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POESIA MUNDIAL EM PORTUGUÊS


FONTENELLE

 

 

Bernard le Bovier de Fontenelle, também referenciado como Bernard le Bouyer de Fontenelle (Rouen, 11 de fevereiro de 1657 – Paris, 9 de janeiro de 1757) foi um dramaturgo francês.

 

Fontenelle foi quem teve um maior entendimento do que significava a ampliação dos trabalhos realizados dentro da Academia de Ciências, e não apenas deixar circular as novidades dentro da comunidade científica mas como também espalhar as notícias de tais trabalhos em toda a sociedade. Entre os mais importantes trabalhos de filosofia encontram-se "Conversas sobre a Pluralidade dos Mundos" ( 1686) e "A História dos Oráculos" ( 1687); Ele se torna o mais importante difusor das ciências para as mais diversas parcelas da sociedade, inclusive entre as mulheres, que foram suas ouvintes privilegiadas desde a sra. de Lambert.

Foi árduo trabalhador em sua obra, que levou 25 anos para ficar pronta, em 1727, chamada "Elementos da Geometria do Infinito", mas que foi tão incompreendido e repelido, mesmo por alguns de seus pares, que em 1730 anunciou que iria abandonar a Academia de Ciências, o que não foi aceito pela direção de então. Ele continuou atuando com brilhantismo durante mais de 50 anos e, seu estilo foi imposto a seus contemporâneos e obteve o papel de "mediador" entre os dois mundos: os dos cientistas e o das pessoas que consumiam ciência.

Ele tinha o verdadeiro dom da pedagogia e sabia transmitir as ideias, das mais científicas e elaboradas eruditamente, de uma forma bastante palatável e compreensível para a maioria das pessoas na sociedade. Se as ciências em geral e a filosofia, em especial, se tornaram populares na França, foi graças ao pioneiro esforço de Fontenelle, que estimulou vocações, inclusive com seu talento de divulgador, conseguindo tornar acessíveis aos amadores e público em geral, tanto a física de Isaac Newton, quanto a botânica de Joseph Pitton de Tournefort, ou a química de Nicolás Lémery. Se o espírito filosófico está tão difundido devemos isso aos avanços realizados por Fontenelle.

Biografia e imagem extraídas da Wikipedia.

 

 

 

 

            A TRIGUEIRINHA

 

              (Tradução de Junqueira Freire)

I

       Foi moreninha a donzela
Que perdeu a Salomão,

       Que, lhe tocando na fronte,
Deus coa ciência no chão.

É como um filtro no peito,
É como um anjinho mau,
Que inspira as almas dos sábios,
Para abismá-las num vau.

Ah, quem destruiu a Grécia,
Quem perdia os sábios seus?
Quer fossem firmes estoicos,
Quer fossem epicureus?

Quem lhes travava as ideias,
Quem lhes calava as razões?
Quem lhes dourava os sistemas,
Como se fossem visões?

Ah! eram virgíneos rostos
De cor trigueirinha assim,
Cos olhos negros, brilhantes,
Pulando como um delfim.

Belas virgens que diziam
Finezas em grego aos cem!
Coa a voz helénica e branda,
Que as outras línguas não têm!

 
II
Trigueirinha, que me queres
Com este riso loução?
Eu sou filósofo, entendes?
Sou homem só da razão.

III
Vós que curvais sob a ciência os ombros,
Filósofos austeros!
Vós que bebeis pensadas vossas noites,
Geômetras severos!

A trigueirinha cor abisma os sábios,
Transforma vossa essência.
Fugi da cor trigueirinha, ó sábios,
Se amais vossa ciência!

 

 

 

 

Página publicada em agosto de 2020      

 


 

 

 
 
 
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