POESIA MUNDIAL EM PORTUGUÊS
Foto © Giovanni Giovannetti/effigie
FERRUCIO BENZONI
Ferruccio Benzoni, nascido em 1949 em Cesenatico, onde morreu em 1999. Ele foi um dos animadores da revista "Sul Porto", que na década de setenta criou um diálogo entre seus então editores muito jovens (com Benzoni especialmente Stefano Simoncelli e Walter Valeri) e alguns dos maiores poetas de gerações anteriores, como, entre outros, Franco Fortini, Giovanni Raboni, Giovanni Giudici e Vittorio Sereni, este último explicitamente assumido como um modelo pelo próprio Benzoni. Um caderno coletivo de 1980, incluindo a coleção La casa sul porto (além de textos de Simoncelli e Valeri) constitui um primeiro documento relevante de sua poesia, onde a voz lírica simples e suave surge de um autor atento à simples e viva realidade dos sentimentos , vínculos profundos de amizade e até mesmo amor familiar, onde se destacam os versos, Delicado e concreto, afável de ternura humana, para a tia. Em seguida, siga as coleções News from solitude (1986), Bandas de casamento ('95), Numi de um léxico figurativo ('95), Um vislumbre da janela de inverno ('99), onde a tensão dramática e o diálogo com o figuras dos desaparecidos. Como Enrico Testa escreveu: "Esta disposição está ligada à sua atitude para rastrear a morte ruinosa da vida e, juntos, para salvar episódios e gestos luminosos: os" momentos em que fomos ".
(tirado de: http://www.lastampa.it/_web/_RUBRICHE/poesia/dittà/b/benzoni.asp )
TEXTO EM ITALIANO - TEXTO EM PORTUGUÊS
Extraído de
POESIA SEMPRE – Revista Semestral de Poesia. ANO 3 – NÚMERO 6 – OUTUBRO 1995. Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional, Ministério da Cultura, Departamento Nacional do Livro, 1995. Ex. bibl. Antonio Miranda
Una lapide
Anch´io sono vecchio; s´aprono
le mie braccia ma su uno specchio
agro di cielo se un gelo
illustra una foresta, una betulla
(una tra tanta foresta)
assiderata da mozzare il fiato.
La neve
Sfamarmi di uma patata lessa
per essere con te dentro di te
tremante
— nevica più in là
a um minoir di biancospini.
(Impronte)
Epoi in sogno
conficcate nella neve
erano trace di topos o d´uccello:
formavano (ingigantite) disse iniziali minuscole
scritte a caratteri infantil.
La neve opulenta debordava più in là
scialando e il vento
pareva soffiarle
via intatte quelle zampettine
involarle
fino a farne fumo
straziante nube sui caseggiati
amari e in me
raccapricciato a un`estasi di massacri.
TEXTO EM PORTUGUÊS
Uma lápide
Também sou velho, abrem-se
meus braços mas a um ácido
espelho de céu se a geada
ilustra a floresta, uma bétula
(uma na imensa floresta)
congelada de perder o fôlego.
Tradução de Astrid Cabral
A neve
Fartar-me de batata cozida
para estar contigo dentro de ti
tiritando
— adiante neva mais
num espelho de alvos espinheiros.
Tradução de Astrid Cabral
(Rastros)
E pois em sonho
fincadas na neve
estavam pegadas de rato ou de pássaro,
formavam (ampliadas) duas iniciais minúsculas
escritas com letras infantis.
A neve opulenta transbordava mais além
esbanjando e o vento
parecia soprar-lhe
fora aquelas intactas patinhas
raptá-las
até fazer delas fumaça
nuvem dilacerada sobre o casario
triste e em mim
horrorizado ao êxtase de massacres.
Tradução de Astrid Cabral
Página publicada em janeiro de 2018
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