menor, 329 – 389), foi um Patriarca de Constantinopla, teólogo e escritor cristão. Conhecido também por Gregório Teólogo ou Gregório, o Teólogo, é amplamente considerado como o mais talentoso retórico da era patrística. Como um orador treinado nos clássicos e um filósofo, ele infundiu o helenismo na igreja antiga.
Gregório teve um impacto significativo na formação da teologia trinitária tanto entre os teólogos latinos como entre os gregos, e é lembrado como o "teólogo trinitário". Muito de sua obra teológica continua influenciando os teólogos modernos, especialmente no que diz respeito à relação entre as três pessoas da Trindade. É um dos Padres da Igreja que, juntamente com seus irmãos Basílio Magno e Gregório de Níssa, são denominados Padres Capadócios.
Gregório é denominado, pela Igreja Ortodoxa, num testemunho do seu imenso apreço, pelo cognome "o Teólogo". Para a Igreja Católica, Gregório também é um doutor da Igreja.
Biografia completa na wikipedia.
EXTRAÍDO DE
POESIA SEMPRE. Número 31 – Ano 15 / 2009. Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional, Ministério da Cultura. 2009. 217 p. ilus. col. Editor Marco Lucchesi. Ex. bibl. Antonio Miranda
Tu és o além de tudo,
afinal, o que mais pode-se dizer de ti no canto?
Como poderá louvar-te a palavra?
Afinal, nenhuma palavra pode te narrar
Como te contempla o intelecto?
Afinal, nenhuma inteligência pode te captar.
Só tu es inefável,
pois as palavras a ti devem sua origem.
Só tu es o incognoscível,
pois os pensamentos a ti devem a origem.
Todas as coisas te cantam,
tanto as que têm voz,
quanto as que não a têm.
São comuns os desejos
de todo ser criado,
comuns os gemidos
que te cercam totalmente.
Com súplice oração
te invoca o tudo.
A ti é dirigido um hino de silêncio:
pronunciam-no todos os seres
que contemplam tua ordem.
Só por ti tudo permanece.
Só por ti tudo se move
no movimento universal.
E de todas as coisas,
tu és realização:
um, tudo, ninguém,
mesmo que não sejas nem único nem todos.
Tens todos os nomes: como te chamar,
se és o único que não se pode nomear?
Filho do céu, que intelecto
penetrar
que se estendem por sobre as nuvens?
Sê benigno, tu que és o além de tudo;
afinal, o que mais poder-se-ia dizer de ti no canto?
TRADUÇÃO de Ary Estevão Pintarelli.
Página publicada em outubro de 2018
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