POESIA MUNDIAL EM PORTUGUÊS
EDITH SITWELL
Edith Louisa Sitwell DBE (Scarborough, 7 de setembro de 1887 – 9 de dezembro de 1964) foi uma poetisa e crítica literária britânica.
Edith Sitwell era a filha mais velha, irmã de Osbert e Sacheverell, do aristocrático e excêntrico Sir George Sitwell, quarto baronete de Renishaw Hall; era especialista em genealogia e paisagismo.
Sitwell publicou o seu primeiro poema The Drowned Suns («Os sóis afogados») no Daily Mirror em 1913 e, entre 1916 e 1921, editou Wheels («Rodas»).
Fonte: wikipedia
TEXTS IN ENGLISH - TEXTOS EM PORTUGUÊS
Extraído de
POESIA SEMPRE - Ano 6 – Número 9 - Rio de Janeiro - Março 1998. Fundação BIBLIOTECA NACIONAL – Departamento Nacional do Livro - Ministério da Cultura. Ex. bibl. Antonio Miranda
Street Song
"Love my heart for an hour, but my bone for a day
At least the skeleton similes, for it has a morrow:
But the hearts of the young are now the dark treasure of Death
And summer is lonely.
Comfort the lonely light and the sun in its sorrow,
Come like the night, for terrible is the sun
As truth, and the dying light shows only the skeleton's hum
For peace, under the like flesh the summer rose.
Come through the darkness of death, as once through the branches Of youth you came, through the shade like the flowering door
That leads into Paradise, far from the street, you, the unborn
City seen by the homeless, the night of the poor.
You walk in the city ways, where Man's threatening shadow
Red-edged by the sun like Cain, has a changing shape —
Elegant like the Skeleton, crouched like the Tiger,
With the age-old wisdom and aptness of the Ape.
The pulse that beats in the heart is changed to the hammer,
That sounds in the Potter's Field. Where they build a new world
From' our Bone, and the carrion-bird days'foul droppings and
clamour
But you are my nigth, and may peace —
The holy night of conception, of rest, the consoling
Darkness when all men are equal, — the wrong and the right,
And the rich and the poor are no longer separate nations,
— They are brothers in night."
This was the song I heard. But the Bone is silente!
Who knows if the sound was that of the dead light calling.—
Of Caesar rolling onward his heart, that stone,
Or the burden of Atlas falling.
Canção de rua
"Ame-me o coração por uma hora, mas meu osso por um dia...
O esqueleto pelo menos sorri, pois tem um amanhã:
Mas os corações dos jovens são agora o tesouro sombrio da morte
E o verão é solitário.
Conforta a luz sozinha e o sol na sua mágoa,
Vem como a noite, pois o sol é terrível
Como a verdade e a luz moribunda mostra apenas a fome que
o esqueleto
Tem pela paz, por sob a carne como a rosa de verão.
Vem através da sombra da morte como antes por entre ramos
De juventude vieste, através da escuridão como um portal florido Que leva ao paraíso, longe da rua — tu, cidade
Não nascida, entrevista pelos sem-lar, tu, noite do pobre.
Caminhas pelas ruas onde a sombra ameaçadora do homem,
De margens rubras marcadas pelo sol como Caim, tem forma
variável,
Elegante como o Esqueleto, agachada como o Tigre,
Com a velha sabedoria e a eficiência do Macaco.
O pulso que bate no coração se transmuda em martelo
Que ressoa em Pottters-Field onde erguem um novo mundo
Desde o nosso Osso e dos dias de urubus com mal-cheirosos restos e
clamores...
— Mas tu és minha noite e minha paz,
A noite sagrada da concepção, do repouso, da escuridão
Consoladora em que os homens se igualam: o justo e o injusto.
O rico e o pobre; já não sendo nações separadas,
Eles são irmãos na noite."
Esta foi a canção que eu ouvi, mas o Osso cala!
Quem sabe se o som era o da luz morta chamando,
Ou se era o peso de Atlas caindo ?
Tradução de Jorge Wanderley
Página publicada em janeiro de 2018
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