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POESIA MUNDIAL EM PORTUGUÊS

Foto: https://forward.com/schmooze

DALIA RAVIKOVITCH

 

(1936-2005)

 

 

Dahlia Ravikovitch ( hebraico : דליה רביקוביץ' ; 17 nov 1936 - 21 de agosto de 2005) foi um israelense poeta, tradutor e ativista da paz.

 

Ravikovitch nasceu em Ramat Gan em 27 de novembro de 1936. Ela aprendeu a ler e escrever aos três anos de idade. Seu pai, Levi, era um engenheiro judeu originalmente da Rússia que chegou à Palestina obrigatória da China. Sua mãe, Michal, era uma professora que veio de uma casa religiosa. Quando Dahlia tinha seis anos, seu pai foi atropelado e morto por um motorista bêbado. Ela se mudou para o Kibutz Geva com sua mãe, mas não se encaixava na mentalidade coletivista e às 13 mudou-se para uma casa adotiva em Haifa , a primeira de várias casas de acolhimento.

 

Ravikovitch casou-se aos 18 anos, mas divorciou-se depois de 3 meses. Seus casamentos subsequentes também terminaram em divórcio. Ela tem um filho, Ido Kalir. [2] Depois de completar seu serviço nas Forças de Defesa de Israel , estudou na Universidade Hebraica de Jerusalém . Ela trabalhou como jornalista e professora do ensino médio. Ela traduziu WB Yeats , TS Eliot , Edgar Allan Poe e Mary Poppins para o hebraico. Ravikovitch foi ativo no movimento da paz israelense . De sua casa no centro de Tel Aviv, ela colaborou com artistas, músicos e figuras públicas buscando paz, igualdade e justiça social.

Durante os últimos anos de sua vida, ela sofria de graves crises de depressão. Em 21 de agosto de 2005, Ravikovitch foi encontrado morto em seu apartamento. Os relatórios iniciais especularam que a causa da morte era suicídio, mas a autópsia determinou a causa de irregularidades cardíacas repentinas .

Os primeiros poemas de Ravikovitch apareceram no jornal de poesia em língua hebraica Orlogin (Hourglass), editado por Avraham Shlonsky , e Shlonsky, que a incentivou a seguir a escrita como carreira. Seu primeiro livro de poesia, The Love of a Orange , publicado em 1959, a estabeleceu como um dos principais poetas nativos de Israel.

 

Sua poesia anterior mostra seu comando de técnica formal sem sacrificar a sensibilidade de sua voz sempre distinta. Embora nunca abandonasse totalmente os dispositivos poéticos tradicionais, ela desenvolveu um estilo mais prosaico nas últimas décadas de seu trabalho. Seu poema popular publicado em 1987, "O fim de uma queda" (também chamado de "A razão da queda") é desse período. Como muitos dos poemas de Rabikovitch, pode parecer ao leitor, ao mesmo tempo, pungente, metafísico, perturbador e até político: "Se um homem cai de um avião no meio da noite / só Deus pode levantá-lo ... ".

Ao todo, Ravikovitch publicou dez volumes de poesia em seu hebraico natal. Além da poesia, ela contribuiu com obras em prosa (incluindo três coleções de histórias curtas) e literatura infantil, e traduziu a poesia para o hebraico. Muitos de seus poemas foram definidos para a música. Seu poema mais conhecido é Booba Memukenet (English: Clockwork Doll ).

Seus poemas são ensinados nas escolas e vários foram transformados em canções populares. Sua poesia foi traduzida para 23 idiomas.

Fonte: wikipedia

 

 

 

Extraído de

 

POESIA SEMPRE – Ano 5 – Número 8 – Junho 1997. Revista semestral de poesia.  Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional, Ministério da Cultura, Departamento Nacional de Livro.  Editor Geral: Antonio Carlos Secchin.  Ex. bibl. Antonio Miranda.

 

 

        O pesar da noite

 

        O caminho é tão longo
         e a luz parece uma lata amassada.
         E não há quem decifre
         ouro de lata
         que valha um tostão furado.

         Flutuam no céu pesadas nuvens
         e torres e telhados erguem-se em sua desgraça.
         E, diante deles, paira no ar o uivo das raposas
         cujas costas tremem na cerca espinhosa.

         Em seu lugar enxameiam estrelas e planetas,
         a noite cai no mar das noites.
         E a luz dança como pernas de corças
         jorrando como uma fonte, brotando de um muro.

         A onda esmaga o ventre das ondulações,
         o pânico perfura o pânico da profundidade.
         Os feixes do campo param e se postam,
         os bambus lançam suas vozes em uníssono.

         Volta ao teu descanso, minh´alma,
         pois Deus te recompensou.

         O caminho é tão longo
         e a lua parece uma lata amassada.
         E, por sobre ela,
         uma luz, mais alva que o leite,
         inunda como profunda salvação.

 

                   Tradução de Suely Pfefferman

 

 

 

            Um rigoroso inverno

 

        O curto pavio tremeu em meio à chama
         e, antes de encarar sua glória, cobriu de melancolia.
         Chuva e sol governavam em turnos e, dentro da casa,
         temíamos só em pensar no que nos aconteceria.
         Arbustos avermelham em seus corações e o lago se escondeu,
         cada qual ficou absorto em si próprio apenas.
         Mas, no momento em que me distraí,
         vi como as pessoas são desligadas desse mundo
         — como um raio atingindo uma árvore, carregada de membros
                                                                                      e textura,
         com galhos úmidos pisados como grama morta.
         A persiana, quebrada, e as paredes finas,
         chuva e sol passavam alternadamente apenas a si próprias.
         Não mais juguei que sobreviveria desta vez.

 

                   Tradução de Suely Pfefferman

 

 

 

            Roupa

 

                Para Itzchak Livni


        Sabes, disse ela, fizeram-te uma roupa de fogo.
         Lembras-te como se consumiu a esposa de Yazon em suas roupas?
         Esta é Medéia, disse ela, tudo lhe fez Medéia.
         Precisas ter cuidado, disse ela.
         Fizeram-te uma roupa brilhante como rescaldo
         que queima como brasa.

         Vesti-la-ás? Disse ela, não a vistas.
         Não é o vento que assobia, é o veneno que borbulha.
         Mesmo que não sejas uma princesa, o que farás com Medéia?
         Deves distinguir entre os sons, disse ala,
         não é o vento que assobia.

         Lembras-te, disse-lhe, da época em que eu tinha seis anos?
         Esfregaram minha cabeça com xampu e assim saí à rua.
         O cheiro do xampu me perseguiu como uma nuvem.

         Depois adoeci por causa do vento e da chuva.
         Ainda não sabia ler tragédias gregas.
         Mas o cheiro de perfume espalhou-se e fiquei muito enjoada.
         Hoje compreendo que este não é um perfume natural.

         O que será de ti, disse ela, fizeram-te uma roupa ardente.
         Fizeram-me uma roupa ardente, disse eu, eu sei.
         Então por que estás aí parada, disse ela, precisas ter cuidado,
         acaso não sabes o que é uma roupa ardente?

         Sei, disse eu, mão não como cuidar-me.
         O cheiro daquele perfume me confunde.
         Disse-lhe: ninguém precisa concordar comigo.
         Não sou dada a crer em tragédias gregas.

         Mas a roupa, disse ela, a roupa arde fogo.
         O que dizes, gritei, o que dizes?
         Nem mesmo estou vestida, eis que sou eu a queimar.

 

                   Tradução de Suely Pfefferman

 

 

 

Página publicada em março de 2018

 

        


        
 

 

 

 


 

 

 
 
 
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