Home
Sobre Antonio Miranda
Currículo Lattes
Grupo Renovación
Cuatro Tablas
Terra Brasilis
Em Destaque
Textos en Español
Xulio Formoso
Livro de Visitas
Colaboradores
Links Temáticos
Indique esta página
Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
POESIA MUNDIAL EM PORTUGUÊS

GIORGOS SEFÉRIS


Giórgos Seféris (em grego: Γιώργος Σεφέρης) (Esmirna, 13 de março (29 de fevereiro, no calendário juliano) de 1900 — Atenas, 20 de setembro de 1971) foi um escritor grego, um dos poetas mais importantes da "geração de 30", que introduziu o Simbolismo na moderna literatura grega, filiado então à tradição intelectualista deste, a de Paul Valéry e Mallarmé.

Recebeu o Nobel de Literatura de 1963 com sua poesia que também foi influenciada pelas obras de Konstantinos Kavafis, Ezra Pound e T. S. Eliot.

Nascido Giórgos Seferiádis (Γιώργος Σεφεριάδης), abandonou a sua cidade natal em 1914, para viver em Atenas e mais tarde em Paris. Em 1925 volta à Grécia, tendo seguido a carreira diplomática, o que o levou a habitar diversos países, sobretudo no Médio Oriente entre 1953 e 1956. Foi embaixador da Grécia no Reino Unido entre 1957 e 1962.

Fonte da biografia e foto: wikipedia

 

SEFÉRIS, Giorgos.  Conto & Gimnopédia.  1ª. edição – 2ª. tiragem (de 40 exemplares, ex.           n. 04.  Desterro, SC:    Edições Nephelibata, 2010.  84 p.   Ex. bibl. Antonio Miranda

Obs. Recomendamos aos interessados na leitura completa do livro, a aquisição direta vipela editora: https://edicoesnephelibata.blogspot.com.br/

 

VI

M. R.

O jardim com suas fontes na chuva
verás somente da janela baixa
de trás da vidraça embaçada. Teu quarto
será iluminado apenas pela chama da lareira
e por vezes, nos relâmpagos distantes aparecerão
as rugas de tua fronte, meu velho Amigo.

O jardim com as fontes que eram em tua mão
o ritmo de outra vida, fora dos mármores
quebrados e das colunas trágicas
e uma dança em meio aos oleandros
próximo às novas pedreiras,
um vidro opaco o terá cortado de tuas horas.
Não respirarás; a terra e a seiva das árvores
rebentarão da tua memória para bater
nessa vidraça onde bate a chuva
do mundo lá fora.    

 

VIII       

Mas que procuram nossas almas viajando
sobre conveses de navios arrasados
espremidas com mulheres amarelas e bebês que choram
sem poder distrair-se nem com os peixes-voadores
nem com as estrelas que os mastros apontam.
Gastas pelos discos dos fonógrafos
amarradas involuntariamente a peregrinações inexistentes
murmurando pensamentos quebrados de línguas
         estrangeiras.

Mas que procura nossas almas viajando
nesses cascos podres
de porto em porto?     

Movendo pedras quebradas, respirando
com mais dificuldade a cada dia o frescor do pinheiro,
nadando nas águas desse mar
e daquele mar,
sem tato
sem homens
em uma pátria que não é mais nossa
nem vossa.

Sabíamos que eram belas as ilhas
em algum lugar aqui perto que tateamos

um pouco mais baixo ou um pouco mais alto
um ínfimo espaço.

 

     X

       Nossa terra é cerrada, só montanhas
         quem tem o céu baixo como teto dia e noite.
         Não temos rios não temos poços não temos fontes,
         apenas poucas cisternas, também vazias, que ecoam e que
                  adoramos.
         Som estagnado oco, idêntico a nossa solidão
         idêntico ao nosso amor, idêntico aos nossos corpos.
         Parece-nos estranho que outrora pudéssemos construir
         nossas casas, cabanas e currais.
         E nossas bodas, as frescas grinaldas e os anéis
         tornam-se enigmas inexplicáveis para nossa alma.
         Como nasceram, como criaram-se nossos filhos?

Nossa terra é cerrada, Encerram-na
as duas Simplégades negras. Nos portos
quando descemos para respirar ao Domingo
vemos iluminarem-se no pôr-do-sol
madeiras quebradas de viagens que não terminaram
corpos que não sabem mais como amar.

 

XXI

Nós que partimos para essa peregrinação
olhamos as estátuas quebradas
esquecemo-nos e falamos que a vida não se assim tão
         fácil
que a morte tem caminhos inexplorados
e uma justiça própria,

que quando em pé nós morremos
dentro da pedra irmanados
unidos com a dureza e a fraqueza,
os velhos mortos fugiram do círculo e ressuscitaram
e sorriem em meio a uma estranha calma.

 

Página publicada em dezembro de 2017.


 

 

 
 
 
Home Poetas de A a Z Indique este site Sobre A. Miranda Contato
counter create hit
Envie mensagem a webmaster@antoniomiranda.com.br sobre este site da Web.
Copyright © 2004 Antonio Miranda
 
Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Home Contato Página de música Click aqui para pesquisar