Home
Sobre Antonio Miranda
Currículo Lattes
Grupo Renovación
Cuatro Tablas
Terra Brasilis
Em Destaque
Textos en Español
Xulio Formoso
Livro de Visitas
Colaboradores
Links Temáticos
Indique esta página
Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
POESIA MUNDIAL EM PORTUGUÊS

  DAVID AVIDAN

 

 

David Avidan ( hebraico : דוד אבידן) (21 de fevereiro de 1934 - 11 de maio de 1995) era um "poeta, pintor , cineasta , publicista e dramaturgo" israelense (como ele costuma dizer). Ele escreveu 20 livros publicados de poesia hebraica.

Ele nasceu em Tel Aviv, Israel , e estudou Literatura e Filosofia enquanto estudava brevemente na Universidade Hebraica . Ele escreveu principalmente em hebraico, e foi um artista de vanguarda ao longo de sua vida. Ele traduziu muitos de seus próprios poemas para o inglês e recebeu vários prêmios tanto como poeta como como tradutor.

Ele não era popular entre a maioria dos críticos ou o público em geral ao longo de sua vida, muitas vezes criticado como egocêntrico, chovinista e tecnocrático. Seu primeiro livro, Lipless Faucets (1954), foi atacado por quase todos os críticos de poesia; a primeira revisão favorável foi feita por Gabriel Moked, editor do Akhshav , o mais recente e literário, que mais tarde se tornou um dos amigos mais próximos de Avidan.

No início dos anos 90, ele quase não podia ganhar a vida e sua condição mental se deteriorara. Avidan morreu em Tel Aviv, a cidade que desempenhou um papel central em sua vida e foi, em muitos aspectos, o centro de sua criação.

Desde a sua morte, a reputação de Avidan cresceu tanto nos círculos literários como na imaginação popular, posicionando-o como um dos poetas do canon israelense. Um volume de poemas selecionados da Avidan, "Futureman", traduzido por Tsipi Keller, foi publicado pela Phoneme Media em 2017.

Prêmios: Em 1993, Avidan foi o co-destinatário (em conjunto com Amalia Kahana-Carmon ) do Prêmio Bialik para literatura hebraica .


Filme : Mensagem do Futuro , um filme israelense de 1981, Avidan, escreveu, dirigiu e estrelou este filme de ficção científica em inglês sobre futuros humanos visitando Israel atual. No ano de 3005, um homem é enviado de volta a 1985 para convencer os líderes atuais de garantir que a III Guerra Mundial aconteça, o que ele garantirá que fará para um futuro melhor. Já causou desastres naturais e catástrofes ao voltar do futuro, ele agora tenta forçar sua mensagem na imprensa mundial e na TV. Sheldon Teitelbaum julgou o filme "execrável".        Fonte de biografia e foto: wikipedia

 

 

Extraído de

 

POESIA SEMPRE – Ano 5 – Número 8 – Junho 1997. Revista semestral de poesia.  Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional, Ministério da Cultura, Departamento Nacional de Livro.  Editor Geral: Antonio Carlos Secchin.  Ex. bibl. Antonio Miranda.

 

 

História de enamorados

Oh quanto eu soube morrer por ti e quanto
eu não soube viver por ti.

E contaram-me a teu respeito, que és bonita, que és de lá,
que me amaste outrora muito, que amas ainda.
Também me disseram alguma vez que teu nome ao que parece
                                                                             é Ruhama.

E aliás combina muito contigo, ou seja, a tua roupa.
Tu sabes, são muitos os boatos que vêm de lá
e na realidade aguardei hoje a tua vinda.
Oh quanto eu soube morrer por ti quanto
eu não soube viver por ti.

 

E meus dias te sussurraram em silêncio exemplar sussurros
                                                                                sem cessar
de todo vento eventual que tocou no teu peito desnudado.
E com todo toque suspiravas: já é noite.
E te enganavas, naturalmente. Era manhã, mas uma manhã triste.
E repentinamente sentiste um dia que já eras adulta
e o vento foi perambular entre bambus de junco.

E a água era funda no lago. E quando a escuridão
         escorregou nela como esquadra de barcos, uma opressão
indistinta na base do peito causou dor. E quando a escuridão
não escorregou sobre ela como esquadra de barcos, o silêncio  pressionou o teu corpo como uma grande naja. Não na escuridão
era a questão. E quando um sol de manhã saltou,

         já compreendeste que a noite tinha passado e tinhas ido dali,
         mais experiente e preocupada de tudo que jamais foste.

E perguntei-te seriamente como vai Ruhama

e como tens esta ferida na mão

E tu sorriste e disseste ah a ferida é de lá.

Oh se apenas pudesses compreender, mas tu jamais

compreendeste como eu soube morrer por ti e quanto

eu não soube viver por ti.

 

E teu fim naturalmente é voltar um dia para lá,

e eu te acompanharei por uma certa distância e depois voltarei.

E não é certo se voltarei a minha cabeça atrás de ti. Oh quanto

algum vento ocasional entreterá o meu peito desnudado.

E no decorrer do tempo tentarei adivinhar se já estás lá,

e depois esquecerei novamente cada manhã triste.

E se em momentos de fraqueza me lembrar de ti, Ruhama,

proteger-te-ão bambus escuros de junco.

 

E quando uma vez num momento forte de fraqueza eu te desejar

andarei com passos apressados na direção do lago,

virá um vento absolutamente ocasional numa corrida e assobiará
                                                                                     em ti

e te despirás, e haverá uma espécie de farfalhar no lago

e encontrarei as tuas roupas apenas. Então talvez rangerá em ti

um amor antigo e sem perspectivas. No lago

ancorará num sussurro um silêncio perdido. E também

se retorcerá ali algum vento ocasional que depois silenciará em ti.

 

 

            Tradução de Nancy Rozenchan

 

Fata Morgana

 

 

 

Trombetas brilhantes ao longe inundaram a relva quente
E cavalos cinzentos aspergiram a sua espuma
E havia ali uma choupana de madeira alongada de vigas sólidas
e também uma cerca de arame farpado.

 

(E quanto quisemos sempre que isto fosse verdade,
e quanto polimos sempre trombetas e quanto
eram as vigas sólidas
e também cerca de arame farpado.)

 

E lá o trem passa de vez em vez,

e o cheiro de fogo excita as patas dos cavalos,

e a relva estremece com o sopro leve. Há um lugar

a que se pode chegar se realmente se quer,

         e talvez vê-lo do topo de uma rocha como num filme de guerra
                                                                            hollywoodiano
         os braços estão estendidos à frente e o olho examina.

 

(E quanto quisemos sempre que isto fosse verdade
e quanto desprezamos isto por vezes e quanto
exasperava a fumaça as patas dos cavalos
e também cerca de arame farpado.)

 

E por vezes você acredita de repente, acredita de verdade

que trombetas brilhantes ao longe ainda inundam a relva quente,

e a luz clara cochila confortavelmente e os

cheiros das flores ela respira profundamente, e seu cheiro

é como uma espécie de melodia tépida, cansada mas tempestuosa,

que fechou os nossos olhos, apagou o tabaco do cachimbo,

os músculos estão lassos, está quente fora mas ao mesmo tempo
                                                                                      de perto

sente-se nitidamente como ao longe o trem passa,

e as patas dos cavalos irrompem na choupana. E amiúde

há dentro pessoas esquisitas de algum outro país.


           Tradução de Nancy Rozenchan

 

 

Procuração

 

                               (A quem interessar possa)

 

O que justifica mais do que tudo
a solidão, o grande desespero,
o carregar estranho do jugo
a solidão grande e o desespero grande
é o fato simples, cortante
que não temos na realidade para onde ir.

 

Em noites claras o ar é frio

e por vezes as noites são espessas também,

e chove e há sirocos

e corpos bonitos e também rostos,

que por vezes sorriem e por vezes não,

por vezes por causa dela, por vezes por causa dele.

 

A paisagem é simples e desprovida de névoas,

anjos na escada não descem, não sobem,

por vezes odeiam, por vezes amam,

há poucos amigos e principalmente inimigos,

mas há um forte desejo de fluir

como um rio, único, à luz do dia,

permanecer jovem sempre e sonhar

com um ritmo ousado à luz do dia,

como um rio, único, fluir, fluir

só o nosso corpo envelhece dia a dia.

 

O que justifica mais do que tudo
o sonho, o desespero grande,

o conhecimento de que não há qualquer justificativa

e a sua busca renovada a cada momento,

a comoção e a opressão,

o que justifica mais do que tudo,

o que justifica o desespero grande,

é o fato simples, cortante

que não temos na verdade para onde ir.

 

Só o nosso corpo envelhece dia a dia

e somos um rio à luz do dia,

fluir único, único a fluir,

o que justifica, o que justifica o sonho

o que justifica o desespero grande,

o que justifica mais do que tudo.

 

 

(N.B.)

 

As noites são claras e o ar é fresco,

há vigor e há energia e amor não há

e já não há sorriso e já não há palavras,

anjos na escada não descem, não sobem

as poesias, como de hábito, só revelam

aquilo que é possível dizer com palavras,

por isso a si próprios do topo de uma rocha lançam

ao grande mar, e ali as ondas

sobem e descem, sobem e descem.

 

 

 

Tradução de Nancy Rozenchan

 

 

Página publicada em março de 2018


 

 

 
 
 
Home Poetas de A a Z Indique este site Sobre A. Miranda Contato
counter create hit
Envie mensagem a webmaster@antoniomiranda.com.br sobre este site da Web.
Copyright © 2004 Antonio Miranda
 
Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Home Contato Página de música Click aqui para pesquisar