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FARID UD DIN ATTAR

(1140-1220)

 

Abū Hamid bin Abu Bakr Ibrāhīm, mais conhecido por seus pseudônimos Farid ud-Din e'Aṭṭār, foi um poeta do século XII persa, teórico do Sufismo, e hagiógrafo de Nishapur que teve uma influência imensa e duradoura sobre poesia persa e Sufismo.

Nascimento: 1145, Nixapur, Irã

Falecimento: 1221, Nixapur, Irã

Local de enterro: Mausoleum of Attar Neyshaburi, Irã

Obras principais: Memorial of the Saints; The Conference of the Birds

Influenciado por: Omar Caiam, Sanai, Bajazeto de Bastam, Almançor Alhalaje

 

A Conferência dos Pássaros (em persa: منطق الطیر, Mantiqu 't-Tayr, 1177), também traduzido para o português como A Linguagem dos Pássaros, é um livro de poemas em Persa by Farid ud-Din Attar de cerca de 4500 linhas. O enredo da história contada pelo poema é a seguinte: os pássaros do mundo se reúnem para decidir quem será seu rei, já que eles não têm nenhum. A poupa (Upupa sp.), o mais sábio de todos eles, sugere que eles devem encontrar o lendário Simorgh, um pássaro mítico persa - uma alegoria da busca por Deus. A poupa respresenta um mestre sufi e cada uma da aves que desiste da viagem representa uma falha humana que impede o homem de atingir a iluminação. Do grupo de pássaros que parte, somente trinta pássaros consegue, finalmente, chegar ao local de moradia do Simorgh. Lá eles descobrem que eles mesmos são o rei que procuram.
Texto completo em:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Confer%C3%AAncia_dos_P%C3%A1ssaros

 

EXTRAÍDO DE

 

POESIA SEMPRE. Número  31 – Ano 15 / 2009.  Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional, Ministério da Cultura. 2009.  217 p.    ilus. col. Editor Marco Lucchesi.  Ex. bibl. Antonio Miranda


 

 

         A linguagem dos pássaros – Invocação

        Conheço bem o meu rei,
Mas, sozinha, não posso planejar encontrá-lo.
Abandonai vossa timidez, vossa presunção
E vossa descrença,
Pois quem converte em luz a própria vida
Está liberto do bem e do mal
No caminho do amado.
Sede generosos com a vida.
Ponde os pés na terra
E parti, alegres, para a corte do rei.
Temos um rei de verdade,
Que vive atrás das montanhas chamadas Kaf.
Chama-se Simurgh
É o rei dos pássaros
Está perto de nós,
Mas nós estamos longe dele.
O sítio que habita é inacessível,
E nenhuma língua consegue pronunciar-lhe o nome.
Diante dele pendem mil véus de luz e treva,
E nos dois mundos ninguém tem o poder
De disputar-lhe o reino.
[...]
Não se manifesta abertamente
Nem mesmo no local de sua habitação,
E a esta nenhum conhecimento
E nenhuma inteligência podem chegar.
O caminho é desconhecido,
E ninguém possui constância para procura-lo,
Embora milhares de criaturas
Passem a vida anelando isso.
Nem mesmo a alma mais pura
É capaz de descrevê-lo,
Nem pode a razão compreendê-lo:
Esses dois olhos estão cegos.
Não é dado a sábio
Descobrir-lhe a perfeição
Nem a homem de entendimento
Perceber-lhe a beleza.
[...]
Não imagineis que o percurso seja curto;
E cumpre ter coração de leão
Para percorrer essa estrada insólita,
Pois ela é muito longa e o mar é fundo.
[...]
Quanto a mim,
Sentir-me-ei feliz se descobrir,
Pelo menos, um vestígio dele.

                Tradução de Octávio Mendes Cajado.

 

Página publicada em outubro de 2018

 


 



 

 

 
 
 
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